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6f8b45ed-f1ad-4170-a826-6c5b4921bc78 LEGISLAÇÃO E POLITICAS PUBLICAS DE INCLUSAO

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WBA0189_v2.0
APRENDIZAGEM EM FOCO
LEGISLAÇÃO E POLÍTICAS 
PÚBLICAS DE INCLUSÃO E 
MULTICULTURALIDADE
2
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Gleidis Roberta Guerra 
Leitura crítica: Carlos Eduardo Candido Pereira
A disciplina de Legislação, Políticas de Inclusão e Multiculturalidade tem 
como finalidade trazer a você alguns conceitos e fundamentos sobre 
educação multicultural, intercultural e inclusiva, com vistas a situar 
sobre tais influências no processo de formação do cidadão. Para 
isso, você conhecerá aspectos sobre multiculturalismo, adequação 
curricular e dos espaços, para possibilitar à escola se tornar uma 
instituição multicultural e inclusiva.
Saber sobre a adaptação curricular e os procedimentos inerentes a 
isso, proporciona à escola atender a todos os alunos. Tal perspectiva 
é essencial para sua formação. Somado a isso, pretende-se fazer 
com que você desenvolva o sentimento de empatia frente à 
diversidade humana.
Para além disso, trataremos das deficiências de maneira geral, 
apontando como e quando podem ocorrer as situações que 
apresentam suas causas e as formas de preveni-las, bem como, de 
maneira específica, conhecer as principais características e a forma 
de trabalhar com o aluno na sala de aula, que possui deficiência 
intelectual, física, visual e auditiva, não deixando de citar os quadros 
de transtorno do espectro autista e altas habilidades/ superdotação.
Para atender ao que se apresenta, o conteúdo da disciplina está 
dividido em quatro unidades temáticas. A primeira tratará de 
conceitos e fundamentos, essenciais para a compreensão do que é 
multiculturalismo e inclusão. Em seguida, serão estudados aspectos 
importantes da adequação curricular, que incidirá nas abordagens, 
posteriormente, a serem contempladas. Nas unidades 3 e 4, 
serão conhecidas as características principais de cada deficiência 
3
e do transtorno do espectro autista e das altas habilidades/ 
superdotação.
Deseja-se que ao final desta disciplina, você tenha muito mais 
conhecimento e segurança para atuar em uma perspectiva inclusiva 
e multicultural.
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira 
direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática 
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar 
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática 
profissional. Vem conosco!
Conceitos, fundamentos e políticas de 
educação multicultural, intercultural 
e inclusiva e sua influência no 
processo de formação do cidadão 
______________________________________________________________
Autoria: Gleidis Roberta Guerra 
Leitura crítica: Carlos Eduardo Candido Pereira
TEMA 1
5
DIRETO AO PONTO
A partir da década de 1990, as discussões sobre as questões de uma 
sociedade mais inclusiva e multicultural passaram a ser debatidas. 
O primeiro documento internacional, elaborado em uma Convenção 
sobre Educação, aconteceu na cidade de Jomtien, na Tailândia, 
e foi denominada Declaração Mundial sobre Educação Para 
todos. Neste local e data, discutiram o direito de todos, homens e 
mulheres, a serem educados em uma perspectiva da erradicação do 
analfabetismo no mundo.
Em 1994, a Declaração de Salamanca, documento publicado 
após uma convenção que ocorreu na cidade de mesmo nome, na 
Espanha, referendou o que já havia sido discutido na Convenção 
de Jomtien e incluiu as perspectivas de que todas as crianças, 
independentemente de suas características, deveriam estudar 
em um mesmo sistema de ensino. Com isso, crianças com e sem 
deficiência, que eram segregadas nas classes e escolas especiais 
passam a ter direito não apenas ao acesso, mas também à 
participação e aprendizagem nas escolas comuns.
Lembre-se de que a Declaração de Salamanca não fala apenas da 
inclusão das pessoas com deficiência, mas de todas as pessoas, 
respeitando e valorizando também a diversidade cultural.
Os países signatários da Declaração de Salamanca, entre eles, 
o Brasil, assumiram um compromisso internacional de levarem 
leis que garantissem o que foi posto neste documento. Assim, 
em nosso país, a partir desta data, várias leis foram promulgadas 
e garantiram, cada vez mais, a presença de crianças com 
deficiências, transtornos do espectro autista e altas habilidades/ 
superdotação nas escolas regulares, conforme podemos ver na 
linha do tempo abaixo:
6
Figura 1 – Linha do tempo legislação
Fonte: elaborada pelo autor.
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva veio para referendar o que estava posto na Declaração de 
Salamanca, transformando em lei aquilo que já era compromisso. 
Por outro lado, o Estatuto da Pessoa com Deficiência, ou Lei 
Brasileira de Inclusão, conseguiu reunir em um único documento 
todos os direitos das pessoas com deficiência nas mais diversas 
áreas, o que lhes dá maior poder de exigência.
No ano de 2020, entretanto, tivemos uma nova Política Nacional 
de Educação Especial, já não mais chamada de na perspectiva da 
Educação Inclusiva, pois incentiva que as crianças com deficiência 
devam retornar ao ensino segregado, em classes e escolas especiais, 
desconsiderando todo o trabalho e luta realizado desde 1994.
Essa Nova Política, suspensa em dezembro de 2020 por liminar do 
Supremo Tribunal Federal por ter sido considerada inconstitucional, 
após audiência pública que ouviu 58 pessoas da sociedade civil, 
ligadas às causas das pessoas com deficiência, em 23 e 24 de agosto 
7
de 2021, aguardava votação dos ministros, que decidirão por sua 
continuidade ou revogação. 
PARA SABER MAIS
O CENSO 2010, último realizado e que perguntou para a população 
brasileira quem se autodeclarava com deficiência e apontou que 
cerca de 23,5% da nossa população tem alguma limitação física, 
sensorial ou intelectual, o que à época equivalia a mais de 45 
milhões de brasileiros.
Sendo assim, quando falamos de uma sociedade mais inclusiva, é de 
um grande número de pessoas que estamos falando, pessoas que 
possuem direitos e deveres.
Em uma sociedade inclusiva, troca-se o termo isonomia, em que 
todos são tratados iguais, para equidade, em que todos têm as 
mesmas oportunidades. as pessoas são iguais em nossos direitos, 
mas nossas diferenças devem ser respeitadas.
Para que as mesmas oportunidades ocorram, o que precisa é de 
acessibilidade, ou seja, eliminar todas as barreiras que impeçam 
a plena participação de todas as pessoas em todos os campos da 
sociedade: escola, lazer, trabalho.
Entretanto, a acessibilidade que deve ser garantida não é apenas 
a física, aquela em que garante rampas e elevadores, portas mais 
largas, banheiros adaptados. Precisamos saber que acessibilidade 
envolve também o acesso à informação e à comunicação, como, por 
exemplo, o uso do Braille para as pessoas cegas e os intérpretes de 
Libras para as pessoas surdas.
8
Barreira é tudo aquilo que impede esta participação, por 
isso, também pode ser atitudinal, vindo do preconceito e da 
discriminação.
Na educação, deve-se ter o acesso não apenas ao prédio, mas 
também acesso ao currículo, e adaptação deste de acordo com 
as necessidades do aluno. O mais importante, quando pensamos 
em inclusão, é saber que é a sociedade e a escola que devem se 
modificar para receber a criança com deficiência, e não ao contrário.
TEORIA EM PRÁTICA
Você é o (a) professor (a) de uma turma de primeiro ano do 
ensino fundamental de uma escola pública, e recebe em sua sala 
de aula um aluno com transtorno do espectro autista não verbal, 
ou seja, ele não é capaz de se comunicar oralmente, mas com 
inteligência dentro da média considerando os testes vigentes 
de inteligência. Embora você tenha conhecimento da Política 
Nacional de Educação Especial de 2020, sabe também que está 
suspensa e que não pode negar o acesso do aluno à escola, 
respeitando o que está posto na Política Nacional de Educação 
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), em 
vigor em nosso país.
Sua tarefa é pensar de que forma adaptarásua sala de aula e o 
currículo, de modo a dar a este aluno as mesmas oportunidades de 
aprendizagem das outras crianças, traçando objetivos específicos às 
suas habilidades e necessidades.
Descreva quais seriam suas primeiras atitudes para a transformação 
da sala de aula em uma sala, de fato, inclusiva.
9
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva 
está em vigor para o atendimento de alunos com deficiências, 
transtornos globais do desenvolvimento (hoje, denominado de 
transtorno do espectro autista) e altas habilidades/ superdotação e é 
de fundamental importância que o educador conheça o seu texto na 
íntegra.
Indicações de leitura
10
Para realizar a leitura, acesse a plataforma do Ministério da 
Educação.
BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação 
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, 2008.
Indicação 2
A Nova Política de Educação Especial traz mudanças importantes na 
maneira de se entender os direitos das pessoas com deficiência na 
escola, e propõe o retorno das classes e escolas especiais, em uma 
visão segregacionista de educação.
Para realizar a leitura, acesse a plataforma do Ministério da 
Educação.
BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação 
Especial. Brasília, 2020. 
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
11
1. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), seguindo o compromisso 
internacional assumido ao assinar a Declaração de Salamanca 
(UNESCO, 1994) determina que: 
a. Toda criança, independente de suas características, deve 
estudar em um mesmo sistema de ensino.
b. A criança com deficiência deve estudar em um espaço 
protegido, apenas para outras crianças com deficiência.
c. A escola regular pode e deve recusar a matrícula de um aluno 
com deficiência, caso não se sinta preparada. 
d. Cabe à criança e sua família prover os meios necessários para 
que a mesma se adapte ao currículo.
e. A escola não deve promover nenhuma mudança de acesso ao 
currículo, apenas de acesso físico. 
2. A nova Política Nacional de Educação (BRASIL, 2020) foi 
suspensa pelo Supremo Tribunal Federal, em dezembro de 
2020, por ter sido considerada inconstitucional. Essa política 
estabelece que: 
a. Todas as crianças devem estudar em um mesmo sistema de 
ensino, independentemente de suas características.
b. Serão reimplementadas as escolas e classe especiais 
exclusivas para alunos com deficiência.
c. Todos os alunos devem estar em sala regular e com as 
mesmas oportunidades de aprendizagem.
d. Todas as crianças devem, obrigatoriamente, ser matriculadas 
na rede regular de ensino.
e. O sistema de ensino deve ser inclusivo e atender a todos os 
alunos, independente de sua deficiência. 
12
GABARITO
Questão 1 - Resposta A
Resolução: Na perspectiva de uma educação inclusiva, todas 
as crianças devem estudar em um mesmo sistema de ensino e 
ter uma mesma oportunidade de aprendizagem. 
Questão 2 - Resposta B
Resolução: A Nova Política de Educação Especial propõe o 
retorno das escolas e classes exclusivas para pessoas com 
deficiência. 
Multiculturalismo e adequação do 
currículo e dos espaços educativos nos 
contextos multiculturais e inclusivos 
______________________________________________________________
Autoria: Gleidis Roberta Guerra 
Leitura crítica: Carlos Eduardo Candido Pereira
TEMA 2
14
DIRETO AO PONTO
O termo multiculturalismo se relaciona com a ideia de que se tem 
uma pluralidade cultural, que faz parte de diversas culturas e que, 
assim, também são compostas as escolas. Para além da simples 
constatação desta diversidade, entende-se que enriquecem o 
cotidiano da escola e que o professor, ao invés de propor aos 
alunos a cultura dominante, deve valorizar e incluir as diferentes 
manifestações culturais em sala de aula.
Para além do multiculturalismo, temos a interculturalidade. Nesta 
perspectiva, há uma articulação entre as políticas de igualdade e de 
identidade. É a legitimação de todas as culturas, e a compreensão 
de que há uma interação entre elas, uma modificando a outra, visto 
que não são puras ou estáticas.
Para a construção da escola inclusiva e multicultural que se quer, 
a gestão democrática é fundamental. Nessa forma de gestão, 
há a participação de todos os atores da escola: professores, 
colaboradores, pais, alunos e comunidade. Esse modelo de gestão, 
previsto na legislação, envolve desde a forma de escolha do diretor, 
como a construção coletiva do projeto político pedagógico.
Nesse modelo escolar, que também é multicultural e inclusivo, as 
famílias devem ser parceiras da escola, não apenas nos momentos 
de festas ou reuniões de pais, mas devem participar ativamente das 
decisões tomadas neste espaço e, para isso, é necessária a criação 
de órgãos colegiados que garantam a participação de todos.
Sabe-se que a gestão escolar democrática ainda é um grande 
desafio e que é preciso estabelecer uma cultura de participação, 
valorizar a presença dos pais e da comunidade e, juntamente com 
eles, vivenciar sua cultura, enriquecendo as discussões de gênero, 
15
raça, etnias e, de maneira geral, sobre o desenvolvimento de todos e 
cada um que ali frequenta.
Entretanto, para a construção da escola multicultural e inclusiva que 
se quer, também são necessárias algumas adaptações, que podem 
ser de grande ou pequeno porte, envolver desde o espaço físico da 
escola, como seu currículo. Veja o quadro abaixo para compreender 
os níveis de adaptação.
Figura 1 – Níveis de adaptação
Fonte: elaborada pelo autor.
Para além das adaptações que tornam a escola inclusiva, há também 
o que fazer quando se pensa em uma escola de fato multicultural. 
Para isso, é necessário um currículo que leve em conta a diversidade 
e a singularidade do aluno, que seja flexível sem ser reducionista 
e que tenha como objetivo a redução de barreiras atitudinais e 
conceituais.
Refletir a prática educativa, ampliar as concepções de ensino e 
repensar as relações professor-aluno, são fundamentais para que a 
escola seja, de fato, multicultural.
16
Assim, pode-se afirmar que a prática pedagógica multicultural se 
constrói a partir do discurso e do diálogo, com reflexões constantes 
dos profissionais da educação voltadas ao desafio de construir as 
diferenças e combater os preconceitos a elas voltadas, que possuam 
um compromisso com o multiculturalismo. 
PARA SABER MAIS
Questões do multiculturalismo e da diferença tornaram-se tema 
de discussão nos últimos anos. Embora quase sempre tratadas 
de forma marginal, passaram a aparecer nas escolas nos temas 
transversais.
Geralmente, o multiculturalismo apoia-seno respeito à diferença 
e à diversidade, mas isso é pouco para discutir uma pedagogia 
crítica. Mais do que respeitar, precisa-se aprender a valorizar as 
diferenças em sala de aula e a compreender como surgem dentro 
da sociedade.
André (2008) destaca a maneira como as desigualdades sociais e 
culturais se transformam em desigualdades escolares. Para a autora, 
muito se atribui o fracasso escolar às condições socioeconômicas da 
família, sem questionar o modo de funcionamento das instituições e 
sua maneira de lidar com as diferenças.
A discussão que se levanta é que a escola ignora o conteúdo, os 
medos, as técnicas, a cultura dos alunos que não vêm da classe 
dominante, considerando apenas a classe dominante e sua 
hegemonia, gerando o fracasso dentro da própria escola. Ressalta, 
ainda, que as escolas mais centrais são mais bem equipadas, têm 
professores mais qualificados e estáveis e oferecem, assim, um 
ensino melhor, e que os professores também tratam de maneira 
diferente os alunos que têm comportamentos melhores.
17
Assim, pode-se afirmar que as diferenças favorecem os favorecidos 
e desfavorecem os desfavorecidos, e que se a escola não se 
modificar para sair deste ciclo vicioso, criando uma relação 
significativa de todos os alunos com o saber, tem-se sempre a visão 
do fracasso escolar colocado no estudante, por não considerarmos 
seus valores, suas crenças, as formas de organização de sua família.
A ideia não é que o professor tenha em sala de aula um programa 
especial para cada criança, mas que perceba que cada um pode 
atingir as mesmas competências por caminhos diferentes. A gestão 
individualizada deve ser do processo, mas a construção de uma 
identidade coletiva também é fundamental para a aprendizagem.
Para colocar em prática este ensino diferenciado é preciso romper 
barreiras, vencer preconceitos e resistências.
Referências bibliográficas
ANDRÉ, M. (org). Pedagogia das diferenças. Campinas: Papirus, 2008.
TEORIA EM PRÁTICA
Você atua como coordenador (a) pedagógico (a) de uma escola 
estadual e recebeu, em sua escola, um aluno com deficiência. 
Miguel tem dez anos e sérias dificuldades de interação com o grupo, 
limitações importantes na comunicação e interesse restrito. Na sala 
de aula, o professor está tendo dificuldade em lidar com a situação, 
e solicitou o auxílio da gestão para conseguir dar a este aluno uma 
educação de qualidade, dentro da perspectiva inclusiva. Você está 
profundamente preocupado (a) com a situação e, juntamente com 
outros membros da gestão, diretor e supervisor, busca desenvolver 
um projeto para que a escola possa realmente ser plural e atender 
aos alunos em suas demandas educativas, independentemente de 
18
quais sejam, mas não esquecendo que esta proposta deverá ser 
articulada com a necessidade apresentada por Miguel.
Você e a equipe gestora da escola tâm como enfrentamento dois 
desafios: o primeiro, incluir Miguel em sua turma, sendo que, para 
isso, deverá atuar em conjunto com seu professor; o segundo, de 
articular, junto com os demais membros da equipe gestora, uma 
proposta de criação de uma escola inclusiva e multicultural.
Lembre-se de que, enquanto membro da equipe gestora desta 
escola, você deverá tomar as atitudes necessárias para auxiliar 
o processo de inclusão deste aluno, de acordo com a legislação 
vigente. Como será sua ação?
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
Indicações de leitura
19
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
A obra indicada discute a função da escola em formar cidadãos que 
atuem criticamente no mundo em que vivem. Para isso, discorre 
sobre o currículo não como uma lista de disciplinas e conteúdos 
a serem estudados, mas como uma estrutura que planeja as 
práticas pedagógicas. Destaca que o currículo deve considerar as 
necessidades e especificidades dos estudantes e da sociedade, 
despertando o interessante para questões como a diversidade e a 
inclusão.
PAULA, D. H. L. Currículo da escola e currículo na escola: reflexões 
e proposições. Curitiba: Intersaberes, 2016.
Indicação 2
A obra trata das questões da diversidade, incluindo os aspectos 
socioantropológicos e socioculturais, abrangendo temas como 
igualdade, desigualdade e diferença, questões étnico-raciais entre 
outras, colocando-as dentro do contexto escolar.
PREVITALLI, I. M. Educação e diversidade. Londrina: Educacional, 
2017. 
20
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. Para que a gestão democrática ocorra, algumas atitudes por 
parte da gestão escolar devem ser tomadas. Eentre elas, 
podemos citar: 
a. Centralização do poder no diretor (gestor).
b. Escolha do diretor por meios políticos.
c. Desconsiderar a comunidade nas decisões.
d. Reforçar as decisões tomadas pela direção.
e. Consolidar os mecanismos de participação. 
2. Dentro de uma escola que assuma uma postura inclusiva 
e multicultural, viver as diferenças como enriquecedoras 
do trabalho cotidiano, é imprescindível. Assim, podemos 
afirmar que: 
a. O currículo deve considerar as singularidades de cada aluno.
b. O currículo deve ser único e inflexível para todos os alunos.
c. O diálogo não é uma ferramenta importante neste processo.
d. A escola deve enxergar todos os alunos como idênticos.
e. Não há necessidade de uma escola multicultural. 
21
GABARITO
Questão 1 - Resposta E
Resolução: Para a efetivação da gestão democrática, é 
necessária a consolidação dos mecanismos de participação. 
Questão 2 - Resposta A
Resolução: Dentro da escola multicultural, o currículo deve 
considerar as singularidades de cada aluno, deve ser flexível 
sem ser reducionista. 
Características das deficiências: 
visual, auditiva e física 
______________________________________________________________
Autoria: Gleidis Roberta Guerra 
Leitura crítica: Carlos Eduardo Candido Pereira
TEMA 3
23
DIRETO AO PONTO
O tema abordado trata as principais características das deficiências 
visual, auditiva e física, levantando também conceitos importantes 
sobre cada uma delas, o uso adequado da terminologia e a etiologia.
Para começar, é preciso conhecer quais são os fatores de risco para 
o surgimento das deficiências, e como podem ser classificadas de 
acordo com o momento em que ocorrem. Nesse sentido, separam-
se três períodos, conforme figura abaixo.
Figura 1 – Períodos em que ocorre a deficiência
Fonte: adaptado de halduns/ iStock.com; Reynardt/ iStock.com; SerrNovik/ iStock.com.
No período pré-natal, ou durante a gestação, os fatores de risco 
mais comuns são as infecções congênitas, uso de medicação, álcool 
ou droga pela gestante, causas genéticas ou hereditárias. Já no 
período perinatal, é possível citar a anóxia neonatal, caracterizada 
pela falta de oxigênio na hora do parto, como um fator importante,e 
durante toda a vida. No período pós-natal, podem ocorrer situações 
que levem a uma deficiência, como doenças, traumas por acidentes, 
lesões cerebrais, entre outras.
24
Entre as deficiências que podem ocorrer a uma pessoa, está a 
deficiência visual, que pode ser dividida em cegueira e baixa visão, 
sendo, respectivamente, a perda total da visão e a alteração no 
sistema visual, considerando a acuidade e o campo visual.
Lembre-se de que para ser considerada uma deficiência, não 
pode ser corrigida com o uso de lentes, auxílios ópticos ou mesmo 
mudanças técnicas e ambientas.
A criança com deficiência visual tende a ter um atraso no 
desenvolvimento motor, e esta exploração restrita do ambiente 
pode fazer com que tenha dificuldades na aquisição de conceitos, 
no desenvolvimento da fala e da linguagem, e também em seu 
desenvolvimento social e cognitivo. Assim, é fundamental que 
seja estimulada o mais precocemente possível, considerando suas 
potencialidades.
Para a pessoa com deficiência visual, o uso de tecnologias assistivas 
que auxiliarão no seu dia a dia será essencial e, para a pessoa cega, 
o sistema Braille possibilitará seu aprendizado a partir da leitura e 
da escrita.
No caso da pessoa com deficiência auditiva ou surdez, termos 
que não são sinônimos e possuem uma ideologia por traz de cada 
um, a Libras será um fator primordial para sua aprendizagem 
e desenvolvimento. Principalmente quando se trata de perdas 
auditivas de grau severo e profundo, a Libras como língua materna, 
que dará à criança aporte cognitivo para seu pensamento, é 
fundamental.
O uso de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) 
ou de Implante Coclear (IC) também será preponderante no 
desenvolvimento, mas lembre-se de que esses equipamentos 
25
eletrônicos não devolvem a audição integral, mas auxiliam na 
percepção auditiva da pessoa.
Na escola, a presença de profissionais que auxiliem os alunos 
surdos por meio da tradução e interpretação da Libras também é 
importante para o desenvolvimento e aprendizagem.
No caso da deficiência física, é possível mencionar as paresias e as 
plegias. As paresias são as perdas parciais de mobilidade, enquanto 
as plegias são as perdas totais de mobilidade de um ou mais 
membros.
Na primeira infância, a Encefalopatia Crônica Não Progressiva (ECNP) 
é a principal causa de deficiência física e, assim como nos outros 
casos, o grau pode ser variável.
Para os alunos com dificuldade de comunicação, é importante 
a inclusão da comunicação alternativa, que pode utilizar de 
estratégias, recursos ou produtos para facilitar a comunicação, 
como, por exemplo, o uso de pranchas e figuras.
Na escola, as adaptações de mobiliário e equipamentos são 
essenciais para que a criança com deficiência física possa ter acesso 
a todo o currículo, com independência e autonomia. 
PARA SABER MAIS
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi reconhecida como língua 
da comunidade surda brasileira, por meio da Lei Federal n. 
10.436/2002, regulamentada pelo Decreto Federal n. 5.626/2005.
Para alguns linguistas, a língua de sinal é a língua materna do surdo, 
visto que é a única que ele pode aprender espontaneamente e de 
26
maneira mais fácil. Basta a criança estar exposta a um ambiente 
em que a Libras é utilizada, que aprenderá naturalmente, como a 
criança ouvinte aprende a falar, nas mesmas idades e etapas.
É importante, ainda, saberque a Libras é uma língua natural, 
independente e autônoma. Não é universal, cada país tem a sua e, 
mesmo países que usam a mesma língua oral, podem ter línguas de 
sinais diferentes, como é o caso do Brasil e de Portugal, ou ainda dos 
Estados Unidos e Inglaterra.
O mais conhecido da Libras é o alfabeto, mas não é a partir dele que 
o surdo se comunica. Ele é usado apenas para dizer nomes próprios 
ou palavras que não sabe o sinal, é como se estivesse soletrando 
em uma língua oral. Para todas as outras palavras, usam-se sinais 
representativos, icônicos ou sinais simbólicos.
As línguas de sinais são completas e possuem, gramaticalmente, 
tudo que uma língua oral possui: fonologia, morfologia, sintaxe, 
semântica, pragmática. Assim, aprender Libras é como aprender 
qualquer outra língua, é necessário tempo e dedicação.
Para que uma sociedade seja de fato inclusiva, é fundamental que 
as pessoas surdas possam se comunicar a partir de sua língua 
em qualquer lugar. Para isso, a legislação garante a presença de 
intérpretes de língua de sinais em todos os espaços públicos ou 
privados, que sejam de acesso coletivo, o que, infelizmente, ainda 
não é cumprido pela maioria das empresas.
TEORIA EM PRÁTICA
Você recebe um aluno com deficiência visual, em sua sala de aula, 
e terá que fazer um relatório sobre as dificuldades e habilidades 
que ele apresenta para enviar a um outro profissional que o atende. 
27
Imagine que ele tem oito anos de idade e baixa visão, necessitando 
de textos com fonte ampliada e uso de recursos ópticos.
No relatório, destaque quais as dificuldades apresentadas e como 
está trabalhando com ele em sala de aula, traçando, de maneira 
coerente, um perfil de aprendizagem. Faça um relatório de cerca de 
uma lauda, contando sobre este caso.
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicações de leitura
28
Indicação 1
A obra esclarece definições importantes sobre as deficiências visual 
e auditiva. Também discute as incapacidades físicas e as condições 
necessárias para um atendimento educacional específico, de acordo 
com as condições clínicas do aluno.
FARREL, M. Deficiências sensoriais e incapacidades físicas: guia 
do professor. Porto Alegre: Artmed, 2008.
Indicação 2
A coleção apresenta de maneira clara e simples as características 
das deficiências e distúrbios de aprendizagem mais encontrados na 
escola, trazendo dicas de como trabalhar com cada um deles em 
sala de aula.
BENUTE, G. R. G (org). Coleção Ensaios sobre Acessibilidade. São 
Paulo: Centro Universitário São Camilo, 2020. 
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
29
1. Na escola, diferentes diagnósticos de deficiência física serão 
encontrados. Um deles é o de Encefalopatia Crônica não 
Progressiva (ECNP). Existem alunos com mais ou menos 
possibilidades de locomoção, de escrita, e inclusive de fala, 
visto que, quando há comprometimento muscular, pode 
também afetar a fala da criança, que se torna, algumas vezes, 
ininteligível. No caso das dificuldades de comunicação, alguns 
sistemas garantem uma forma diferenciada, com uso de 
pranchas e figuras. A este tipo de comunicação chamamos de: 
a. Comunicação partilhada.
b. Comunicação alternativa.
c. Comunicação total.
d. Comunicação adaptada.
e. Não há adaptação para a comunicação. 
2. É sabido que as deficiênciaspodem ser congênitas ou adquiridas, 
hereditárias ou genéticas, e que podem ocorrer em diferentes 
períodos da vida da pessoa. Relacione os períodos de ocorrência 
das deficiências com os exemplos dados, colocando 1 para pré-
natal, 2 para perinatal e 3 para pós-natal.
 ( ) Acidentes.
 ( ) Infecções congênitas na gestação.
 ( ) Doenças da infância.
 ( ) Problemas no parto.
 Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
a. 2-1-2-3.
b. 3-2-3-1.
c. 3-1-3-2.
d. 2-3-3-1.
e. 3-3-1-2. 
30
GABARITO
Questão 1 - Resposta B
Resolução: A comunicação utilizada nos casos de ECNP, 
que utiliza pranchas e figuras, é chamada de comunicação 
alternativa. 
Questão 2 - Resposta C
Resolução: Infecções na gestação são causas pré-natais, 
acidentes e doenças da infância são pós-natal e problemas no 
parto, perinatal. 
Deficiência intelectual, Transtorno 
do Espectro Autista (TEA), e altas 
habilidades 
______________________________________________________________
Autoria: Gleidis Roberta Guerra 
Leitura crítica: Carlos Eduardo Candido Pereira
TEMA 4
32
DIRETO AO PONTO
Este tema trata dos aspectos mais relevantes da deficiência 
intelectual, transtorno do espectro autista (TEA) e das altas 
habilidades/ superdotação. Conhecer as características de cada uma 
dessas condições auxilia o professor em seu trabalho diário.
Para a deficiência intelectual, precisa estar claro que o diagnóstico 
deve ser realizado antes dos dezoito anos de idade e que, além 
do resultado (abaixo da média da população) nos testes de QI, 
é necessário que haja uma inabilidade em mais duas áreas do 
comportamento social, que envolvem comunicação, autocuidado, 
desempenho acadêmico, entre outras.
Os testes de QI iniciaram com Binet e procuravam uma maneira 
de avaliar se a criança fracassaria antes mesmo de iniciar sua 
jornada escolar. Considera uma inteligência única e que esta seria 
a inteligência lógico-matemática. Assim, acredita-se que se nasce e 
morre com a mesma inteligência, que é quantificada.
Na década de 1980, a teoria da inteligência única passa a ser 
questionada, e Howard Gardner propõe a teoria das inteligências 
múltiplas, como apresentado na Figura 1, em que se acreditava, 
inicialmente, em sete tipos de inteligência (atualmente, já são 
considerados doze tipos).
Nessa nova perspectiva, a inteligência pode e deve ser desenvolvida 
durante toda vida, em vista das estimulações que o indivíduo recebe 
e das interações que realiza com o meio. Dessa forma, acredita-
se que a intervenção pode auxiliar os indivíduos que apresentam 
deficiências ou dificuldades na aprendizagem. Essa é a visão da 
educação inclusiva.
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Com base no exposto, o professor deverá dar o respaldo necessário 
para que o aluno com deficiência intelectual aprenda e se 
desenvolva, vivenciando um ambiente rico em experiências que 
envolvam os diferentes tipos de inteligência.
Figura 1 – Tipos de inteligência
Fonte: elaborada pelo autor.
O segundo tema, o transtorno do espectro autista (TEA), 
denominado dessa maneira a partir do DSM V (APA, 2014) se refere 
a um conjunto de transtornos caracterizados por um espectro 
compartilhado de prejuízos qualitativos na interação social, 
associados a comportamentos repetitivos e interesses restritos 
pronunciados.
Para ser considerado como TEA, os sintomas devem ter aparecido 
antes dos cinco anos de idade e, hoje, sabe-se que é possível 
encontrar pessoas desde uma condição leve até os casos mais 
severos.
Sabe-se, atualmente, que o TEA é um transtorno do 
neurodesenvolvimento e, embora ainda não tenha suas causas 
34
muito esclarecidas e sejam múltiplas as etiologias, já há um 
consenso em dizer que há alterações na forma de funcionamento 
do cérebro, que levam a uma desorganização na recepção dos 
estímulos e nas funções executivas.
Em relação às altas habilidades/ superdotação, ao contrário da 
deficiência intelectual, essas pessoas apresentam o QI acima da 
média esperada para a idade e, muitas vezes, o professor pensa que 
ser inteligente demais é suficiente para atingir todos os objetivos da 
aprendizagem, o que não é necessariamente verdade.
Entre o grupo de pessoas com altas habilidades, há uma grande 
heterogenia, ou seja, cada pessoa apresenta características que são 
únicas e que podem favorecer ou não a aprendizagem como um 
todo.
É fundamental a identificação dessas crianças em sala de aula, 
para que se faça um trabalho voltado às suas necessidades. A 
participação da família, junto à escola, também se faz importante 
para o processo de aprendizagem do aluno.
Finalizando, seja qual for a necessidade apresentada, devemos 
sempre estar atentos aos alunos, e pensar que frente a uma 
perspectiva inclusiva de educação, é a escola e o professor que 
devem prover os meios para que o aluno se desenvolva em todo seu 
potencial, afinal, todos podem aprender algo.
Referências bibliográficas
APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Trad. 
Maria Inês Corrêa Nascimento. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 
35
PARA SABER MAIS
Como já foi visto anteriormente, as crianças com TEA apresentam 
dificuldades importantes nos comportamentos que envolvem a 
interação social e a comunicação e, dependendo da gravidade 
de sua condição, podem ter pouco ou nenhum interesse em 
estabelecer estas relações. Entretanto, sabe-se da importância 
da interação para o desenvolvimento humano e entre eles para o 
desenvolvimento da linguagem.
Para que o desenvolvimento da linguagem aconteça, o ambiente 
interpessoal é fundamental e sempre necessário o suporte de um 
adulto, que perceberá as necessidades conversacionais da criança e 
adequará suas contribuições à essa capacidade.
Interação social, comunicação e comportamento se articulam 
durante todo o desenvolvimento humano e, visto que essas são as 
maiores dificuldades da criança com TEA, cabe aos profissionais que 
trabalham com pessoas nessa condição utilizarem estratégias que 
auxiliem na aquisição dessas habilidades.
Deve-se considerar a relevância dos modelos de desenvolvimento 
para orientar a realização de intervenções mais eficazes, e a escola 
é um dos espaços que favorecem o desenvolvimento infantil, tanto 
pela oportunidade de convivência com outras crianças, quanto pelo 
importante papel do professor por meio de suas mediações, que 
favorecem a aquisição de diferentes habilidades nas crianças.
A escola regular é o contexto no qual a criança com TEA encontra 
modelos mais avançados de comportamento para seguir, e 
essas trocas desempenham um papel fundamental para o 
desenvolvimento e aprendizagem de todos os alunos.
36
Sabe-se que a inclusão de alunos com TEA não é uma prática 
fácil, mas conhece-se também que é possível e realizável. Deve-
se, então, considerar os benefícios da convivência na escola, não 
apenas em termos de interação social como também em relação ao 
desenvolvimento de habilidades cognitivas das crianças com TEA.
TEORIA EM PRÁTICA
Você atua como professor (a) na Escola Estadual Paulo Freire e, 
neste ano letivo, recebeu um aluno com Transtorno do Espectro 
Autista. Miguel tem dez anos e sérias dificuldades de interação com 
o grupo, limitações importantes na comunicação e interesse restrito 
a animais.
Na sala de aula, você está tendo dificuldade em lidar com a situação 
e solicitou o auxílio da gestão para conseguir dar a este aluno uma 
educação de qualidade, dentro da perspectiva inclusiva. Uma das 
principais dificuldades sobre Miguel é que não consegue incluí-lo nas 
práticas com outras crianças porque não possui formação específica 
nem conhecimento suficiente para o trabalho.
Você está profundamente preocupado (a) com a situação e, 
juntamente com outros membros da gestão, diretor e supervisor, 
buscou desenvolver um projeto para que a escola possa realmente 
ser plural e atender aos alunos em suas demandas educativas, 
independentemente de quais sejam, mas não esquecendo que esta 
proposta deverá ser articulada com a necessidade apresentada porMiguel.
O que abordaria neste projeto? Como faria a inclusão de Miguel com 
o restante da turma?
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Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
A obra trata da perspectiva de inclusão escolar do aluno com 
deficiência intelectual, a partir de estudos realizados na cidade 
de Jundiaí, estado de São Paulo. Traz as questões de dificuldades 
de aprendizagem apresentadas por este alunado e as formas de 
intervenção que o professor pode realizar.
Indicações de leitura
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SPINELLI, L. R. C.; RANCOLETTA, V. P. Deficiência intelectual e 
inclusão escolar: uma realidade. Jundiaí, 2008.
Indicação 2
A obra trata da superdotação, levando o foco para as questões 
da criatividade, mostrando ao professor que a educação pode ser 
um processo criativo e que, por meio de jogos e boa comunicação, 
pode-se favorecer o desenvolvimento.
LANDAU, E. Criatividade e superdotação. Coleção Eleutherias. Rio 
de Janeiro: Eça, 1986. 
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. Para a identificação do aluno superdotado, deve-se estar 
atento ao seu desenvolvimento, principalmente, ao perceber 
que está além das outras crianças de sua faixa etária. Em 
relação à essa identificação, podemos afirmar que: 
39
a. Não é importante, visto que o aluno se desenvolverá de 
qualquer maneira.
b. Só poderá ser realizada após o processo de escolarização 
formal.
c. É fundamental para que tenha os estímulos adequados ao 
desenvolvimento.
d. Só poderá ser feita pela escola, a família não tem meios para 
esta observação.
e. Atrapalha o desenvolvimento da criança, que se tornará 
arrogante. 
2. Dentro da perspectiva da educação inclusiva, e tendo um 
aluno diagnosticado com deficiência intelectual na escola, o 
professor necessita: 
a. Dar o respaldo necessário ao aluno, para que tenha 
autonomia para vivenciar novas formas de aprender.
b. Encaminhar o caso para a equipe técnica, que se torna a 
responsável pelo seu desenvolvimento.
c. Manter o currículo fixo e inflexível, a criança que deverá se 
adaptar às normas da escola.
d. Encaminhar o aluno para a Escola de Educação Especial, pois 
não pode ficar na sala comum.
e. Dar sua aula normalmente, afinal, ele é quase normal. 
GABARITO
Questão 1 - Resposta C
Resolução: A identificação é fundamental para que a criança 
receba os estímulos adequados e possa desenvolver suas 
potencialidades. 
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Questão 2 - Resposta A
Resolução: O professor deverá dar o respaldo necessário 
ao aluno, para que possa aprender e se desenvolver com 
autonomia. 
BONS ESTUDOS!
	Apresentação da disciplina
	Introdução
	TEMA 1
	Direto ao ponto
	Para saber mais 
	Teoria em prática
	Leitura fundamental
	Quiz
	Gabarito
	TEMA 2
	Direto ao ponto
	Para saber mais
	Teoria em prática
	Leitura fundamental
	Quiz
	Gabarito
	TEMA 3
	Direto ao ponto
	Para saber mais
	Teoria em prática
	Leitura fundamental
	Quiz
	Gabarito
	TEMA 4
	Direto ao ponto
	Para saber mais
	Teoria em prática
	Quiz
	Gabarito
	Inicio 2: 
	Botão TEMA 4: 
	Botão TEMA 1: 
	Botão TEMA 2: 
	Botão TEMA 3: 
	Botão TEMA 9: 
	Inicio :

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