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CLIMATÉRIO

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DEFINIÇÃO:
-O	climatério	é	definido	pela	OMS	como	o	período	de	vida	da	mulher	compreendido	entre	o	final	do	período	reprodutivo	até	a	
senilidade,	considerado	o	período	não	reprodutivo.	Apresenta	duração	variável,	mas	em	geral,	ocorre	entre	40	e	65	anos de	
idade.	
OBS:	Climatério	(período	fisiológico	de	transição)	X	Menopausa	(última	menstruação,	um	ano	de	amenorreia,	diagnóstico	
retrospectivo,	é	algo	pontual.	Precoce	se	ocorrer	antes	dos	40	anos	de	idade).
INCIDÊNCIA:
-Aumento	da	população	feminina	comparada	a	população	masculina,	uma	vez	que	as	mulheres	se	cuidam	mais	do	que	os	
homens	-->	feminilização	da	população	idosa.
FISIOPATOLOGIA:
-Alterações	do	eixo	hipotálamo-hipófise-ovários:
Durante	a	vida	reprodutiva	da	mulher,	o	hormônio	liberador	de	gonadotrofinas	(GnRH)	é	liberado	de	forma	pulsátil	pelo	
hipotálamo	e	se	liga	aos	seus	receptores	na	hipófise	para	estimular	a	liberação	cíclica	de	gonadotrofinas	- LH	e	FSH	- e,	
essas	gonadotrofinas,	por	sua	vez,	estimulam	a	produção	de	estrogênio	e	progesterona,	e	também	do	peptídeo	hormonal	
inibina.	
ü
Durante	o	ciclo	reprodutivo	da	mulher,	o	estrogênio	e	a	progesterona	exercem	feedback	positivo	e	negativo	sobre	a	
produção	das	gonadotrofinas	hipofisárias	e	sobre	a	amplitude	e	a	frequência	de	GnRH.	Já	a	inibina	exerce	uma	
importante	influência	no	feedback	negativo	sobre	a	secreção	de	FSH	pela	adeno-hipófise.	Este	sistema	endócrino	
rigorosamente	regulado	produz	ciclos	menstruais	ovulatórios	regulares	e	previsíveis.
ü
-->	PROVA!!!
2ª	fase	do	climatério:	
-Chega	o	momento	em	que	os	folículos	ovarianos	começam	a	acabar/esgotar,	com	isso	não	tem	mais	granulosa,	não	tem	mais	
que	produza	estradiol,	caindo	os	níveis	de	estradiol e	a	paciente	começa	a	ter	um	hipoestrogenismo.	Não	tem	mais	teca	
também,	caindo	a	produção	de	androgênios.	Logo,	essa	paciente	para	de	produzir	estradiol	(hormônio	feminino)	e	androgênios.	
Com	isso,	a	hipófise	vai	aumentar	cada	vez	mais	o	FSH devido	a	queda	do	estrogênio.	
-Perfil	endocrinológico:	hipogonadismo	(devido	falta	de	produção	do	estrogênio),	mas	os	níveis	de	FSH	está	alto,	logo,	é	um	
hipogonadismo	hipergonadotrófico (fisiológico).	
-O	LH	estimula	a	conversão	de	colesterol	em	androgênios,	que	nesse	momento	estão	caindo	cada	vez	mais,	com	isso,	ocorre	um	
aumento	do	LH também.	
Durante	a	vida	reprodutiva	da	mulher,	o	EHH	sofre	alterações	no	metabolismo	dopaminérgico	e	diminuição	dos	
receptores	estrogênicos.	No	final	da	transição	menopáusica,	a	mulher	passa	a	apresentar	redução	da	foliculogênese	e	
maior	incidência	de	ciclos	anovulatórios.	
ü
Além	disso,	neste	período,	os	folículos	ovarianos	sofrem	uma	taxa	acelerada	de	perda	até	que,	finalmente,	ocorre	um	
esgotamento	no	suprimento	de	folículos,	reduzindo	ainda	mais	a	secreção	de	inibina,	o	que	leva	a	menopausa.
ü
SINTOMAS	DO	CLIMATÉRIO:
-Irritabilidade.
-Depressão.
-Fogachos (devido	hipoestrogenismo,	lembrando	que	o	estrogênio	está	envolvido	na	termo	regulação	do	corpo	da	mulher)	-
atinge	cerca	de	85%	dos	pacientes,	sendo	uma	das	principais	queixas	dessas	pacientes.	São	ondas	de	calor	que	duram	de	
1-3min,	começa	na	cintura	e	sobe	em	direção	ao	rosto.
-Artralgia/Mialgia	- osteopenia	e	osteoporose.
-Cansaço/fadiga.
-Distúrbios	do	sono.
-Cefaleia.
-Parestesia/formigamento.
-Vertigem/tontura/zumbidos.
-Palpitações.
-Atrofia	vulvovaginal - epitélio	muito	fino,	atrófico,	pacientes	se	queixam	de	dispareunia.
-Diminuição	da	libido - devido	queda	da	testosterona,	desejo	sexual	da	mulher	fica	hipoativo.	
Na	1ª	fase	do	climatério	-->	menstruações	frequentes	(fase	proliferativa	mais	curta,	ciclo	menor).
Na	2ª	fase	do	climatério	-->	menstruações	infrequentes	(ciclos	anovulatórios)	com	períodos	de	amenorreia.	
DIAGNÓSTICO:
-Clínico:	maioria	dos	casos	não	necessita	de	exames	complementares,	sendo	baseado	na	anamnese	e	exame	físico.
-Alguns	exames:	FSH (vai	estar	acima	de	80),	LH (vai	estar	acima	de	80),	estradiol,	progesterona.	
-Se	falência	ovariana	antes	dos	40	anos	de	idade	-->	solicitar	FSH!!!
OBS:	Alguns	sintomas	podem	ser	parecidos	com	hipotireoidismo (cansaço,	fadiga,	depressão,	alteração	do	sono),	por	isso	
sempre	é	bom	pedirmos	um	TSH	também,	para	diagnóstico	diferencial	ou	associado.	
FATORES	DE	RISCO:
-Fatores	socioeconômicos	(mulheres	com	desnutrição	está	associada	a	menopausa	mais	cedo).
-Paridade.
-Tabagismo.
-Altitude.
-Nutrição.
-Fatores	cirúrgicos	e	medicamentosos	(quimioterapia	e	radioterapia).	
QUADRO	CLÍNICO:
-Sintomas	menstruais:	irregularidade com	períodos	iniciais	de	aumento	e,	depois,	diminuição	considerada	de	ciclos	e	fluxo,	até	
a	amenorreia	completa.
-Sintomas	neurogênicos/vasomotores:	fogachos,	sudorese,	calafrios,	palpitações,	tonturas,	parestesias,	insônia,	perda	de	
memória	e	fadiga.
-Sintomas	psicogênicos:	diminuição	da	auto	estima,	irritabilidade,	labilidade	afetiva,	sintomas	depressivas,	dificuldade	de	
concentração	e	memória,	dificuldade	sexual.	
-Sintomas	relacionados	ao	metabolismo	ósseo:	diminuição	do	estrogênio	diminui	a	ação	dos	osteoblastos	e	aumenta	a	ação	
dos	osteoclastos.	Gradativamente,	se	inicia	um	quadro	de	osteopenia/osteoporose.
-Sintomas	urogenitais:	atrofia	endotelial	de	toda	a	região,	causando	prolapsos	genitais.	Ressecamento,	sangramento	e	atrofias	
vaginais,	disúria,	frequência	e	urgência	miccional.	
TRATAMENTO:
-Não	hormonal:
Relacionados	aos	sintomas	presentes:	inibidores	de	recaptação	de	serotonina,	clonidina,	sedativos	e	cinarizina.ü
Mudança	de	hábitos:	acupuntura,	exercícios	físicos,	parar	de	fumar,	alimentação	saudável,	etc.ü
-Hormonal:
Contra	indicações:	CA	de	mama	e	endométrio,	doença	hepática	ativa,	porfíria,	sangramento	vaginal	de	causa	
desconhecida,	doenças	coronarianas	ou	cerebrovascular,	LES,	meningioma,	histórico	de	TVP,	TEP,	IAM	ou	AVC.
ü
Uso	de	estrogênio	isolado	(oral	ou	vaginal)	para	pacientes	com	histerectomia	ou	com	progestágeno	nas	demais	mulheres,	
com	a	menor	dose	e	com	bons	resultados	após	3	meses.	
ü
-1ª	linha	é	não	hormonal	e	2ª	e	3ª	linha	são	tratamentos	hormonais.	
CASO	CLÍNICO	1:
-Mulher	com	47	anos	vem	à	consulta	ginecológica	com	queixa	de	aumento	do	sangramento	menstrual.	Refere	que	as	
menstruações	ocorrem	com	regularidade	de	cerca	de	30	dias,	porém	há	cerca	de	6	meses,	começaram	a	durar	15	dias,	com	
sangramento	aumentado.	Nega	vida	sexual	ativa.	Teve	3	filhos	de	parto	vaginal.	Ainda	relata	que	há		meses	apresenta-se	com	
fogachos,	insônia,	ansiedade,	nervosismo,	cansaço.	Ao	exame	físico:	BEG,	descorada	2+/4,	PA	120x88mmHg,	FC	88bpm.	AR	e	
ACV	sem	alterações.	Especular	sem	alterações.	Toque:	útero	pouco	aumentado	de	tamanho,	indolor	à	palpação.	Anexos	não	
palpáveis.	Traz	exames	realizados	há	15	dias.	Colpocitologia	oncótica	normal	e	US	transvaginal	mostrando	endométrio	linear	
com	7mm	de	espessura,	útero	com	volume	de	130cm	(normal	90-110cm).	Anexos	não	visualizados.	
-HD:	Climatério (síndrome	climatérica).
-Exames	a	serem	solicitados:	Solicitar	FH	e	LH,	dosagem	de	colesterol	total	e	frações,	dosagem	de	triglicerídeos,	glicemia	de	
jejum,	TSH,	T4	livre,	pesquisa	de	sangue	oculto	nas	fezes,	mamografia	bilateral.	
CASO	CLÍNICO	2:
-Paciente	com	72	anos,	com	menopausa	aos	50	anos,	queixa-se	de	sangramento	genital	há	7	dias	em	pequena	quantidade.	O	
exame	clínico	geral	e	genital	não	revela	qualquer	anormalidade.	A	etiologia	mais	frequente	do	sangramento	é:
A)	Tumor	funcionante	de	ovário.
B)	Carcinoma	invasor	do	colo	uterino.
C)	Pólipo	endometrial.
D)	Carcinoma	invasor	do	endométrio.
E) Endométrio	atrófico.	
-Trataríamos	essa	paciente	com	estrógeno.	
Profº	Eduardo	
-->	PROVA!!!
Se	estivermos	suspeitando	de	que	a	nossa	paciente	esteja	iniciando	o	
climatério	temos	que	dosar	FSH	e	LH,	de	preferência	quando	ela	estiver	
menstruada,	porque	dai	saberemos	exatamente	em	fase	ela	está	do	ciclo.	
Podemos	até	dosar	estrógeno	e	progesterona,	mas	não	é	o	exame	
determinante.	
Podemos	fazer	reposição	de	testosterona	nessa	paciente	para	melhorar	sua	
libido,	que	é	uma	das	queixas	que	elas	trazem	ao	consultório.	
1ª	fase	do	climatério:
-O	LH	age	sobre	as	células	da	teca	etransforma	o	colesterol	
em	androgênios	(androstenediona	e	testosterona).	Esses	
androgênios	passam	para	a	granulosa	por	difusão	celular	e,	
na	granulosa,	tem	receptor	para	o	FSH	que	produz	a	enzima	
aromatase,	que	transforma	esses	androgênios	em	estradiol.	
E,	tem	a	inibina	que	é	produzida	que	é	produzida	pelas	
células	da	granulosa,	que	tem	a	função	de	inibir	o	FSH.	Logo,	
a	medida	que	a	inibina	sobe	ela	bloqueia	o	FSH	e,	a	primeira	
coisa	alteração	hormonal	que	acontece	no	climatério	é	a	
queda	da	inibina,	com	isso,	não	tem	mais	quem	faça	a	
inibição	do	FSH,	então,	a	hipófise	começa	aumentar	
gradativamente	a	produção	de	FSH,	produzindo	mais	
aromatase,	convertendo	mais	androgênios	em	estradiol,	
aumentando	o	nível	de	estradiol.
Como	é	o	perfil	hormonal	de	uma	paciente	que	está	na	
primeira	fase	do	climatério?	
R:	Queda	da	inibina	(é	a	alteração	mais	precoce),	aumento	
do	FSH	e	ligeiro	aumento	do	estradiol.
Qual	o	melhor	exame	para	pedirmos	para	essa	paciente?
R:	Dosar	FSH.
CLIMATÉRIO 
quarta-feira,	22	de	junho	de	2022 08:10

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