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Inquerito policial

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A FASE PRÉ-PROCESSUAL – INQUÉRITO POLICIAL 
 O Direito Processual Penal disciplina a persecução penal, leia-se a perseguição do crime, composta das seguintes 
etapas: 
1ª etapa: Inquérito processual. 2ª etapa: Processo. 
 O que SIGNIFICA INQUÉRITO? Realizado pela polícia judiciária, “que será exercida pelas autoridades policiais no 
território de suas respectivas circunscrições e terá de pôr fim a apuração das infrações penais e da sua autoria”. (art. 
4° CPP). 
 NATUREZA: 
• Procedimento administrativo pré-processual que visa esclarecer o fato e a autoria; 
• Caráter informativo; 
• Presidido pela autoridade policial. 
• Não é considerado nem atividade judicial, nem processual; 
• É uma peça informativa, de natureza administrativa. 
 Obs.: Existem, no Brasil, outras modalidades de investigação criminal: o parlamento investiga por meio da CPI, 
militares investigam, o STF permite que o Ministério Público investigue. 
 OBJETO: É o fato presente na notícia criminis (fumus commissi delicti- a fumaça do cometimento do delito) que dá 
origem à investigação. Para que tenha inquérito policial, a autoridade policial precisa receber a notícia do crime. E pelo 
fato dele não ter indícios forte de autoria e materialidade que ele decide ou não abrir o inquérito policial, para apurar e 
investigar minimamente. 
 O inquérito policial busca apenas a verossimilhança do crime, a mera fumaça (fumus commissi delicti), não havendo 
possibilidade de plena discussão das teses, pois a cognição plenária fica reservada para a fase processual. Tendo por 
objetivo apurar a autoria, a materialidade e as circunstâncias da infração. 
 A materialidade é sinônimo de existência do crime, da infração. Assim, o objetivo do inquérito é apurar quem é o 
criminoso, se o crime existiu e em que circunstâncias ele foi praticado. 
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: 
a. Procedimento inquisitivo: usualmente, não haverá contraditório ou ampla defesa. 
 Obs.: É DIREITO/ PRERROGATIVA DO ADV, acompanhar o cliente no momento em que é ouvido perante qualquer 
autoridade investigante. (art 7º, XXI, Lei n. 8.906/1994 – Estatuto da OAB) 
b. Procedimento discricionário: o delegado preside o IP da forma que entender mais estratégica, dentro de uma 
margem de conveniência e de oportunidade. 
c. Procedimento sigiloso: Como o suspeito é presumivelmente inocente, informações do inquérito não serão 
consignadas na certidão de antecedentes criminais, pois a presunção de inocência não pode ser boicotada. 
 Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da 
sociedade. 
d. Procedimento escrito: prepondera a forma documental. As novas ferramentas tecnológicas podem ser 
utilizadas no auxílio à documentação, como gravar uma acareação, um testemunho etc. Isso é possível, mas o 
inquérito tem como características ser um procedimento escrito 
 Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste 
caso, rubricadas pela autoridade. 
e. Procedimento indisponível: Toda investigação iniciada deve ser concluída e encaminhada à autoridade 
competente, trata-se do compromisso funcional. Trata-se de um compromisso funcional “começou, termina”. 
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. 
f. Procedimento dispensável: O andamento do processo não depende da previa elaboração do inquérito policial, 
ex.: inquérito não policial, que são aqueles presididos pela autoridade distintas da Policia Civil. 
Principais Exemplos de Inquéritos não Policiais: 
• Inquérito Parlamentar – é aquele presidido pela CPI. 
• PIC (Procedimento Investigativo Criminal) – de acordo com o Pleno do STF, o MP poderá presidir investigação 
criminal, que não se confunde com o IP. 
 ATENÇÃO: No Brasil, o Ministério Público não preside IP. Além disso, quem preside IP é o delegado, não o promotor. 
ATOS DO INQUÉRITO E SUAS LIMITAÇÕES 
➢ LIMITAÇÃO QUALITATIVA: 
O inquérito policial serve – essencialmente – para averiguar e comprovar os fatos constantes na notitia criminis. 
✓ Demonstrar a PROBABILIDADE de existência do fato e a autoria, coautoria ou participação do sujeito passivo; 
✓ Para a instauração do IP: basta a mera POSSIBILIDADE de que exista o fato punível; 
✓ Deve demonstrar a tipicidade, a ilicitude e a culpabilidade APARENTE. 
✓ Dispensa: notícia-crime dirigida ao MP com elementos suficientes para a propositura da ação penal; O 
inquérito policial não é obrigatório e poderá ser dispensado sempre que a notícia-crime dirigida ao MP 
disponha de suficientes elementos para a imediata propositura da ação penal. 
O IP não é obrigatório e é normativamente sumário! 
Crítica: “A polícia demora excessivamente a investigar, investiga mal e, por atuar mal, acaba por alongar 
excessivamente a investigação. O resultado final é um IP inchado, com atos que somente deveriam ser produzidos em 
juízo, e que por isso desborda os limites que o justificam”. (LOPES Jr, Aury. Direito Processual penal e sua conformidade 
constitucional. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009. 
 Parte da culpa vem dada pela má valoração dos atos realizados, pois, se realmente fossem considerados meros atos 
de investigação, não haveria justificativa em estender uma atividade que esgota sua eficácia no oferecimento da ação 
penal. 
➢ LIMITAÇÃO TEMPORAL: 
✓ Prazo razoável: Deve ser concluído com maior brevidade possível; 
• 10 dias = indiciado preso (prazo contado a partir do 
ingresso da prisão) + 15 dias (art. 3°B, §2° - lei 
13964/19); 
• 30 dias = indiciado solto (caso de difícil elucidação o 
prazo poderá ser prorrogado a critério do juiz – art 10, 
§3º CPP); 
 Portanto, o inquérito estando o imputado preso, deve ser concluído em 10 dias, mas a prorrogação poderá prolongar 
uma ÚNICA VEZ por mais 15 dias. A partir do momento que esse prazo ultrapassa, o preso é solto, porque essa prisão 
passa a ser ILEGAL. 
 Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, 
se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso 
preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir 
do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo 
de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem 
ela. 
 
✓ Processo de competência da Justiça Federal (art. 
66 lei 5.010/66): 
• 15 dias + 15 dias = indiciado preso; 
• 30 dias = indiciado solto; 
 
✓ Tráfico de entorpecentes (art. 51 da Lei 
11.343/06): 
• 30 dias = indiciado preso; 
• 90 dias = indiciado solto 
 
Obs.: os prazos podem ser duplicados pelo juiz; 
 INVESTIGADO PRESO INVESTIGADO SOLTO 
Prazo geral 10 dia, podendo ser prologando uma 
ÚNICA vez por + 15 dias. 
30 dias, podendo ser prorrogáveis 
pelo juiz. 
Justiça Federal 15 dia, prorrogáveis uma vez por 
mias +15. 
30 dias 
Tráfico de entorpecentes 30 dias 90 dias 
 
PROCEDIMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL: 
1. Início do IP: O IP é deflagrado por meio de uma portaria. Portaria é a peça escrita que demarca o início do IP. 
2. Vítima/representante legal: a notícia é feita por meio de um requerimento (pedido). 
 
➢ ATOS DO INQUÉRITO POLICIAL: 
✓ Art. 5° CPP: 
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
 I - de ofício; 
 II - mediante requisição (ordem) da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou 
de quem tiver qualidade para representá-lo. 
→ MP/juiz: a notícia é feita por meio de requisição, cabendo ao delegado iniciar o IP. Requisição é ordem por 
imposição da lei. Isto é, o delegado estará obrigado a instaurar o IP. 
Instauração: portaria do delegado; 
 O inquérito policial tem sua origem na notitia criminis ou mesmo na atividade de ofício dos órgãos encarregados da 
segurança pública. Formalmente, o IP inicia com um ato administrativo do delegado de polícia, que determina a sua 
instauração através de uma portaria. 
RESUMINDO: Nos casos de ação pública,o IP será iniciado: 
 
De oficio pela autoridade policial;
Requisição do MP;
Requerimento do ofendido (delitos de ação penal 
pública condicionada ou ação penal privada);
 Art. 66. O prazo para conclusão do inquérito policial será de quinze 
dias, quando o indiciado estiver preso, podendo ser prorrogado por 
mais quinze dias, a pedido, devidamente fundamentado, da 
autoridade policial e deferido pelo Juiz a que competir o 
conhecimento do processo. 
 Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) 
dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando 
solto. 
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser 
duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido 
justificado da autoridade de polícia judiciária. 
 
 Cabe ao juiz requisitar a instauração do IP? NÃO cabe ao juiz requisitar a instauração do IP, em nenhum caso, pois 
viola a matriz constitucional do sistema acusatório e o art. 3º-A do CPP, evitando o ativismo judicial. 
 Observação: Notícia crime apócrifa (anônima): a notícia anônima não autoriza a imediata instauração do IP. O 
delegado deve, primeiramente, aferir se a notícia é plausível, colhendo elementos prévios. Só então, ele poderá, se for 
o caso, instaurar o IP. → OAB. 
➢ REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO NOS DELITOS DE AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA: 
 Quando se tratar de um delito de ação penal de iniciativa pública condicionada, a teor do art. 5º, § 4º, 
sequer poderia ser iniciado o IP sem a representação da vítima. 
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a AÇÃO PÚBLICA depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado. 
• Representação da vítima - Condição de procedibilidade. 
• É facultativa, ou seja, a pessoa que assistiu o crime, em regra, não é obrigada a denunciar. É importante que 
seja documentada essa comunicação, e poderá ser oral ou escrita. 
• Na polícia, essa notícia-crime simples assume a forma de Boletim ou Termo de Ocorrência. 
• Sujeito: vítima ou representante legal (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, procurador com poderes 
especiais); 
• Prazo: decadencial de 6 MESES, contados a partir da data em que o ofendido sabe quem é o autor do delito; 
• Pode ser oferecida ao Juiz, ao MP ou à autoridade policial; 
 Nos crimes de ação privada e de ação pública condicionada, a instauração do IP DEPENDE da manifestação de vontade do legítimo 
interessado. 
➢ REQUERIMENTO DO OFENDIDO NOS DELITOS DE AÇÃO PENAL PRIVADA: 
 § 5º Nos crimes de AÇÃO PRIVADA, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha 
qualidade para intentá-la. 
• Deverá ser escrito, dirigido à autoridade policial competente e firmado pelo próprio ofendido, representante 
legal ou por procurador com poderes especiais; 
• TCO – lei 9099/95; 
Deverá conter (art. 5°, §1° do CPP): 
a) Narração dos fatos; 
b) Individualização do indiciado ou seus sinais 
característicos e as razões de convicção ou de 
presunção de ser ele o autor da infração, ou os 
motivos de impossibilidade de o fazer; 
c) A nomeação das testemunhas, com indicação de sua 
profissão e residência; 
§2º.Se indeferido pela autoridade policial, cabe recurso para o chefe de polícia (art. 5º, §2º). 
 
➢ ATOS DE DESENVOLVIMENTO – ARTS. 6° E 7° DO CPP: 
1. Dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos 
peritos criminais; 
 Isso porque o local do crime será uma das principais fontes de informação para reconstruir a pequena história do 
delito e desse ato depende, em grande parte, o êxito da investigação. 
1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre 
que possível: 
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; 
b) a individualização do indiciado ou seus sinais 
característicos e as razões de convicção ou de presunção 
de ser ele o autor da infração, ou os motivos de 
impossibilidade de o fazer; 
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua 
profissão e residência. 
 A autoridade policial providenciará imediatamente que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos 
(oficiais ou nomeados para o ato), que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas 
elucidativos, registrando, ainda, no laudo, as alterações do estado das coisas e a consequência dessas alterações na 
dinâmica dos fatos. 
2. Apreender os objetos que tiverem relação com o fato; 
 A apreensão dos instrumentos utilizados para cometer o delito, bem como dos demais objetos relacionados direta ou 
indiretamente com os motivos, meios ou resultados da conduta delituosa, é imprescindível para o esclarecimento do 
fato. 
3. Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; 
 Decorrência da atividade de investigação, que busca esclarecer o fato e sua autoria. O inciso anterior refere-se aos 
objetos e instrumentos, o inciso III refere-se aos demais meios de informação, como, por exemplo, à declaração de 
testemunhas presenciais. A polícia não deve perder tempo com testemunhas meramente abonatórias ou que não 
tenham realmente presenciado o fato. 
4. Ouvir o ofendido; 
Quando possível, a oitiva da vítima do delito é uma importante fonte de informação para o esclarecimento do fato e da 
autoria, devendo o ato ser realizado nos termos do art. 201. 
5. Ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, devendo o respectivo termo ser assinado por 2 
testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura; 
Ao sujeito passivo devem ser garantidos os direitos de saber em que qualidade presta as declarações. 
Essas duas testemunhas geralmente são policiais, que é um grande problema. 
6. Proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações (art. 226 ss. Do CPP); 
 Para proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas, deverá a autoridade policial orientar-se pelo disposto nos arts. 
226 e seguintes. Não apenas o suspeito pode ser objeto de reconhecimento, mas também todas as pessoas envolvidas 
ativa ou passivamente no fato, inclusive testemunhas. 
7. Determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; 
 O exame de corpo de delito pode ser realizado tanto na vítima como também no autor do delito, conforme o caso, e 
assegurando-se ao último o direito de não se submeter a tal exame como uma manifestação do direito de autodefesa 
negativo. 
8. Ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico (e também coleta de DNA, se for o caso), se 
possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; 
• Coleta de material genético introduzido pela lei 12. 654/2012; 
Essa coleta de DNA é um problema. 
9. Averiguar a vida pregressa do indiciado; 
 A disposição legal é absurda, como absurdo é imaginar-se que um juiz, ao fixar a pena. A principal justificativa do 
dispositivo é servir de base para o juiz quando da análise dos requisitos do art. 59 do CP. 
10. Colher informações sobre existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência; 
 Busca informações sobre crianças e adolescentes que dependam do imputado e cuja proteção seja necessária. 
➢ CONCLUSÃO DO IP: 
• RELATÓRIO (art. 10, §1° e §2° do CPP) = O delegado fara uma exposição OBJETIVA E IMPESSOAL do que foi 
investigado, remetendo ao foro para ser distribuído; Relatório é uma peça eminentemente descritiva que 
aponta as diligências realizadas e, eventualmente, justifica as que não foram feitas por algum motivo 
relevante. 
 § 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. 
 § 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser 
encontradas. 
 
• ACOMPANHA O IP: os instrumentos utilizados para cometer o delito e todos os demais objetos que possam 
servir para a instrução; 
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos queinteressarem à prova, acompanharão os autos do inquérito. 
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. 
• TIPIFICAÇÃO DO DELEGADO – não vincula o MP; 
• AÇÃO PENAL PRIVADA = os autos do IP serão remetidos para o juízo competente, ficando à disposição do 
ofendido, porque como é uma ação de iniciativa penal privada, somente o ofendido pode ingressar com a 
ação, ou seja, o MP não pode ingressar nesse caso. 
 Desdobramento do Procedimento 
 1º passo: autos do IP com o relatório. 
 2º passo: cabe ao delegado remeter os autos ao juiz (art. 23, CPP). 
 3º passo: o juiz deve abrir vistas ao MP. 
 4º passo: diante do IP, o MP terá as seguintes alternativas: 
 1ª alternativa: identificando o lastro indiciário, cabe ao MP oferecer a denúncia (inicial acusatória), com o 
objetivo de que seja iniciado o processo (art. 24, CPP). A denúncia é a petição inicial pública que demarca o 
exercício da ação. 
➢ VALOR PROBATÓRIO: 
ATOS DE PROVA X ATOS DE INVESTIGAÇÃO 
 Atos de investigação: 
a) referem-se a uma hipótese; 
b) Investigação preliminar (fase pré-processual); 
c) Juízo de probabilidade e não de certeza; 
d) Demonstrar a probabilidade do fumus commissi delicti para justificar o processo ou o não-
processo; 
e) Medidas cautelares (caráter provisional); devem respeitar o princípio da motivação judicial. 
 Atos de prova: 
a) Convencer o juiz e a formar um juízo de certeza; 
b) Integram o processo penal; 
c) Servem à sentença; 
 Partindo dessa distinção, conclui-se facilmente que o IP somente gera atos de investigação e, como tais, de limitado 
valor probatório. 
 O juiz NÃO condenar com base apenas do inquérito policial, porque o IP tem uma fragilidade como ato de 
investigação, não é garantido no IP o devido processo legal, pois não tem processo, não garante também o 
contraditório a ampla defesa. 
➢ GARANTIAS FUNDAMENTAIS E DIREITO DE DEFESA NO INQUÉRITO POLICIAL: 
• Legalidade; 
• Dignidade da pessoa humana (art. 5º da CF; lei 9.455/97; Convenção Americana de DH, Regras de Mandela, 
Regras de Bangkok, Res. 213 CNJ); 
• Sumariedade (juízo de probabilidade); 
• Comunicabilidade; 
• Direito à identificação de quem o prende; no ato da prisão é importante que os policiais identifiquem os 
direitos do indiciado. 
• Acesso aos procedimentos policiais; 
• Direito de defesa em dois âmbitos: POSITIVO (versão dos fatos) e NEGATIVO (direito ao silêncio) e 
contraditório (art. 5º CF e 8.2 da CADH, sum. 14 STF). O juiz nenhum não pode decretar prisão preventiva 
porque a pessoa ficou em silencio, isso é um direito dele, pois ele pode ficar em silencio do IP até a sentença 
penal condenatória. 
• Direito à assistência de advogado (defesa técnica); 
 Garantias do defensor: Direito de acesso aos autos; assistência ao investigado durante a apuração de infrações, 
podendo apresentar razões e quesitos; acesso amplo aos atos de investigação. 
 Prerrogativa do advogado: é direito do advogado ter acesso aos autos da investigação, tendo contato com o que já foi 
produzido e está documentado (art 7º, XIV, Lei 8906/1994 – Estatuto da OAB; Súmula Vinculante 14). 
 Súmula Vinculante 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já 
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao 
exercício do direito de defesa” →ACESSO LIVRE AO ADV EM RELAÇÃO A INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR. 
 Observação: Esse direito de defesa existe, é exigível, mas sua EFICÁCIA é insuficiente e deve ser potencializada. É uma 
potencialização por exigência constitucional. 
É um direito do defensor: portanto, pode ser mantido o sigilo externo (para os meios de comunicação, por exemplo). 
 No interesse do representado: pode ser exigida procuração para comprovação da concessão de poderes e 
também justificar a restrição de acesso aos elementos que sejam do interesse de outros investigados que não 
foram representados por aquele defensor. 
 Ter acesso amplo aos elementos de prova já documentados: o acesso é irrestrito aos atos de investigação, desde 
que já documentados. Com isso, preserva-se o necessário sigilo aos atos de investigação não realizados ou em 
andamento, como, por exemplo, a escuta telefônica em andamento ou um mandado de prisão ou busca e 
apreensão ainda não cumprido. 
 Procedimento Investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária: O acesso deve ser 
garantido a qualquer procedimento investigatório, ainda que realizado por outras autoridades, mas aquele ato 
equipara-se à polícia judiciária no que diz respeito ao conteúdo e finalidade dos atos praticados. 
JULGADO 
 “Há, é verdade, diligências que devem ser sigilosas, sob risco de comprometimento do seu bom sucesso. Mas, se o sigilo é aí 
necessário à apuração e à atividade instrutória, a formalização documental de seu resultado já não pode ser subtraída ao indiciado 
nem ao defensor, porque, é óbvio, cessou a causa mesma do sigilo. (...) Os atos de instrução, enquanto documentação dos 
elementos retóricos colhidos na investigação, esses devem estar acessíveis ao indiciado e ao defensor, à luz da Constituição da 
República, que garante à classe dos acusados, na qual não deixam de situar-se o indiciado e o investigado mesmo, o direito de 
defesa. O sigilo aqui, atingindo a defesa, frustra lhe, por conseguinte, o exercício. (...) 5. Por outro lado, o instrumento disponível 
para assegurar a intimidade dos investigados (...) não figura título jurídico para limitar a defesa nem a publicidade, enquanto direitos 
do acusado. E invocar a intimidade dos demais investigados, para impedir o acesso aos autos, importa restrição ao direito de cada 
um dos envolvidos, pela razão manifesta de que os impede a todos de conhecer o que, documentalmente, lhes seja contrário. Por 
isso, a autoridade que investiga deve, mediante expedientes adequados, aparelhar-se para permitir que a defesa de cada paciente 
tenha acesso, pelo menos, ao que diga respeito a seu constituinte”. 
[HC 88.190, voto do rel. min. Cezar Peluso, 2ª T, j. 29-8-2006, DJ de 6-10-2006.] 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=382091
 
➢ ÓRGÃO ENCARREGADO: 
 O IP pode ser policial, administrativo ou militar; 
 Autoridades administrativas: sindicâncias e processos administrativos contra funcionários públicos; 
 Membros do Poder Legislativo: Comissões parlamentares de Inquérito (CPI); 
 Polícia Judiciária: investigação preliminar (Polícia civil e Federal); 
 Polícia Militar: policiamento preventivo e ostensivo. SEM competência para investigação preliminar; 
 
➢ O MP e o inquérito policial: 
 Exercer controle externo da atividade policial (art. 129, VII, CF/88); 
 Requerer diligências investigatórias e a instauração do IP (art. 129, VIII, CF/88); 
 O MP tem legitimidade para acompanhar atividade policial no curso do IP (a atividade é acessória); 
 Poder investigatório do MP: poderá investigar e realizar sua investigação preliminar – como procedimento 
administrativo pré-processual (STF). 
 (OAB) Súm. 234 STJ: “A participação do membro do MP na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou 
suspeição para o oferecimento da denúncia”. 
➢ O JUIZ E O INQUÉRITO POLICIAL: 
 Garantidor dos direitos dos acusados no processo penal; 
 Controlador da legalidade; 
 Não orienta a investigação policial nem deve presenciar seus atos, o que na pratica, infelizmente, acontece 
muito. Ele acaba sendo contaminado, atingido a sua imparcialidade. 
 A participação do órgão jurisdicional é contingente e excepcional – em casos de controle jurisdicional ou 
quando o sujeito passivo estiver sofrendo restrições no seu direito; 
ATENÇÃO: Juiz não investiga, não existe a figura do juiz instrutor! 
 Lei 13.964/2019: art. 3º: Juiz de garantias; processo penal acusatório; controle de legalidadeda investigação criminal e salvaguarda 
de direitos individuais; VEDADA INICIATIVA DO JUIZ NA FASE DE INVESTIGAÇÃO; ele tem que mandar para o MP. 
➢ A INVESTIGAÇÃO POLICIAL E A LEI 9099/95: 
 TCO com breve relato da vítima– encaminhado ao Poder Judiciário (JECRIM) 
 Arquivamento do termo circunstanciados de ocorrência (lei 9099/95) – arquivamento pelo MP sem 
intervenção judicial. (nova redação pela lei 13.964/19). 
Arquivamento 
 Inexistindo viabilidade para iniciar o processo, caberá o arquivamento da investigação. 
 Decisão de arquivamento: 
a. Homologação da decisão pelo Procurador-Geral; 
b. Cabe recurso do ofendido ao órgão revisional do MP em 30 dias; 
c. Informação ao juiz de garantias; 
Não sendo homologado o arquivamento, o PGJ designará outro promotor para efetuar a denúncia. 
Procedimento atual (antes do Pacote Anticrime): cabe ao promotor requerer ao juiz o arquivamento. 
 - Se o juiz concordar, cabe a ele homologar. 
 - Se o juiz discordar, remeterá os autos ao Procurador-Geral do MP. 
 - O Procurador-Geral poderá oferecer denúncia, designar outro promotor para denunciar ou insistir no arquivamento. 
Novo procedimento que ainda está suspenso por decisão do STF (previsto no art. 28, CPP): cabe ao promotor ordenar o 
arquivamento, comunicando ao delegado, ao investigado e ao ofendido. 
 - O promotor submete o arquivamento à homologação por uma instância de revisão dentro do MP. 
 - A vítima tem o prazo de 30 dias, a partir do momento que ela é comunicada pelo promotor sobre o arquivamento, para provocar a 
instância de revisão do MP. 
 - Quando a vítima é a União, o estado ou o município, a chefia da procuradoria jurídica pode provocar a instância de revisão 
(Des)arquivamento do IP 
 Iniciado o IP, a autoridade policial não poderá arquivá-lo. (art. 17 CPP), pois não possui competência para isso. 
Art. 17. A autoridade policial NÃO poderá mandar arquivar autos de inquérito. 
 
 Inexistência de base razoável para a denúncia – decisão fundamentada do MP para arquivamento da 
investigação, sem decisão judicial. Não há mais pedido de arquivamento para o juiz! (ART. 28 CPP – LEI 13964/19 
PACOTE ANTICRIME). 
 Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do 
Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão 
ministerial para fins de homologação, na forma da lei. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 O arquivamento somente será ordenado pelo Ministério Público nos termos do art. 28 do CPP, com a possibilidade de 
recurso da vítima e a necessidade de reexame pelo órgão superior encarregado do MP. 
O ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL – ANPP: 
 Com o Pacote Anticrime – há a possibilidade do acordo de não persecução penal (ANPP), desde que atendidos os 
requisitos do art. 28-A do CPP (crime com pena mínima menor de quatro anos, praticado sem violência ou grave 
ameaça contra a pessoa e que está fora do contexto da Lei Maria da Penha). 
 Explicação: O ANPP é um acordo em que o promotor oferece ao sujeito uma medida alternativa. Se este aceitar, ele terá que 
confessar o crime circunstanciadamente assistido por um advogado, e o acordo é submetido à homologação pelo juiz. Dessa forma, 
se todas as obrigações forem cumpridas pelo sujeito, extingue-se a punibilidade. 
 Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática 
de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público 
poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do 
crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente 
 Via negocial; 
 Confissão formal; 
 Direito público subjetivo do imputado; 
 Crimes sem violência ou grave ameaça, com pena mínima inferior a 4 anos – reduzida de 1/3 a 2/3; 
 Proposto antes do recebimento da denúncia, sendo homologado pelo juiz das garantias; 
 Firmado o acordo: 
 extinção da punibilidade; 
 sem reincidência e maus antecedentes; 
 somente proibição de novo acordo por 5 anos. 
 OAB → Definitividade do arquivamento: o arquivamento faz COISA JULGADA MATERIAL quando amparado na certeza 
da atipicidade ou na certeza da extinção da punibilidade. Isto é, não caberá denúncia, no futuro, nem mesmo no 
surgimento de novas provas. 
 Súmula 524. Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal 
ser iniciada, sem novas provas. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
CAUSAS IMPEDITIVAS DO ANPP: 
• Cabível transação penal; 
• Circunstâncias pessoais do acusado não recomendarem; 
• Ter tido acordo nos últimos 5 anos: ANPP, transação penal ou sursis processual; 
• Não cabe em violência doméstica ou familiar; 
QUAIS AS INOVAÇÕES DO JUIZ DE GARANTIAS NO QUE TANGE À INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR? 
 Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase: Um Delegado de 
Polícia, ao tomar conhecimento de um suposto crime de ação penal pública incondicionada, determina, de ofício, a instauração de 
inquérito policial. Após adotar diligência, verifica que, na realidade, a conduta investigada era atípica. O indiciado, então, pretende o 
arquivamento do inquérito e procura seu advogado para esclarecimentos, informando que deseja que o inquérito seja 
imediatamente arquivado. Considerando as informações narradas, o advogado deverá esclarecer que a autoridade policial 
A. deverá arquivar imediatamente o inquérito, fazendo a decisão de arquivamento por atipicidade coisa julgada material. 
B. não poderá arquivar imediatamente o inquérito, mas deverá encaminhar relatório final ao Poder Judiciário para arquivamento 
direto e imediato por parte do magistrado. 
C. deverá elaborar relatório final de inquérito e, após o arquivamento, poderá proceder a novos atos de investigação, 
independentemente da existência de provas novas. 
D. poderá elaborar relatório conclusivo, mas a promoção de arquivamento caberá ao Ministério Público, havendo coisa julgada em 
caso de homologação do arquivamento por atipicidade. 
Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XVI - Primeira Fase: O inquérito policial 
pode ser definido como um procedimento investigatório prévio, cuja principal finalidade é a obtenção de indícios para que o titular 
da ação penal possa propô-la contra o suposto autor da infração penal. Sobre o tema, assinale a afirmativa correta. A. A exigência de 
indícios de autoria e materialidade para oferecimento de denúncia torna o inquérito policial um procedimento indispensável. 
B. O despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito policial é irrecorrível. 
C. O inquérito policial é inquisitivo, logo o defensor não poderá ter acesso aos elementos informativos que nele constem, ainda que 
já documentados. 
D. A autoridade policial, ainda que convencida da inexistência do crime, não poderá mandar arquivar os autos do inquérito já 
instaurado.

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