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GABRIELLA PACHECO – MED102 PNEUMOLOGIA P2 6º PERÍODO DERRAME PLEURAL Quadro Clínico: Tosse seca + dispneia + dor torácica (dor pleurítica). O que procurar? • MV reduzido ou abolido em região suspeita; • Egofonia (som anasalado) na ausculta da voz; • Som maciço em percussão para delimitação de zona do derrame pleural. • Desvio contralateral da traqueia. Causas: Transudato: ICC, cirrose hepática, trata com furosemida. Exsudato: Neoplasias, doenças infecciosas (infecções bacterianas, tuberculose), e pancreatite. Diagnóstico: • RX de tórax (PA + perfil e se necessário Laurel); • USG de tórax (septado) e toracocentese; • TC de tórax em casos duvidosos; • Laboratório para critérios de Light (um define exsudato): Exsudato: ■ Prot pl/prot sg maior que 0,5; DHL pl/DHL sg maior que 0,6; ■ DHL pl (em relação ao LSN sérico) maior que 2/3; ■ Albumina sg – albumina pl menor ou igual a 1,2 (uso furosemida). Transudato: ■ Prot pl/prot sg menor que 0,5; DHL pl/DHL sg menor que 0,6; ■ DHL pl (em relação ao LSN sérico) menor que 2/3; ■ Albumina sg – albumina pl maior que 1,2 (uso furosemida). Conduta: • Toracocentese diagnóstica e alívio: • Transudato → tratar causa: Insuficiência cardíaca congestiva; Insuficiência hepática – cirrose; Síndrome nefrótica; Hipoalbuminemia. • Exsudato → investigar causa: Infecções/neoplasias/digestivas; Ginecopatias /colagenopatias; Drogas/hemotórax/quilotórax. TUBERCULOSE Quadro Clínico: Tosse há mais de três semanas, às vezes com hemoptoicos; Perda ponderal; Sudorese noturna profusa (necessidade de trocar a roupa de cama); Febrícula (37,8 °C) vespertina/início da noite; • Imunossuprimido: pensar em tuberculose no diagnóstico diferencial de sintomático respiratório. Formas: ▪ Primoinfecção Tuberculosa ➢ Bacilo alcançou os pulmões e pode ter duas evoluções: 1) Encarceramento desse bacilo, gerando geralmente lesões que não são visíveis na radiografia. 2) Broncopneumonia de forma inespecífica que acaba se passando por uma infecção viral e que pode culminar com encapsulamento de lesão que forma um granuloma (nódulo de Gohn – relacionado com imunidade mediada por células leva de 2 a 12 semanas para se desenvolver). ➢ Nódulo de Ranke – nódulo pulmonar calcificado associado a calcificação do linfonodo hilar do mesmo lado. Não deixa de ser um sinal de cura. ➢ Maior parte das vezes vai ser contida (90% das vezes). ▪ Tuberculose Primária Forma Pulmonar ➢ Pode ocorrer uma liquefação do Caseum e desenvolver a doença. Pode ter uma forma mais aguda e mais grave o que é menos comum ou, forma mais insidiosa e lenta que é mais comum. O paciente típico é a criança, pode ter acometimento de mediastino. ▪ Tuberculose Primária Extrapulmonar ➢ Disseminação hematogênica. ▪ Tuberculose Secundária ou Pós-Primaria. ➢ É a mais comum em adultos, pode ter uma reativação no futuro ou uma nova infecção. ▪ Tuberculose por Disseminação Hematogênica. ➢ Mais comum na tuberculose primaria. Padrão miliar. ▪ Extrapulmonares: TB Pleural, TB Ganglionar periférica (A região mais comum é a cervical anterior e posterior, Biopsia do linfonodo), TB do Pericárdio (Pode dar tamponamento), TB mama, TB do SNC. ➢ Mulher com tuberculose pulmonar com filho recém-nascido, ela pode amamentar? Sim, aconselhar que faça o uso de mascaras durante o contato com o RN só é contraindicado se for uma mastite bilateral, se for unilateral só dar de mamar pela mama saudável O que procurar? • RX de tórax: infiltrado bilateral extenso, cavitações, retrações nos hemitórax; • Para diagnóstico de tuberculose pulmonar: Duas baciloscopias escarro positivas/um pBAAR positivo e cultura positiva/pBAAR positivo e radiografia de tórax compatível/duas ou mais baciloscopias negativas e cultura positiva. Diagnóstico: • Pesquisa de BAAR no escarro: três amostras (pela manhã e em dias consecutivos); • Teste rápido de tuberculose (teste GeneXpert® TB); • Cultura de escarro; • Teste de sensibilidade e identificação: Pacientes que abandonaram o tratamento ou o fizeram de forma incorreta • Radiografia de tórax (ponderar complementar com TCAR tórax); • Funções: rim, fígado; • Sorologias: HIV, HVC, HVB, glicemia de jejum. Conduta: • Notificação de caso e iniciar tratamento: • Dois meses RIPE/quatro meses RI Atentar para efeitos colaterais: • Todos → hepatotoxidade (maior com pirazinamida). • Rifampicina: suor e urina cor de laranja/vermelha; • Isoniazida: neuropatia periférica (repor B6); • Pirazinamida: hiperuricemia, rabdomiólise; • Etambutol: neurite ótica. ▪ 1ª linha (RHZE) ➢ Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol. ➢ Pacientes entre 50-70 kg – 4 comprimidos. ➢ Podendo aumentar até 5 ou reduzir até 2. ▪ 2ª Linha (SOLTEt) ➢ Estreptomicina, Ofloxacino, Levofloxacino, Terizidona e Etionamida. Acompanhamento do tratamento: Consultas mensais, Teste de HIV sempre no momento do diagnóstico, BAAR de controle se o paciente estiver expectorando, Radiografia no início, no final do segundo mês e no final do tratamento. PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE Quadro Clínico: Tosse, dispneia, dor torácica, febre, expectoração, até 48 horas de admissão hospitalar; infiltrado novo na radiografia de tórax; Atenção para imunossuprimidos. • Patogênese: aspiração/hematogênica/reativação local/inalação. O que procurar? • Semiologia respiratória de consolidação (roncos e sibilos localizados/sopro tubário); • Exame físico normal não exclui PAC; • Em idosos e com comorbidades: • Descompensação do quadro de base; • Alteração do estado mental. • Presença de consolidação: área opaca em raio X torácico ou USG. Principais agentes: Pneumococo, Mycoplasma e Haemophilus. Pneumonia em pacientes com AIDS: CD4 > 200: Semelhante imunocompetente. CD4 < 200: Pneumocistose, maior incidência de S. aureus e P. aeruginosa. CD4 < 100: Criptococose. CD4 < 50: Citomegalovírus, micobactérias atípicas. Diagnóstico microbiológico: Hemocultura, gram + cultura do escarro, pesquisar antígeno urinário, broncoscopia com coleta de LBA ou aspirado endotraqueal, toracocentese, sorologia, PCR e biópsia pulmonar. PAC não grave: nunca fazer. PAC grave, internados em UTI ou não respondedores ao ATB empírico: fazer. GABRIELLA PACHECO – MED102 PNEUMOLOGIA P2 6º PERÍODO Agente etiológico: Anaeróbios: Dentes em mal estado de conservação, fator de risco para broncoaspiração, expectoração volumosa e fétida. Raio X: Abscesso pulmonar, pulmão direito Diagnóstico: Pneumonia aspirativa Pseudomonas aeruginosa: Pneumopatia estrutural (bronquiectasia e DPOC), uso crônico de corticoide, uso recente de antibiótico. Pneumonia “atípica”: Quadro insidioso, tosse seca, febre. Diagnóstico diferencial com Covid-19, fazer PCR, cultura. AE: Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophyla pneumoniae, Legionella pneumophila. Quadro clínico: Critério diagnóstico: Quadro radiológico compatível + 1 critério maior ou 2 critérios menores. Critérios maiores: Tosse, expectoração, febre. Critérios menores: Dor torácica, dispneia, ausculta pulmonar alterada, confusão mental, leucocitose > 12.000/mm. Pneumonia em idosos: Confusão mental, diminuição da capacidade funcional, descompensa a doença de base, taquicardia e taquipneia. Exame físico: Síndrome da condensação: FTV aumentado, macicez, estertores creptantes. Diagnóstico: • Em pacientes de baixo risco o Raio X é o único exame solicitado. • Hemograma/PCR; • Procalcitonina: não se eleva em infecções virais (mais específico que o PCR). • Radiografia de tórax (PA + perfil → sinal da coluna): • Consolidação com broncograma aéreo. • Se hospitalizar: hemoculturas/cultura escarro; • Tomografia de Tórax é o melhor exame, sempre que existe PNM vai ter alterações. Pode encontrar as complicações apenas pela Tomografia. Conduta: CURB65: Sociedade brasileira de pneumologia. C: Confusão mental. U: Ureia acima de 50 mg/dL. R: Respiração (FR > 30 irpm). B: Pressão arterial baixa (PAS< 90 mmHg ou PAD < 60 mmHg). 65: Idade maior que 65 anos. Score 0-1: Candidato ao tratamento ambulatorial. Score 2: Considerar tratamento hospitalar. Score 3 ou +: Tratamento hospitalar como PAC grave, avaliar UTI (se Score 4-5). Tratamento ambulatorial: 5 a 7 dias Previamente sadio e sem uso de ATB nos últimos 3 meses: Amoxicilina ou amoxicilina + clavulanato ou azitromicina ou claritromicina. Com fatores de risco, doença mais grave, uso recente de ATB: Betalactâmico + Macrolídeo. Tratamento enfermaria: 7 a 10 dias Cefalosporina de 3ª geração ou ampicilina/sulbactam + um Macrolídeo. Amoxicilina + clavulanato. Levofloxacino ou moxifloxacino ou gemifloxacino em monoterapia. Tratamento UTI: 7 a 14 dias Cefalosporina de 3ª geração ou ampicilina/sulbactam + um Macrolídeo. Cefalosporinas de 3ª geração + quinolona respiratória. Prevenção: Vacinação; Pneumocóccica (23 valente) ou Prevenar 13. Diminui a incidência e gravidade da doença. Indicação: Maiores de 65 anos, esplenectomizados, imunossuprimidos, doenças crônicas. TROMBOEMBOLISMO PULMONAR Tríade de Virchow: Estase, lesão endotelial, hipercoagulabilidade. Uma das principais causas de morte súbita. Fatores de risco: Fratura de membro inferior, artroplastia de joelho ou quadril, trauma maior, IAM, TEV prévio, Câncer, quimioterapia, contraceptivo oral, reposição hormonal, trombofilia, gestação, puerpério, Covid-19, imobilização > 3 dias, DM, HAS, obesidade, idade avançada, posição sentada prolongada. Quadro Clínico: Dispneia de início súbito, dor toráxica, tosse, hemoptise. Exame Físico: Taquipneia, estertoração pulmonar presente, hiperfonese de 2ª bulha, sinais de TVP MMII, febre (pode confundir com pneumonia). Exames complementares: Exame Padrão-Ouro: Arteriografia Pulmonar. (Faz diagnóstico). Exame de Eleição: Angio-TC Torax. (Faz diagnóstico). Raio X de Tórax: Sinais clássicos, corcova de Hampton (triângulo) e o sinal de Westermark. ECG: Taquicardia sinusal é a alteração mais frequente. Sobrecarga ventricular direita: S1, Q3, T3 USG: Venosa MMII. Gasometria arterial: Normal na maioria dos casos, a alteração mais comum é hipocapnia. Cintolografia: Pode ser inconclusivo. Ecocardiograma: Dilatação de VD e AD, hipocinesia de VD, PSAP aumentada, retificação ou desvio do septo para E. O que é D-dímero? Produto de degradação da fibrina. Alto valor preditivo negativo (99%) = Excluir TEP D-dímero ↑: Não faz diagnóstico de TEP. • Idade: > 50 anos. • Sangramento. • Câncer. • Inflamação. • Trauma. • Cirurgia. • Gestação. Probabilidade de TEP: Critérios de Wells Critérios Pontos Hemoptise 1 Neoplasia (ativa ou término do tratamento < 6 meses) 1 Imobilização > 3 dias OU cirurgia nas últimas 4 semanas 1,5 TVP ou TEP prévias 1,5 Taquicardia 1,5 Sinais objetivos de TVP (edema, dor à palpação) 3 Diagnóstico alterativo menos provável que TEP 3 0 – 1: TEP improvável > D-dímero > 2: TEP provável GABRIELLA PACHECO – MED102 PNEUMOLOGIA P2 6º PERÍODO Avaliar a gravidade: Escore de PESIs Idade > 80 anos 1 Câncer 1 IC ou DPOC 1 FC > 110 bpm 1 PAS< 100 mmHg 1 SpO2 < 90% 1 PESIs = 0, mortalidade 1% em 30 dias. PESIs > 1, mortalidade 10,9% em 30 dias. Objetivos do tratamento: Melhorar sintomas, evitar recorrências, reduzir mortalidade e reduzir incidência de TEP crônico. Medidas Terapêuticas: Medidas gerais: Suporte ventilatório e hemodinâmico. Tratamento farmacológico: ▪ Heparinas. ▪ Cumarínicos, antagonistas da vitamina K. ▪ Novos anticoagulantes. ▪ Trombolíticos. Tratamento não farmacológico: ▪ Filtro de veia cava. Indicações: TEP com contraindicação a ACO, TEP recorrente apesar de ACO. ▪ Embolectomia. TEP Crônico: Hipertensão pulmonar. Observado após um período mínimo de 3 meses de ACO, desde que excluídas outras causas de hipertensão pulmonar. ECO melhor exame de rastreamento = PSAP > 35 mmHg. Cintilografia pulmonar é melhor que angio-TC tórax para confirmar TEP crônico. Gestação: ▪ D-dímero aumenta. ▪ Angio-TC pode ser feita (a dose da radiação é segura). ▪ Cintilografia pulmonar é uma opção com menor radiação. Tratamento: HBPM = Enoxaparina.
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