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GESTAO-DE-BIBLIOTECA-ESCOLAR

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1 
 
 
 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 3 
2 BIBLIOTECA ESCOLAR E A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DE 
EDUCAÇÃO: UM DIÁLOGO NECESSÁRIO ...................................................... 4 
3 O PAPEL DO BIBLIOTECÁRIO NA ESCOLA ................................... 6 
4 CONTRIBUIÇÕES DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E 
COMUNICAÇÃO (TICs) NA GESTÃO DA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA ....... 8 
5 GESTÃO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS E A PARTICIPAÇÃO 
DAS TICs 10 
6 GESTÃO DE ACERVOS E PROCEDIMENTOS .............................. 13 
7 ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO EM BIBLIOTECAS ESCOLARES 17 
8 O BIBLIOTECÁRIO E O CONTEXTO ADMINISTRATIVO .............. 21 
9 GESTÃO DE BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA .................................. 23 
10 GESTÃO DA BIBLIOTECA ESCOLAR: METODOLOGIAS, 
ENFOQUES E APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS DE GESTÃO E SERVIÇOS 
DE BIBLIOTECA .............................................................................................. 27 
11 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM BIBLIOTECA ESCOLAR: A 
ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO INTRAEMPREENDEDOR ........................... 28 
11.1 Planejamento estratégico em biblioteca escolar: a atuação do 
bibliotecário intraempreendedor ................................................................... 30 
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................. 34 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro 
– quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, 
dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja 
esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno 
faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, 
as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que 
serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No 
caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do 
texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que 
poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência 
a ser seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 BIBLIOTECA ESCOLAR E A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DE 
EDUCAÇÃO: UM DIÁLOGO NECESSÁRIO 
A educação no Brasil já vem há bastante tempo, sofrendo com problemas 
que vão desde à infraestrutura até questões de políticas públicas mínimas 
oferecidas pelo governo. Diante desse cenário, entram as bibliotecas escolares 
que durante muito tempo, foram e ainda são esquecidas, embora sejam de 
extrema importância para uma educação de qualidade. (MOTTA, 2019) 
 Bibliotecas no geral, servem para ser um apoio no processo de ensino 
aprendizagem, além de estimular o pensamento crítico e cognitivo. No Brasil, 
infelizmente, a biblioteca não é vista dessa forma, muitos a encaram apenas 
como sendo um depósito de livros, onde, caso alguém tenha interesse, pode 
pegar um exemplar emprestado e apenas isso. (MOTTA, 2019) 
Essa ausência de bibliotecas nas escolas se dá por muitos fatores. Ora 
seja pela falta de apoio governamental, ou pelos próprios profissionais da área, 
que não se preocuparam o suficiente com o problema, fazendo com que ele 
aumentasse ainda mais. (MOTTA, 2019) 
 Tentando dar um fim nesse problema, surgiu então a lei n° 12.244/10, 
que busca promover a universalização das bibliotecas escolares, fazendo com 
que toda escola tenha uma biblioteca e que em cada biblioteca haja um 
bibliotecário. A lei foi sancionada em 24 de maio de 2010 e tem um prazo de dez 
anos para ser cumprida, ou seja, em 2020, teoricamente, todas as escolas 
deverão ter uma biblioteca. (MOTTA, 2019) 
 
Resolução nº 199/2018 do CFB para bibliotecas escolares 
 
Como uma tentativa de minimizar alguns desafios que aparecem na lei nº 
12.244/10, o Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB) decidiu criar a 
resolução nº 199/2018, que elabora parâmetros para a estruturação e 
funcionamento das bibliotecas escolares. Faremos uma breve análise para ver 
o que foi agregado à lei, a partir da resolução. (MOTTA, 2019) 
 
 
 
 
5 
 
No 1º art. da resolução (2018) temos o conceito de biblioteca escolar que 
permanece igual ao da lei nº 12.244/10, exceto pelo destaque da obrigatoriedade 
da mesma nas escolas. No mesmo artigo temos alguns parâmetros que tratam 
da estruturação da biblioteca, bem como a disposição de um espaço físico para 
acomodar o acervo, acesso à internet, ser administrada por bibliotecários 
qualificados, entre outros requisitos básicos para que a biblioteca possa oferecer 
um serviço de qualidade. 
 
Fonte: www.tarobanews.com 
O 2º art. da lei (2018) estabelece parâmetros relacionados ao espaço 
físico da biblioteca que deve ter “área mínima de 50 m², com mobiliário e 
equipamentos adequados para o atendimento satisfatório da comunidade 
escolar”. 
 Sobre o acervo é mantida a exigência de um título por aluno matriculado, 
mas deixando claro que deve haver uma diversidade de gêneros e estilos 
literários. (MOTTA, 2019) 
 
6 
 
3 O PAPEL DO BIBLIOTECÁRIO NA ESCOLA 
A biblioteca escolar enquanto equipamento informacional e cultural 
trabalha com as perspectivas da informação, do conhecimento e da cultura. Ela 
também é considerada um espaço de aprendizagem por excelência, onde ocorre 
a confluência dos saberes. 
Para a IFLA/UNESCO (2000), a biblioteca escolar propicia informação e 
ideias fundamentais para seu funcionamento de forma exitosa na atual 
sociedade, com o foco na informação e no conhecimento. Esforços que, 
depreendidos da biblioteca escolar para a apropriação da informação e do 
conhecimento, possibilitam aos estudantes a aprendizagem ao longo da vida, a 
fim de prepará-los para viver como cidadãos emancipados, autônomos e 
responsáveis na sociedade civil organizada. Contudo, entende-se que para isso 
todo o processo de evolução cognitiva dos alunos no âmbito escolar não ocorre 
sem a mediação de profissionais capazes de viabilizar a informação e o 
conhecimento como molas propulsoras para a formação cidadã. Assim, é na 
biblioteca escolar que, além de serem valorizados o processo e o resultado das 
práticas de imersão informacional e cultural, o bibliotecário é visto como um 
colaborador para a mudança do universo social da escola. Ele é um profissional 
capaz de assumir o posicionamento de liderança na escola: “O bibliotecário 
escolar é o membro profissionalmente qualificado, responsável pelo 
planejamento e gestão da biblioteca escolar. ”. Suas habilidades e competências 
profissionais devem atender, em primeira instância, aos anseios de toda uma 
comunidade escolar. (Apud CAMILLO et al 2019) 
O bibliotecário, em sua formação, aprende diversas ferramentas que ele 
deve ter aptidão para atuar em diferentes tipos de unidades de informação, 
dentre elas competências técnicas, que dizem respeito à organização e o 
tratamento da informação, competências tecnológicas, que fornecem um apoio 
na qualidade da prestação dos serviços e competências gerais que auxiliam à 
sua formação. (MOTTA, 2019) 
 Com a lei nº 12.244/10 e a exigência de um bibliotecário nas bibliotecas 
escolares, se faz necessário pensar sobre a sua relevância e qual a importância 
das habilidades, ações, práticas, técnicas, que são pertinentes ao bibliotecário 
escolar e que podem contribuir com a escola, pois a referida lei não menciona 
 
7 
 
que características o bibliotecário dever ter, e sabemos que sua atuação na 
biblioteca escolar exige um perfil diferenciado. (MOTTA, 2019) 
 
Biblioteca Escolar, Bibliotecário e ProfessorA integração entre professores e bibliotecários se faz indispensável na 
construção de uma biblioteca escolar forte e atuante, junto à comunidade. 
Conhecer o projeto pedagógico da escola, inserir a participação da biblioteca nas 
atividades curriculares e trabalhar de forma cooperativa são algumas ações de 
trabalho, essenciais por parte de bibliotecários e professores. A parceria entre 
professores e bibliotecários se torna efetiva e ocorre quando estes compartilham 
e constroem experiências e conhecimentos voltados a atender aos objetivos da 
escola e da comunidade. (TRINDADE, 2019) 
 
Fonte: wreducacional.com.br 
Quanto ao papel educador do bibliotecário, pode-se destacar além do 
apoio ao planejamento e desenvolvimento de atividades de cunho pedagógico, 
as atividades que facilitam e garantem o acesso à informação, a orientação das 
atividades de pesquisa e incentivo à leitura. Segundo Campello (2009, p.9), a 
função educativa do bibliotecário diz respeito ao desenvolvimento de habilidades 
 
8 
 
informacionais, contribuindo para a melhoria das capacidades de pesquisa e de 
leitura dos alunos, direcionando a uma educação capaz de permitir “aprender a 
partir de informações”. (Apud, TRINDADE, 2019) 
4 CONTRIBUIÇÕES DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E 
COMUNICAÇÃO (TICS) NA GESTÃO DA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA 
As tecnologias acompanharam a evolução humana ao longo da história e 
estão a cada dia mais presentes na sociedade contemporânea. Além de 
auxiliarem o homem no desenvolvimento de suas atividades, por meio das 
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) passaram a ser mediadoras 
das relações pessoais e profissionais, provocando mudanças de paradigmas na 
sociedade e nas organizações, uma vez que a partir delas foram criadas novas 
formas de se comunicar e disseminar a informação. (LIMA, 2019) 
A inserção e o desenvolvimento das TICs causaram grandes impactos na 
sociedade, passando a ser chamada Sociedade da Informação, termo 
caracterizado pelos impactos do avanço tecnológico. Ao adentrarem nas 
organizações passaram a ser fundamentais para a realização de todos os seus 
processos, causando transformações desde a forma de desenvolver o trabalho, 
quanto ao que diz respeito à comunicação e disseminação da informação. (LIMA, 
2019) 
De acordo com LIMA, 2019, as bibliotecas, como organizações e como 
colaboradoras da formação social e humana, necessitam como tal acompanhar 
as transformações oriundas dos anseios da sociedade. Essas transformações 
manifestam-se especificamente no surgimento das TICs como importante 
suporte para a produção de bens e serviços ofertados ao público. Cabe, portanto 
aos bibliotecários, como profissionais da informação e no papel de gestores da 
organização que é a biblioteca, anteciparem-se e atualizarem-se às novas 
necessidades do mercado, para não correrem o risco de não atenderem a essas 
demandas, nem de perderem oportunidades profissionais nas organizações. 
Afinal, nos dias de hoje o mercado procura por profissionais que compreendam 
a linguagem atual das tecnologias. 
 
9 
 
Observando o cenário histórico das bibliotecas, especificamente das 
bibliotecas universitárias, percebe-se que elas sempre contribuíram para a 
produção do conhecimento, seja através de insumos para a pesquisa ou na 
forma como são conduzidos seus processos administrativos. As tecnologias 
provocaram transformações no decorrer de sua evolução histórica que vão 
desde o espaço físico ao meio digital e virtual, colocando a gestão da biblioteca 
diante de novos desafios na busca por oferecer melhorias nos seus serviços e 
atender as necessidades informacionais de seus usuários. A informação, antes 
produzida e obtida pela utilização de suportes manuais, nos dias de hoje 
encontra-se acessível também em suportes digitais pela utilização de 
equipamentos eletrônicos como o computador, entre outros. Isso pede da gestão 
das bibliotecas uma mudança em todas as dimensões, tanto na gestão dos 
acervos, como na gestão dos procedimentos que veiculam esse acervo. As 
bibliotecas e os bibliotecários tiveram que se adaptar urgentemente às 
mudanças para acompanhar o ritmo acelerado do crescimento tecnológico, 
especificamente como dito, nas bibliotecas universitárias. (LIMA, 2019) 
A inserção das TICs exigiu do bibliotecário novas posturas e 
competências, a fim de saber lidar com as inovações tecnológicas, passando a 
ser uma condição necessária para sua atuação profissional, embora se observe 
ainda nos dias de hoje que elas não são absorvidas em toda sua potencialidade 
por algumas práticas de gestão, o que tende a ocasionar um retrocesso ou 
retardo em suas atividades. Muitas são suas contribuições na biblioteca 
universitária, uma vez que servem de apoio tanto à gestão no desenvolvimento 
de seus processos, quanto à comunidade acadêmica pela geração de novos 
produtos e serviços, contribuindo para pesquisas científicas e para o 
desenvolvimento das diversas áreas do conhecimento. A partir desse raciocínio, 
uma questão central nos inquieta: quais as efetivas contribuições das TICs para 
a gestão das bibliotecas universitárias? E ainda, que ações na gestão das 
bibliotecas são mais visíveis à utilização das TICs? (LIMA, 2019) 
Essa inquietação parte da observação da resistência na utilização das 
TICs por parte da gestão de algumas bibliotecas, limitando sua utilização apenas 
à dimensão da pesquisa, numa perspectiva meramente educacional em 
detrimento da dimensão efetiva da gestão. (LIMA, 2019) 
 
10 
 
5 GESTÃO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS E A PARTICIPAÇÃO DAS 
TICS 
A gestão de bibliotecas sempre foi moldada pela Administração, 
inspirando-se nos modelos utilizados nas organizações. Para Lubisco (2011) o 
modelo de gestão da biblioteca deve estar adequado ao da instituição à qual ela 
está inserida, uma vez que a biblioteca está subordinada a uma gestão maior. 
Embora isto não diminua a autonomia do bibliotecário como gestor da 
organização que é a biblioteca em si. (Apud LIMA, 2019) 
Para Rascão (2006, p. 12): Gerir o recurso informação representa hoje 
uma necessidade cada vez mais premente em qualquer negócio. As 
organizações do século XXI competem num meio envolvente turbulento e 
complexo, repleto de inter-relações que permanecem em constante estado de 
mutação e, nesse contexto a informação representa um recurso cada vez mais 
valioso, necessário para que os gestores possam compreender, interpretar e 
responder às mudanças do meio envolvente de modo a alcançarem ou 
manterem uma posição favorável no mercado. (Apud LIMA, 2019) 
Ainda segundo LIMA, 2019, uma vez que todas as coisas geram em torno 
da informação, a gestão do recurso informacional exige muita competência e 
habilidade por parte dos profissionais que lidam com a informação, no empenho 
em tentar acompanhar o ritmo acelerado de mudanças do mundo globalizado e 
atender às demandas informacionais. 
Diante do avanço tecnológico e com a inserção das TICs nas bibliotecas, 
o gestor bibliotecário, sendo o responsável pelo processo de tomada de 
decisões, viu-se diante de novos desafios, uma vez que as tecnologias mudaram 
toda a forma de ser da biblioteca. Foi preciso adaptar-se às mudanças ao seu 
redor e às novas formas de desenvolver seu trabalho, tanto internamente (junto 
à instituição e à sua equipe na realização dos processos internos), quanto 
externamente (na geração e administração de novos produtos e serviços) 
As bibliotecas passaram por grandes transformações ao longo de sua 
evolução histórica, desde as primeiras civilizações até os dias de hoje, em suas 
formas, em sua gestão, em seus acervos, na acessibilidade de seus produtos e 
serviços, nos suportes de seus documentos e nas formas de disseminação do 
conhecimento. Se antes eram denominadas como “depósito de livros”, hoje 
 
11 
 
atuam como centros informacionais, atuando no processo de mediação e 
disseminação da informação,principalmente a partir da inserção das TICs em 
seu ambiente. (LIMA, 2019) 
 
Fonte: sophia.com.br 
Acerca dessas mudanças Leitão (2005, p. 24) afirma: [...] durante os 
séculos de nossa história a biblioteca tem mudado de função. De espaço, de 
armazenamento dos patrimônios filosófico e científico da sociedade para as 
futuras gerações, preservando-os do perecimento, ela vem se transformando em 
local de convívio, inspiração, apoio e formação daqueles que querem conhecer 
o mundo, a ciência e as artes. (Apud LIMA, 2019) 
Conforme Silveira (2014), desde a criação das primeiras universidades o 
acesso ao conhecimento tornou-se essencial. As tecnologias contribuíram 
efetivamente para este acesso de forma ilimitada, uma vez que com a internet, 
romperam barreiras inclusive geográficas para o acesso informacional. (Apud 
LIMA, 2019) 
 Como estão vinculadas a Instituições de Ensino Superior (IES), as 
bibliotecas universitárias funcionam como apoio à comunidade acadêmica no 
desenvolvimento das atividades de pesquisa, extensão e ensino. São de 
fundamental importância para a sociedade, uma vez que contribuem para o 
 
12 
 
desenvolvimento das diversas áreas do conhecimento. Entre os tipos de 
bibliotecas, são as que mais utilizam os recursos das TICs, em virtude das 
necessidades e exigências de seus usuários: a comunidade acadêmica. (LIMA, 
2019) 
Conforme LIMA, 2019, para lidar com um público exigente no que diz 
respeito à informação, a gestão da biblioteca deve estar sempre atenta e 
preparada para lidar com o novo. Manter-se atualizada, tanto em relação às 
novidades do meio informacional, quanto em relação às inovações tecnológicas 
e exigências do mercado. Para isso faz-se necessário ao gestor bibliotecário: 
 a) quanto à atualização em relação ao meio informacional: 
- buscar informação através de leituras, capacitação profissional de forma 
continuada, investir em cursos, treinamentos, troca de experiências com 
profissionais da área e de outras áreas; 
b) quanto às inovações tecnológicas: 
 - procurar conhecer as novidades tecnológicas que o mercado oferece; 
 - investir em cursos, treinamentos, troca de experiências com 
profissionais da área e de outras áreas e respeito das novas tecnologias e sua 
utilidade; 
 - empenhar-se na aquisição de tecnologias atuais para auxiliarem ao 
usuário em suas buscas. 
 Embora esse seja um fator que não depende apenas da gestão da 
biblioteca, mas também da gestão da instituição em que a biblioteca está 
inserida, o que muitas vezes acaba sendo um desafio a ser enfrentado; 
 - treinar sua equipe de trabalho quanto à utilização das tecnologias 
disponíveis a fim de saberem explorá-las e também auxiliarem ao usuário quanto 
ao uso; 
 c) quanto às exigências do mercado: 
 - desenvolver novas competências e habilidades, pois o mercado atual 
procura profissionais que tenham um diferencial. 
Uma vez motivada a respeito dessas necessidades, a gestão empenha-
se em dar o seu melhor e fazer o diferencial na realização do seu trabalho. O 
bibliotecário deve estar sempre preparado para atender aos anseios 
informacionais de seus usuários, para isso não deve medir esforços. Nesse 
sentido, Spudeit; Viapiana; Vitorino (2010) afirmam: os bibliotecários devem 
 
13 
 
atuar como mediadores do conhecimento, mantendo-se atualizados sobre a área 
do conhecimento em que atuam e fontes de informação relacionadas a essas 
áreas. (Apud LIMA, 2019) 
Ao compreender a importância das tecnologias e de suas contribuições 
para a biblioteca, conscientiza também sua equipe de trabalho quanto à 
importância do seu papel como mediadora da informação, e quanto à melhor 
utilização dos recursos das TICs disponíveis. (LIMA, 2019) 
Para que sua equipe também absorva essa necessidade, exige-se do 
bibliotecário, uma postura de gestão participativa, que incentive os 
colaboradores da importância de seu papel na instituição, o que pode ser 
conferido posteriormente na obtenção dos resultados. A gestão participativa, de 
acordo com Chiavenato (2015, p. 88): [...] envolve práticas do gestor em 
incentivar a participação de sua equipe a assumirem junto com ele a 
responsabilidade de alcançar os objetivos da organização, exigindo três 
aspectos fundamentais: envolvimento mental e emocional, motivação para 
contribuir e aceitação de responsabilidade. (Apud LIMA, 2019) 
Uma vez que a gestão e sua equipe estejam engajadas no propósito de 
colaborar para que a informação esteja disponível e organizada da melhor forma 
ao dispor do usuário, todos só têm a ganhar, tanto a biblioteca quanto o usuário. 
Hoje mais do que nunca as TICs contribuem para o desenvolvimento das 
atividades bibliotecárias, colaborando principalmente no que diz respeito à 
geração de novos produtos e serviços, e à gestão de acervos e procedimentos 
como será mostrado adiante. (LIMA, 2019) 
6 GESTÃO DE ACERVOS E PROCEDIMENTOS 
Com a inserção das TICs e consequentemente com a geração de novos 
produtos e serviços na biblioteca, a gestão viu-se diante do desafio de 
reorganizar seu acervo, uma vez que as bibliotecas passaram a dispor de uma 
variedade de documentos apresentados nas formas impressa e também digital 
além de uma variedade de mídias. (LIMA, 2019) 
Com a evolução das bibliotecas ao longo dos anos seus acervos 
passaram por muitas mudanças em seus tipos e suportes dos documentos, 
 
14 
 
principalmente com a evolução das tecnologias, uma vez inseridas em seu meio. 
Além disso, tornaram-se mais acessíveis ao usuário, que a partir do uso do 
computador e outros meios eletrônicos passaram a ter mais autonomia no 
acesso às consultas de suas pesquisas e demais serviços da biblioteca tanto 
presencial como também online. (LIMA, 2019) 
 
Fonte: Linkedin.com.br 
 Quanto ao desenvolvimento do acervo, Vergueiro (1989, p. 20) diz que 
as bibliotecas universitárias: devem atender aos objetivos da instituição, a saber, 
o ensino, a pesquisa e a extensão à comunidade. Isto vai exigir, quase que 
necessariamente, uma coleção com forte tendência ao crescimento, pois 
atividades de pesquisa exigem uma grande gama de materiais para que o 
pesquisador possa ter acesso a todos os pontos de vista importantes ou 
necessários. (LIMA, 2019) 
Em outras palavras, a formação e o desenvolvimento do acervo da 
biblioteca universitária deve atender às necessidades informacionais da 
comunidade acadêmica à qual a biblioteca encontra-se inserida. Dessa forma, 
para a organização do acervo, faz-se estritamente necessário que a gestão 
bibliotecária esteja atenta a investigar e identificar essas necessidades através 
de estudos de usuários, para que a composição do acervo esteja coerente com 
o que a comunidade procura. (LIMA, 2019) 
 
15 
 
Uma vez organizado o acervo, é importante também que a gestão da 
biblioteca acompanhe sua evolução e esteja atenta à sua atualização e 
crescimento, visando atender o que as exigências do conhecimento científico. 
Além disso, cabe a atenção também quanto ao controle das perdas e 
substituições dos itens do acervo, uma vez que é um risco que se corre, sejam 
por fatores ambientais, à má conservação ou por perdas, danos ou furtos 
(lembrando que nos dias de hoje as bibliotecas dispõem de modernos 
equipamentos de segurança eletrônicos que protegem os acervos). (LIMA, 2019) 
No Centro Universitário Christus (Unichristus), a formação do acervo é 
feita a partir da bibliografia dos projetos pedagógicos dos cursos de graduação, 
pós-graduação, onde são apontadas as bibliografias básicas e complementares 
a serem adotadas nos cursos. A seleção dos itens que irão compor o acervo é 
feita em conjunto com os coordenadores e docentes dos cursos e as bibliografias 
são enviadas então para a gestão da biblioteca, para que dê início ao processo 
de aquisição dos itens. (Apud LIMA, 2019) 
O processo de aquisição dos itens que irão compor o acervo é feito a partir 
das seguintes etapas:a) a bibliotecária faz um levantamento de orçamentos junto a editoras e 
fornecedores, levando em conta um menor preço; 
 b) é elaborado um relatório com o orçamento para aquisição para a 
análise e autorização da Pró-Reitoria de Planejamento e Administração; 
c) após autorização, é feita a solicitação para compra junto aos 
fornecedores. 
Além disso, a biblioteca conta também com outras formas de atualização 
e expansão do acervo como: 
 a) solicitação de itens para aquisição pela coordenação dos cursos e 
docentes; 
 b) solicitação feita por discentes por meio do site da instituição; 
 c) solicitação por meio de estatística de demanda (reservas); d) 
solicitação para atualização de material. 
Com a finalidade de retirar do acervo itens desatualizados, danificados e 
ociosos, a biblioteca realiza anualmente um levantamento a partir da emissão de 
um relatório estatístico de empréstimos e de uma revisão do acervo. Os itens 
 
16 
 
retirados do acervo, perdidos ou furtados, são identificados a partir da realização 
de um inventário anual. (LIMA, 2019) 
 Quanto à aquisição de periódicos, dá-se da seguinte forma: a Pró-
Reitoria de extensão consulta os coordenadores e professores de cada curso 
para que apontem os periódicos mais relevantes de cada área, após esta etapa 
é repassada uma lista para a biblioteca para o processo de realização da 
assinatura do periódico. Anualmente é feita uma avaliação por coordenadores, 
professores e bibliotecária, quanto à renovação ou substituição dos periódicos. 
(LIMA, 2019) 
Todo o processo realizado na gestão de acervos e procedimentos da 
biblioteca da Unichristus é feito a partir do uso dos recursos das TICs. A partir 
da automatização da biblioteca, a gestão de acervos é feita utilizando o sistema 
Autobib 3.0, seja na realização dos inventários, nos orçamentos para novas 
aquisições, controle de assinaturas de periódicos, emissão de relatórios gerais 
da biblioteca servindo como base para as exigências das visitas do MEC para 
avaliação dos cursos. (LIMA, 2019) 
 Observando a realização dos procedimentos relacionados à prática da 
gestão de acervos da biblioteca da Unichristus, percebe-se a importância da 
atuação das TICs em seus processos, uma vez que elas devem ser aliadas da 
prática bibliotecária, principalmente em se tratando da realidade das bibliotecas 
universitárias. (LIMA, 2019) 
Para Santos e Andrade (2008), as bibliotecas universitárias devem ter 
seus padrões pautados no “novo” e no “flexível”, portanto tanto a gestão quanto 
sua equipe devem fazer uso das ferramentas tecnológicas disponíveis de forma 
adequada, com o objetivo de fornecer informação cientifica de qualidade à 
comunidade acadêmica. (LIMA, 2019) 
É válido ressaltar a importância do papel do gestor bibliotecário nos 
processos de mudanças que as bibliotecas enfrentaram durante sua evolução 
no decorrer da história. Sendo ele o responsável para que todo o processo 
funcione bem e gere resultados satisfatórios. Por esta razão, é fundamental que 
ele esteja aberto às mudanças, e consciente de sua necessidade em 
desenvolver novas competências profissionais a fim de lidarem com as 
inovações trazidas pelas tecnologias. (LIMA, 2019) 
 
17 
 
7 ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO EM BIBLIOTECAS ESCOLARES 
O bibliotecário é um profissional da informação, que atua como mediador 
dessas informações, sendo habilitado a atender as necessidades informacionais 
de todos os usuários, sejam de bibliotecas, ou de quaisquer outros centros de 
documentação, o bibliotecário escolar também precisa assumir um papel de 
educador, tendo em vista que atuam como elo entre alunos e professores 
(BISPO, 2005, Apud ALVES, 2017). 
O diferencial em uma biblioteca escolar como protagonista na formação 
de cidadãos críticos, está não apenas vinculada ao seu acervo bibliográfico, mas 
também ao profissional que nela atua, além de despertar o gosto pela leitura 
como forma habitual de lazer, um dos objetivos da biblioteca escolar é a 
formação do cidadão consciente e capaz de um pensamento crítico e criativo. 
Isso significa uma maior participação do bibliotecário no processo cultural do qual 
fazem parte, também, os professores, pedagogos, escritores e pesquisadores 
que veem na leitura um ato de conscientização do indivíduo (CALDIN, 2005, 
Apud ALVES, 2017). 
Portanto, a biblioteca escolar deixa a visão de ser apenas um depósito de 
livros e passa a atuar junto a escola na formação e estimulação do processo de 
leitura, papel este que também se estende ao bibliotecário escolar que tem o 
papel de auxiliar os usuários na sua capacidade crítica e reflexiva, que lhes 
permitam atuar melhor na sociedade. (Alves 2017) 
De acordo com Bernadi e Barros (2008, Apud ALVES, 2017) o 
bibliotecário precisa ser um profissional diferenciado, proativo, atualizado com 
as mudanças que ocorreram na sociedade de modo a se adequar e estimular 
seu público a ter interesse com a leitura e obter as informações desejadas, de 
modo que, a biblioteca não fique estagnada e distante de toda a transformação 
pela qual o mundo da informação passa constantemente. 
 As funções administrativas em uma biblioteca são fundamentais e 
referem-se a competências dirigidas por um profissional habilitado, o 
bibliotecário, contudo organizar, classificar, catalogar, indexar entre outas 
funções, são apenas algumas das demandas enfrentadas por esses 
profissionais, segundo Tavares (1973) a biblioteca tem sua existência, também 
 
18 
 
fundamentada na existência de um profissional apto e preparado para atender 
as necessidades de seus usuários. (Apud ALVES, 2017) 
 
Fonte: actionnetwork.org 
Da mesma maneira que a biblioteca escolar é muitas vezes mal 
compreendida, sem os devidos fins pedagógicos, o bibliotecário escolar quando 
existente nesse contexto raramente é considerado educador. Isso se configura 
porque quase sempre lhe é conferido funções tecnicistas e até mesmo 
burocráticas que o afasta das atividades pedagógicas e da sua aceitação como 
bibliotecário escolar e/ou educador diante dos outros membros da equipe da 
escola (SOARES, ANDRADE, SALES, 2011, Apud ALVES, 2017). 
Martins (2006, Apud ALVES, 2017) aponta que [...] a imagem da escola, 
da biblioteca ou de um espaço de formação de leitores deve ser pensada 
cuidadosamente, a fim de criar condições de simpatia e respeito pela sua função 
e pelo trabalho dos profissionais que nelas atuam (educadores, bibliotecários...) 
Sendo assim, é importante que o bibliotecário escolar, perceba e se 
qualifique também como educador, entendendo a importância da sua 
responsabilidade no processo de ensino-aprendizagem como citado por 
Tarapanoff, Suadein e Oliveira, 2002: [...] educar a si próprios e aos outros para 
a sociedade da informação é um dos grandes desafios para o profissional da 
 
19 
 
informação [bibliotecário escolar] e um passo importante para a formação da 
cultura informacional na sociedade[...] (Apud ALVES, 2017 
O bibliotecário precisa assumir seu papel de componente importante no 
processo de ensino-aprendizagem e buscar parceria com os professores da 
escola no desenvolvimento de projetos que incentivam e promovam a leitura. 
Sabe que lida com o leitor em formação e assume sua parte na responsabilidade 
de apresentar a leitura como um ato necessário, posto que prazeroso. A intenção 
é que o aluno transforme a leitura em um exercício contínuo. (QUERINO, 2013, 
Apud ALVES, 2017) 
Hillesheim e Fachin (2004) esclarecem que [...] cabe ao bibliotecário e 
somente a ele a função de priorizar entre as tarefas do processamento técnico e 
as de atendimento a comunidade escolar para buscar a satisfação dos usuários; 
cabe a ele demonstrar a importância de seu trabalho como educador, como 
incentivador da leitura, representando o real significado da biblioteca escolar. 
(Apud ALVES, 2017) 
Para Silva (2003, p. 79), “o bibliotecário escolar deve dedicar-se menos 
às atividadesmecanizadas e muito mais a programas de incentivo à leitura, junto 
aos alunos, com o apoio de outros educadores, como os professores e os 
especialistas”. Apud ALVES, 2017) 
De acordo com Querino (2013, Apud ALVES, 2017) disseminar a 
informação é uma das competências que se exige do bibliotecário. Com as 
diversas tecnologias presentes no cotidiano, existe a necessidade de o 
bibliotecário apresentar habilidades para lidar, se não com todas, mas com a 
grande maioria delas. 
 Dessa forma o bibliotecário escolar tem uma função primordial como 
incentivador da leitura, interagindo com o seu público e estimulando através de 
estratégias desde o oferecimento do acervo adequado até a participação e 
interação em atividades da escola, qualificando seu papel de também educador, 
junto ao corpo escolar. (ALVES 2017) 
Martins (2001, Apud ALVES, 2017) afirma que o perfil do bibliotecário 
escolar sofreu algumas modificações desde que o curso de Biblioteconomia foi 
planejado pela Biblioteca Nacional em 1910, trazendo importantes 
transformações, como a modernização de algumas tecnologias informacionais e 
também nas técnicas de gerenciamento, contudo as bibliotecas eram restritas a 
 
20 
 
instituições religiosas e coleções particulares ou instituição de ensino públicas e 
o bibliotecário tinha sua atuação restrita a guarda, armazenamento e vigilância 
do acervo. 
Todavia, de acordo com Vatentim (2000, Apud ALVES, 2017) o 
bibliotecário passou a ter um perfil de agente cultural e de informação no século 
XX, devido a reformulação curricular ocorrida nos cursos de Biblioteconomia, 
com o avanço das tecnologias da informação e comunicação, identificando-se e 
atuando também como educador, apto a mediar informações. 
Atualmente, o bibliotecário pode atuar em bibliotecas virtuais, digital, 
especializada, pública, universitária ou escolar, além de museus, editoras, 
centros culturais, cartórios, fóruns, dentre tantos outros espaços de atuação, 
tendo assim como principal objetivo auxiliar e estimular o acesso a informação 
(PINHEIRO, 2009, Apud ALVES, 2017). 
Para ALVES, (2017), o bibliotecário escolar deve promover atividades que 
desenvolva conhecimento e abordem a cultura, fazendo uso de diversos 
recursos, entre eles os exemplos citados, a hora do conto, teatro de fantoches, 
exposição de livros, clube de leitura, com o objetivo de atrair os usuários ao 
universo da leitura e do conhecimento. 
 Contudo, para que isto seja possível é necessário a inclusão do 
bibliotecário escolar na comunidade escolar, participando do planejamento 
pedagógico, das atividades educacionais que serão desenvolvidas, atuando de 
maneira conjunta com os demais profissionais envolvidos na escola com o 
objetivo de trazer melhorias no processo de ensino aprendizagem, 
desencadeando um processo de valorização profissional e se colocando como 
sujeito ativo dentro do processo educacional (HILLESHEIM, FACHIN, 2003; 
KUHLTHAU 2002, Apud ALVES, 2017). 
A atuação de um bibliotecário capacitado e de uma biblioteca bem 
estruturada, pode engrandecer a formação de seus usuários, disseminando 
informações e conhecimentos de maneira dinâmica e criativa, desse modo, a 
prática de leitura ganhará resultados satisfatórios. (ALVES, 2017) 
 
21 
 
8 O BIBLIOTECÁRIO E O CONTEXTO ADMINISTRATIVO 
O emprego de técnicas administrativas começou a merecer atenção dos 
bibliotecários em meados da década de 50, nos Estados Unidos, quando a 
biblioteca passou a ser conhecida como um recurso comunitário. 
Atualmente, o bibliotecário atua também como um administrador de 
biblioteca por exercer a função de gestor, o que se compõe em organizar, 
comandar, prever, coordenar e controlar todas a atividades ligadas a essa 
unidade de informação. 
Para isso, ele deverá dispor de conhecimentos técnicos e administrativos 
que lhe permitam manter diretrizes e liderança em sua atividade gerencial, traçar 
metas, estabelecer planos e políticas. 
Quanto à função, essa requer permanentemente a tomada de decisões 
no que se refere a estabelecer objetivos e organizar recursos para atingi-los, 
bem como interagir com pessoas se utilizando da comunicação e motivação. 
 Seu papel pode ser constatado à medida que cumpre suas tarefas no 
interior de um grupo, possuindo a capacidade de gerar mudanças na unidade de 
informação. 
Esta postura ativa, começou a ser delineada entre as décadas de 
cinquenta a oitenta, quando os bibliotecários passam a trocar experiências, 
apresentar teses e debates que em princípio, proporcionam mais benefícios aos 
próprios profissionais e ao surgimento de novos referenciais para a sua atuação 
qualificada. 
Vivenciando novas experiências, o bibliotecário começou a ver a 
biblioteca muito mais como agência capaz de promover a transformação da 
sociedade, tendo em vista ser dela a função de disseminar artefatos de cultura 
a fim de favorecer a integração social dos cidadãos. 
Historicamente, sabe-se que essas instituições tiveram dificuldades de 
ordem financeira e política e isto estende até hoje devido, em parte, ao fato de 
serem órgãos ligados, na maioria das vezes, a um organismo estatal, seja 
federal, estadual ou municipal, o que evidencia uma dependência não só 
financeira, mas ideológica que compromete sobremaneira suas ações. 
 Isto reflete nos modos de gestão dos profissionais, já que ficam sujeitos 
a variações de programas político-partidários ou acordos que possam vir a 
 
22 
 
beneficiar a instituição de algum modo, comprometendo seus fazeres enquanto 
agentes de transformação. 
 
Fonte: Portal do bibliotecário 
Como na década de oitenta, também agora, no final do século, sente-se 
uma nova mudança de mentalidade quanto ao papel e função do profissional da 
informação, que busca atender às demandas oriundas do mercado emergente. 
O bibliotecário tem buscado na pós-graduação uma forma de capacitar-
se profissionalmente para atender às diversas necessidades do mercado em que 
pode atuar, sem nunca deixar de lado sua missão primeira que é a de informar 
seu cliente com clareza, para que ele possa fazer uso das informações 
recebidas, de modo a constituir sua visão crítica. 
Cada profissional deve administrar a instituição em que atua de acordo 
com o tipo que a caracteriza já que em última instância, é isso que vai definir a 
sua função dentro do contexto social, político e cultural. 
Com o intuito de melhor atender à sociedade, as bibliotecas foram 
segmentadas dando origem a variadas tipologias tais como, bibliotecas 
escolares, públicas, universitárias, especializadas, infantis entre outras, cada 
uma com uma missão e um público alvo diferenciado o que, consequentemente, 
enfatiza a necessidade de uma administração que busca atender aos objetivos 
institucionais propostos. 
 
23 
 
Entende-se que, para a biblioteca se tornar um agente de transformação, 
o gerente deve ter a capacidade de pesquisar, liderar, planejar, ser avaliado por 
outros, e se auto avaliar, de modo a ter capacidade de criar alternativas 
impactantes com os recursos que possui. Isso evidencia a necessidade do gestor 
em agir criativamente diante do cenário que deverá conhecer. 
9 GESTÃO DE BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA 
A gestão de uma biblioteca torna-se um processo complexo que envolve 
diversos fatores que vão desde a administração de recursos e materiais, gestão 
de pessoas e administrativa. Carvalho (2008) ressalta a importância da 
administração deste espaço e as peculiaridades que ele apresenta. O gestor 
necessita de habilidades e competência para que sua atuação possa atender as 
necessidades de usuários e não ferir interesses político-administrativos da alta 
administração, ratificando a afirmação em que os objetivos e metas a serem 
atingidos devem englobar não só aos inerente ao setor, mas a instituição a qual 
pertence como um todo. (Apud MORAIS, et al. 2013) 
Os gestores no intuito de promoverem um crescimento das áreasfundamentais da biblioteca (acervo) têm que se preocupar com os recursos 
físicos, humanos e financeiros. O planejamento organizacional deve englobar 
desde questões relacionadas à expansão de coleções, introdução de tecnologias 
que visem otimizar seu funcionamento, melhoria dos processos que fazem parte 
da rotina do bibliotecário e ações educativas para conscientizar os usuários da 
importância do espaço e da conservação dos recursos que oferecem. Isso exige 
do gestor conhecimentos diferenciais e qualificação, para que suas 
responsabilidades possam ser desempenhadas de forma eficaz (SILVEIRA, 
2009, Apud MORAIS, et al. 2013). 
Salort e Machado (2011) ressaltam que a atuação de um gestor de 
biblioteca vai além das paredes a qual a delimita, e a formação acadêmica que 
possui. Formação e atualização de acervo, bem como sua expansão; 
sistematização da organização e classificação são funções mínima de sua 
atuação. O bibliotecário gestor deve criar planos estratégicos que devem 
englobar desde os clientes internos como os externos, no intuito de liderar e 
 
24 
 
estimular colaboradores, e obter a satisfação nos serviços dos usuários e da 
administração superior da instituição. (Apud MORAIS, et al. 2013). 
 
Fonte: www.tripadvisor.com.br 
Um ponto bastante discutido na literatura é a respeito do planejamento 
estratégico que insere no contexto gerencial nas bibliotecas. Souza (2007) 
afirma que planejamento estratégico visa adicionar às organizações a arte 
estrategista, sob uma ótica de negócio, em que busca meios de conduta e 
subsídios para tomadas de decisão. Almeida (2001) conceitua o planejamento 
estratégico como sendo um método de administração que busca ordenar 
opiniões e sugestões dos indivíduos a fim de que se possa criar uma visão futura 
dos desafios que estão por vir. Oliveira (2010) aponta o planejamento estratégico 
como um procedimento de atuação sob um processo metodológico que visa a 
uma interação dos fatores controláveis e não controláveis, de forma otimizada e 
interativa para uma administração com características inovadoras e 
diferenciadas. (Apud MORAIS, et al. 2013) 
Coletta e Cristianini (2010), citados por Salort e Machado (2011), explicam 
que, mesmo que a administração de uma biblioteca não tenha como objetivo o 
lucro, este deve seguir as mesmas teorias e métodos proposta para as 
organizações em gerais. O gestor tem que ter a consciência que gerencia os 
 
25 
 
recursos financeiros das instituições. Em alguns casos advindos de agências de 
fomento para expansão de acervo bibliográfico. (Apud MORAIS, et al. 2013) 
Outro fator que justifica as prerrogativas acima é que as bibliotecas não 
são imutáveis e nem apresentam uma independência isolada, mais sim é um 
ambiente que modifica de forma dinâmica, conforme a expansão do próprio 
conhecimento, e nos termos atuais acompanhando a globalização do mundo. 
Assim, planejamento estratégico, no contexto das bibliotecas, deve ser visto 
como uma ferramenta preventiva com situações inesperadas (CARVALHO, 
2008, Apud MORAIS, et al. 2013). 
Desde a década de 60, o planejamento dentro das bibliotecas já era uma 
necessidade. Carvalho (1981) relata essa indigência agregando um caráter de 
urgência, em que as delineações de padrões para as bibliotecas universitárias 
brasileiras deveriam ser propostas e implantadas, a fim de permitir que 
ferramentas administrativas de avaliação e o planejamento dos serviços 
prestados, fossem estabelecidos, buscando ofertar um serviço com qualidade. 
(Apud MORAIS, et al. 2013) 
Deste modo, pode-se sugerir que a aplicabilidade contínua de 
planejamento estratégico nas bibliotecas tende a melhorar a qualidade dos 
serviços prestados, bem como fornecer mecanismo para que esta possa ser 
constantemente avaliada, para amenizar, prevenir e resolver problemas 
inesperados. (MORAIS, et al. 2013) 
Outro desafio discutido na atuação do gestor de biblioteca refere-se à 
gestão de recursos humanos. Chiavenato (1999) conceitua a gestão de pessoas 
como uma prática administrativa nas empresas, abordando as questões 
referentes ao capital humano, envolvendo questões que vão desde o 
recrutamento e seleção, o treinamento e desenvolvimento e a motivação, no 
intuito de que os objetivos das organizações sejam alcançados num processo 
recíproco de valorização, superação e satisfação. (Apud MORAIS, et al. 2013) 
Dentro do ambiente complexo de pluralidade que envolve os processos 
de uma biblioteca, com frequentes intervenções internas e externas, os 
colaboradores são partes essenciais para o bom funcionamento e cumprimento 
de metas. Silveira (2009) aponta que o perfil do gestor de biblioteca no trato da 
gestão de pessoas requer uma atuação de liderança. Uma interação entre os 
funcionários envolvidos nas diferentes funções faz-se necessário para que 
 
26 
 
mecanismo de avaliação e desempenho possam ser realizados e, sobretudo, 
ressalta que o treinamento e desenvolvimento deve ser, neste ambiente, uma 
prática constante, dado que o a diversidade de atividades e de usuários (clientes) 
exigem métodos e técnicas de atendimentos diferenciados para que haja 
satisfação em relação aos serviços prestados. (Apud MORAIS, et al. 2013). 
 
Fonte: universoabierto.org 
O bom gestor de biblioteca pode ser caracterizado como um líder que 
conhece os processos envolvidos no cotidiano de funcionamento deste setor. 
Ciente das necessidades internas (da própria biblioteca) e das externas (a 
instituição como um todo), pois a demanda que sofre advém, quase que em 
mesma intensidade, de ambas as partes. (MORAIS, et al. 2013) 
O planejamento torna-se uma necessidade imediata e deve ser tomada 
como prática rotineira. Visionário e dinâmico o gestor tem que ter consciência de 
seu papel, desenvolvendo habilidade e competências para que os objetivos e 
metas possam ser atingidos de modo eficaz. (MORAIS, et al. 2013) 
 
 
27 
 
10 GESTÃO DA BIBLIOTECA ESCOLAR: METODOLOGIAS, ENFOQUES E 
APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS DE GESTÃO E SERVIÇOS DE 
BIBLIOTECA 
Na sociedade da informação e do conhecimento, a biblioteca escolar 
ocupa um espaço significativo no que concerne a suas metodologias, enfoques 
e aplicação de ferramentas de gestão e serviços. Nas diretrizes da biblioteca no 
sistema educacional em nível internacional, nacional e regional, a gestão em 
serviço de bibliotecas escolares deve priorizar a aprendizagem em todo o 
processo de desenvolvimento humano, além do acesso e uso da informação. 
Segundo o Manifesto IFLA/Unesco em Bibliotecas Escolares, essa apropriação 
deve desenvolver a imaginação e preparar os cidadãos para uma vivência 
responsável, possibilitando o pensamento crítico e o efetivo acesso à informação 
em todos os formatos e meios. (BEHR, et al 2008) 
Alguns autores, ao tratarem sobre gestão, na área biblioteconômica, 
apresentam a visão empresarial em que o bibliotecário exerce a função de 
administrador, o usuário é o cliente e o serviço oferecido é o produto. A biblioteca 
escolar se caracteriza como função pedagógica e abrange ampla “clientela” e de 
diversos níveis de escolaridade, pois seus usuários pertencem à faixa etária dos 
dois aos oitenta anos, desde a educação infantil ao pós-médio, incluindo a 
educação de jovens e adultos, o corpo docente, funcionários e comunidade 
escolar. O bibliotecário tem a função de gestor e de educador, buscando a oferta 
de serviços, através da avaliação no uso de ferramentas de gestão, e qualidade, 
propiciando o acesso e o uso da informação para todos. A gestão preconiza a 
qualidade de serviços com foco na eficiência e na eficácia, buscando a rapidez 
e o resultado satisfatório que atenda às necessidades de informação dos 
usuários. (BEHR, et al 2008) 
A gestão da biblioteca escolar é um processo primordial na oferta e no 
desenvolvimento de qualidade em serviços de informação em relação a 
metodologias, enfoques e aplicação de ferramentas quepodem auxiliar os 
bibliotecários a oferecer a informação adequada, no momento certo, pois, como 
afirmava Ranganathan em uma de suas leis, a biblioteca é um organismo em 
crescimento. (Apud BEHR, et al 2008) 
 
28 
 
 A sociedade da informação e do conhecimento preconiza a integração, 
reduzindo distâncias e aumentando o nível de informação, a igualdade no acesso 
e no uso da informação, e a aprendizagem possibilita a superação de 
desigualdades e de exclusão. Por isso, a escola, aonde acorrem milhares de 
crianças, de adolescentes e de adultos, transforma-se no espaço que propicia a 
convivência, o compartilhamento, a autonomia e a aprendizagem, ocupando 
espaços físicos de salas de aulas, de laboratórios e de bibliotecas escolares. 
Nestas, o bibliotecário que busca a atualização e a especialização para sua 
competência informacional propiciará aos seus usuários espaços de convivência 
de aptidões intelectuais e cognitivas, de cidadania e de acesso à informação 
para todos, através da qualidade dos serviços prestados, avaliados em 
programas e ferramentas de qualidade em serviços de informação para todos. 
(BEHR, et al 2008) 
11 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM BIBLIOTECA ESCOLAR: A 
ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO INTRAEMPREENDEDOR 
A partir dos conceitos de Almeida (2005), Chiavenato e Sapiro (2009), 
Fischmann e Almeida (2013) e Oliveira (2014) sobre o planejamento estratégico, 
apresentamos a sua aplicabilidade para a biblioteca, em destaque a escolar, e 
evidenciamos como o bibliotecário, enquanto gestor, poderá atuar de forma 
intraempreendedora nesses espaços. (Apud SÁ, et al, 2020) 
Visto que a sociedade, ao longo do tempo, vem passando por grandes 
mudanças (social, política, econômica) e que o avanço das tecnologias tem 
contribuído para isso, as bibliotecas (como instituição social que, desde a sua 
criação, foi pensada para armazenar, organizar e disponibilizar o conhecimento, 
fazendo com que este não se perca,) também sentiram a necessidade de 
acompanhar essas transformações. (SÁ, et al, 2020) 
O processo de expansão da biblioteca, assim como o atendimento à 
comunidade (que vive uma nova demanda informacional e midiática), precisa de 
uma gestão que faça um planejamento estratégico constante e que busque 
formas de empreender no local. Esse tipo de gestão é denominado por Pinchot 
III de intraempreendedorismo, pois cria inovações dentro da empresa e lidera 
 
29 
 
com espírito empreendedor, conforme as premissas de Dolabela (2008) e 
Chiavenato e Sapiro (2009). (Apud SÁ, et al, 2020) 
Podemos afirmar que o empreendedorismo é o campo do conhecimento 
estudado em Administração, cujo foco são pessoas empreendedoras que 
buscam a criação e inovação no mercado de produtos e serviços, de modo que 
satisfaça o cliente. O estudo sobre empreendedorismo teve início com os 
economistas e, posteriormente, seguiu para outras áreas do conhecimento, tal 
como afirma Chiavenato (2007, p. 5, Apud SÁ, et al, 2020). 
 
Fonte: bibliotecasma.org 
Todavia, podemos perfeitamente adaptar o empreendedorismo às 
instituições sem fins lucrativos, como as bibliotecas, que geram produtos e 
serviços. Ainda que a sua demanda seja o capital intelectual, as bibliotecas 
precisam estar antenadas ao ambiente externo e interno, bem como às novas 
necessidades dos usuários. (SÁ, et al, 2020) 
Por isso, pensar em empreendedorismo para as bibliotecas é pensar em 
outra segmentação, nesse caso, o empreendedorismo social. Este, por sua vez, 
“[...] não produz bens e serviços para vender, mas para solucionar problemas 
sociais [...]. São pessoas que trazem para problemas sociais a mesma 
imaginação que os empreendedores do mundo dos negócios trazem à criação 
 
30 
 
de riqueza. ” (MELO NETO; FROES, 2002, p. 9). O objetivo pretendido é utilizar 
as estratégias do empreendedorismo social para o ambiente da biblioteca 
escolar, junto ao planejamento estratégico. (Apud SÁ, et al, 2020) 
11.1 Planejamento estratégico em biblioteca escolar: a atuação do 
bibliotecário intraempreendedor 
Buscando o conceito de Melo Neto e Froes (2002) a respeito do 
empreendedorismo social, que visa implementar ações empreendedoras para os 
problemas sociais em biblioteca escolar, podemos aplicar ações 
intraempreendedores como parte integrante do planejamento estratégico e 
contribuir com a educação na formação cidadã e reflexiva dos alunos. É possível 
também combater os problemas sociais, políticos e econômicos, tais como 
analfabetismo, analfabetismo funcional, carência de biblioteca nas escolas, falta 
do bibliotecário na biblioteca. O bibliotecário pode e deve atuar para transformar 
o espaço da biblioteca para alunos, professores e comunidade do entorno da 
escola. (Apud SÁ, et al, 2020) 
Embora a aplicação da administração tenha recebido destaque no setor 
privado, sobretudo com o uso do planejamento estratégico, inovação, 
empreendedorismo corporativo ou intraempreendedorismo, e outros, em 
instituições públicas, a administração também foi aplicada de acordo sua 
especificidade. No caso das bibliotecas não é diferente. O planejamento se faz 
necessário até mesmo para que essa instituição evolua e acompanhe as 
mudanças de acordo com as necessidades dos usuários. (SÁ, et al, 2020) 
Contudo, a biblioteca está sempre ligada a uma instituição mantenedora, 
sendo esta responsável pelo planejamento estratégico. Cabe à gestão da 
biblioteca realizar seu planejamento de acordo com os objetivos da instituição 
maior. O planejamento estratégico nas bibliotecas, conforme Almeida (2005), é 
importante para explorar as fontes de informação, avaliar os serviços e analisar 
os seus usuários reais e potenciais. (Apud SÁ, et al, 2020) 
Almeida (2005) argumenta que o planejamento é fundamental para a 
unidade de informação, uma vez que os relatórios estatísticos gerados não são 
suficientes para avaliar e acompanhar o funcionamento da biblioteca, 
dependendo de como estão formulados. Entretanto, se aliados ao planejamento 
 
31 
 
estratégico, é possível obter dados mais concretos e auxiliar numa tomada mais 
precisa de decisão. (Apud SÁ, et al, 2020) 
Para fazer o planejamento é preciso realizar o diagnóstico (descrever a 
situação atual da biblioteca), objeto do planejamento (define como se trabalhar 
a partir da análise interna), assim como formulações, implementação, controle e 
avaliação. (ALMEIDA, 2005). Destacamos, ainda, que o bibliotecário 
intraempreendedor pode fazer a diferença na gestão da biblioteca, na 
elaboração e execução do planejamento, liderando sua equipe de trabalho, 
ouvindo sugestões e, consequentemente, ganhando autonomia e recursos para 
administrar a biblioteca. (Apud SÁ, et al, 2020) 
Em relação à biblioteca escolar, Campello (2012), ao analisar estudos 
publicados a partir de 1960, evidencia que deve contribuir para a valorização da 
educação, explicitando a capacidade da biblioteca para contribuir no 
desenvolvimento de habilidades de localizar, selecionar, interpretar, utilizar e 
comunicar informação de maneira crítica e responsável, estaremos inseridos na 
questão letramento, um „letramento informacional‟, que pode contribuir para a 
ampliação da capacidade de crianças e jovens terem acesso aos saberes 
linguísticos necessários ao exercício da cidadania. (CAMPELLO, 2012, p. 22, 
Apud SÁ, et al, 2020). 
O estudo realizado por Campello (2012) mostra a importância da 
biblioteca na escola e como o bibliotecário precisa atuar nesse espaço, criar 
ações que viabilizem o uso da biblioteca e atender às necessidades dos alunos, 
gerando o desejo destes no uso da biblioteca. O bibliotecário intraempreendedor 
não se contenta com a rotina, pois busca sempre ideias criativas que vão além 
dos projetos. (Apud SÁ, et al, 2020) 
A respeito disso, Pinto e Davok (2009, p. 41 apud BRITO, 2017 p. 27) 
apontam várias formas do bibliotecário intraempreender, como: 
- Facilitando a comunicação e interação na organizaçãoem que atua, fazendo 
com que aconteça a união/cooperação entre os setores; 
- Executando suas funções de forma criativa com os, geralmente, poucos 
recursos disponíveis; 
- Desenvolvendo projetos para captar mais recursos para a unidade de 
informação; 
 
32 
 
- Fazendo estudos, para identificar e conhecer seus clientes e adequar os 
produtos e serviços às expectativas e necessidades deles; 
- Disponibilizando informações estratégicas para a organização em que está 
inserido, visando facilitar a tomada de decisão em todos os níveis hierárquicos; 
- Antecipando-se às tendências e realizando mudanças nos produtos e serviços 
que oferecem antes que eles fiquem obsoletos e caiam em desuso. (Apud SÁ, 
et al, 2020) 
 
Fonte: sp.depositphotos.com 
Essas ações propostas pelos autores estão voltadas para as atividades 
básicas do bibliotecário, como a comunicação, o gerenciamento dos recursos, o 
conhecimento dos seus clientes e a adaptação dos seus produtos e serviços 
conforme as suas necessidades. (SÁ, et al, 2020) 
Atualmente, é necessário que o bibliotecário, além das competências 
técnicas tradicionais inerentes à área, tenha também competências 
intraempreendedoras para competir nesse mercado que está em constantes 
mudanças e obter maior eficácia e eficiência na prestação de serviços em 
bibliotecas e em outras unidades de informação. (FEVRIER, 2014, não 
paginado, Apud SÁ, et al, 2020). 
 
33 
 
O bibliotecário deve ser um profissional completo, que não domine 
somente a técnica, mas que busque um perfil empreendedor, que possa atuar 
dentro do seu campo de trabalho de modo inovador, que traga vida aos serviços 
e produtos já oferecidos na biblioteca. Deve ter boas relações com as outras 
unidades de informação. (SÁ, et al, 2020) 
Segundo Almeida (2005), é preciso que o bibliotecário conheça a 
biblioteca onde atua (por meio do diagnóstico, que é uma das etapas do 
planejamento), haja vista que um programa de ação voltado ao incentivo da 
leitura modifica o público de forma direta e indireta: os alunos são motivados a 
ler, os professores passam a se dedicar mais e os pais ganham o gosto pela 
leitura. A biblioteca ganha mais usuários, o fluxo de empréstimo aumenta e todo 
o ciclo se transforma. A biblioteca escolar é capaz de atender e dar suporte ao 
desenvolvimento do aluno na escola e fora dela, do professor e da comunidade 
que a cerca. (Apud SÁ, et al, 2020) 
 Nesse sentido, Chiavenato e Sapiro (2009) destacam que, para elaborar 
e executar um planejamento estratégico, é preciso ter características de 
empreendedor, como motivação, liderança, estar disposto à mudança e correr 
riscos, capacidade para cativar a equipe de trabalho e investir na cultura 
organizacional da instituição. Essas ações são fundamentais para que o 
planejamento seja executado e traga bons resultados. (Apud SÁ, et al, 2020) 
Quanto à escola, a biblioteca nesse espaço faz toda a diferença para o 
desenvolvimento da formação crítica dos seus alunos. Além disso, forma 
cidadãos reflexivos e com mais oportunidades, pois conta com a participação e 
reconhecimento da comunidade. (SÁ, et al, 2020) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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escolares. A importância do bibliotecário escolar para o incentivo à leitura. 
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CAMILLO, Everton da Silva, FILHO Claudio Marcondes de Castro. O papel do 
bibliotecário na escola. O bibliotecário e a administração burocrática na escola: 
olhares sobre o projeto político-pedagógico e a atuação profissional. 2019. 
 
LIMA, Ana Renata de Souza. Contribuições das tecnologias da informação 
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TRINDADE, Thaís Lima. Biblioteca Escolar, Bibliotecário e Professor. A 
biblioteca escolar como agente transformador da sociedade: uma perspectiva 
ecossistêmica. 2019. 
 
 
 
 
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