Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SÍNDROME CORONARIANA AGUDA AULA 4 – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA II DOR TORÁCICA A dor torácica é a segunda principal causa de procura a serviços de emergência nos EUA. Trata-se de um sintoma comum a diversas patologias: → Doenças do coração → Aorta → Pericárdio → Pulmões → Esôfago → Mediastino → Pleura → Órgão abdominais → Musculatura, subcutâneo e pele O médico emergencista deve focar nas etiologias de dor torácica ameaçadoras à vida para um diagnóstico imediato ou exclusão das mesmas. Causas de dor torácica que representam ameaça imediata à vida: → Síndrome coronariana aguda → Dissecção aórtica → Tromboembolismo pulmonar → Pneumotórax hipertensivo → Tamponamento pericárdico → Mediastinite (ruptura esofágica) DOR TORÁCICA ISQUÊMICA → Início gradual → Aumento progressivo → Piora com a atividade (aumento do consumo miocárdico de O2) → Melhora com o repouso → Localização: região retroesternal ou precordial, mas pode ser mal definida. → Paciente pode chegar falando quem um coisa ruim no peito sem caracterizar – suspeitar de infarto. → Tipo: aperto, peso, pressão, incômodo ou mesmo difícil caraterização. → Irradiação: mmss, pescoço, mandíbula, ombros, epigástrio e dorso (região interescapular). Sempre valorizar essas dores, mesmo que sozinha. → Duração: 5 e 15 min angina; 20 a 30 min IAM. → Sintomas associados: sudorese, dispneia, náuseas e vômitos. A Síndrome Coronariana Aguda (SCA) pode ocorrer sem dor propriamente dita. Apresente, em vez disso, sintomas conhecidos como EQUIVALENTES ANGINOSOS: dispneia, fadiga, cansaço, sudorese e síncope. Idosos, diabéticos e mulheres mais comumente tem isquemia com sintomas atípicos, como uma piora da dispneia, náusea, vômitos, diaforese. – Normalmente essas pessoas tem SCA e não tem dores. Vão ter outros sintomas que são os equivalentes anginosos. AVALIAÇÃO A dor torácica é um sintoma de diferentes doenças que podem levar a desfecho adverso grave em minutos, horas ou dias. Temos que caracterizar essa dor: característica da dor, piora e melhora, intensidade.. A avaliação deve ser sequencialmente focada em cada um desses grupos de doenças, confirmando ou excluindo o diagnóstico. – Sempre levar em conta os diagnostico diferenciais na tabela. Devem ser feitos uma rápida anamnese e exame físico com o objetivo de excluir as causas de risco de óbito. Deve-se questionar as características da dor, em especial dor de intensidade desproporcional ao quadro, irradiação, tempo de instalação (súbito ou não), sintomas associados, associação com esforço, náuseas e vômitos, antecedentes e fatores de risco. Simultaneamente deve-se realizar o exame físico, em especial inspeção local, característica e simetria de pulsos, medir a pressão arterial nos quatro membros, ausculta pulmonar e cardíaca, testar dor à palpação e pesquisa de sinais focais neurológicos. O ECG deve ser realizado em TODO PACIENTE triado com dor torácica ou suspeita de equivalente anginoso (diabetes, idosos, mulheres) em até 2 minutos de sua entrada no DE. Esse exame deve ser visto por um médico e avaliado em até 10 minutos de sua entrada. DOR ABAIXO DA MANDÍBULA E ACIMA DO UMBIGO = ECG!! ABORDAGEM INICIAL DO PACIENTE COM DOR TORÁCICA Pacientes com dor torácica devem ser atendidos na sala de emergência. – SALA VERMELHA. Se o paciente tem pulso = MOV. Monitorizar Oxigênio se saturação <90% Veia – acesso venoso deve ser obtido o mais rápido possível Definir a estabilidade hemodinâmica do paciente (ABCD nos pacientes instáveis). Nos pacientes estáveis, obter anamnese, ECG (em até 10 minutos), radiografia de tórax e definir os diagnósticos mais prováveis, exames para confirma-los ou descartá-los e definir o plano terapêutico inicial. → Sempre lembrar: se não tiver pulso – PCR. → Esses fatores de risco temos que fazer a estratificação. EXAMES: PROTOCOLO DE DOR TORÁCICA Observação por, no mínimo, 9h do início da dor (para tempo hábil de alteração dos marcadores cardíacos). Exame físico de 3/3h ou se houver dor. ECG de 3/3h ou se houver dor. Marcadores de necrose miocárdica de 3/3h (CK-MB e troponina I) Depois do protocolo, há duas possibilidades: Protocolo negativo: → Evolui sem dor. → Sem alterações do exame físico → ECGs seriados sem alterações → Marcadores de necrose miocárdica negativos. Não descarta a possibilidade de SCA se a dor for típica, porém a de IAM. Mesmo se for SCA, esta não apresenta alto risco de evoluir com IAM ou morte. Se for mulher, idoso ou diabetes também não descartemos. Há duas possibilidades: alta hospitalar e orientação para consulta ambulatorial e programação de teste não invasivo para avaliar isquemia em 72 horas. Outra possibilidade é realizar teste não invasivo em ambiente hospitalar no final do protocolo. Esses métodos são úteis para avaliação prognóstica do paciente. Se os testes não invasivos (teste ergométrico, Ecocardiograma sob estresse e cintilografia miocardia sob estresse) forem positivos, os pacientes devem ser tratados como SCA. Pacientes com testes não invasivos normais podem receber alta. Protocolo positivo: → Exame físico sugestivo de insuficiência cardíaca aguda. → Novas alterações no ECG – bloqueio de ramo, alteração do segmento ST. → Elevação de marcadores de necrose miocárdica. É confirmada SCA e deve ser iniciado o tratamento adequado. Teste ergométrico, Ecocardiograma sob estresse, cintilografia miocárdica sob estresse. A SCA é dividida em SCA sem supra de ST e com supra de ST. Dor anginosa = dor isquêmica. MNM (marcadores de necrose miocárdica): morte dos miocárdios para liberar as enzimas cardíacas. Não: TCK e CPK vão ser negativos. – Angina instável. O trombo do IAM sem supra, o trombo está mais obstruído que a agina instável. A diferença da angina instável com IAM sem supra é a ativação do TCK e CPK e troponina – marcadores de necrose miocárdica. O infarto com supra, o trombo está ocluindo totalmente a artéria. No ECG vai ter supra ST ou um bloqueio do ramo esquerdo novo, além dos MNM positivos. SCA SEM SUPRADESNIVELAMENTO DE SEGMENTO ST ETIOLOGIA E FISIOPATOLGIA: Três mecanismos de instabilização de placa que levam à SCA: → Ruptura de placa ateromatosa (que está lá na coronária). → Erosão de placa → Exposição de nódulo calcificado No infarto transmural o principal mecanismo é a ruptura de placa. - Obstrui totalmente. Infarto trasmural é aquele que atinge toda parede do miocárdio. No IAM sem supra-ST o principal mecanismo fisiopatológico é a erosão de placa aterosclerótica (48% dos casos), seguida de ruptura de placa (32% dos casos) e exposição de nódulo calcificado (20% dos casos). A abertura da placa aterosclerótica expõe uma superfície trombogênica e libera o núcleo necrótico, que contém micropartículas pró-trombóticas e forma o trombo. No IAM sem supra ocorre desvitalização tecidual não transmural, pois a coronária está subocluída ou mesmo ocluída e existe a presença de colaterais. Na angina instável, existe desequilíbrio entre oferta e demanda, ocasionando sintomas, mas não o suficiente para levar à necrose de cardiomiócitos. Nessa placa, temos células esponjosas de formação, acumulo de colesterol. E a parede fica frágil que pode acontecer de romper, o núcleo de calcificação ser exposto e pode acontecer de aos poucos e formando um processo cicatricial que é o principal mecanismo do IAM sem supra. O infradesnível de ST vai formar mostra uma lesão pequena na região subendocárdica. Aqui o segmento vai pra baixo. O supradesnível de ST, geralmente pega um infarto transmural e pega toda a parede e vai fazer o supra. E aqui o segmento pra cima. FATORES DE RISCO PARA DOENÇA CORONARIANA ATEROSCLERÓTICA → Idade (homens > 55 anos e mulheres > 65 anos). → Tabagismo → Dislipidemia (triglicérides > ou igual 150). → LDL colesterol > 100 mg/dl;HDL < 40 mg/dl → Diabetes melito → História familiar prematura de doença cardiovascular: homens < 55 anos e mulheres < 65 anos. → Hipertensão arterial sistêmica DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO Existem dois diagnósticos na suspeita de SCA: → Angina instável → IAM A angina instável é provocada por insuficiente aporte de oxigênio a cardiomiócitos, sem, no entanto, provocar necrose celular. É definida como angina pectoris (ou equivalente anginoso) e apresenta pelo menos uma das seguintes características: → Ocorre em repouso (ou mínimo esforço) → Tem duração de 20 minutos (se não for interrompida por nitrato ou outro analgésico) → É grave e descrita como dor fraca → Ocorre em crescendo (dor com cada vez menos esforço, que é cada vez pior, que passou a acordar o paciente). Quanto mais esforço, mais vai doer. A dor torácica é o principal sintoma de isquemia, mas pode se apresentar apenas como equivalente anginoso: dor epigástrica, dispepsia, dispneia, náuseas e vômitos, sudorese, hipotensão e síncope. Pacientes idosos (>75 anos de idade), mulheres e portadores de diabetes com doença renal crônica ou demência podem se apresentar mais comumente com anginosos no DE, com queixas atípicas, que incluem dor epigástrica, dispepsia, dispneia e, raramente, sincope. Nos casos de SCA SEM SUPRA DE ST, a dor torácica anginosa terá uma das características relacionadas: → Dor prolongada em repouso → Angina de índice recente (“de novo”) classificada como III ou IV pela classificação da Canadian Cardiovascular Society(CCS) → Recente desestabilização de angina estável prévia, com pelo menos classificação III da CCS (“angina em crescendo”) → Angina pós-IAM É necessária uma combinação de critérios para o diagnóstico de IAM: Curva de aumento ou diminuição de um biomarcador cardíaco, de preferência troponina cardíaca - MNM. Primeiro critério. Não tem IAM sem morte do miocárdio. E toda vez que tem morte do miocárdio: libera MNM. Pelo menos um dos seguintes fatores: → Sintomas compatíveis com isquemia – dor isquêmica. → Alteração de segmento ST significativamente nova (ou presumivelmente nova) ou bloqueio de ramo esquerdo em ECG. – Supra de ST e bloqueio de ramo esquerdo. → Desenvolvimento de ondas Q patológicas no ECG → Evidência de imagem nova ou presumidamente nova de perda de miocárdio viável. A onda Q normalmente não aparece no eletro, se aparecer, é sinal de infarto antigo. → Trombo intracoronariano detectado em angiografia ou autópsia. No final na onda S, tem uma ponta que é chamado de ponto J que sempre vai estar na linha de base. Se esse ponto J vier para cima é um supradesnível de ST. Se ele for pra baixo, infra de ST. ST – Final da onda S até o começo da onda T. V1: Bloqueio de ramo esquerdo novo. No eletro, vemos um alargamento do QRS. Poe a seta pra baixo. Para confirmar, vamos lá no V6 e vemos a ‘capinha do batmam’. – Duas Torres. Que também é um sinal de bloqueio de ramo esquerdo. O bloqueio de ramo direito faz uma orelhinha de coelho. TRATAMENTO IAM SST Paciente entrou, tem pulso, está conversando: MOVE. → Monitorização → Oxigênio se < 90%. → Veia – acesso venoso → ECG PROTOCOLO DE DOR TORÁCICA ISQUEMICA TIPICA DE IAM: MONABCHEI → Morfina → Oxigenio → Nitrato → AAS → Betabloqueador → Clopidogrel → Heparina → Estatina → IECA Se for idosos, diabéticos e mulheres: que tenha equivalente anginoso. ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS): J → 150-300mg (recomendação 300mg) VO na admissão → Seguido por 100mg VO 1x/dia na internação. Indicado para todos os pacientes com suspeita de SCA, desde que a suspeita de uma síndrome aórtica não seja maior. Porque se dar um antiplaquetário, o paciente vai sangrar mais ainda pela aorta. O ácido acetilsalicílico inibe irreversivelmente a atividade do ciclo-oxigenasse (COX-1), reprime a produção de tromboxano A2 e interage negativamente na agregação plaquetária. INIBIDOR DE RECEPTOR DE ADP P2Y12: Indicado para todos os pacientes com diagnóstico de SCA de alto risco, para redução de agregação plaquetária, em associação ao AAS. Ticagrelor e prasugrel se demonstraram superiores ao clopidogrel nas SCA. Clopidogrel: 300mg na admissão, seguido por 75mg VO 1x/dia. – SUS. Idosos >75 anos recomenda-se bolus menor que 75 mg na dose de ataque. Pacientes que vão para cateterismo em menos de seis horas, recomenda-se bolus de 600mg. ANTICOAGULAÇÃO: Indicado para todos os pacientes com diagnóstico de SCA para inibir a geração e a atividade da trombina, reduzindo, assim, os eventos relacionados ao trombo. A troca de anticoagulante é desencorajada. Heparina não fracionada: 60-70 U/kg (máximo 5000U) EV, seguido por infusão de 12-15 U/kg/h ajustável para manter TTPA ente 1,5-2,5 x controle. Enoxiparina: 1mg/Kg SC 2x/dia. Pacientes com clcr 15-29 devem receber 1mg/Kg/dia SC. Pacientes >75 anos devem receber 0,75mg/Kg SC 2x/dia. Não recomendada para clcr <15. TERAPIA ANTI-ISQUÊMICA: Objetivo da terapia anti-isquêmica farmacológica é diminuir a demanda miocárdica de oxigênio (diminuindo a frequência cardíaca, a pressão arterial, a pré-carga e a contratilidade miocárdica) ou aumentar o suprimento de oxigênio no miocárdio (por administração de oxigênio ou através de vasodilatação coronariana). Se, mesmo com o tratamento, o paciente continuar com dor intensa ou equivalentes isquêmicos, é recomendada uma angiografia coronariana em duas horas, independentemente dos achados do ECG e dos níveis de troponina. Em pacientes cujos sintomas isquêmicos não são aliviados por nitratos e betabloqueadores, a administração de morfina 2-3 mg IV é razoável enquanto se espera pela angiografia coronariana, com ressalva de que a morfina pode retardar a absorção intestinal das medicações. NITRATOS: Nitratos intravenosos (nitroglicerina 25 mg/5ml 10ml + SG 240ml, correr EV BIC dose inicial de 5-10 mcg/min ou 1,5- 3ml/h) são mais eficazes que os nitratos sublinguais (dinitrato de isossorbida 5 mg SL – é o que usa.) Em relação ao alívio dos sintomas e à regressão da depressão ST. Contraindicação infarto de ventrículo direito e uso de sildenafil – viagra (24h) e vardenafil(48h). BETABLOQUEADORES: Metoprolol 25-100mg VO 1x/dia ou Propranolol 10-80mg VO 2-3 x/dia. É usado se a FC > 60. Inibem competitivamente os efeitos miocárdicos das catecolamidas circulantes, reduzindo a frequência cardíaca, a pressão arterial e a contratilidade miocárdica e diminuíndo o consumo de oxigênio no miocárdio. FC alvo é 60 bpm. Não devem ser utilizados em pacientes: → Bloqueios atrioventriculres complexos → Broncoespasmos → Sinais de insuficiência cardíaca e débito cardíaco baixo → Idade >70 anos → FC>110bpm ou <60bpm → PAS<120mmHg → Sintomas de vasoespasmo coronariano ou uso de cocaína. Deve ser usado com cautela porque esse paciente no infarto começa a ter uma taquicardia logo depois faz bradicardia e usando betabloqueador pode intensificar esse problema. BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO: Reduz a contratilidade miocárdica e os tônus vascular, a velocidade de condução atrioventricular e a atividade do nó sinusal. Verapamil 80-120mg VO 3x/dia ou Diltiazem 60mg VO 3- 4x/dia. Não usa muito. ESTATINAS: recomenda-se iniciar terapia com estatina de alta intensidade (atorvastatina 40mg VO 1x/dia) na admissão em todos os pacientes com SCA. – tem que usar. Sevastatina no SUS. IECA: (enalapril 5-20mg VO 2x/dia) , recomendados em pacientes com disfunção sistólica ou insuficiência cardíaca, hipertensão ou diabetes. ANGIOGRAFIA CORONARIANA INVASIVA: CAT Depois de fazer o ECG, troponina e medicações iniais. Aí pode fazer esse quando já fez o diagnóstico de infarto tanto com supra ou sem, só muda o tempo. Objetivos: Confirmar o diagnóstico de SCA relacionada à DAC (ou descartar origem coronariana de dor torácica) e, como consequência, orientar o tratamento e evitarexposição desnecessária a agentes antitrombóticos Identificar a lesão culpada Avaliar a anatomia coronariana e estabelecer a indicação de revascularização coronariana por stent ou cirurgia de revascularização do miocárdio Identificar outras causas para dor, como fístula coronariana ou vasoespasmo. ESTRATÉGIA INVASIVA IMEDIATA (<2H): Recomendada para pacientes com SCA de muito alto risco- instabilidade hemodinâmica e choque cardiogênico, instabilidade elétrica por tequiarritmia ventricular, angina refratária ao tratamento clínico e insuficiência mitral aguda. Essa recomendação não depende de ECG ou dos biomarcadores. Centros sem angiografia devem transferir o paciente o mais rápido possível. Estratégia invasiva precoce (<24h). Estratégia invasiva (<72h). Estratégia conservadora. SCA COM SUPRA DESNIVELAMENTO DE SEGMENTO ST Aqui, a placa se rompe e forma um trombo que vai ocluir toda a arteria. A oclusão coronariana completa se expressa como supra desnivelamento de ST no ECG. A evolução natural levará em geral ao surgimento da onda Q. Com duas a três horas da oclusão coronariana, podem ser detectadas áreas necróticas no tecido suprido pela coronária. ECG Principal instrumento diagnóstico e determinante da conduta Deve ser realizado até máximo 10 min da chegada do paciente ao PS Supradesnivelamento do segmento ST > 1 mm em duas derivações contíguas nas derivações periféricas e supra ST > 2 mm em duas derivações contíguas nas derivações precordiais Bloqueio de ramo esquerdo (BRE) novo, na vigência de dor precordial Quando observado infarto de parede inferior, é aconselhável realizar as derivações precordiais direitas (V3R a V6R), se encontrado supra ST caracteriza IAM de VD. A depressão de ST em V1 a V3 sugere isquemia da região posterior do miocárdio, deve-se realizar as derivações V7 a v9. Lembrando: A onda Q é a primeira onda negativa do QRS. R é a positiva e depois a S a negativa. Lembrar do ponto J onde termina o ponto S na linha de base. Temos um supra quando ele sobe a linha de base. A artéria coronária esquerda irriga o ventrículo esquerdo (paredes anteriores e lateral), o septo interventricular e o feixe de His. A artéria coronária direita irriga o VE (paredes inferior e posterior), o VD, o nó sinusal e o nó AV. Conforme a localização do infarto é possível inferis a artéria obstruída, apesar das variações anatômicas. Quando vemos o ECG e vemos um supra de ST em D2 (parede inferior), D3 e Avf. Temos que lembrar que a parede inferior é formada pelo ventrículo direito, temos que mudar os eletrodos para porque não é facil ver no ECG. E quando fazemos isso, o ECG novo vai ter o V3R, V4R e V5R e vai evidenciar supra de ST. Então, quando suspeitar de infarto de VD? Quando tiver supra de ST em D2, D3 e AVF. Assim, trocar os eletrodos do lado esquerdo e transferir para direita do tórax no mesmo lugar. Agora, quando vemos o ECG e vemos um infra em V2, V3 e V1, suspeitamos de IAM de parede posterior. Aí, temos que jogar os eletrodos para o dorso. Colocar o V4, V5 E V6. O V4 colocamos em cima da linha axilar posterior, V5 colocar abaixo do ângulo da escapula e V6 colocar entre a linha da coluna e o V5. E se tiver realmente, vemos um supra de ST em V7 e V8. – INFARTO DE PAREDE POSTERIOR. MARCADORES DE NECROSE DO MIOCÁRDIO Marcadores bioquímicos são fundamentais para auxiliar tanto no diagnóstico quanto no prognóstico de pacientes com Síndrome Coronária Aguda (SCA). Quando as células miocárdicas são irreversivelmente danificadas, suas membranas celulares perdem a integridade, as enzimas se difundem no interstício e vão para os linfáticos e capilares. Esse gráfico mostra os dias pela porcentagem de MNM. A primeira aparecer vai ser a mioglobina e depois some rapidamente. Depois, a CKMB vai ter o pico por volta do primeiro dia e desaparece por volta dos seis dias e a tropina L que tem pico de um dia e meio. Depois de 30 minutos, já começa a morte das células e só agrava até virar o infarto transmural em 24h; CONDUTA Os primeiros 10 minutos com o paciente com dor torácica sugestiva de isquemia. → MOVE → Manutenção das vias aéreas, respiração e circulação → MONABCHEI – protocolo. → Fazer breve historio especifico e exame físico. → ECG de 12 derivações em até 10 minutos → Solicitar marcadores de necrose do miocárdio, eletrolíticos e coagulograma. → Interpretar o ECG. → Estar preparado para fornecer RCP → Usar desfibrilador se necessário. ECG veio com supra de ST e tromponina positivo – IAM. IAM COM SUPRA ST: → Inicie o tratamento adjuntos conformes indicados. - MONABCHEI → Não retarde a reperfusão → Se dor < 12h – metas de reperfusão: tempo porta- agulha – fibrinolise de 30 mine tempo porta balão – cateterismo de 90 min → Se dor > 12h fazer tratamento clínico intensivo com copidogral, heparina, indicar angioplastia e não evoluir vem bem com a dor – IC, hipotensão arritmia grave. IAM SEM SUPRA ST: → Troponina elevado ou paciente alto risco (tem troponina mas não tem supra). → Considere estratégia invasiva precoce: desconforto torácico isquêmico refratário – desvio de segmento ST recorrente/persistente, taquicardia ventricular, instabilidade hemodinâmica, sinais de insuficiência cardíaca. → Evite tratamentos adjuntos – nitroglicerina, heparina e clopidogrel. SEGMENTOS ST OU ONDA T NORMAIS COM ALTERACOES NÃO DIAGNÓSTICAS OU SCA DE RISCO BAIXO/INTERMEDIARIO. → Considere admissão em unidade de dor torácica do departamento de urgência ou leito apropriado com maior monitorização e intervenção. Entender: se tem dor isquêmica tipica: primeira coisa MOVE. E MNM. Aguardando o resultado, a gente faz MONABCHEI. Chegou resultado: ST e Troponina e CKMB positivo = IAM com supra. Tem menor que 12h de dor: avaliar se faz fibrinolise ou CAT. CAT tem até 90 minutos para fazer e fibrinolise 30 min. Fez o MOVE e MNM, fez o MONABCHEI, o eletro normal e troponina, CKMB normais e tem dor tipica isquêmica. Fazer eletro e marcadores seriados – 3/3 até eles positivarem. ECG com infra SP e marcadores negativos = angina instável. ECG normal e MNM positivos – IAM sem supra de ST. TRATAMENTO Uma vez identificado o supradesnivelamento significativo no ECG, deve-se iniciar as ações para tratamento, independente do resultado de troponina. Prioridade: reperfusão precoce produzido com intervenção coronária percutânea (ICP) primária ou fibrinolíticos. Nas 3 horas iniciais de um paciente com IAM com supra ST, a trombólise química tem o mesmo efeito que a ICP primária do ponto de vista de complicações e morbimortalidade. FIBRINÓLISE: Indicação clara nos pacientes com sintomas sugestivos de SCA, associada a presença, no ECG, de supra ST persistente em pelo menos duas derivações contíguas ou de um novo ou presumivelmente novo BRE, desde que não existam contraindicações. Meta de 30 min entre a porta e a agulha é o maior tempo aceitável do serviço médico. Estreptoquinase (SK) → Mais usado no Brasil → Baixo custo → Dose: 1500000 UI + sf 0,9% 100ml EV infundir por 30 a 60 minutos Alteplase (t-PA) → Alto custo → 80% de patencia de coronária → Dose máxima: 100mg → 15mg em bolos EV → Seguido de 0,75 mg/kg durante 30 minutos (máximo de 50mg) e 0,50 mg/kg durante 60 minutos (máximo de 35mg) INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA PRIMÁRIA (ICP): CAT É a utilização do cateter balão, com ou sem implante do stent coronário, sem o uso prévio de fibrinolítico, com o objetivo de restabelecer o fluxo coronário anterógrado de maneira mecânica. A meta de tempo entre a porta e a insuflação do balão no departamento de emergência é de 90 min. Em hospitais sem capacidade de realizar a ICP é de 120 min. dor torácica dor torácica isquêmica sca sem supradesnivelamento de segmento st DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO TRATAMENTO IAM SST scacom supra desnivelamento de segmento st ecg marcadores de necrose do miocárdio conduta tratamento
Compartilhar