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Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 2° ciclo) - Causas principais: • Oclusão aguda nas coronárias. • 95% - Aterotrombose (placa de ateroma com trombo). Aterotrombose: - Ruptura de placa Formação de trombo sobre a placa. - Ruptura superficial gera principalmente formação de trombos brancos (agregação plaquetária), levando a obstrução parcial (angina instável ou IAM sem SST). - Ruptura mais profunda há maior exposição de conteúdo fibrinogênico intraplaca, originando os trombos vermelhos (coágulos de fibrina), causando o IAM com SST. O trombo vermelho é mais grave e gera obstrução completa do vaso. - A isquemia, provocada por oclusão parcial, começa no subendocárdio e, se piorar, irradia para o subepicárdio. - A oclusão total do vaso acomete o subendocárdio e subepicárdio processo chamado de transmural. • A isquemia pode ser responsável por má perfusão do miocárdio de forma parcial (subendocárdio) ou total (subendocárdio e subepicárdio = transmural). - IAM com SST (processo transmural em que ocorre morte celular) Angina instável - Isquemia subendocárdica IAM sem SST (morte celular) - 5% ocorre por outros motivos: - Angina de Prinzmetal - Reestenose pós-angioplastia - Cocaína (vasoespasmo e aumento do consumo de O2) - Embolia coronariana - Dissecção coronariana - Trauma coronariano - Desbalanço: Oferta demanda por maior consumo e menor oferta de O2 (choques, crise tireotóxica/hipertireoidismo, febre, anemia). • Dor do tipo aperto, pressão (peso), queimação • Subesternal ou precordial • Intensa • Melhora com nitrato sublingual • Irradia para MMSS e/ou mandíbula • Duração > 20 minutos • Associado a sudorese, palidez, hipotensão... - Sintomas atípicos podem ocorrer em mulheres, idosos, DM, portadores de marca- passo, pós-TX. Dor tipo A Quadro de angina clássica. Dor tipo B Quadro clínico com características a favor e contra. EX.: Dor precordial associada a parestesia de MMII. SCA com supra de ST Introdução Quadro clínico Classificação da dor anginosa Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 2° ciclo) Dor tipo C Quadro clínico de epigastralgia (atípico) que pode ser suspeita de angina. Solicita-se endoscopia. Dor tipo D Dor não anginosa, que pode ter origem osteomuscular, por exemplo. • Pode estar normal • Estertores pulmonares • Hipotensão (é grave) ou hipertensão (pode ser inclusive a causa de rompimento da placa de ateroma; ou um mecanismo compensatório do organismo – hipertensão reflexa). • Sudorese • Palidez - Dispneia, crepitações, B3, B4. - Quanto maior o Killip, maior a chance de mortalidade hospitalar. • Anamnese e exame físico. • Eletrocardiograma – Deve ser realizado nos primeiros 10 minutos da admissão hospitalar. • Laboratório (MNM - marcadores de necrose miocárdica). EXAME FÍSICO – DETALHES: • Bradicardia sinusal – pensar em IAM inferior por aumento do reflexo vagal. • Taquicardia sinusal – pensar em IAM anterior extenso como compensação da queda da FE aguda. • HAS – por aumento da atividade simpática. • BAV avançado – pensar em oclusão de CD, principal responsável por irrigar o nó sinusal e atrio-ventricular. - O PACIENTE PODE APRESENTAR SINTOMAS DE IC AGUDA, COMO: • Crepitação pulmonar • EAP • B3 ou B4 • Hipotensão • Sinais de má perfusão ELETROCARDIOGRAMA: *O ECG determina se há ou não supra de ST. ECG SEM SUPRA DE ST (Angina instável ou IAM sem SST) Avaliar MNM para diferenciar AI e IAM sem SST. O ECG deve ser realizado e interpretado em 10 min. - SCASST é diferenciada pelos MNM, sendo: IAM sem SST MNM positivos. Após um tempo, coleta-se novamente. Angina instável MNM negativos. ECG COM SUPRA DE ST o ECG deve ser realizado nos primeiros 10 minutos de admissão hospitalar em qualquer suspeita de SCA aguda, sendo considerado um divisor de águas para tto. • Supradesnivelamento do segmento ST. • Bloqueio de Ramo Esquerdo (BRE) novo ou supostamente novo. - Se IAM com SST, o paciente deve ser submetido a reperfusão coronariana. DIAGNÓSTICO: - Análise dos 3 dados: - História clínica e exame físico. - Eletrocardiograma. - Curva enzimática (marcadores de necrose miocárdica). Exame físico Classificação de Killip e Kimbal - IAM Diagnóstico SCA com SST Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 2° ciclo) - Oclusão total em uma ou mais coronárias, após rompimento de placa coronariana (principal) ou outros processos patológicos, gerando uma isquemia e posterior necrose TRANSMURAL caso não seja revertida (6-12h). - Pode gerar déficit contrátil segmentar (acinesia, hipocinesia, discinesia), com possibilidade de sintomas de IC aguda, edema agudo pulmonar, choque cardiogênico, insuficiência valvar aguda, ruptura de cordoalhas tendíneas, comunicação interventricular. • Supradesnivelamento de ST ≥ 1mm em pelo menos duas derivações contíguas no plano frontal. • Supradesnivelamento de ST ≥ 1mm em pelo menos 2 derivações contíguas no precórdio, exceto V2 e V3 (considerado alterado quando ≥ 2mm em homens > 40 anos, ≥ 2,5mm em < 40 anos e 1,5mm em mulheres). • Bloqueio de ramo esquerdo novo ou supostamente novo. O QUE SÃO DERIVAÇÕES CONTÍGUAS? - São derivações que representam a mesma parede miocárdica. - Procurar sempre imagem em espelho. Infra de ST na parede contra-lateral. PAREDES, DERIVAÇÕES E ARTÉRIAS: PAREDES ACOMETIDAS: - Infra de ST + R em parede contralateral. • Anterior: Espelho em DII, DIII e aVF • Posterior: Espelho em V1-V4. • Inferior: Espelho em lateral alta (D1 e aVL) e/ou V1-V4 • Lateral alta: Espelho em DII, DIII e aVF. • aVR (TCE): Espelho em DII, DIII e aVF. - Imagem infra é uma imagem espelho. - Sempre que há infra de parede anterior, sem supra pedir V7 e V8 (porque pode haver supra posterior que reflete como um infra anterior). - Supra de parede inferior e/ou infra da parede anterior pedir V7 e V8. - Supra de aVR costuma ser por lesão de TCE. É muito grave. - ECG com supra de ST: • Fase hiperaguda (acontece nos primeiros segundos a minutos): Apiculamento de onda T, onda T simétrica. • Fase aguda (primeiras horas): Supra de ST proeminente, onda T positiva (retificado ou côncavo). Não há onda Q patológica. • Fase subaguda (> 12h até 4 semanas): Onda Q patológica (>1/3 do QRS, significa área elétrica inativa transmural), onda T começa a negativar. • Fase crônica (Após 2-6 semanas): Infarto antigo não revascularizado. Presença de onda Q patológica, não há mais supra de ST. R tende a sumir. - Onda Q em mais de 1/3 do QRS É uma onda patológica (necrose). - Parede inferior é inativa. SCA sem SST Critérios eletrocardiográficos Imagem em espelho Evolução – ECG Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 2° ciclo) - Avaliação da curva de marcadores (“enzimas” cardíacas): Definição de marcadores de necrose Macromoléculas liberadas pelo cardiomiócito diante de uma injúria miocárdica prolongada. Servem para demonstrar morte celular. Eleva-se apenas quando há morte celular (IAM com e sem SST). IAM com supra não espera resultado de marcadores de necrose para tto. - Os principais são: CK-MB, troponina e mioglobina. CK-MB atividade ou massa (+ sensível nas 1ªs horas): - Aumenta a partir de 4-6h - Pico: 18h - Normaliza em 48-72h - Pode aumentar em alterações musculares. Boa para avaliação de reinfarto recente. MIOGLOBINA: - Aumenta a partir de 1-2h - Pico: 6-9h - Normaliza em 12-48h - Aumenta em qualquer alteração muscular. Boa para exclusão. (VPN alto) - A mioglobina sobe com facilidade, sendo sensívela qualquer alteração muscular. - É o melhor marcador para avaliar angina precoce, pois aumenta rapidamente. TROPONINA: - A mais específica!!! - Aumenta em 4-8h - Pico: 36-72h - Queda: 5-14 dias - Pode usar a troponina ultrassensível para avaliação de reinfarto. - Utiliza-se a troponina quantitativa. - A troponina é mais alta no supra do que no infra. IMPORTANTE!!! SEMPRE QUE TIVER INFARTO COM SUPRA DE PAREDE INFERIOR, LEMBRAR DE PEDIR V3R E V4R (VD), V7 E V8 (POSTERIOR). SEMPRE QUE TIVER INFRA DE ST ANTERIOR, LEMBRAR DE PEDIR V7 E V8, PODE SER INFARTO COM SUPRA POSTERIOR, GERANDO IMAGEM EM ESPELHO. Bloqueio de ramo esquerdo Marcadores de necrose miocárdica Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 2° ciclo) - IAM com SST > 12h paciente para de sentir dor porque a parede do miocárdio já morreu. - A prioridade é tratar o paciente nas primeiras 12h para reduzir áreas de necrose e arritmias malignas. - Supra de ST ou BRE novo < 12h busca-se tratar o paciente para salvar a artéria acometida e garantir reperfusão coronariana. - Trombolítico ou angioplastia? Depende. *Angioplastia; *Trombolíticos fazem lise de trombos. OBS.: O uso de trombolíticos serve para dissolver o trombo. Por isso, o paciente necessita de ter sua coronária avaliada, pois o trombolítico não age na placa de ateroma. Pode acontecer de necessitar de angioplastia. - A escolha do tto depende do tempo de socorro e da disponibilidade de angioplastia, por isso, normalmente tromboliza o paciente e faz depois angioplastia. - As primeiras 12h são cruciais. - O bom tto pode reduzir áreas de necrose e arritmias malignas. - Supra de ST ou BRE novo < 12h reperfusão coronariana. MORFINA: - Endovenosa. - Utiliza-se morfina apenas quando há dor refratária. - Diminuindo a dor, diminui FC e hipertensão arterial. - Promove vasodilatação arterial e venosa. - Não se utiliza morfina quando há IAM do VD (supra inferior/direito). OXIGÊNIO: - Utiliza-se apenas quando a SatO2 < 90%, congestão pulmonar e presença de desconforto respiratório. - Avaliar necessidade de intubação. NITRATO: - É utilizado para dor porque faz vasodilatação arterial, venosa e coronariana. Tratamento MNEMÔNICO DE TTO: M – Morfina O – Oxigênio N – Nitrato A – AAS B – Betabloqueador I – IECA C – Clopidogrel H – Heparina E – Espironolactona / Estatina Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 2° ciclo) - Sublingual e/ou venoso. - Principal nitrato utilizado: Nitroglicerina (0,4mg). - Sublingual: Alívio inicial, repete 5/5 minutos e utiliza até 3x. - Intravenoso: Dor persistente, hipertensão arterial, congestão pulmonar. *Contraindicação: Hipotensão, bradicardia, infarto de VD, uso de inibidores de fosfodiasterase nas últimas 24h (sildenafila, tadalafila). BETABLOQUEADORES: - Redução de FC, inotropismo e PA. - Quando bem indicado reduz a mortalidade. - Lembre-se: Pode estar fazendo efeito de compensação (choque cardiogênico). Avaliar início > 24h. *Contraindicações: FC < 60 bpm (observar nos casos de FC > 110 bpm, pode ser compensatório devido à IC), hipotensão, BAV 2º e 3º graus, asma ou DPOC grave, DAOP, Killip II, III ou IV, causado por cocaína. - Dose: Metoprolol 50mg 6/6h e após 1º dia 100mg 12/12h VO. - OBS.: A utilização EV de betabloqueador deve ser realizada em casos específicos, como pacientes hipertensos e taquicárdicos. ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS: Ácido acetilsalicílico (AAS): - Reduz mortalidade e complicações. - Dose: 200-300mg (2-3 comprimidos p/ mastigar e deglutir) na fase aguda. Manutenção de 100mg/dia. *Contraindicações: Alergias, hemofilia, sangramento ativo, úlcera péptica em atividade, hepatopatia grave. - Quem já teve IAM utiliza AAS para o resto da vida. CLOPIDOGREL: - Reduz risco de eventos cardiovasculares maiores quando em uso combinado ao AAS. - Dose de ataque depende da terapia de reperfusão. - Se angioplastia primária 600mg ataque e 75mg/dia de manutenção. - Se trombólise química ou sem terapia de reperfusão 300mg de ataque e 75mg/dia de manutenção. 75 anos: Não fazer dose de ataque. Fazer apenas 1 comprimido. - Se implante de stent convencional: Usar por 1-3 meses. - Se stent farmacológico: Usar por 6-12 meses. - Opções: Ticagrelor, Prasugrel. - É aconselhável utilizar clopidogrel durante 1 ano. HEPARINA: Anticoagulação: - Enoxaparina: < 75 anos: Bolus IV de 30mg + 1mg/Kg SC 12/12h. > 75 anos: Sem bolus. Iniciar 0,75mg/Kg 12/12h. - Utiliza-se enquanto durar a internação ou por 8 dias (o que for menor). - Pode haver indicação de anticoagulação prolongada. IECA: - Idealmente iniciar nas primeiras 24h. - Via oral. *Contraindicações: Hipotensão, gravidez, angioedema, estenose bilateral da artéria renal. ESPIRONOLACTONA: - Usar se FE < 40% + Sinais clínicos de IC ou Diabetes Mellitus. ESTATINAS: - Iniciar nas primeiras 24h do evento independente dos valores de colesterol. Dose máxima de estatina. Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 2° ciclo) - Após 30 dias, repetir o lipidograma e manter LDL < 70mg/dL. - Estatina utiliza para todos os pacientes. - Devem ser realizadas o mais rápido possível. - Indicada para IAM com SST de 20min a 12h de sintomas, ou até 24h se persistência da dor. NÃO DEVE AGUARDAR RESULTADO DE MARCADORES DE NECROSE MIOCÁRDICA PARA REALIZAR A TERAPIA DE REPERFUSÃO. - Angioplastia primária (Tempo porta- balão: 90 min. É o tempo de transporte do paciente até o hospital para realização de cateterismo de urgência. Se transporte para outro hospital: Até 120 min no máximo). - Trombólise química (Tempo porta- agulha - tempo de realizar a trombólise: 30 min). - ANGIOPLASTIA PRIMÁRIA (+ EFICAZ): Delta T < 12 horas - Stent convencional (sem medicação antiproliferativa) - Stent farmacológico (liberação de medicação antiproliferativa) *Há necessidade de uso de dupla antiagregação (AAS+clopidogrel) por tempo prolongado. - TROMBOLÍTICOS: - Mais eficaz quando administração mais precoce (< 3h). - Delta T< 12h - Pode usar: Estreptoquinase, alteplase, tenecteplase. - Complicações: AVCh, hipotensão, alergia. *Há contraindicações: - Mesmo com critérios de reperfusão, a angioplastia eletiva é indicada. Idealmente deve ser realizada entre 3 e 24h da trombólise. • REDUÇÃO DE > 50% DO SUPRA DE ST. • “PICO PRECOCE” DOS MNM. • ARRITMIAS DE REPERFUSÃO (RIVA – RITMO IDIOVENTRICULAR ACELERADO – ritmo ventricular, com QRS alargado, sem onda P. FC: 60- 100bpm). • DESAPARECIMENTO SÚBITO DA DOR. *Tem que haver pelo menos dois critérios para se considerar reperfusão. Critérios de reperfusão Terapias de reperfusão OBSERVAÇÃO: Os fibrinolíticos/trombolíticos têm indicação clara nos pacientes com sintomas sugestivos de SCA associada à presença, no ECG, de supradesnivelamento persistente do segmento ST em pelo menos duas derivações contíguas ou de um novo ou presumivelmente novo BRE, desde que não existam contraindicações. Contraindicações:
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