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Odontologia UFPE Materiais dentários II | Ligas metálicas odontológicas �2021.2� Ligas metálicas odontológicas, fundição e solda Phillips Materiais Dentários. 12ª ed. � Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. Atualmente, as ligas metálicas são bastante utilizadas para diversos fins. Elas podem ser classificadas de acordo com: ● O conteúdo de metais nobres; ● Suas propriedades mecânicas; ● Os elementos principais; ● A aplicação odontológica. De acordo com o conteúdo de metais nobres 1. Altamente nobre �AN� Deve conter 40% ou mais de Au e 60% ou mais em peso de elementos metálicos nobres. 2. Nobre �N� Deve conter 25% ou mais em peso de elementos metálicos nobres. 3. Predominantemente básica �PB� Contém menos de 25% em peso e elementos metálicos nobres. De acordo com as propriedades mecânicas É utilizada para ligas de fundição a base de ouro: 1. Macia; 2. Média; 3. Dura; 4. Extradura. De acordo com os elementos principais As ligas podem ser classificadas de acordo com o elemento principal ou mais abundante, ou de acordo com dois ou três de seus elementos mais importantes (p.ex., ligas de Pd-Ag, Co-Cr ou Ni-Cr). Quando a liga é identificada de acordo com os elementos que contém, os componentes são listados em ordem decrescente de composição, com o elemento presente em maior concentração aparecendo primeiro no nome da liga, seguido pelo segundo elemento mais abundante e assim por diante. 1. Altamente nobre� Au-Ag-Pd | Au-Pd-Cu-Ag 2. Nobre� Ag-Pd-Au-Cu 3. Predominantemente de metais básicos: De acordo a aplicação odontológica Há três categorias de ligas odontológicas designadas de acordo com sua aplicação, incluindo próteses fixas totalmente metálicas, próteses metalocerâmicas ou próteses parciais removíveis. Ligas para próteses totalmente metálicas também são usadas como substrato para próteses metaloplásticas. Cada tipo de liga está disponível em três categorias de acordo com o conteúdo de metais nobres �AN, N e PB�. Ligas altamente nobres e nobres para próteses metalocerâmicas podem ser usadas para próteses totalmente metálicas, ao passo que ligas para restaurações totalmente metálicas são raramente usadas para próteses metalocerâmicas. As razões são as que seguem: �1� as ligas podem não formar uma camada fina e estável de óxidos para união com a porcelana; �2� sua faixa de temperatura de fusão pode ser muito baixa para resistir deformação ou fusão com as temperaturas de cocção da porcelana; �3� seus coeficientes de contração térmico-linear pode não ser próximo o suficiente daqueles das cerâmicas. Propriedades desejáveis de ligas para fundições odontológicas 1. Biocompatibilidade A liga deve tolerar os fluidos orais e não liberar nenhum produto nocivo no ambiente oral. Quando componentes da liga são liberados no ambiente oral, eles podem causar uma reação tóxica ou alérgica. www.viniciusbandeira.one http://www.viniciusbandeira.one Odontologia UFPE Materiais dentários II | Ligas metálicas odontológicas �2021.2� 2. Resistência a corrosão e ao manchamento; Corrosão é a dissolução de um material no ambiente oral e o manchamento é causado por um filme fino de um depósito aderente à superfície. A resistência à corrosão deriva do uso de metais nobres que não reagem no ambiente oral (p.ex., ouro e paládio) ou da habilidade de um ou mais elementos metálicos de formar uma camada passivadora aderente na superfície, que inibe qualquer reação de subsuperfície. 3. Propriedades térmicas (creep) A faixa de temperaturas de fundição das ligas deve ser baixa o suficiente para permitir a formação de uma superfície lisa quando em contato com a parede do molde de revestimento. 4. Requisitos mecânicos (resistência) A liga deve ter resistência suficiente para a aplicação a que se destina. 5. Fabricação de próteses fundidas e infraestruturas metálicas) escoamento, molhamento); Liga fundida deve escoar livremente até nos detalhes mais intrincados do molde de revestimento, sem qualquer interação apreciável com o material do molde, e deve molhar a superfície do molde sem formar porosidades na superfície ou subsuperfície da liga. 6. Adesão com a porcelana (formar camada fina e aderente de óxidos) Para se alcançar uma adesão química sólida com a cerâmica de recobrimento, a liga deve ser capaz de formar uma camada fina e aderente de óxidos, preferencialmente de cor clara para que não interfira no potencial estético da cerâmica. 7. Considerações econômicas Para o dono do laboratório de prótese que precisa manter os preços estáveis por um certo período de tempo, o custo de fabricação das próteses deve ser ajustado periodicamente para refletir a flutuação de preços dos metais usados na fundição, principalmente aqueles que contêm ligas nobres e altamente nobres. Propriedades mecânicas funcionais A resistência mecânica de uma liga é um fator importante para assegurar que a prótese vai desempenhar as funções para as quais foi planejada de maneira efetiva, segura e com duração razoável. De maneira geral, as propriedades mecânicas são um modo de aferir as respostas do material sob a ação de certas forças ou distribuição de forças, tais como deformação elástica, plástica ou uma combinação de ambas. O nível de resistência necessária depende da categoria de uso pretendida e do tipo de prótese a ser confeccionada. Importantes características funcionais de ligas para fundição: 1. Módulo de elasticidade (resistência à flexão) 2. Limite de escoamento (tensões mecânicas sem deformação permanente) 3. Ductilidade (fazer ajuste sem fraturar) 4. Dureza (resistir ao riscamento e abrasão) 5. Resistência à fadiga (ciclos repetidos de aplicação e alívio de cargas) Ligas para próteses totalmente metálicas Essas ligas são discutidas em três categorias principais: nobres (inclui altamente nobres), predominantemente de metais básicos, e CpTi e ligas de titânio. Nobres e altamente nobres Falando das ligas nobres e altamente nobres, além do Ouro (Au), utiliza-se também o Paládio �PD�, Zinco (Zn), Cobre (Cu), Índio (In), Prata (Ag), Platina (Pt), Irídio (Ir) e Rutênio (Ru). www.viniciusbandeira.one http://www.viniciusbandeira.one Odontologia UFPE Materiais dentários II | Ligas metálicas odontológicas �2021.2� Ligas a base de ouro Tipo I São macias e indicadas para próteses com bastante suporte dental, tal como inlays, e não sujeitas a grandes esforços mastigatórios. Tipo II São amplamente utilizadas para inlays devido às suas propriedades mecânicas superiores, mas são menos dúcteis do que ligas do tipo I. Tipo III Utilizadas para fabricação de coroas metálicas fundidas e onlays em áreas de alta concentração de tensões. Tipo IV Utilizadas em áreas de grandes concentrações de tensão, tais como próteses parciais fixas ou removíveis. Ligas a base de Prata-Paládio Elas são brancas e apresentam um grande potencial para manchamento e corrosão. Contudo, quando o conteúdo de paládio é superior a 25%, há uma maior resistência ao manchamento e à corrosão. Ligas a base de Titânio Quanto às ligas de Titânio, é considerada o metal mais biocompatível utilizado para restaurações protéticas odontológicas. Ele pode ser usado para próteses totalmente metálicas e metalocerâmicas, assim como para implantes e infraestrutura de próteses parciais removíveis. Quando comercializado em sua forma totalmente pura, o seu módulo de elasticidade é comparável ao do esmalte do dente e ligas nobres, mas menor do que outros metais básicos. Ele possui uma excelente resistência à corrosão, semelhante ao titânio puro. Ligas predominantemente básicas Ligas de metais básicos geralmente englobam o grupo de metais para fundição que dependem do cromo para resistência à corrosão. Atualmente, há dois grupos principais de ligas odontológicas de metais básicos: níquel-cromo �Ni-Cr) e cobalto-cromo �Co-Cr). A maioria das ligas de Ni-Cr destina-se a fundições pequenas, tais como coroas e PPFs, e ligas de Co-Cr são usadas principalmente para fundição de infraestrutura de próteses parciais removíveis �PPRs) nas quais um alto módulo de elasticidadee limite de escoamento são necessários. Ligas para próteses metalocerâmicas Essas ligas precisam cumprir alguns requisitos como: �1� ter potencial para adesão com porcelana odontológicas; �2� exibir coeficientes de contração térmica compatíveis com os das porcelanas odontológicas; �3� suas temperaturas de solidus são suficientemente altas para resistir à temperatura de sinterização da porcelana. Quando o coeficiente de contração da porcelana é muito mais baixo que o do metal, pode ocorrer a fratura da porcelana ou falha da adesão metalocerâmica. Além disso, podem ocorrer falhas prematuras devido a algumas causas: ● Corrosão induzida por tensões; ● Próteses fabricadas em condições não ideais; ● Ângulos agudos externos nas bordas incisais de copings metálicos; ● Variações nos ciclos de aquecimento e resfriamento; ● Descontrole no tempo e pressão de jateamento das superfícies internas do coping metálico. ● Pode ocorrer também a descoloração da porcelana por prata. Ligas de metais básicos Comparadas com outras ligas para próteses metalocerâmicas, ligas de metais básicos geralmente apresentam maior dureza e módulo de elasticidade (rigidez). Isso permite que a espessura do coping seja de 0,1 a 0,2 mm, sem o risco de www.viniciusbandeira.one http://www.viniciusbandeira.one Odontologia UFPE Materiais dentários II | Ligas metálicas odontológicas �2021.2� deformação significante sob tensões de mastigação ou escoamento da infraestrutura metálica durante a cocção da porcelana. No entanto, essa maior dureza faz com que o ajuste oclusal seja mais complicado. Além disso, esse ajuste faz com que haja uma aspereza superficial e um desgaste dos dentes antagonistas. Ligas a base de titânio Em geral, testes de adesão in vitro mostram que metalocerâmicas convencionais exibem maior resistência de união do que cerâmicas de baixa fusão ao titânio. O tipo recomendado de cerâmica de baixa fusão deve ser usado. Não há diferença em resistência de união entre CpTi e ligas de titânio. Estudos também demonstram que o tratamento de superfície da liga antes da aplicação da porcelana pode melhorar a resistência de união. Ligas para próteses parciais removíveis Próteses parciais removíveis �PPRs) têm quatro componentes principais: conectores, grampos, apoios e selas. Com exceção dos grampos, cada componente deve ser rígido e resistir a deformações plásticas, o que sugere um material com alto módulo de elasticidade e limite de escoamento. Ligas de metais básicos Ligas de cobalto-cromo-molibdênio vem sendo usadas para a confecção da maior parte das PPRs. O cobalto aumenta o módulo de elasticidade e resistência mecânica. Ligas a base de titânio O titânio comercialmente puro e ligas de titânio têm sido ocasionalmente usados para fabricar infraestruturas de próteses parciais removíveis devido à sua excelente biocompatibilidade, excelente resistência à corrosão e propriedades mecânicas. Devido ao baixo módulo de elasticidade, a rigidez da peça é comumente aumentada pelo aumento da espessura do conector ou pela introdução de outras mudanças no seu desenho. A alta capacidade de adesão eletrostática dos óxidos da superfície do titânio resulta em maior aderência de placa a infra-estruturas de titânio comparadas com outras ligas de metais básicos. Além disso, sofrem descoloração gradual, enquanto aquelas fabricadas com CpTi e outras ligas de metais básicos não sofrem descoloração. O desenvolvimento de soldagem a laser de titânio facilita o reparo de infraestruturas. Por esses e outros motivos, os metais básicos são utilizados para as PPRs. Riscos biológicos de ligas de metais básicos Substâncias indutoras de alergia podem ser: 1. lixiviadas de uma liga na cavidade oral por meio de dissolução; 2. liberadas para o ambiente em forma de partículas durante acabamento e polimento; 3. propagadas por vaporização durante a fundição.. Riscos para o protético Além disso, elas também apresentam risco para o protético, devido a exposição ao vapor de berílio, que pode causar doenças agudas como: dermatite de contato, pneumonia quimicamente induzida grave e doenças crônicas como tosse, dor no peito, fraqueza geral e até disfunção pulmonar. Portanto, os laboratórios de próteses precisam ser ambientes ventilados e com boas instalações de exaustão. Riscos para o paciente A maior preocupação para os pacientes é a exposição intraoral ao níquel, especialmente para indivíduos com alergia conhecida a esse elemento metálico. Confecção de próteses A maioria das próteses são obtidas por meio de um processo chamado fundição, que consiste em vazar o metal líquido em um molde, com uma cavidade com a forma que se deseja reproduzir e, depois, deixar que este se resfrie e solidifique. www.viniciusbandeira.one http://www.viniciusbandeira.one Odontologia UFPE Materiais dentários II | Ligas metálicas odontológicas �2021.2� Fundição — metalocerâmica 1. Após a moldagem e o envio ao laboratório, há a confecção do troquel e a aplicação da resina duralay 0,1 mm; 2. Aplicação da cera; 3. Aplicação da cera 0,3 a 0,4 mm. 4. Posicionamento do sprue (região volumosa, ângulo de 45°) 5. Câmara de compensação do centro térmico do anel; 6. Tratamento da cera com anti-bolha. 7. Posicionamento do anel; 8. Inclusão do revestimento. 9. Leva-se o anel para o forno de fundição pré-aquecido até atingir a temperatura necessária para derreter a cera. 10. Fundição (maçarico de alta fusão, ligas metálicas, gás e oxigênio, centrífuga e caldinho) 11. Usinagem e acabamento; 12. Jato de óxido de alumínio; 13. Ultrassom para limpeza do coping e desgaseificação do forno da cerâmica. Tecnologias alternativas para a fabricação de próteses ● Sintetização de lâminas de metal por brunimento; ● Processamento CAD�CAM; ● Cópia por fresagem ou usinagem (pantografia) ● Copings eletroformados; ● Impressão tridimensional. Junção de ligas odontológicas Há três tipos de operações usadas para unir metais: soldagem, brasagem e solda autógena (ou solda ponto). Os processos de soldagem e brasagem envolvem os componentes metálicos a serem unidos (também chamados de metais de substrato), um material de preenchimento (também conhecido por solda), um fluxo e uma fonte de calor. A principal diferença entre soldagem e brasagem é que a brasagem requer temperaturas maiores do que 450 °C e procedimentos de soldagem são conduzidos a temperaturas menores do que essa. Soldagem Brasagem Solda autógena (solta ponto) Metais de substrato; Metais de substrato; Metais de substrato; Material de preenchimento (solda) Material de preenchimento (solda) — Fluxo Fluxo Fluxo Fonte de calor: chama de maçarico Fonte de calor: chama de maçarico Fonte de calor: resistência elétrica � 450° C � 450° C www.viniciusbandeira.one http://www.viniciusbandeira.one
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