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ANALISE DO IMPACTO DA INFLAÇÃO NO CUSTO DA CESTA BASICA parte 1

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ANALISE DO IMPACTO DA INFLAÇÃO NO CUSTO DA CESTA BASICA. 
Acadêmico: David Jean Jasmin[footnoteRef:1] [1: Graduando do Curso Ciências Econômicas. UNIASSELVI. E-mail: davidji2050@hotmail.com.Araguaina-To] 
Tutoria Interna: Maurício Leite. 
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI - UNIASSELVI
CIENCIAS ECONÔMICAS
RESUMO
Palavras chaves: 
1 INTRODUÇÃO
A inflação é um problema global que tem impacto em nossas vidas diárias, se ela não for controlada, resulta em inúmeros problemas socioeconômicos, principalmente para aqueles que têm uma renda fixa. Segundo Sachs (2000) a inflação representa uma alteração percentual nos níveis de preços, de bens internos e externos, que será utilizada a média desses preços. Para Vasconcellos e Garcia (2004), ela pode ser conceituada como um aumento contínuo e geral nos preços. Essa variável econômica é fonte de grande preocupação para a sociedade brasileira desde meados da década de 1980 e início da década de 1990, período em que houve o fenômeno da hiperinflação. 
Na cesta básica, o impacto da inflação é facilmente percebido pelo consumidor, que costuma ir ao mercado para observar a variação dos preços. Os consumidores procuram definir suas próprias cestas de produtos para maximizar sua satisfação de forma proporcional com sua renda. Segundo Jehle e Reny (2011) na teoria do comportamento do consumidor, “o consumidor dispõe de determinado montante para gastar num determinado período de tempo”. Devido a este fator limitante, os consumidores procuram fazer compras com base no preço do produto. Isto é, condição legítima para uma família continuar comprando produtos da cesta básica necessários à sobrevivência para manter a satisfação. O aumento dos produtos da cesta básica são exemplos de como esse problema nos afeta de forma geral, a população assalariada é a mais afetada pela inflação.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 2020), a inflação começou a registrar um aumento gradual com a distribuição do auxílio emergencial em 2020. Os preços mais altos, que pesam para as famílias mais pobres e vulneráveis, promoveram outro cenário para os supermercados. O valor da cesta básica foi aumentando, muitos produtos tiveram um aumento de mais 30 a 40%. Com pouca oferta para muita demanda, os preços sobem provocando inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a taxa da inflação oficial, registrou taxa de 1,06% em dezembro de 2020, taxa superior ao 0,81% de novembro e ao 1,05% de dezembro do ano passado (IBGE 2020). 
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) realiza mensalmente em 16 capitais brasileiras uma pesquisa referente ao custo dos itens da Cesta Básica, e compara os dados com valor do salário mínimo vigente. Com a elevação dos preços dos produtos da cesta básica, fica cada vez mais difícil uma família de baixa renda se sustentar. O salário dessas famílias não consegue acompanhar o aumento da inflação, tendo que ela impacta de forma desproporcional o bolso de quem ganha menos. Nessa ótica, precisamos entender de que forma que a inflação afeta os itens básicos de alimentação. Levando em conta a situação econômica do país, deve-se analisar a inflação, que gera aumentos significativos em todos os produtos de primeira necessidade. O presente trabalho tem como finalidade analisar o impacto da inflação no custo da cesta básica nas diversas capitais do Brasil em 2020 a partir do comportamento da dinâmica de preços dos produtos que a compõe. 
Nesse sentido, justifica-se a importância desse trabalho para melhor entender esse fenômeno enraizado há tanto tempo na economia brasileira e que já foi superado na implementação do Plano Real, e agora voltou com força. Com o aumento da fome em diversas famílias brasileiras faz-se importante compreender o que influencia o aumento nos preços da cesta básica e o impacto na economia.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
· SÁLARIO MINIMO CESTA BÁSICA 
2. 
2.1. 
2.2. 
O salário mínimo representa o menor salário que um empregador pode pagar para o seu funcionário. Em 30 de abril de 1938, foi regulamentada a Lei nº 185 de 14 de janeiro de 1936 pelo Decreto Lei nº 399. Este estabelece que o salário mínimo é a remuneração devida ao trabalhador adulto, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, capaz de satisfazer, em determinada época e região do país, as suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte (D.L. nº 399 de 30 de Abril de 1938. Portal da Câmara dos Deputados). 
“Art. 1º: A fixação do salário mínimo, a que todo trabalhador tem direito, em retribuição a serviço prestado, competirá às Comissões de Salário Mínimo, instituídas pela lei nº 185, de 14 de janeiro de 1936, as quais terão as funções e atribuições discriminadas no presente regulamento.”
Art. 2º: Denomina-se salário mínimo a remuneração mínima devida a todo trabalhador adulto, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço e capaz de satisfazer, em determinada época, na região do país, as suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte.”
Além de conceituar o salário mínimo, faz-se necessário conhecer a cesta básica que representa os produtos alimentícios necessários para que uma família de baixa renda possa se alimentar de forma digna. A importância do cálculo da cesta básica começou com a instituição da lei do salário mínimo. O valor do salário é calculado com base no custo mensal com alimentação obtida na pesquisa da cesta. (Artigo Cesta básica metodologia DIEESE).
Em 1938, o então governo (Getúlio Vargas) estabeleceu uma lei, indicando uma lista de alimentos balanceados e suas respectivas quantidades necessárias para garantir saúde e bem-estar das famílias brasileiras. Esta lista recebeu o nome de Cesta Básica Nacional, composta por esses produtos, cuja quantidade pode variar de acordo com a região do Brasil: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, legumes (tomate), pão francês, café em pó, frutas (banana), açúcar, banha/óleo e manteiga. Com o objetivo de calcular o valor dessa cesta básica, três institutos: o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON) e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) fazem uma pesquisa nos supermercados, sobre os preços desses produtos e depois divulgam à população. (Artigo Cesta básica metodologia DIEESE). 
O custo da cesta básica é um dos instrumentos importantes para a avaliação do desenvolvimento socioeconômico e nutricional de uma região e a relevância da análise da integração de preços é uma forma de aumentar a eficiência do mercado (AMORIM; SOUSA; CORONEL, 2013). Tornou-se um importante instrumento de analise econômico do país, fornecendo dados relevantes sobre as práticas de mercado quanto às políticas de preços, passando assim a servir de parâmetro preventivo de infrações contra a ordem econômica (GIVISIEZ et al., 2010 apud PAULA et al. 2011). Os produtos da cesta básica e suas respectivas quantidades mensais são diferentes por regiões e foram definidos pelo Decreto 399 de 1938, que continua em vigor. A sua estrutura encontra-se na tabela a seguir, onde estão dispostos, por região, os alimentos e quantidades necessárias para alimentar.
TABELA 1 Provisões mínimas conforme Decreto Lei nº. 399
	Alimentos
	Unidade
	Região 1
	Região 2
	Região 3
	Nacional
	Carne
	Kg
	6,0
	4,50
	6,6
	6,0
	Leite
	LT
	7,5
	6,0
	7,5
	15,0
	Feijão
	Kg
	4,5
	4,5
	4,5
	4,5
	Arroz
	Kg
	3,0
	3,6
	3,0
	3,0
	Farinha 
	Kg
	1,5
	3,0
	1,5
	1,5
	Batata
	Kg
	6,0
	-
	6,0
	6,0
	Tomate
	Kg
	9,0
	12,0
	9,0
	9,0
	Pão Francês
	Kg
	6,0
	6,0
	6,0
	6,0
	Café em Pó
	Kg
	0,6
	0,6
	0,6
	0,6
	Banana
	UM
	90
	90
	90
	90
	Açúcar
	Kg
	3,0
	3,0
	3,0
	3,0
	Banha/Óleo
	LT
	0,75
	0,75
	0,90
	1,5
	Manteiga
	Kg
	0,75
	0,75
	0,75
	0,90
Legenda: Região 1 - Estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal; Região 2 – Estados de Pernambuco, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas,Sergipe, Amazonas, Pará, Piauí, Tocantins, Acre, Paraíba, Rondônia, Amapá, Roraima e Maranhão; Região 3 - Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Fonte: DIEESE
Conforme observa-se na Tabela 1, a cesta básica é composta por 13 itens (carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão francês, café em pó, banana, açúcar, banha/óleo e manteiga) e preestabelece as suas respectivas quantidades mensais em três diferentes regiões geográficas conforme mostrado na legenda acima. Esses itens representam a ração essencial mínima para alimentação da população brasileira.
· INFLAÇÃO E INDICES DE PREÇOS
A inflação é o aumento contínuo e generalizado dos preços de produtos e serviços numa economia. Segundo Martins (2012, p.505) o fenômeno macroeconômico inflação pode ser definido como: 
“O processo persistente de aumento do nível geral de preços, o que resulta em perda do poder aquisitivo da moeda. A inflação é considerada como um fenômeno generalizado, pois os aumentos dos preços não ocorrem apenas sobre um conjunto pequeno de preços, ou sobre um setor especifico da economia, essa razão alta esporádicas de preço devido, por exemplo, a flutuações sazonais, não podem ser confundidos com inflação. A inflação significa aumento simultâneo de um grande número de preços.”
A inflação gera distorções na economia e falsa impressão de ganhos que nunca existiram. As pessoas ficam iludidas com esses falsos ganhos e passam a ter comportamentos de consumo que realimentará esse fluxo. Ela traz consequências negativas na economia, atrapalha os investimentos, diminuí o poder de compra da população. Para Texeira (2002, p. 214) a persistência de processos inflacionários comumente implica, dentro de outros fatores, a redistribuição perversa de riqueza, redução do nível e alocação ineficiente dos investimentos produtivos. Por isso, a estabilização dos níveis de preço é essencial para o bom funcionamento da economia. 
De forma geral existe três tipos de inflação: a inflação de demanda, de custos e a inercial:
A inflação da demanda acontece quando há excesso da demanda agregada, consumo de bens e serviços em relação à oferta. Ou seja, há muito dinheiro circulando, que faz a demanda aumentar e a oferta de bens e serviços não acompanha tal demanda. Podemos dizer que a origem da inflação está diretamente relacionada ao comportamento do consumidor. Normalmente, esse tipo de inflação acontece quando a economia se encontra em pleno emprego, pois em tal situação, haverá uma diminuição da expansão da produção, ou seja, menos produtos no mercado, o que provocará um aumento nos níveis de preços devido à alta demanda. Com menos produtos e serviços e uma procura aquecida por eles, a pressão sobre os preços é maior, elevando-os (NOGAMI; PASSOS, 2012). A forma do governo reduzir a inflação de demanda é por meio de política fiscal restritiva (aumentar a carga tributária e reduzir os seus gastos) e também por meio de uma política monetária contracionista reduzindo o volume de moeda disponível para os agentes econômicos. Com menos moeda nas mãos da população, o consumo será desestimulado, reduzindo a demanda agregada (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
Podemos falar de inflação de custo ou inflação da oferta pois é diretamente ligado a um aumento dos custos de produção. Nesse tipo de inflação, há um aumento dos preços de matéria-prima, aumento dos salários o que provoca um aumento nos produtos finais. Há uma a ligação direta entre o preço final de um bem com os custos de produção. Ou seja, se aumenta o valor da matéria-prima para fabricação de um bem, o seu preço final também aumentará. A política de combate à inflação de custos se dá por meio do controle direto dos preços, por meio de uma política salarial mais rígida, ou ainda, por meio de uma política de controle sobre os lucros das empresas (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004). 
Na inflação Inercial, o processo de inflação se alimenta de expectativas sobre os preços ou sobre os mecanismos utilizados pelos agentes econômicos para tentar nivelar a renda de acordo com o aumento inflacionário (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004). 
A inflação é calculado pela média de variação dos preços pesquisados para os diferentes produtos, ponderada pelas quantidades produzidas, consumidas ou comercializadas dos bens, a partir de parâmetros primários obtidos das pesquisas de orçamentos familiares e até de matrizes de relações Inter setoriais. O grau de dificuldade do cálculo da inflação vem pela aferição da variação de preços de produtos distintos e de serviços que variam a taxas diferenciadas (IBGE). 
 Existem diversos índices de preços que medem a inflação em toda cadeia de produção e de comercialização.
· INDICES DE PREÇOS
Segundo Froyen (1999) o índice de preço mostra a relação entre o preço de uma cesta de bens e serviços em vários anos e o preço da mesma correspondente no ano base. No ano base o índice é igual a 100 e aumento e diminui de acordo com cesta de consumo. 
Para Versiani (2005, p. 01):
“Índices de preços são números que representam uma média ponderada de determinado conjunto de preços. Sua variação mede, portanto, a variação média dos preços do conjunto considerado ao longo do tempo. Esse conjunto pode ser constituído dos preços um cesta de bens de consumo, de produtos agrícolas e industriais, de produtos importados e exportados, etc. O cômputo de um índice de preços baseia-se num sistema de ponderação, que define a importância relativa de cada bem ou serviço no conjunto de preços considerado.”
 Há índices que mostram o quanto os preços sobem ou descem em determinados períodos. Os principais usados são:
Índice Geral de Preços calculado pela FGV (IGP-DI) - apura os preços mensais de todo processo produtivo.
Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) - verifica os preços do comercio no atacado, no varejo e na construção civil, cobrindo intervalo entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês corrente.
Índice de Preço ao Consumidor Amplo calculado pelo IBGE (IPCA – aponta mensalmente a variação do custo de vida médio de famílias com renda entre 01 e 40 salários mínimos, independentemente da fonte);
Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) – semelhante ao IPCA, verifica a variação do custo médio das famílias com rendimento médio entre 1 e 5 salários mínimos).
Cada índice aponta uma inflação diferente. Assim, os diferentes índices usam no cálculo faixas de renda, regiões e períodos diferentes. Daí a existência de índices gerais no atacado, no varejo e na construção. Os índices mais confiáveis do país são os produzidos pelo IBGE, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (FIPE-USP).

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