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AFASIA DISARTRIA E APRAXIA

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ALTERAÇÕES DE 
LINGUAGEM E FALA EM 
PACIENTES 
NEUROLÓGICOS 
Fga. Dra. Thais Helena Machado 
2015 
SUMÁRIO 
• Linguagem 
–Cognição 
–Afasia 
–Distúrbio Linguístico-Cognitivo 
–Demências 
• Fala 
–Disartria 
–Apraxia de Fala 
FUNÇÕES 
COGNITIVAS 
PRINCIPAIS CLASSES DE 
FUNÇÕES COGNITIVAS 
– Atenção 
– Memória e Aprendizagem 
– Linguagem 
– Habilidades perceptivas – gnosias (auditiva, 
visual, olfativa e tátil) 
– Habilidade motoras (praxias) 
– Habilidade visuo-espaciais 
– Funcionamento executivo (julgamento, 
planejamento, organização, flexibilidade 
mental, resolução de problemas, capacidade 
de raciocínio) 
– Humor, comportamento e personalidade 
Eysenck e Keane (1990), Lezak (1995), Kandel, et al (2000), Murray e Chapey (2001), Bear et al (2002), 
Gil, (2002), Nitrini et al (2003), Snyder (2006) 
TAXONOMIA DA MEMÓRIA 
Memória 
Explícita Implícita 
Episódica Semântica 
Reposta 
Condicionadas 
Pré 
Ativação Habilidades 
Motoras 
MCP 
ou MO 
Verbal Aprendizagem 
Não Associativas 
Longo Prazo 
Espacial 
 
Lobo Temporal 
Diencéfalo 
Neocortex 
Pré-Frontal C. Frontal 
Parietal 
Temporal 
cerebelo Amigdala 
N.Base 
Neocx 
Núcleos 
da Base 
Cerebelo 
Vias 
Reflex 
(Tulving, 1972, 2002; Squire et al., 1991, 1998; Baddeley, 2002 
ALTERAÇÕES DE 
LINGUAGEM 
AFASIA 
LINGUAGEM - Asha 
 “Complexo e dinâmico sistema de 
símbolos convencionais que é utilizado 
de vários modos para o pensamento e 
a comunicação.... 
 
... é um comportamento governado por 
regras, descrito por pelo menos cinco 
parâmetros (fonológico, morfológico, 
sintático, semântico e pragmático)” 
ASPECTOS DA LINGUAGEM 
• Fonéticos: aspectos acústicos (sistema de 
traços) 
 
• Fonológicos: estudo dos fonemas; função 
distintiva 
 
• Morfológicos: estudo das palavras e suas 
funções 
 
• Sintáticos: regras que governam a 
organização e ordem das palavras nas frases 
 
• Semânticos: significado das palavras 
 
• Pragmáticos: contexto; comunicação 
 
Disartria 
Apraxia 
de fala 
AFASIA 
“Distúrbio adquirido da linguagem que se 
encontrava plenamente desenvolvida e 
intacta no indivíduo, decorrente de 
uma lesão cerebral focal.” 
(Mansur e Radanovic, 2004) 
Afasia 
Demência 
Capacidade 
de 
comunicação 
Intera-
ção 
social 
 
Afasia 
Demência 
Capacidade 
de 
comunicação 
Intera-
ção 
social 
 
Localização 
Estabilida
de clínica 
COMPREENSÃO AUDITIVA 
• O processamento auditivo 
se inicia na condução das 
ondas sonoras pelas vias 
auditivas 
 
• No córtex auditivo o 
estímulo é analisado 
COMPREENSÃO AUDITIVA 
• Compreensão de palavras 
 
onda sonora 
sistema de análise 
auditiva (identificação 
dos sons da fala) 
entrada auditiva 
para o léxico 
(identificação de 
palavras familiares) 
sistema semântico 
(ativa o significado 
das palavras) 
Mansur e Radanovic (2004) 
COMPREENSÃO AUDITIVA 
• Compreensão de sentenças, discursos 
e textos envolve: 
–Atenção 
–Memória de curto e longo prazo 
–Domínio das regras gramaticais 
–Conhecimento prévio de mundo 
–Capacidade de realizar inferências 
–Prosódia 
–Contexto 
Exemplificação: dificuldade de 
compreensão oral 
• dificuldade de atenção? 
• dificuldade de memória de trabalho? 
• dificuldade na identificação dos sons da 
fala? 
• dificuldade no acesso lexical? 
• alteração no sistema semântico? 
 
 
 
PRODUÇÃO DA LINGUAGEM 
ORAL 
• Inicia-se no planejamento (lobo frontal) do 
que se pretender dizer e termina na 
articulação (vias descendentes) 
 
• Lobo frontal 
– Áreas motoras: controle voluntário dos 
atos motores 
– Área de Broca: recebe aferências das áreas 
visuais, auditivas, somestésicas, de 
Wernicke, do lobo parietal 
– Regiões órbito-frontais: atenção, 
motivação e iniciativa 
 
 
• Produção da palavra: 
–Ativação das palavras a partir 
dos conceitos (acesso lexical) 
–Conversão da representação 
sonora da palavra em sua 
forma de produção articulatória 
(planejamento) 
–Articulação 
PRODUÇÃO DA LINGUAGEM 
ORAL 
Mansur e Radanovic (2004) 
MODELO DE NOMEAÇÃO 
(Ellis e Franklin, 1998) 
Sistema semântico 
Léxico de output de fala 
(forma da palavra falada) 
Nível do fonema 
(memória operacional) 
Palavra falada/ onda 
sonora 
Input 
visual/auditivo/tátil 
Representação 
visual/auditiva/tátil 
Input 
visual/auditivo/tátil 
Aquilo que os 
jogadores correm atrás 
no jogo de futebol 
PRODUÇÃO DA LINGUAGEM 
ORAL 
• Produção de sentença: 
–Construção da estrutura sintática 
–Produção dos papéis temáticos 
 
mensagem seleção de fonemas e 
seqüencialização estrutura 
gramatical fala 
Mansur e Radanovic (2004) 
F
lu
x
o
 d
a
 i
n
fo
r
m
a
ç
ã
o
 d
u
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a
n
te
 
a
 c
o
n
v
e
r
s
a
ç
ã
o
 
PROCESSAMENTO DA 
PALAVRA FALADA 
compreensão produção 
entrada 
auditiva 
gestos 
articulatórios 
processamento 
acústico fonético 
fonemas 
sílabas 
acesso lexical 
auditivo 
formas fonológicas 
das palavras 
acesso léxico-
semântico 
significado 
das palavras 
acesso léxico-
semântico 
formas fonológicas 
das palavras 
planejamento da 
saída fonológica 
características 
fonéticas 
planejamento 
articulatório 
Mansur e 
Radanovic (2004) 
PROCESSAMENTO DE 
LEITURA 
 
Palavra escrita 
(entrada visual) 
Reconhecimento 
de letras 
Conversão 
grafema-fonema 
Análise lexical 
Análise 
semântica 
Ellis e Young (1988) 
leitura de palavras 
irregulares 
leitura de não palavras e 
regulares 
 Palavra ouvida 
Léxico de entrada 
auditiva 
Sistema 
semântico 
Léxico de saída 
da fala 
Léxico de saída 
grafêmico 
Fonemas 
Conversão 
grafema-fonema 
Palavra 
escrita 
Grafema 
Movimentos 
manuais 
PROCESSAMENTO DE 
ESCRITA 
Ellis e Young (1988) 
Via 
perilexical 
• Objetivos: 
– Determinar se o indivíduo é “normal” 
 
– Estabelecer um diagnóstico diferencial 
 
– Estabelecer quais as habilidades 
linguísticas preservadas e os déficits 
presentes 
 
– Determinar a habilidade residual do 
paciente em comunicar-se 
AVALIAÇÃO 
• Anamnese: 
– Queixa 
– Duração e evolução 
– História pregressa da queixa 
◊ história médica/ clínica (medicações) 
◊ investigação das manifestações 
fonoaudiológicas: fala, degl, audição, memória 
– Ambiente familiar 
– Atividades 
– Exames complementares 
AVALIAÇÃO 
AVALIAÇÃO 
• Fala espontânea: dirigida, não dirigida 
• Compreensão oral e escrita: estímulos por 
entrada auditiva e visual (fonema, grafema, 
palavra, frase, texto) 
• Repetição: fonema, palavra e frase 
• Leitura oral: grafema, palavra, frase, texto 
• Nomeação: confrontação visual e nomeação 
responsiva 
• Escrita: cópia, ditado e expressão escrita 
 
• Sintomas associados: hemiparesias, 
hipoestesias, apraxias, hemianopsias, 
agnosias... 
AVALIAÇÃO 
FONOAUDIOLÓGICA 
• Testes desenvolvidos em língua 
estrangeira: diferenças sócio-culturais 
 
IMPORTANTE 
• Identificação precoce da alteração de 
linguagem, diagnóstico e tratamento são 
passos importantes para maximizar os 
ganhos da reabilitação 
 
 
 
 
 
 
Ferramentas com alta 
sensibilidade, 
especificidade e 
adequadas ao 
contexto 
• Teste de Boston para diagnóstico das afasias (Goodglas e 
Kaplan, 2001) 
 Radanovic, M., Mansur, L.L. e Scaff, M. Normative data for the Brazilian population 
in the Boston Diagnostic Aphasia Examination: influence of schooling. Braz J Med 
Biol Res;v.37, n.11, p. 1731-8, 2004. 
- Teste de Nomeação de Boston 
 Mansur, L et al. Teste de nomeação de Boston: desempenho de 
uma população de São Paulo. Pró-Fono, v.18, n.1, 2006. 
 
• Teste Token (De Renzi e Vignolo, 1962) 
• Teste Minnesota para diagnóstico diferencial da afasia 
(Schuell, 1973) 
• Índice Porch de habilidade comunicativa (PICA – Porch, 
1967) 
• Bateria Western (Kerstez, 1982) 
• Teste Rio de Janeiro (Jakubovicz, 2005) 
 
 
 
AVALIAÇÃO 
• Teste de Boston para diagnóstico das 
afasias: geral 
 
– Produção Discursiva: conversação e 
narração– Compreensão Auditiva: 
 Discriminação auditiva 
 Identificação de partes do corpo 
 Ordens verbais; 
 Material ideacional complexo 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO 
• Token test: compreensão oral. 
Diferencia alterações de memória 
de curta duração de déficit de 
compreensão. 
 
AVALIAÇÃO 
FLUÊNCIA VERBAL POR 
CATEGORIA SEMÂNTICA 
 
TESTE DE FLUÊNCIA VERBAL 
CATEGÓRICA – animais 
Comando: “Você deve falar todos 
os nomes de animais de que se 
lembrar, o mais rápido possível. 
Qualquer bicho vale: insetos, 
aves, peixes, bichos de quatro 
patas. Quantos mais você falar, 
melhor. Pode começar”. 
 
*Cronometrar 60 segundos para 
esta tarefa. 
 
 
 
Pontuação: 
 
 Considerar “boi e vaca” como dois 
animais, mas “gato e gata” como 
um só. 
 A classe (peixe, passarinho, 
inseto, etc) vale como 1 ponto se 
não houver outros nomes da 
mesma classe (peixe, baleia, 
tubarão, sardinha). 
 
TESTE DE FLUÊNCIA VERBAL 
CATEGÓRICA – animais 
FLUÊNCIA VERBAL POR 
CATEGORIA FONÊMICA 
TESTE DE FLUÊNCIA 
VERBAL FONÊMICA – FAS 
Instruções: 
• “Eu vou lhe dizer uma letra e 
gostaria que o/a senhor/a me 
dissesse o maior número de 
palavras que começarem com a 
letra. Mas não diga nomes 
próprios (ex.: nomes de pessoas, 
de cidades, de marcas) nem 
palavras derivadas (ex.: pedra, 
pedreira, pedregulho, pedreiro, 
etc). Diga o mais rápido que 
puder. Está pronto? Pode 
começar!” Iniciar o cronômetro 
TESTE DE FLUÊNCIA 
VERBAL FONÊMICA – FAS 
Correção do teste: 
 
• A pontuação final para cada letra é o resultado 
da soma do número de palavras citadas pelo 
sujeito, com exceção de nomes próprios e 
palavras derivadas. Em caso de produção 
repetida de alguma palavra já dita e que possa 
ter sentido diferente à anterior, ao final do teste 
o examinador deverá questionar o sujeito sobre 
os significados das palavras referidas. Aquelas 
palavras ditas mais de uma vez que possuem o 
mesmo sentido são pontuadas apenas uma vez. 
A soma dos subtotais das três letras resulta na 
pontuação final do sujeito no teste. (Strauss 
et al., 2006). 
 
• Obs.: REGISTRAR TODAS AS RESPOSTAS, 
INCLUSIVE AQUELAS PALAVRAS QUE NÃO 
COMEÇAM COM A LETRA ESPERADA. 
• Critérios quantitativos são 
insuficientes para qualquer 
interpretação sobre a linguagem e a 
comunicação 
 
• Critérios qualitativos, considerados 
isoladamente, não satisfazem a 
necessidade de se verificar 
intensidades de alterações de 
linguagem ou para medir a eficácia 
de intervenções 
AVALIAÇÃO 
AVALIAÇÃO 
Avaliação 
quantitativa 
Avaliação 
qualitativa 
Avaliação ideal 
AVALIAÇÃO 
• Avaliações livres 
• Testes específicos (permite a 
identificação e classificação dos 
sintomas) 
 
 
somam-se ao local de lesão para 
descrição do quadro sindrômico 
AVALIAÇÃO FUNCIONAL 
• Habilidades pragmáticas 
 - Inicia tópico na comunicação? 
 - Respeita troca de turno comunicativo? 
 - Mantém o tópico na comunicação? 
 - Utiliza gestos indicativos, representativos e 
simbólicos? 
 
• Discurso 
 - Narrativo 
 - Descritivo 
 - Argumentativo 
 - Procedimento 
 
ANÁLISE DE CONVERSAÇÃO 
• Evidencia: 
 - impacto dos prejuízos linguísticos na 
conversação 
 - estratégias empregadas para lidar 
com os mesmos 
 - viabilidade dos resultados 
 - acurácia da percepção do cuidador 
 - observação de dados não relatados 
 - minúcias da interação 
ANÁLISE DE CONVERSAÇÃO 
• Possibilita: 
 - estruturação de programa direcionado às: 
 - dificuldades lingüísticas e não-
lingüísticas 
 - estratégias empregadas pelo afásico e 
seu cuidador 
• Permite: 
 - investigação da comunicação no cotidiano 
do afásico, o que nem sempre é possível ser 
observado em avaliações diretas 
SEMIOLOGIA 
• Mutismo 
• Estereotipia 
• Jargão 
• Logorréia 
• Ecolalia 
• Circunlóquio 
• Perseveração 
• Anomia 
• Paráfrase 
 
 
•Parafasias : 
 fonêmicas (janela/canela) 
 semântica (janela/ porta) 
 verbal (óculos/ mesa) 
•Paralexia 
•Paragrafia 
•Dissintaxia 
•Agramatismo 
filme 
filme filme 
filme 
../Filmes linguagem/Marluce parafasia semântica.MPG
../Filmes linguagem/Vera conversa espontânea.MPG
../Filmes linguagem/Marluce preseveração.MPG
../pctes particulares/Cláudio Af Wernecke/Claudio Werneck cv espontanea jargao.m4a
DISLEXIA 
 
 
via perilexical/ 
fonológica 
via lexical 
leitura de não palavras e 
regulares 
leitura de palavras 
irregulares 
DISLEXIA 
• Dislexias centrais: ruptura na via perilexical ou lexical 
 
– Profunda: erros semânticos (paralexias). Dificuldade com 
palavras abstratas e funcionais (artigos, pronomes...). Não 
conseguem ler não-palavras 
 
– Fonológica: dificuldade na conversão letra-som. 
Transformação de não-palavras em palavras reais 
 
– Assemântica: não entendem as palavras lidas 
 
– Superfície: leitura de não-palavras preservada. 
Incapacidade com palavras irregulares 
DISGRAFIA 
• Disgrafias centrais: alteração no processamento linguístico 
(fonológica, lexical, semântico..) 
 
– Lexical: disfunção na via lexical. Utilizam a via 
fonológica. Dificuldade na soletração oral, na escrita de 
palavras irregulares e cometem erros de regularização 
 
– Semântica: dissociação entre o léxico e o semântico. 
Escrevem palavras sem saber seu significado 
 
– Fonológica: alteração na rota fonológica – dificuldade 
na escrita de palavras não familiares e de não-palavras 
 
– Profunda: alteração na rota fonológica e dificuldade no 
uso da rota lexical 
 
 
filme 
../Filmes linguagem/Jovelina prova escrita Boston.MPG
SEMIOLOGIA 
• Fala espontânea (fluência) 
• Compreensão da linguagem falada 
• Repetição 
• Nomeação 
 
SEMIOLOGIA 
 
 
FLUENTE NÃO FLUENTE 
NÚMERO DE 
PALAVRAS 
100 a 200 <50 
PROSÓDIA normal disprosódia 
ARTICULAÇÃO normal disartria 
ESFORÇO 
INICIAL 
normal grande 
EXTENSÃO DAS 
FRASES 
5 a 8 palavras curta (1 palavra) 
CONTEÚDO 
PALAVRAS 
faltam 
substantivos 
faltam palavras 
funcionais 
PARAFASIAS freqüentes raras 
AFASIA 
• Classificação: descrição sindrômica X 
lesão anatômica 
 
• Lesões anteriores à 
fissura Sylviana 
(Afasias não-fluentes) 
• Lesões posteriores à 
fissura Sylviana 
(Afasias fluentes) 
 
AFASIA 
Lesões anteriores -Afasia de Broca 
-Afasia Transcortical 
Motora 
Lesões posteriores -Afasia de Wernicke 
-Afasia Transcortical 
Sensorial 
-Afasia de Condução 
Lesões combinadas -Afasia Global 
-Afasia Transcortical 
Mista 
-Afasia Anômica 
TAXONOMIA 
Broca Transcortical 
Motora 
Fluência não não 
Compreensão varia em fç do 
agramatismo 
satisfatória 
Repetição ruim sim 
Nomeação ruim prejudicada 
Característica 
típica 
agramatismo ecolalia e 
simplificação 
gramatical 
TAXONOMIA 
Wernicke Transcortical 
Sensorial 
Condução 
Fluência sim sim sim 
Compreensão não não sim 
Repetição ruim boa ruim 
Nomeação ruim ruim ruim 
Característica 
típica 
jargão parafasias 
semânticas 
parafasias 
fonêmicas 
TAXONOMIA 
Global Transcortical 
Mista 
Anômica 
Fluência não não sim 
Compreensão ruim ruim satisfatória 
Repetição não sim sim 
Nomeação não não não 
Característica 
típica 
estereotipia ecolalia circunlóquios 
AFASIA SUBCORTICAL 
• Afasia talâmica: 
– Anomia 
– Alteração de repetição 
– Alteração de compreensão 
– Redução da fluência 
– Parafasia semântica 
– Perseveração e ecolalia 
 
• Afasia não talâmica: 
– Alterações motoras-articulatórias 
– Dificuldades lexicais 
Melhor 
prognóstico 
LESÃO EM HEMISFÉRIO 
DIREITO 
• Afasia 
 
• Alterações da comunicação 
 
• Principais funções: atenção e 
habilidades visuo-espaciais 
 
• Afasia cruzada 
LESÃO EM HEMISFÉRIO 
DIREITO 
• Maiores dificuldades: 
– Gestos 
– Linguagem corporal 
– Expressão facial 
– Prosódia 
– Relações entre personagens e papéis 
dos interlocutores 
– Nuances de humor e ironia 
– Apreensão do tema central de uma 
conversa 
– Relevâncias do discurso 
– Prosódia emocional 
TERAPIA 
• Variáveisrelacionadas à sua 
recuperação 
 - idade 
 - educação 
 - dominância manual 
 - local e extensão da lesão 
 - quadro clínico 
 - tempo de recuperação 
 
• Variáveis psicossociais 
• Objetivos: 
–mudanças no uso da linguagem/ 
comunicação 
–ajustamento social 
– inclusão social 
TERAPIA 
• Objetivos específicos: 
–maximizar a compreensão oral 
– facilitar o acesso lexical 
– reorganizar a sintaxe 
– reorganizar a programação práxica 
oral 
–estimular as funções pragmáticas 
– reorganizar os sistemas de leitura e 
escrita 
TERAPIA 
• Recuperação espontânea: principalmente nos 6 
primeiros meses após a lesão (lesões 
pequenas), mas pode ser considerada em até 2 
anos (lesões maiores). 
 
• Na maioria dos casos essa recuperação é 
parcial, porém facilitada pelo auxílio da 
reabilitação específica. 
 
 (Bhogal, Teasell e Speechley, 2003; Meinzer et al., 2005) 
 
REABILITAÇÃO 
FONOAUDIOLÓGICA 
– Principal objetivo: melhorar a comunicação do paciente, 
considerando sua adaptação psicológica, emocional, familiar e 
social. Também: mudanças no uso da linguagem/ 
comunicação, ajustamento social e inclusão social. 
• Cada paciente apresenta seu histórico de vida, distúrbio de 
linguagem, aspectos sociolinguísticos: elaboração de plano 
terapêutico individualizado baseado nas propostas/técnicas 
terapêuticas conhecidas. 
• Dentro da visão da linha cognitivista, uma avaliação detalhada 
da disfunção possibilita a identificação dos mecanismos 
cognitivos comprometidos e íntegros, permitindo planejar a 
reabilitação a partir das dificuldades ou por meio de 
mecanismos preservados para compensar a disfunção. 
 
Mansur e Machado, 2004; Peña-Casanova e Pulido, 2005; Parente e Senaha, 2005 
 
REABILITAÇÃO 
FONOAUDIOLÓGICA 
REABILITAÇÃO 
FONOAUDIOLÓGICA 
• Variáveis relacionadas à recuperação da 
linguagem 
 - idade; educação; dominância manual; 
local e extensão da lesão; quadro clínico; 
tempo de recuperação + variáveis 
psicossociais 
 
• A consideração de todos estes parâmetros 
é responsável por grande dificuldade 
metodológica quando se realiza pesquisas 
sobre eficácia terapêutica 
 
 (Boissezon et al., 2007; Berthier, 2005) 
EFICÁCIA 
TERAPÊUTICA 
• Observa-se que quanto mais intensivas são as 
estimulações (mais horas em menos semanas), 
mais positivos são os resultados, também nos 
casos crônicos (Bhogal, Teasell e Speechley, 
2003; Meinzer et al., 2005) 
 
• Revisão de literatura no MEDLINE sobre terapia 
de afasia após AVE (1975 – 2002): 10 artigos. 
• Tratamento intensivo (p. ex., 4 dias/semana, 
pelo menos 2h/dia) por um curto período de 
tempo é + eficaz do que o mesmo número de 
sessões espaçadas ao longo do tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A meta-analysis of clinical 
outcomes in the treatment of 
aphasia 
 Robey RR. J Speech Lang Hear Res;41(1):172-87, 1998 
 
• 55 estudos 
 - resultados dos pacientes tratados foram sempre 
superiores àqueles dos não tratados em todos os 
estágios de recuperação 
 - quando o tratamento começava na fase aguda a 
recuperação dos pacientes tratados era quase duas 
vezes maior a dos não tratados 
 - tratamento de, no mínimo, 2 horas por semana 
provocou mudanças superiores ao tratamentos mais 
curtos 
 - terapia intensiva em curto período de tempo provê 
mais mudanças do que estímulos menos intensivos em 
maior tempo. 
 
ESCOLHA 
• Qual a melhor abordagem para o 
paciente hospitalizado, em fase 
aguda??? 
DISTÚRBIO 
LINGUÍSTICO-COGNITIVO 
TCE 
• Afasia: quando há lesão focal 
(hematoma subdural, p ex) 
 
• Lesões axionais difusas: déficits 
múltiplos; alterações cognitivas e 
comportamentais freqüentes 
– alterações de comunicação 
(déficit linguístico-cognitivo) 
TCE 
• Diversidade de achados clínicos 
• Variedades principais de alterações 
da comunicação: 
– pctes que falam bastante, com 
informações irrelevantes e 
tangenciais, sem respeitar o 
tópico 
– pctes que falam pouco, em 
quantidade e variedade de 
informação, com pausas longas 
 e repostas incompletas 
– pctes cujo discurso é confuso e 
desorganizado, com 
confabulações 
 
 
Mansur e Radanovic (2004) 
ALTERAÇÕES DE 
LINGUAGEM 
DEMÊNCIAS 
71 
AUMENTO DO NÚMERO DE 
IDOSOS 
• ↓ Taxas de natalidade + mortalidade infantil 
• ↑ Expectativa de vida no Brasil 
• Censo demográfico de 2000: 15 milhões de 
pessoas (8,6% da população brasileira) 
• 2004: Expectativa de vida  71,7 anos 
• Deverá ocorrer na América Latina um aumento 
de 412% na população idosa até o ano de 2025 
 - No Brasil, a cada ano são incorporados à 
população 650 mil idosos e a tendência é que o 
país seja o sexto maior em número de idosos 
no mundo até 2025 
• 2050: 81,3 anos 
 
72 
CONSEQUÊNCIAS 
• Maior risco de surgimento de doenças 
do envelhecimento 
• Cardiovasculares: hipertensão e o 
diabetes, que podem evoluir para a 
insuficiência cardíaca. 
• Neurodegenerativas: Doença de 
Alzheimer, Doença de Parkinson, entre 
muitas outras 
• Depressão: > 25% da população idosa 
mundial 
– Pode tornar o idoso dependente de outras 
pessoas e incapacitá-lo para a realização de 
suas atividades diárias. 
• Câncer 
• Síndrome 
 
• CID-10 e a DSM-IV indicam que o diagnóstico 
deve basear-se na presença de: 
 
 - declínio da memória e de outras funções 
corticais superiores como linguagem, práxis, 
capacidade de reconhecer e identificar objetos, 
abstração, organização, capacidade de 
planejamento e seqüenciamento 
 
 - além disso, esse comprometimento intelectual 
deve ser suficientemente grave para interferir com 
as atividades de vida diária do indivíduo 
DEMÊNCIAS 
DEMÊNCIAS 
• Causas: 
–doenças degenerativas primárias 
do SNC (demências corticais): 
Doença de Alzheimer (DA), 
Demência Fronto-Temporal 
–doenças vasculares 
– Potencialmente reversíveis: 
– alterações metabólicas 
– alcoolismo 
– doenças infecciosas 
– entre outras 
 
 
DA: 60% 
de todas as 
demências 
2ª > causa 
 
 
 
• Critérios diagnósticos para todas as causas de 
demência: existem sintomas cognitivos ou 
comportamentais (neuropsiquiátricos) que: 
– interferem com a funcionalidade no trabalho ou em 
atividades habituais, e 
– representam um declínio em relação aos níveis 
anteriores de funcionamento e execução, e 
– não são explicadas por delírio ou transtorno 
psiquiátrico maior; 
– o comprometimento cognitivo é detectado e 
diagnosticado através da combinação de anamnese e 
avaliação cognitiva objetiva ou exame do estado 
mental ou testes neuropsicológicos 
 
– o comprometimento cognitivo ou 
comportamental envolve um mínimo de 
dois dos seguinte domínios: 
Prejuízo na capacidade de adquirir e 
lembrar novas informações 
Dificuldade no raciocínio e em tarefas 
complexas, julgamento pobre 
Déficits visuo-espaciais 
Alterações de linguagem 
Mudanças na personalidade ou 
comportamento 
 
 
• A DA provável é diagnosticada quando o paciente: 
tem os critérios para demência descritos E: 
– Início insidioso 
– Piora da cognição 
– Os déficits cognitivos iniciais e mais proeminentes são 
evidentes na história e exame de uma das seguintes 
categorias: apresentação amnésica (inclui déficit na 
aprendizagem e recordação de informação 
recentemente. Também deve haver evidências de 
prejuízo em outro domínio cognitivo); apresentação 
não amnésica (maior prejuízo linguístico,visuo-
espacial ou executivo, além de alteração em outro 
domínio) 
 
 
– O diagnóstico de demência DA provável não deve 
ser aplicado quando há evidência de: doença 
cerebrovascular ou demência com corpos de 
Lewy ou características da variante 
comportamental da DFT ou características de 
APP ou evidência de outra doença neurológica 
ativa ou comorbidade ou uso de medicação que 
poderia ter um substancial efeito sobre a 
cognição 
 Essencialmente 
clínico 
 
DEMÊNCIA DO TIPO 
ALZHEIMER 
 
• Doença neurodegenerativa com declínio lento e 
progressivo (podem haver períodos de relativa 
estabilidade clínica) 
 
• Quadro clínico: 
– Alterações cognitivas e comportamentais 
– Declínio da memória episódica + desorientação 
espacial 
– Preservação do funcionamento motor e 
sensorial (fases iniciais a moderadas da 
doença) 
– Evolução do quadro: Alterações de linguagem 
(principalmente anomia), comprometimento de 
funções executivas e de habilidades visuais-
espacias 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
• O diagnóstico de DA exige comprovação objetiva 
do comprometimento funcional e cognitivo 
 
• Avaliação cognitiva no diagnóstico de demência: 
– Instrumentos de rastreio 
– Avaliação neuropsicológica complementar 
 biomarcadores 
• Diagnóstico definitivo: 
– Autópsia cerebral (enovelados neurofibrilares - 
alterações intracelulares; placas de proteína β 
amilóide - extra celulares) 
 
 
 
 
 
DEMÊNCIA DO TIPO 
ALZHEIMER 
• Dificuldade na memória episódica 
 
• Desorientação temporo espacial 
 
• Compreensão: 
– Dificuldade com sentenças complexas 
 
• Produção oral: 
– Ausência de dificuldades fonéticas e 
fonológicas 
– Dificuldade léxico-semânticas 
– Dificuldades discursiva (para introduzir e 
mudar de tópico; pobreza de elaboração) 
 
 
DEGENERAÇÃO LOBAR 
FRONTOTEMPORAL 
ou 
DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL (DFT) 
• Prevalência: 13,3% entre os pacientes 
com demência pré-senil 
• Idade de início 45- 70 anos 
• Duração média da doença: 8,3 anos 
 
DEMÊNCIA 
FRONTOTEMPORAL (DFT) 
• Características clínicas iniciais: mudança de 
comportamento e julgamento > problemas de 
memória e orientação. Habilidades visuoespaciais 
preservadas 
• Mudanças de personalidade (podem preceder as 
alterações intelectuais): desinibição, impulsividade, 
impersistência, inquietude, perda do julgamento e 
insight, labilidade emocional, perda da 
espontaneidade, apatia, desinteresse, passividade, 
perda de motivação, afastamento social e 
ocupacional são notados precocemente 
• Alteração do comportamento alimentar (preferência 
por doces) 
AFASIA PROGRESSIVA 
PRIMÁRIA 
• Subtipo da Degeneração Lobar Fronto 
Temporal 
 
• Distúrbio de linguagem em que há 
início gradual e piora progressiva do 
campo da linguagem, mas sem 
alterações inicialmente em outras 
funções cognitivas ou 
comportamentais, preservando a 
autonomia do paciente por vários anos, 
mas com prejuízos comunicativos 
evidentes. 
 (GROSSMAN, 2010) 
 
 
Critérios básicos para 
diagnóstico clínico de APP 
(Mesulan, 2001 e 2003) 
• Inclusão (todos os critérios devem ser respondidos 
positivamente): 
1- As dificuldades linguísticas são as mais proeminentes 
2- Estas dificuldades são as principais causas dos 
prejuízos nas AVDs 
3- Afasia é o sintoma inicial do quadro 
 
• Exclusão (todos os critérios devem ser respondidos 
negativamente): 
 1- padrão de déficits é melhor explicado por outra doença 
(mesmo psiquiátrica) 
 2- prejuízo inicial na memória episódica, memória visual e 
visuo percepção 
 3- alterações comportamentais iniciais 
 
 
Não fluente / 
Variante agramática 
I- Diagnóstico clínico 
 
Pelo menos 1 das seguintes características: 
 1- agramatismo na produção da lgg oral 
 2- apraxia de fala 
Pelo menos 2 das seguintes características: 
 1- prejuízo na compreensão de sentenças 
sintaticamente complexas 
 2- compreensão de palavra isolada 
preservada 
 3- conhecimento de objeto preservado 
filme 
filme 
filme 
../Ambulatório HC/Pacientes/APPNF Jose Dionisio/Jose dionisio cv espont.m4a
../Ambulatório HC/Pacientes/APPNF Cília/Conversa espontanea editado - com legenda.wmv
../pctes particulares/APP Ana Lucia Vieira/APPNF Ana Lucia1 pataka.m4a
Variante semântica 
I- Diagnóstico clínico 
 
Ambas características devem estar presentes: 
 1- nomeação por confrontação prejudicada 
 2- compreensão de palavra isolada 
prejudicada 
Pelo menos 3 das seguintes características: 
 1- prejuízo no conhecimento de objeto 
 2- dislexia de superfície 
 3- repetição preservada 
 4- aspectos motores da fala preservados 
 
áudio 
../pctes particulares/APPS Sandra Halab/APPS Sandra2.m4a
Variante logopênica 
I- Diagnóstico clínico 
 
Ambas características devem estar presentes: 
 1- prejuízo no acesso lexical na fala 
espontânea e na nomeação 
 2- repetição de frases prejudicada 
Pelo menos 3 das seguintes características: 
 1- erros fonológicos na fala espontânea e 
nomeação 
 2- compreensão de palavra isolada e de 
conhecimento de objeto preservadas 
 3- aspectos motores da fala preservados 
 4- ausência de agramatismo franco 
filme 
filme 
../Ambulatório HC/Pacientes/APPL Lucimario Martins Oliveira/app lucimario.m4a
../Ambulatório HC/Pacientes/APPL Conceição/APPL Conceição repetição2.MOV
INTERVENÇÃO 
FONOAUDIOLÓGICA 
• Diferentemente dos pacientes com DA, 
que não são capazes de reter 
informações, pacientes com APP 
conseguem lembrar e avaliar eventos 
recentes, mesmos não sendo capazes de 
expressar isso verbalmente 
 
ALTERAÇÕES DE FALA 
DISARTRIA 
OU 
DISARTROFONIA 
FALA 
• Fenômeno motor complexo que viabiliza 
a expressão da linguagem, mediada pelo 
código/língua, nas trocas comunicativas 
 
• Comportamento complexo cuja 
produção requer a contração 
coordenada de músculos 
 
 controlada por impulsos nervosos que se 
originam em áreas motoras do córtex e 
transmitida aos músculos através das 
vias motoras 
NEUROANATOMIA 
 
 
 
 
 
 
 
•Sistema Nervoso – divisão anatômica: 
 
 ◊ Sistema Nervoso Central 
 - Encéfalo 
 - Cérebro 
 - Cerebelo 
 - Tronco Encefálico 
 - mesencéfalo 
 - ponte 
 - bulbo 
 - Medula Espinhal 
NEUROANATOMIA 
◊ Sistema Nervoso Periférico 
 -Nervos 
 - Espinhais 
 - Cranianos 
 - Gânglios 
 - Terminações nervosas 
• Áreas motoras do córtex cerebral: nível 
mais elevado do controle motor 
 
• Início da atividade muscular voluntária 
 
• Controla os neurônios 
motores inferiores através 
das vias motoras descendentes 
diretas (sist piramidal) ou das 
vias motoras descendentes 
indiretas (sist extra-piramidal) 
NEUROANATOMIA 
NEUROANATOMIA 
- Área pré-frontal: planejamento 
da ação 
- Área pré-motora: elaboração da 
sequência de movimentos 
- Córtex motor primário: inicia o 
movimento 
 
 
 tronco e medula 
NEUROANATOMIA 
NEUROANATOMIA 
• Neurônios motores superiores: 
neurônios das vias motoras 
descendentesdiretas e indiretas 
 
• Lesões levam a: 
–Paralisia espástica ou paresia 
dos músculos envolvidos 
–Pouca (ou nenhuma) atrofia 
muscular 
–Reflexos de estiramento de 
músculos 
–Reflexos patológicos 
• Neurônios motores inferiores: conectam o 
SNC às fibras musculares esqueléticas, 
para sua contração 
 
• Originam-se no tronco encefálico ou na 
medula espinhal 
 
• Controlados pelas áreas motoras do córtex 
cerebral, através das vias motoras 
descendentes diretas ou das descendentes 
indiretas 
 
 
 
 
NEUROANATOMIA 
• Lesão em nervo craniano: lesão em 
neurônio motor inferior -» interrupção 
na condução de impulsos do SNC até os 
músculos 
 
• O que leva a: 
– Controle voluntário dos músculos 
envolvidos 
– Hipotonia 
– Fraqueza muscular 
– Perda ou redução de reflexos 
musculares 
– Atrofia dos músculos 
– Fasciculações 
 
NEUROANATOMIA 
NEUROANATOMIA 
• Cerebelo: coordenação da contração 
muscular; monitora e ajusta as 
atividade motoras 
 
• Tronco encefálico: mesencéfalo, 
ponte e bulbo 
 
• Bulbo: tratos motores descendentes 
 decussação das pirâmides 
 
 
 
NEUROANATOMIA 
• Disartria: lesão no córtex até na 
junção neuromuscular 
FATORES ETIOLÓGICOS 
• TCE 
• Lesões vasculares 
• Miastenia Grave 
• ELA 
• Doença de Parkinson 
• Síndrome de Guillain-Barré 
DISARTRIA (Darley, 1978) 
• Alterações que resultam de 
transtornos do controle muscular 
 
• Como há uma lesão do SNC ou 
periférico, há um certo grau de 
debilidade, lentidão, incoorde-
nação ou alteração de tônus 
muscular 
TIPOS DE DISARTRIA 
Tipos Local da lesão 
Disartria espástica Neurônios motores superiores 
Disartria flácida Neurônios motores inferiores 
Disartria hipocinética Núcleos da base e núcleos do 
tronco encefálico 
Disartria hipercinética Núcleos da base e núcleos do 
tronco encefálico 
Disartria atáxica Cerebelo e/ou conexões 
Disartria mista: 
-flácida-espástica 
-flácida-espástica-atáxica 
Neurônios motores sup e inf 
Cerebelo, neurônios motores 
sup e inf 
• Cada uma delas tem um componente maior, 
que se destaca, diferenciando uma da outra 
 
• O importante não é diagnosticar um quadro 
disártrico e sim saber qual dos componentes 
da fala está mais prejudicado 
 elemento que vai conduzir a terapia 
 
• Os componentes juntos darão o grau de 
inteligibilidade de fala 
TIPOS DE DISARTRIA 
AVALIAÇÃO 
• Avaliação estrutural: 
–Postura e simetria 
–Musculatura orofacial 
respiração fonação articulação 
ressonância prosódia 
ANÁLISE PERCEPTIVA DA 
FALA (Murdoch, 2005) 
• Respiração: 
–Suporte respiratório para a fala 
–CPFA 
– Loudness 
–Estruturação de frases e padrão 
respiratório 
ANÁLISE PERCEPTIVA DA 
FALA (Murdoch, 2005) 
• Fonação: 
–Qualidade vocal (aspereza, tensa, 
estrangulada, soprosidade, rouquidão...) 
–Pitch 
– Loudness 
ANÁLISE PERCEPTIVA DA 
FALA (Murdoch, 2005) 
• Ressonância: 
– Hipernasalidade 
– Hiponasalidade 
 
• Articulação: 
– Precisão consonantal/ inteligibilidade de fala 
– Extensão do fonema 
– Precisão de vogais 
– Interrupção articulatória irregular 
– Velocidade 
 
 
 
ANÁLISE ACÚSTICA 
• Determina alterações no sinal da fala 
 
• Permite relação entre os 
componentes perceptivos, acústicos 
e fisiológicos 
 
• Procedimento: capturar o sinal de 
fala para análise posterior 
 
sistemas de computador e programas 
 
 
DISARTRIA ESPÁSTICA 
• Etiologia: lesões bilaterais no n. motor 
superior - AVE, TCE, PC, tumor, infecção, 
doença degenerativa... 
 
• Manifestações: 
– mm. hipertônicos 
– hiperreflexia 
– paralisia facial bilateral 
– disfonia 
– bradicinesia 
– disfagia 
– fraqueza 
– extensão de movimento limitada 
DISARTRIA ESPÁSTICA 
• Características predominantes: 
– Consoantes imprecisas 
– Monopitch 
– Ênfase reduzida 
– Qualidade vocal áspera 
– Monoloudness 
– Pitch grave 
– Velocidade reduzida 
– Hipernasalidade 
– Qualidade vocal tensa-estrangulada 
– Frases curtas 
– Vogais distorcidas 
– Quebras de freqüência fundamental 
– Voz com soprosidade contínua 
 Darley, Aronson e Brown (1969) 
Alteração em todos os 
aspectos da fala: 
respiração, fonação, 
ressonância, 
articulação e prosódia 
DISARTRIA FLÁCIDA 
• Etiologia: lesão no n. motor inferior - 
infecções virais, tumor, trauma no nervo, 
Miastenia Gravis, síndrome de Moebius... 
 
• Manifestações: 
– mm. flácidos/hipotônicos 
– fraqueza muscular 
– perda ou redução dos reflexos musculares 
– atrofia muscular 
– fasciculação 
DISARTRIA FLÁCIDA 
• Características: variam dependendo do tipo 
de nervo afetado e do grau de fraqueza 
– pode acometer um ou todos subsistemas 
da fala 
– o dano pode ocorrer em um único nervo 
craniano, responsável por um grupo 
muscular isolado 
 
• Músculos da fala: inervados pelo V, VII, IX, X, 
XI e XII 
 
DISARTRIA FLÁCIDA 
• Características predominantes: 
–hipernasalidade 
– consoantes imprecisas 
–monopitch 
–qualidade vocal desarmônica 
– frases curtas 
–monoloudness 
 
Darley, Aronson e Brown (1969) 
DISARTRIA FLÁCIDA 
• Características predominantes: 
– vedamento labial deficiente 
– anormalidade labial em repouso 
– anormalidade na distensão labial 
– salivação 
– elevação reduzida da língua 
– anormalidade lingual em repouso 
– alternância deficiente dos movimentos da 
língua 
– tempo de fonação reduzido 
– inteligibilidade deficiente 
 
Enderby (1986) 
DISARTRIA ATÁXICA 
• Etiologia: lesão focal no cerebelo e/ou suas 
conexões – AVE, TCE, tumor, Esclerose 
Múltipla, neurotoxidade, encefalite... 
 
• Manifestações: 
– ataxia 
– hipotonia 
– nistagmo 
– início atrasado ou interrupção dos 
movimentos 
– tremor 
DISARTRIA ATÁXICA 
• Características predominantes: 
– Imprecisão articulatória: nas consoantes, 
desarranjos articulatórios irregulares e 
vogais distorcidas 
 
– Excesso prosódico: excesso de 
entonação, fonemas prolongados, 
intervalos prolongados e velocidade lenta 
 
– Insuficiência fonatória-prosódica: 
aspereza, monopitch e monoloudness 
 Brown, Darley e Aronson (1970) 
filme 
../Filmes fala e disartria/Samuel/Samuel rezando.MPG
DISARTRIA HIPOCINÉTICA 
• Etiologia: Doença de Parkinson e 
Paralisia Supranuclear Progressiva 
 
• Sinais da DP: acinesia/bradicinesia, 
rigidez, tremor e alteração postural 
 
• Sinais da PSP: falta de firmeza, 
dificuldades visuais, oftalmoplegia, 
rigidez de pescoço e tronco superior 
• Características predominantes: 
– Monotonia do pitch e loudness 
– Diminuição no uso da entonação e ênfase 
– Qualidade vocal soprosa 
– Redução da intensidade vocálica 
– Velocidade de fala variável 
– Imprecisão consonantal 
– Suporte respiratório deficiente para a fala 
– Redução no tempo de fonação 
– Dificuldade no início da fala 
– Pausas impróprias 
DISARTRIA HIPOCINÉTICA 
Brown, Darley e Aronson (1969, 1975) 
Scott, Caird e Williams (1985) 
• Etiologia: qualquer processo que 
danifiquem os núcleos da base – dist 
vascular, traumático, metabólico, Doença 
de Huntington 
 
• Manifestações: 
– Movimentos involuntários anormais 
(membros, tronco, pescoço, face...), 
rítmicos ou irregulares, rápidos ou 
lentos 
 
 
DISARTRIA HIPERCINÉTICA 
esses movimentos variam em sua 
forma e local de acordo com as doenças 
 dos núcleos da base 
• Divisão 
Hipercinesia rápida 
Hipercinesia lenta 
• Porém, ambos os tipos de movimentos 
podem ser observados em um mesmo 
paciente 
 
 
DISARTRIA HIPERCINÉTICA 
• Hipercinesia rápida: 
– Mioclonia: contrações musculares 
súbitas, ocorrem irregularmente e 
podem ser repetitivos 
– Tique: movimentos complusivos, 
breves, recorrentes 
– Coréia: ação muscular isolada 
produzindo uma contração muscular 
incoordenada, rápida e imprevisível 
(mais lenta que mioclonia) 
 
DISARTRIA HIPERCINÉTICA 
Movimentos 
insustentados ou 
sustentados 
muito 
brevemente, com 
ocorrência 
aleatória 
DISARTRIA HIPERCINÉTICA 
• Hipercinesia lenta: 
–Atetose:movimentos contínuo, 
arrítmico, despropositado; 
cessam apenas durante o sono 
–Discinesia: movimento lento, 
repetitivo, torcido, flexionado e 
extensivo 
–Distonia: movimento lento e 
sustentado por período 
prolongado 
 
Movimentos 
sustentados 
por pelo 
menos 1 seg 
DISARTRIA MISTA 
• Combinação de 2 ou mais tipos de 
disartria 
• Duffy (1995) estudou 300 casos: 
–1/3 disartria mista 
–Mais comuns: 
 espástica-flácida 
 espástica-atáxica 
 espástica-hipocinética 
 espástica-flácida-atáxica 
 hipocinética-hipercinética 
DISARTRIA MISTA 
• ELA: desordem nos neurônios motor 
superior e inferior 
–Características clínicas: fraqueza 
muscular e atrofia, fasciculações, 
cãibra, disartria, disfagia, fadiga, 
espasmo, instabilidade emocional, 
hiper-reflexia e deficiência 
respiratória progressiva 
DISARTRIA MISTA 
• Disartria na ELA: pode inicialmente 
apresentar-se como flácida ou 
espástica, tendo predominância de 
um ou outro tipo com a evolução 
da doença 
filme 
filme 
../Filmes fala e disartria/Dayse disartria mista out_2005.mpeg
../Filmes fala e disartria/Dayse disartria mista abril 2006.mpeg
APRAXIA DE FALA 
APRAXIA 
• Lesão nas vias e áreas de 
planejamento/ associação motora 
 
• Controvérsias quanto ao local exato: 
 área de Broca 
 lobo parietal? 
APRAXIA 
(Wertz, LaPointe, Rosenbek, 1991) 
• Desordem articulatória resultante 
de prejuízo da capacidade de 
programar a posição da mus-
culatura da fala e seqüen-
cialização dos movimentos mus-
culares na produção voluntária 
dos fonemas, devido a lesão 
cerebral 
CARACTERÍSTICAS 
(Darley, 1969; Wertz, LaPointe, Rosenbek, 1991) 
• Erros fonêmicos: omissões, substituições, 
distorções, adições, repetições... 
 
• Erros são, aparentemente, aproximações 
da produção alvo 
 
• Inconsistência de erros 
 
• Erros aumentam de acordo com a 
complexidade e extensão da produção 
 
 
• Dissociação automático X voluntário 
 
• Consciência dos erros 
 
• Posição do som na palavra 
 
• Freqüência de ocorrência na linguagem 
 
• Maior facilidade em palavras com significado 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS 
(Darley, 1969; Wertz, LaPointe, Rosenbek, 1991) 
CARACTERÍSTICAS 
(Darley, 1969; Wertz, LaPointe, Rosenbek, 1991) 
 
• Fala: melhor com estímulo áudio-visual, do 
que com um dos dois isolados 
 
• A precisão é melhor na repetição que na fala 
espontânea 
 
• Tentativas repetidas de produzir um som 
 
• Alguns pacientes melhoram na segunda 
tentativa consecutiva 
 
 
AVALIAÇÃO 
• Fala funcional 
 
• Produção de sons isolados e cadenciados 
(diadococinesia) 
 
• Repetição de palavras com variação de freqüência 
e extensão 
 
• Repetição da mesma palavra em seqüência 
 
• Repetição de frases com variação de extensão 
 
• Repetição de não palavras 
filme 
../Filmes linguagem/Vera abril 2007/Vera pataka.MPG
AVALIAÇÃO 
• Produção de automatismos 
 
• Descrição de figuras 
 
• Leitura oral 
 
 
• Análise acústica 
• EMG 
 
Gravação 
Pistas 
Quais as melhores 
respostas e em 
quais condições??? 
DIFERENCIAÇÃO (Murdoch, 1997) 
• Entre apraxia de fala, afasia e disartria é basicamente: 
 
1 - Um conceito de produção da fala tem que ser formado 
e formulado simbolicamente por expressões como a fala 
- rompimento a esse nível é associado à afasia 
 
2 - O conceito de produção da fala simbolicamente formado 
tem que ser externalizado como a fala através das 
concorrentes funções motoras da respiração, fonação, 
ressonância, articulação e prosódia - rompimento a esse 
nível é associado à disartria 
 
3 - Anterior à externalização, como a fala, um programa 
tem que ser desenvolvido e determinar a seqüência das 
contrações musculares requerida para produzir som 
individual e palavras que incluam a produção da fala 
intencionada - rompimento a esse nível leva à apraxia 
de fala 
 
DIFERENCIAÇÃO 
AFASIA DISARTRIA APRAXIA 
Compreensão 
oral 
+ - + + 
Repetição + - mesmas características das 
demais produções verbais 
+ 
Nomeação + - mesmas características das 
demais produções verbais 
- 
Automatismo + - mesmas características das 
demais produções verbais 
+ 
Conversa 
espontânea 
+ - mesmas características das 
demais produções verbais 
- 
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
• Chapey, R. Language intervention strategies in aphasia and related 
neurogenic communication disorders. Lippincott Williams & Wilkins, 
2001. 
 
• Machado, T.H. e Mansur, L.L. Afasias: visão multidimensional da 
atuação do fonoaudiólogo. In: Ferreira, L.P. et al. Tratado de 
fonoaudiologia. São Paulo: Roca, 2004. 
 
• Mansur, L.L. e Radanovic, M. Neurolingüística: princípios para a 
prática clínica. São Paulo: edições inteligentes, 2004. 
 
• Murdoch B.E. Disartria: uma abordagem fisiológica para avaliação e 
tratamento. Lovise: São Paulo, 2005. 
 
• Ortiz, K.Z. Distúrbios neurológicos adquiridos: linguagem e cognição. 
Manole: São Paulo, 2005. 
 
• Teixeira, A. e Caramelli, P. Neurologia Cognitiva e do 
Comportamento. Revinter: Rio de Janeiro, 2012. 
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
• Nitrini, R., Caramelli, P. e Mansur, L.L. Neuropsicologia: das bases 
anatômicas à reabilitação. São Paulo: clínica neurológica do Hospital 
das Clínicas FMUSP, 1996. 
 
• Ortiz, K.Z. Alterações da fala: disartrias e dispraxias. In: Ferreira, 
L.P. et al. Tratado de fonoaudiologia. São Paulo: Roca, 2004. 
 
• Ponzio, J. et al. O afásico – convivendo com a lesão cerebral. São 
Paulo: Maltese, 1995. 
 
• Robin, D.A., Yorkston, K.M. e Beukelman, D.R. Disorders of motor 
speech. Paul H Brookes: London, 1996. 
 
• Wertz, R.T., LaPointe, L.L. e Rosenbek, J.C. Apraxia of speech in 
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