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LIPOPROTEÍNAS Devido à sua natureza hidrofóbica, os lipídios, após sua absorção, são transportados no plasma pelas lipoproteínas, em forma de micela – partículas formadas por uma capa hidrofílica constituída por fosfolipídios, colesterol livre e proteínas, envolvendo um núcleo hidrofóbico que contém TAG e colesterol esterificado. De acordo com sua densidade e mobilidade eletroforética, as lipoproteínas são classificadas em quilomícrons, VLDL, IDL, LDL e HDL. QUILOMÍCRONS (QM) Os quilomícrons são sintetizados nas células da mucosa intestinal (enterócitos), têm um núcleo central composto de grande quantidade de TAGs (80 a 95%) e uma pequena quantidade de colesterol derivados da gordura ingerida com a dieta. Sua principal proteína estrutural é a apoproteína B-48. É a Apo de maior volume e de menor densidade. VLDL São lipoproteínas de muita baixa densidade (VLDL), são produzidas no fígado e se caracterizam pelo seu alto conteúdo de TAGs. A principal Apo é a apoproteína C-II. IDL Lipoproteína de densidade intermediária (IDL), são lipoproteínas remanescentes do VLDL. LDL Lipoproteína de baixa densidade (LDL), possui o núcleo central composto quase exclusivamente de colesterol e na superfície só uma proteína (Apo B-100). HDL Lipoproteína de alta densidade (HDL), é a que possui menor volume e maior densidade. É formada em sua maior parte por colesterol e recoberta por Apos, principalmente a Apo A-I. APOLIPOPROTEÍNAS (APO) As proteínas que constituem as lipoproteínas são denominadas apolipoproteínas, elas exercem algumas funções no metabolismo das lipoproteínas como: montagem da partículas e como meio ligante à receptores de membrana. Cada lipoproteína possui a sua apolipoproteína específica. • QM = Apo C-II • VLDL = Apo C-II • LDL = Apo B-100 • HDL = A-I METABOLISMO DAS LIPOPROTEÍNAS O metabolismo das lipoproteínas é dividido em ciclo exógeno (QM e QM remanescente), ciclo endógeno (VLDL, IDL e LDL) e no transporte reverso (HDL). O ciclo endógeno recebe mais atenção por estar intimamente ligado aos casos de arterosclerose. Os alimentos ricos em lipídeos provenientes da dieta são absorvidos no intestino e levados ao fígado, formando o QM, os QMs apresentam, em maior concentração, TAG e, em menor concentração por fosfolipídeos, colesterol (se de origem animal) e proteínas. Os lipídeos são emulsificados pela lipase pancreática (LP) - processo enzimático e pela bile - processo mecânico. A apoproteína mais importante do QM é a Apo C- II, da qual a LP atua como seu receptor, removendo os AGs do TAGs presentes no QM - lipólise. O AG é utilizado na lipogênese dos tecidos adiposos e no tecido muscular como energia. O que sobra do QM é chamado de QM remanescente (TAG + colesterol). O QM remanescente é formado na corrente sanguínea e transportado para o fígado e metabolizado para que ocorra a síntese das demais lipoproteínas: VLDL, IDL e LDL. No fígado, a primeira lipoproteína a ser sintetizada a partir do QM remanescente é a VLDL (Apo C- II). O VLDL (TAG + colesterol) atua retirando o restante de TAG que contém do QM remanescente. O TAG retirado pelo VLDL é utilizado como energia em tecidos que precisem. Na corrente sanguínea, o antigo LVDL se transforma em IDL (TAG + colesterol). O IDL, ainda na corrente sanguínea, transforma-se em LDL. O LDL, (colesterol) pela Apo B-100 tem o papel de entregar colesterol para todos os tecidos extra-hepáticos que precisem de colesterol. Em contrapartida, no transporte reverso, o fígado produz HDL (Apo A-I), responsável por retirar o excesso de colesterol do organismo. ENDOCITOSE DO COLESTEROL NOS TECIDOS EXTRA-HEPÁTICOS O receptor de LDL sintetizado no retículo endoplasmático rugoso move-se para a membrana plasmática via sistema de Golgi. O receptor LDL liga a Apo B-100 do LDL, iniciando a endocitose. O LDL é internalizado em um endossomo. O receptor de LDL é segregado em vesículas e reciclado na superfície. O endossomo com LDL fusiona-se com o lisossomo. Enzimas líticas no lisossomo degradam Apo B-100 e ésteres de colesterol, liberando aminoácidos, ácidos graxos e colesterol. COMPLICAÇÕES DO EXCESSO DE LIPÍDEOS DISLIPIDEMIA Termo usado para designar todas as anomalias quanti ou qualitativas dos lipídeos no sangue • Aumento sérico dos TAGs • Aumento sérico de LDL • Redução sérica de HDL Dislipidemias aumentam as chances de riscos cardiovasculares (LDL alto: HDL baixo). HIPERCOLESTEROLEMIA É o nível de LDL sérico em excesso, causado por dieta rica em CHO e lipídeos ou familiar (genética) por mutações no gene da Apo. ATEROSCLEROSE É causada pela hiperlipidemia associada ao aumento da permeabilidade vascular, permitindo o depósito de LDL na camada íntima das artérias; esses terminam por ser fagocitados por macrófagos e células endoteliais. A partir da oxidação do LDL, os macrófagos são ativados, transformando-se em células espumosas - macrófagos repletos de LDL em seu interior. As células espumosas expostas ao fator de crescimento derivado de plaquetas e ao fator de crescimento de fibroblastos passam a produzir fibras (colágeno, elastina e proteoglicanos) que envolvem o núcleo lipídico do ateroma maduro. O crescimento progressivo da placa de ateroma causa hipóxia e, mais futuramente, isquemia. A formação da placa de artenoma é silenciosa e crônica, porém a ruptura é aguda. FATORES DE RISCO À DOENÇAS CARDIOVASCULARES • Idosos (público mais sedentários e que produz menos HDL que o normal) • Sedentarismo (baixo HDL) • Homens e mulheres pós-menopausa (mulheres apresentam uma concentração maior de estrógeno, hormônio que aumenta o HDL). • Dislipidemias • DM (resistência à insulina, aumentando a permeabilidade do LDL) • HAS • Tabagismo (HAS) • Alcoolismo • Coagulação desregulada • Histórico familiar TRATAMENTO NÃO-MEDICAMENTOSO • Aumento da ingestão de fibras (os sais biliares se prendem às fibras, diminuindo o LDL) • Reduzir o consumo de alimentos de origem de animal (diminuir o consumo de colesterol exógeno diminui a produção de VLDL/LDL) e de produtos industrializados (gordura saturada trans) • Exercício físico (aeróbico e adrenalina) • Consumo de ômega 3 e 9 • Diminuir a ingestão de ômega 6
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