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Vícios redibitórios- aula 6

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Vícios Redibitórios
INTRODUÇÃO 
Refere-se à garantia legal existente 
quanto aos vícios contratuais. Os 
vícios contratuais atingem o objeto do 
negócio, não se confundindo com os 
vícios da vontade (erro, dolo, coação, 
estado de perigo E lesão). 
CONCEITO 
―Os vícios redibitórios são defeitos 
ocultos existentes na coisa alienada, 
objeto de contrato comutativo ou de 
doação onerosa, não comum às 
congêneres, que a tornam imprópria ao 
uso a que se destina ou lhe diminuem 
sensivelmente o valor, de tal modo que 
o negócio não se realizaria se esses 
defeitos fossem conhecidos, dando ao 
adquirente ação para redibir o 
contrato ou para obter abatimento no 
preço. Por exemplo, novilhas 
escolhidas para reprodução de gado, 
porém estéreis‖ (DINIZ, Maria 
Helena. Código..., 2005, p. 421). 
Entretanto, como será exposto, o art. 
445 do atual código civil diferencia os 
prazos nos casos em que os vícios 
podem ser conhecidos de imediato ou 
mais tarde, razão pela qual 
entendemos que a atual codificação 
também trata dos vícios aparentes, 
como já fazia, mas de forma 
diferenciada, o Código Civil de Defesa 
do Consumidor. 
Imagine-se uma situação em que 
alguém compra um automóvel do 
vizinho, que não é profissional nessa 
atividade de venda de veículos. O 
carro seminovo apresenta problemas 
de funcionamento. Como não há 
relação de consumo, o caso envolve um 
vicio redibitório, aplicando-se o Código 
Civil. Sendo assim, o adquirente terá o 
seu favor as opções e prazos no artigo 
445 do CC/2002, conforme será 
estudado mais adiante. 
VICIO REDIBITÓRIO # ERRO 
O erro é vício do consentimento que 
atinge a vontade, gerando a 
anulabilidade do negócio jurídico. Está, 
portanto, no plano da validade do 
contrato. 
Você acha uma coisa e é outra. 
Exemplo: Sambiquira. 
Vício redibitório é vício da coisa, que 
gera o abatimento no preço ou a 
resolução do negócio. Não há dúvidas, 
por sua natureza, que está no plano da 
eficácia do contrato. Por exemplo, 
candelabros prateados que o 
comprador adquire pensando serem de 
Prata. Não há defeito ou vício 
intrínseco a coisa. O que ocorre é vício 
no consentimento. 
O negócio é ultimado tendo em vista 
um objeto com aquelas qualidades que 
todos esperam que possuam, comum a 
todos os objetos da mesma espécie. 
Porém àquele objeto falta uma dessas 
qualidades, apresentam um defeito 
oculto, não comum aos demais objetos 
da espécie. 
Por todos os ensinamentos, há uma 
garantia legal contra os vícios 
rebibitórios nos contratos bilaterais 
(sinalagmáticos), oneroso e 
comutativo, caso da compra e venda, 
devendo também ser incluídas as 
doações onerosas, conforme preceitua 
o art. 441, parágrafo único, do CC. 
CONTRATO ALEATÓRIO 
Há uma garantia legal contra os vícios 
redibitórios nos contratos bilaterais, 
onerosos, comutativos, bem como, nas 
doações onerosas. 
―O artigo 441 do código civil deve ser 
interpretado no sentido de abranger 
também os contratos aleatórios, 
desde que não abranja os elementos 
aleatórios do contrato‖ (enunciado 
número 583 do CJF). 
OBS: caso a álea recaia sobre a 
qualidade da coisa, não há de se 
afastar necessariamente a aplicação 
da disciplina pertinente aos vícios 
redibitórios, vez que as partes 
assumiram o risco da coisa a ser 
entregue se encontrar com vício de 
qualidade que a torne imprópria ao uso 
a que se destina ou lhe diminua o valor. 
Exemplo: João faz um contrato 
aleatório com Pedro que tem cavalos, 
se o cavalo 1 der cria seja macho ou 
fêmea será dele, no entanto, o filhote 
nasce com 3 pernas, e é inútil para a 
finalidade em que João quer destinar. 
Haverá aqui um vicio, pois João não 
assumiu o risco em ficar com o cavalo 
nascido dessa forma. Logo, resolve-se 
a obrigação. 
CÓDIGO CIVIL Seção V Dos Vícios 
Redibitórios 
Vicio oculto é aquele defeito cuja 
existência nenhuma circunstancia pode 
revelar, senão mediante exames e 
testes. É vicio que desvaloriza a coisa 
ou torna-se imprestável ao uso a que 
se destina. Como é comum na doutrina, 
tal vicio é chamado de redibitório, pois 
confere à parte prejudicada o direito 
de redibir, ou seja, rescindir o 
contrato, devolvendo a coisa e 
recebendo do devedor a quantia paga. 
 Art. 441. A coisa recebida em virtude 
de contrato comutativo pode ser 
enjeitada por vícios ou defeitos 
ocultos, que a tornem imprópria ao uso 
a que é destinada, ou lhe diminuam o 
valor. Parágrafo único. É aplicável a 
disposição deste artigo às doações 
onerosas. Art. 442. Em vez de rejeitar 
a coisa, redibindo o contrato (art. 
441), pode o adquirente reclamar 
abatimento no preço. 
É certo que, no momento em que o bem 
é adquirido, o vicio deve ser tido como 
oculto para que exista garantia legal. 
Esse dispositivo leva em conta o 
primeiro contato da pessoa com a 
coisa. mas pode ser que estando o bem 
na posse do adquirente, após uma 
analise mais apurada e profunda, este 
perceba o vicio de imediato, sendo o 
mesmo tipo aparente, nesse momento 
de contato com a coisa, aplicando-se o 
art. 445, caput, do CC, quanto ao 
prazo decadencial. 
 Art. 443. Se o alienante conhecia o 
vício ou defeito da coisa, restituirá o 
que recebeu com perdas e danos; se o 
não conhecia, tão-somente restituirá o 
valor recebido, mais as despesas do 
contrato. 
Art. 444. A responsabilidade do 
alienante subsiste ainda que a coisa 
pereça em poder do alienatário, se 
perecer por vício oculto, já existente 
ao tempo da tradição. 
Assim, aplicando a norma, concluiu o 
Tribunal do Direito Federal que 
―assim, mesmo em se tratando de 
veiculo com quase dez anos de uso, 
deve o alienante responder pelo 
defeito oculto no motor, o qual após 
dois meses da venda veio e fundir, 
necessitando de retífica completa. 
 Art. 445. O adquirente decai do 
direito de obter a redibição ou 
abatimento no preço no prazo de 
trinta dias se a coisa for móvel, e de 
um ano se for imóvel, contado da 
entrega efetiva; se já estava na posse, 
o prazo conta-se da alienação, 
reduzido à metade. 
Prazos decadenciais para o adquirente 
ingressar com as ações edilícias, a 
saber: 
- 30 dias para bens móveis; 
- 1 ano para bens imóveis. 
Tais prazos devem ser contados, em 
regra, da entrega efetiva da coisa 
(tradição real. Mas se o comprador já 
estava na posse do bem, os prazos 
serão reduzidos à metade. (15 dias 
para móveis e 6 meses para imóveis). 
§ 1º Quando o vício, por sua natureza, 
só puder ser conhecido mais tarde, o 
prazo contar-se-á do momento em que 
dele tiver ciência, até o prazo máximo 
de cento e oitenta dias, em se 
tratando de bens móveis; e de um ano, 
para os imóveis. 
Prazos para vícios ocultos ou que, por 
sua natureza, somente podem ser 
conhecidos mais tarde. 
- 180 dias para bens móveis; 
- 1 ano para bens imóveis. 
Esses prazos devem ser contados do 
conhecimento do vicio, o que é mais 
justo diante do que já prévia o Código 
de Defesa do Consumidor. Mais uma 
vez, o dialogo com a lei consumerista é 
evidente. 
 
§ 2º Tratando-se de venda de animais, 
os prazos de garantia por vícios 
ocultos serão os estabelecidos em lei 
especial, ou, na falta desta, pelos usos 
locais, aplicando-se o disposto no 
parágrafo antecedente se não houver 
regras disciplinando a matéria. 
Art. 446. Não correrão os prazos do 
artigo antecedente na constância de 
cláusula de garantia; mas o adquirente 
deve denunciar o defeito ao alienante 
nos trinta dias seguintes ao seu 
descobrimento, sob pena de 
decadência. 
Estando prejudicado o adquirente, 
terá ele as seguintes possibilidades 
jurídicas: 
1) Pleitear abatimento 
proporcional no preço, por meio de 
ação quanti minoris e ação estimatória. 
2) Requerer a resolução do 
contrato (devolvendo a coisa e 
recebendo de volta a quantia em 
dinheiro que desembolsou), sem 
prejuízo de perdas e danos, por meio 
deação redibitória. Para pleitear as 
perdas e danos, deverá comprovar a 
má-fé do alienante, ou seja, que o 
mesmo tinha conhecimento dos vícios 
redibitórios (art. 443 do CC). Todavia, 
a ação redibitória, com a devolução do 
valor pago e o ressarcimento das 
despesas contratuais, cabe o mesmo 
se o alienante não tinha conhecimento 
do vicio. 
Com relação a essas possibilidades, 
merece aplicação o princípio da 
conservação do contrato. Sendo assim, 
deve-se entender que a resolução do 
contrato é o ultimo caminho a ser 
percorrido. Nos casos em que os vícios 
não geram grandes repercussões 
quanto à utilidade da coisa, não cabe a 
ação redibitória, mas apenas a ação 
quanti minoris, com o abatimento 
proporcional do preço. Anote-se que, 
segundo a doutrina, se o Vico for 
insignificante ou ínfimo e não 
prejudicar as finalidades do contrato, 
não cabe sequer esse pedido de 
abatimento no preço. 
AÇÕES EDILÍCIAS 
 A expressão edilícia tem origem no 
direito romano, pois a expressão foi 
regulamentada pela aediles curules, 
por volta do século II a.C., com o 
objetivo de evitar fraudes praticadas 
pelos vendedores no mercado romano. 
Ressalta-se que os vendedores, em 
geral, eram estrangeiros (peregrinos) 
que tinham por hábito dissimular muito 
bem os defeitos da coisa que vendiam. 
Ação quanti minoris ou ação 
estimatória = abatimento proporcional 
no preço. 
Ação redibitória = resolução do 
contrato. 
OBS: Nos casos em que os vícios não 
geram grandes repercussões quanto à 
utilidade da coisa, não cabe ação 
redibitória, mas apenas a ação quanti 
minoris, com o abatimento 
proporcional do preço. 
AÇÕES EDILICIAS – PRAZOS 
Nos casos de vícios de fácil 
constatação, quê que podem ser 
percebidos de imediato, após o bem 
ser adquirido: 30 dias para bens 
móveis; 1 ano para bens imóveis. 
OBS: Tais prazos devem ser contados 
da entrega efetiva da coisa. Mas, se o 
comprador já estava na Posse do bem, 
os prazos serão reduzidos à metade. 
Nos casos de vícios ocultos ou que, por 
sua natureza, somente podem ser 
conhecidos mais tarde: 180 dias para 
bens móveis e seis meses para bens 
imóveis 
OBS: Esses prazos são contados a 
partir do conhecimento do vício, isso 
não se aplicando a regra do prazo pela 
metade (supra). 
CLÁUSULA DE GARANTIA 
Art. 446. Não correrão os prazos do 
artigo antecedente na constância de 
cláusula de garantia; mas o adquirente 
deve denunciar o defeito ao alienante 
nos trinta dias seguintes ao seu 
descobrimento, sob pena de 
decadência. Essa decadência está 
ligada à perda do direito de garantia e 
não ao direito de ingressar com as 
ações edilícias. Sendo assim, findo o 
prazo de garantia convencional ou não 
exercendo adquirente o direito no 
prazo de 30 dias fixado no artigo 446 
do código civil iniciam-se os prazos 
legais previstos no artigo 445 do 
código civil. 
Quando o produto está dentro da 
garantia e têm um problema, deve 
informar no prazo de 30 dias, devendo 
ser informado. Acaba o direito de 
garantia e entra com ações. 
EFEITOS 
A ignorância dos vícios pelo alienante 
não o exime da responsabilidade. Se os 
conhecia, além de restituir o que 
recebeu, responderá também por 
perdas e danos (art. 443). Nas 
hipóteses de coisas vendidas 
conjuntamente, o defeito oculto de 
uma delas não autoriza a rejeição de 
todas (art. 503). A responsabilidade 
do alienante subsiste ainda que a coisa 
pereça em poder do alienatário, se 
perecer por vício oculto já existente 
ao tempo da tradição (art. 444). 
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 
Para as relações entre desiguais 
(relações de consumo) aplica-se o CDC. 
Para as relações entre iguais (relações 
civis) terá aplicação código civil. 
VÍCIO DO PRODUTO # FATO DO 
PRODUTO 
A diferença básica entre o fato do 
produto e o vício do produto está na 
lesividade para com o consumidor: 
Vicio do produto: Existe a perda da 
qualidade do produto, em que irá 
apenas lhe diminuir o valor e/ou não 
cumprir aos fins a que se destinam, 
porém, não irão oferecer riscos ao 
próprio consumidor. 
Fato do produto: O produto oferece 
risco à segurança do consumidor, 
trazendo lesividade à saúde, estética, 
e até mesmo a vida do adquirente. 
Os vícios de produto são os vícios de 
qualidade ou quantidade que os tornem 
impróprios ou inadequados para o 
consumo a que destinam ou diminui o 
valor. 
Por tais vícios responderão 
solidariamente todos os envolvidos 
com o fornecimento, seja o produtor 
(fornecedor mediato) seja o 
comerciante (fornecedor imediato), 
regra esta não aplicável aos vícios 
redibitórios, pois sendo o Código Civil 
responde apenas o alienante a coisa. 
O consumidor prejudicado com os 
vícios do produto poderá pleitear 
(art.18 do CDC): 
- A substituição do produto por outro 
da mesma espécie, em perfeitas 
condições de uso. 
- A restituição imediata da quantia 
paga, monetariamente atualizada, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos. 
- O abatimento proporcional do preço. 
Art. 18. §1º Não sendo o vício sanado 
no prazo Maximo de 30 dias, pode o 
consumidor exigir, alternativamente e 
a sua escolha dos itens citados 
anteriormente. 
§2º Poderão as partes convencionar a 
redução ou ampliação do prazo 
previsto no parágrafo anterior, não 
podendo ser inferir a sete nem 
superior a cento e oitenta dias. Nos 
contratos de adesão a cláusula de 
prazo deverá ser convencionada em 
separado, por meio de manifestação 
expressa do consumidor. 
§4º tendo o consumidor optado pela 
substituição do produto e não sendo 
possível, poderá haver substituição 
por outro de espécie, marca ou modelo 
diversos, mediante complementação ou 
restituição de eventual diferença de 
preço. 
Art. 18. Os fornecedores de produtos 
de consumo duráveis ou não duráveis 
respondem solidariamente pelos vícios 
de qualidade ou quantidade que os 
tornem impróprios ou inadequados ao 
consumo a que se destinam ou lhes 
diminuam o valor, assim como por 
aqueles decorrentes da disparidade, 
com as indicações constantes do 
recipiente, da embalagem, rotulagem 
ou mensagem publicitária respeitada 
às variações decorrentes de sua 
natureza, podendo o consumidor exigir 
a substituição das partes viciadas. 
Pelos vícios do produto responderão 
solidariamente todos os envolvidos 
com o fornecimento, seja o produtor 
(fornecedor mediato) seja o 
comerciante (fornecedor imediato), 
regra esta não aplicável ais vícios 
redibitórios, pois segundo o CC 
responde apenas o alienante da coisa. 
 
Há uma importante ressalva quanto à 
solidariedade é feita no §2º do art. 19 
do CPC, pelo qual somente o 
fornecedor imediato será responsável 
civil na hipótese em que fizer a 
pesagem ou medição do produto e o 
instrumento utilizado não estiver 
aferido segundo padrões oficiais. 
CONSUMIDOR PREJUDICADO 
Substituição do produto por outro da 
mesma espécie, em perfeitas 
condições de uso; restituição imediata 
da quantia paga, monetariamente 
atualizada, sem prejuízo de eventuais 
perdas e danos; Abatimento 
proporcional do preço. 
O art. 19 do CDC trata 
especificamente dos vícios de 
quantidade, que também geram a 
responsabilidade solidária dos 
fornecedores ―sempre que respeitadas 
as variações decorrentes de sua 
natureza, seu conteúdo liquido for 
inferior as indicações constantes do 
recipiente, da embalagem, rotulagem 
ou de mensagem publicitária. 
O abatimento proporcional do preço. 
A complementação do peso ou medida. 
A substituição do produto por outro 
da mesma espécie, marca ou modelo, 
sem os aludidos vícios. 
 A restituição imediata da quantia 
paga, monetariamente atualizada, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos. 
O art. 23 do CDC não exime a 
responsabilidade do fornecedor diante 
do fato de ele ignorar os vícios de 
qualidade por inadequação dos 
produtos e serviços, consagrando a 
teoria daconfiança, que mantém 
relação com a boa-fé objetiva. A 
ignorância do fornecedor sobre os 
vícios de qualidade. 
Art.24 CDC. É vedada a exoneração do 
fornecedor. 
Art.25 CDC. Considera-se abusiva a 
clausula de exoneração do fornecedor. 
Se a obrigação era de mais de um, 
responde todos de forma solidária. 
Ademais, se a causa foi por alguma 
peça, responderá o fabricante. 
PRAZO DECADENCIAL 
30 dias = tratando-se de fornecimento 
de produtos não duráveis (aqueles que 
desaparecem facilmente com o 
consumo caso de alimentos perecíveis). 
 90 dias = tratando-se de 
fornecimento de produtos duráveis 
(que não desaparecem facilmente com 
o consumo, caso de veículos e de 
eletrodomésticos). 
OBS: Presentes os vícios aparentes, 
os prazos são contados a partir da 
entrega efetiva da coisa (26, § 1º, 
CDC). Por outro lado, havendo vícios 
ocultos os prazos serão contados a 
partir do seu conhecimento pelo 
consumidor (26, § 3º, CDC). 
OBSTA O PRAZO DECADENCIAL A 
reclamação comprovadamente 
formulada pelo consumidor perante o 
fornecedor de produtos até a 
resposta negativa que deve ser 
transmitida de forma inequívoca. 
Instauração de inquérito civil pelo 
Ministério público até o seu 
encerramento. OBS: Havendo prazo de 
garantia convencional ou contratual, o 
prazo de garantia legal somente será 
contado a partir do término do 
primeiro (50, CDC). 
EVICÇÃO Seção VI Da Evicção 
Significa ser vencido ou ser um 
perdedor. Como bem esclarece Sílvio 
de Salvo Venosa, a responsabilidade 
civil por evicção surge nos contratos 
consensuais em Roma, em momento 
correspondente, com menos 
formalidade, à stipulatio. 
A evicção pode ser conceituada como a 
perda da coisa diante de uma decisão 
judicial ou de um ato administrativo 
que atribui a um terceiro. Quanto aos 
efeitos da perda, a evicção pode ser 
total ou parcial. 
Art. 447. Nos contratos onerosos, o 
alienante responde pela evicção. 
Subsiste esta garantia ainda que a 
aquisição se tenha realizado em hasta 
pública. Percebe-se que há uma 
garantia legal em relação a essa perda 
da coisa, objeto do negócio jurídico 
celebrado, que atinge os contratos 
bilaterais, onerosos e comutativos, 
mesmo que tenha sido adquirida em 
hasta pública. 
Elementos subjetivos ou pessoais da 
evicção: 
- O alienante, aquele que transferiu a 
coisa viciada, de forma onerosa. 
- O evicto (adquirente ou avencido), 
aquele que perdeu a coisa adquirida. 
- O evictor (ou evecente), aquele que 
teve a decisão judicial ou a apreensão 
administrativa a seu favor. 
Art. 448. Podem as partes, por 
cláusula expressa, reforçar, diminuir 
ou excluir a responsabilidade pela 
evicção. A responsabilidade pela 
evicção decorre da lei, assim não 
precisa estar prevista no contrato, 
mas as partes podem reforçar a 
responsabilidade, atenuando ou 
agravando seus efeitos. 
Art. 449. Não obstante a cláusula que 
exclui a garantia contra a evicção, se 
esta se der, tem direito o evicto a 
receber o preço que pagou pela coisa 
evicta, se não soube do risco da 
evicção, ou, dele informado, não o 
assumiu. Fica claro que segue o 
entendimento dominante pelo qual o 
alienante somente ficará totalmente 
isento de responsabilidade se 
pactuada a cláusula de exclusão e o 
adquirente for informado sobre o 
risco da evicção (sabia o risco e 
aceitou). 
Atenção! 
- Cláusula expressa de exclusão da 
garantia + conhecimento do risco da 
evicção pelo evicto = isenção de toda e 
qualquer responsabilidade por parte 
do alienante. 
- Cláusula expressa de exclusão da 
garantia – ciência especifica desse 
risco por parte do adquirente = 
responsabilidade do alienante apenas 
pelo preço pago pelo adquirente pela 
coisa evicta. 
- Cláusula expressa de exclusão da 
garantia, sem que o adquirente haja 
assumido risco da evicção do que foi 
informado = direito deste de reaver o 
preço que desembolsou. 
Art. 450. Salvo estipulação em 
contrário, tem direito o evicto, além 
da restituição integral do preço ou das 
quantias que pagou: evicto é a pessoa 
prejudicada pela evicção. 
 I - à indenização dos frutos que tiver 
sido obrigado a restituir; 
II - à indenização pelas despesas dos 
contratos e pelos prejuízos que 
diretamente resultarem da evicção; 
 III - às custas judiciais e aos 
honorários do advogado por ele 
constituído. 
Parágrafo único. O preço, seja a 
evicção total ou parcial, será o do 
valor da coisa, na época em que se 
evenceu, e proporcional ao desfalque 
sofrido, no caso de evicção parcial. A 
norma, como se vê, veda o 
enriquecimento sem causa, pois leva 
em conta o momento efetivo da perda. 
Art. 451. Subsiste para o alienante 
esta obrigação, ainda que a coisa 
alienada esteja deteriorada, exceto 
havendo dolo do adquirente. Prevê não 
poderá o adquirente haver a coisa 
deteriorada para si sabendo do vicio e 
depois se insurgir, pleiteando o que 
consta no art. 450 do CC. No caso em 
questão, o dispositivo, em sintonia com 
a boa-fé objetiva, veda o 
comportamento contraditório, 
aplicação da máxima Nemo venire 
contra factum proprium. 
Art. 452. Se o adquirente tiver 
auferido vantagens das deteriorações, 
e não tiver sido condenado a indenizá-
las, o valor das vantagens será 
deduzido da quantia que lhe houver de 
dar o alienante. 
Art. 453. As benfeitorias necessárias 
ou úteis, não abonadas ao que sofreu a 
evicção, serão pagas pelo alienante. 
Art. 454. Se as benfeitorias abonadas 
ao que sofreu a evicção tiverem sido 
feitas pelo alienante, o valor delas 
será levado em conta na restituição 
devida. 
Abonadas significa descontar no 
débito. 
 Art. 455. Se parcial, mas considerável 
a perda, for a evicção, poderá o evicto 
optar entre a rescisão do contrato e a 
restituição da parte do preço 
correspondente ao desfalque sofrido. 
Se não for considerável a perda, 
caberá somente direito a indenização. 
No primeiro caso – evicção parcial e 
considerável- parece que convém ao 
evicto fazer a opção de rescindir o 
contrato, podendo pleitear tudo o que 
consta do art. 550. De qualquer modo, 
ele tem ainda a opção de pleitear o 
abatimento no preço quanto ao valor 
da perda. Vale dizer que, também no 
caso de evicção parcial, merece 
aplicação o principio da conservação do 
contrato. Assim, o juiz da causa pode 
entender que a rescisão contratual é o 
ultimo caminho a ser percorrido. 
Art. 456. (Revogado pela Lei n º 
13.105, de 2015) (Vigência) Ora 
prejudicado pelo novo CPC, pois tal 
artigo POSSIBILITAVA a 
denunciação per saltum. 
 Art. 457. Não pode o adquirente 
demandar pela evicção, se sabia que a 
coisa era alheia ou litigiosa. 
Entendemos que o dispositivo veda a 
possibilidade de o evicto demandar o 
alienante se tinha conhecimento do 
vicio e do risco de perder a coisa, o 
que de fato ocorreu. 
 
CONCEITO 
 É a perda da coisa em virtude de 
sentença judicial, que a atribui a 
outrem por causa jurídica 
preexistente ao contrato. 
 FUNDAMENTAÇÃO 
 Funda-se no mesmo princípio de 
garantia em que se assenta a teoria 
dos vícios redibitórios, estendido aos 
defeitos do direito transmitido. O 
alienante é obrigado a resguardar o 
adquirente dos riscos da perda da 
coisa para terceiro, por força de 
decisão judicial (art. 447). 
EXTENSÃO DA GARANTIA 
 Verbas devidas, além da restituição 
das quantias pagas: a indenização dos 
frutos que o adquirente tiver sido 
obrigado a restituir; a das despesas 
dos contratos e dos prejuízos que 
resultarem diretamente da evicção; as 
custas e os honorários de advogado 
(art. 450). — Subsiste para o 
alienante a obrigação de ressarcir os 
prejuízos ainda que a coisa alienada 
esteja deteriorada, exceto havendo 
dolo do adquirente 
 (art. 451). — Podem as partes, por 
cláusula expressa, reforçar, diminuir 
ou excluir a responsabilidade pela 
evicção 
 (art. 448). Não obstante a existênciade tal cláusula, se a evicção se der, 
tem direito o evicto a recobrar o 
preço que pagou pela coisa evicta, se 
não soube do risco da evicção, ou, dele 
informado, não o assumiu 
(art. 449). — Em caso de evicção 
parcial, mas considerável, poderá o 
evicto optar entre a rescisão do 
contrato e a restituição da parte do 
preço correspondente ao desfalque 
sofrido (art. 455). 
REQUISITOS a) perda total ou 
parcial da propriedade, posse ou uso 
da coisa alienada; 
b) onerosidade da aquisição; 
 c) ignorância, pelo adquirente, da 
litigiosidade da coisa (art. 457); 
 d) anterioridade do direito do 
evictor; 
e) denunciação da lide ao alienante 
(art. 456). EXCLUSÃO DA 
GARANTIA Cláusula expressa de 
exclusão da garantia + conhecimento 
do risco da evicção pelo evicto = 
isenção de toda e qualquer 
responsabilidade por parte do 
alienante. 
 –Cláusula expressa de exclusão da 
garantia – ciência específica desse 
risco por parte do adquirente = 
responsabilidade do alienante apenas 
pelo preço pago pelo adquirente pela 
coisa evicta. 
–Cláusula expressa de exclusão da 
garantia, sem que o adquirente haja 
assumido o risco da evicção de que foi 
informado = direito deste de reaver o 
preço que desembolsou. 
EVICÇÃO TOTAL 
a) A restituição integral do preço 
pago. 
b) A indenização dos frutos que tiver 
sido obrigado a restituir. 
c) A indenização pelas despesas dos 
contratos e pelos prejuízos que 
diretamente resultarem da evicção 
(danos emergentes, despesas de 
escritura e registro e lucros 
cessantes, nos termos dos arts. 402 a 
404 do CC; além de danos imateriais). 
 d) As custas judiciais e os honorários 
advocatícios do advogado por ele 
constituído. 
EVICÇÃO PARCIAL 
A evicção ainda pode ser parcial. 
Sendo parcial, mas considerável a 
perda, poderá o evicto optar entre a 
rescisão do contrato e a restituição da 
parte do preço correspondente ao 
desfalque. Sendo parcial a evicção, 
mas não considerável, poderá o evicto 
somente pleitear indenização por 
perdas e danos (art. 455 do CC). Em 
regra, pode-se afirmar que esta é 
aquela que supera a metade do valor 
do bem. 
BENFEITORIAS NECESSÁRIAS 
Com relação às benfeitorias 
necessárias e úteis não abonadas ao 
evicto pelo evictor deverão ser pagas 
pelo alienante ao adquirente da coisa, 
já que o último é tido como possuidor 
de boa-fé (art. 453 do CC). 
DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
A denunciação da lide não é 
obrigatório para o exercício do direito 
de evicção: ―O direito que o evicto tem 
de recobrar o preço que pagou pela 
coisa evicta independe, para ser 
exercido, de ter ele denunciado a lide 
ao alienante‖. A denunciação da lide – 
chamamento de outra pessoa para 
responder à ação – é uma possibilidade 
existente no ordenamento jurídico 
para dar celeridade processual, 
quando é evidente a responsabilização 
de terceiro no caso de derrota na ação 
principal. 
SE SAIBA SER A COISA ALHEIA E 
LITIGIOSA 
 Somente será oposta a evicção em 
relação a imóveis se a controvérsia 
constar, de algum modo, da matrícula 
do bem não tenha sido registrada ou 
averbada na matrícula do bem as 
seguintes informações: 
 a) registro de citação de ações reais 
ou pessoais reipersecutórias; 
b) averbação, por solicitação do 
interessado, de constrição judicial, do 
ajuizamento de ação de execução ou 
de fase de cumprimento de sentença, 
c) averbação de restrição 
administrativa ou convencional ao gozo 
de direitos registrados, de 
indisponibilidade ou de outros ônus 
quando previstos em lei; e 
 d) averbação, mediante decisão 
judicial, da existência de outro tipo de 
ação cujos resultados ou 
responsabilidade patrimonial possam 
reduzir seu proprietário à insolvência. 
 Art. 457. Não pode o adquirente 
demandar pela evicção, se sabia que a 
coisa era alheia ou litigiosa.

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