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Cadernos da Carol® 7º semestre Direito de Família Prof Cristiano Zanetti 23/02/11 Casamento Principais mudanças entre o CC 16 e a CF de 88: 1. CC 16: Casamento só se dissolve com a morte de um dos cônjuges Art. 226, § 6º, CF: O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. 2. CC 16: Os filhos incestuosos e os adulterinos não podem ser reconhecidos Art. 227, § 6º, CF: Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. 3. CC16: o marido é o chefe da sociedade conjugal CF 88: igualdade entre os sexos (por isso, a expressão “pátrio poder” foi alterada para “poder familiar”) Obs.: em caso de divergência entre os pais, o juiz decide com base no critério melhor interesse da criança. Ângulos de análise da família: -eixo horizontal (relação entre os cônjuges): igualdade, admissibilidade do divórcio, papel da culpa (importante para poder configurar dano moral) -eixo vertical (pais e filhos): igualdade entre os filhos, problemas com fecundação assistida (pai morre antes de implantar o embrião, o bebê será herdeiro?), partenidade sócio-afetiva (o filho tem direito a herança do pai biológico? pode pedir alimentos?), paternidade responsável. 25/02/11 Família Da caracterização da família, decorrem algumas repercussões: na CF – bem de família, salário-família, usucapião especial; assistência social; no CC – poder familiar, bem de família; na legislação extravagante – bem de família, bolsa-família Mas o que é família? Tentaiva de definição: comunidade social básica constituida por relações afetivas, caracterizada pela coabitação. Tipos de família: -tradicional (“comercial de margarina”) -união estável (convivência permanente, intenção de constituir famíla, inexistência de vínculo matrimonial, inexistência de impedimento para casar) -concubinato (convivência permanente, intenção de constituir famíla, existência de impedimento para casar) -união homo-afetiva (convivência permanente, intenção de constituir família) Cadernos da Carol® 7º semestre -união livre: (convivência permanente, intenção de constituir famíla, inexistência de vínculo matrimonial, inexistência de impedimento para casar – casal assina um contrato dizendo que não quer constituir união estável; será que não é fraude a lei?) -monoparental (genitor e filhos, avó e netos, madrasta e enteados) Não há uma definição de família, e o melhor é analisar elementos tipológicos (não necessariamente presentes em todos os casos): -laços de sangue ou afetivos -residência conjunta ou próxima -comunidade de serviços ou de consumo 04/03/11 Poder familiar Poderes que recaem sobre os bens e a pessoa dos filhos; é um poder funcional, pois tem o escopo de tutelar a educação dos filhos. Há dois aspectos principais: • Aspectos pessoais -criação e educação: a criação implica o dever de sustento (mas se uma pessoa não tem condições de sustentar, não perde a guarda dos filhos); a educação inclui a primária, cívica, física, profissional, moral, religiosa e sexual – não necessariamente os pais precisam dar essa educação, mas permitir que os filhos a recebam. Obs.: os pais não podem apenas educar os filhos em casa; isso porque, além da educação, aprende-se a convicer com outros pessoas na escola. Porém, não havendo escolas nas proximidades (famílias que moram em cidades isoldas no interior) -companhia e guarda: para casais divorciados, pode acontecer or guarda compartilhada ou guarda para um dos cônjuges (normalmente a mãe, com direito de visita para o pai) Obs.: existe uma ação de busca e apreensão de crianças, para os casos em que a criança está em lugar não sabido, seja porque foi levada por um terceiro um até mesmo por um dos pais. -consentimento para casar: é prerrogativa dos pais autorizarem o casamento dos filhos maiores de 16 anos (se os pais não autorizam, há possibilidade de intervenção judicial) -nomeação de tutor: a nomeação deve ser feita por testamento ou escritura pública, e só serve quando os dois pais perdem o poder familiar (ex: com a morte de ambos). -representação e assitência: o primeiro para menores de 16, e o segundo para os que tem entre 16 e 18 Obs.: casal A e B com 3 filhos, 2 maiores e um com 11 anos. Uma tia falece, deixando a herança para um dos filhos mais velhos. Com o $ recebido, ele irá comprar o apto que ele mora hoje, de propriedade dos pais. Mas para isso, é preciso anuência dos outros irmãos. Quem representa o filho menor? Nomeia-se um curados especial. -obediência e auxílio: os pais podem castigar moderadamente os filhos (há quem defenda que castigos físicos são inconstitucionais, mas o prof não concorda com essas opiniões); os pais tem direito de exigir colaboração de acordo com as condiões da criança (mas isso não significa que devam se transformar em empregados – proibição do trabalho infantil) • Aspectos materiais Cadernos da Carol® 7º semestre -administração: ordinária (só podem praticar alguns atos; a adm extraordinária necessita de autorização judicial – alienar e gravar bem imóvel e móvel valioso, transações extrajudiciais) -usufruto: os pais tem o usufruto dos bens dos filhos menores, sem necessidade de registro no cartório; os pais estão dispensados da pretação de contas e caução. *exceções (pais não exercem os poderes, mas há sempre um administrador especial) -bens adquiridos antes do reconhecimento do filho enquanto tal -atividade profissional do filho maior de 16 anos (com economia própria) -bens deixados ou doados aos filhos – quando o filho herda um bem, é possível que o testador determine que os pais não irão administrar os bens -genitores excluídos da sucessão Suspensão do poder familiar -abuso de autoridade: inobservância da finalidade, má adm dos bens, condenação irrecorrível ao cumprimento de pena superior a 2 ano. A sanção é gradativa, e depende da interpretação do magistrado Extinção do poder familiar -ex vi legis (por força da lei): morte, emancipação, maioridade, adoção -extinção judicial: castigos imoderados (proibição de maus tratos); abandono (material, moral e intelectual); afronta à moral e aos bons costumes (prostituição, alcoolismo, mendicância); falta reiterada (abuso iterativo do exercício do poder familiar) Obs.: em alguns casos, é possível que os pais retomem o poder familiar, mas isso é muito raro (ex: superar alcoolismo) 11/03/11 Bem de família Conceito: imóvel onde a família reside; a princípio, é impenhorável Espécies: -legal (lei 8009/90) -voluntário (arts. 1711 a 1722, CC – hipótese bem rara): acontece quando há 2 bens de família, ou seja, duas residências. O bem de família voluntário não pode vale mais do que 1/3 do patrimônio (se valer, o bem de menor valor será o bem de família) O b. de f. abrange benfeitorias, plantações, construções e os equipamentos móveis que guarnecem a casa. Obs. 1: se a casa tiver vários utilitários da mesma espécie, só um será protegido. Obs. 2: artigos de luxos podem ser penhorados, mesmo sendo únicos Súmula 364 STJ: “O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.” Súmula 449 STJ: “A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para efeito de penhora.” Exceções a impenhorabilidade: -trabalhadores da própria residência -financiamento do próprio imóvel -pensão alimentícia Cadernos da Carol® 7º semestre -impostos, taxas e contribuições que decorram do próprio imóvel -condomínio -hipoteca -crime (ação civil para ressarcimento) -fiança (isso foi criticado por ser inconstitucional, violando o art. 6º - d. de moradia; hj, essa crítica está superada, e o entendimento é que essa exceção se justifica para estimular a locação) -fraude 18/03/11 Casamento É um negócio jurídico,assim como a união estável. Relembrando a teoria do negócio jurídico Negócio jurídico: declaração de vontade; a característica central é que os efeitos protegidos pelo ordenamento são aqueles que as partes querem. Elementos da compra e venda: res, pretium e consensus Os negócios jurídicos podem ser analisados no plano da existência (plano fático, análise objetiva: existe ou não), validade (analise da legislação aplicada ao caso para ser se foi seguida ou não – ex: partes capaces, objeto lícito) e eficácia (produção dos efeitos, que pode ser imediato ou não – ex: compra de venda a prazo ainda não é eficaz) O plano da validade é característico do negócio jurídico, porque quem determina o que vai acontecer no negócio são as partes, e o plano da validade controla a declaração de vontade. Terminologia usada: elementos de existência, requisitos de validade e fatores de eficácia Casamento Existência – arts 1514 e 1533 a 1542 Validade – arts 1517 a 1522 e 1548 a 1564 Eficácia – arts. 1523, 1524 e 1565 a 1570 Resposta das questòes: 1. Homossexuais podem casar de acorda com a nossa legislação? Não, pelo art. 514 CC Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados. Assim, o casamento entre homossexuais fere o plano da validade. Caso dos transexuais: depois da mudança de sexo, pode casar? Poderá se houver mudado o registro civil. 2. Se, quando perguntado se de livre e espontânea vontade pretendia se casar, o nubente permaneceu em silêncio, houve casamento? A solução seria outro se tivesse ficado quieto de brincadeira e depois manifestasse a vontade? Cadernos da Carol® 7º semestre A declaração de vontade deve ser formal, e se a pessoa recusa dizer isso, não há casamento (plano da existência). No caso da dúvida, o juiz de paz deveria suspender o casamento, e a cerimônia só pode ser realizada no dia seguinte. Pode-se anular um casamento por simulação? O casamento é disciplinado, todo, no livro de d. de família, não se aplicando a parte geral; desse modo, o casamento será válido, ainda que simulado. 3. Nubente dá procuração ao pai dando poderes para que ele contraia matrmônio em seu nome. Pouco antes da solenidade, o nubente falece, mas a notícia não chega a tempo para o seu pai, que contrai o matrimônio. Houve casamento? O ordenamento brasileiro permite o casamento por procuração. Art. 689. São válidos, a respeito dos contratantes de boa-fé, os atos com estes ajustados em nome do mandante pelo man datário, enquanto este ignorar a mor te daquele ou a extinção do mandato, por qualquer outra causa. Esse artigo se aplica no caso? Não; com a morte, o mandato será extinto, não podendo haver casamento. 4. Casal comparece perante o delegado querendo casar, e o delegado os casa. Houve casamento? A solução seria outra se o delegado se passase publicamente por juiz de paz? Deve haver autoridade competente para haver casamento. No caso, o casamento será inexistente (falta de um dos elementos caracterizadores do casamento). Art. 1.550. É anulável o casamento: VI – por incompetência da autoridade celebrante. – só no caso de juiz de paz que não tivesse competência Exceção (aplicação da teoria da aparência): Art. 1.554. Subsiste o casamento celebrado por aquele que, sem possuir a competência exigida na lei, exercer publicamente as funções de juiz de casamentos e, nessa qualidade, tiver registrado o ato no Registro Civil. Ou seja, para o casamento existir: diversidade de sexos, declaração solene e autoridade competente. Casamento putativo: mesmo havendo vício (nulidade), é contraido de boa-fé, e por isso gera efeitos, desde que exista. Consequências: -declaração de inexistência não requer ação própria -não tem prazo prescricional e nem dcadencial -casamento inxistente não pode ser declarado putativo 25/03/11 Nulidade e Anulabilidade do casamento Plano da validade: não é tudo que a pessoa quer que tem regulação no ordenamento jurídico. Esse plano serve para controlar a declaração de vontade. Cadernos da Carol® 7º semestre Nulidade: enfermidade mental, parentesco (obs.: primos podem), bigamia e homicídio (doloso ou tentado). Anulabilidade: -defeito de idade: capacidade para casamento: 16 anos – porém, entre 16 e 18 precisa da autorização dos pais; com menos, não consegue se habilitar perante o cartório. A gravidez superveniente sana esse defeito. Tendo casado com menos de 16 anos, pode confirmar depois de atingida essa idade. Dispositivos: art 1550, I a 1554. -falta de autorização: menor entre 16 e 18 anos; a aprovação, ainda que sem declaração expressa, o casamento não pode ser questionado. Dispositivos: art. 1550, II e 1555. -discernimento reduzido: relativamente incapazes da parte geral (art. 4º, II e III) -revogação do mandato: a procuração deve ser feita por escritura pública. Será anulável quando o conjuge e o mandatário não forem notificados da revogação antes do maatrimônio. A coabitação, contudo, sana o defeito. -incompetência da autoridade: caso de incompetência territorial da autoridade. -erro: “falso conhecimento de um fato”- Planiol. O erro relevante para o casamento é aquele em relação à pessoa. Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: I – o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado; II – a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal; III – a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável (impotência), ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; IV – a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado. Obs.: esterilidade – não pode anular o casamento -coação: ameaça grave, injusta e atual. A coabitação posterior a coação sana o vício. Art. 1.558. É anulável o casamento em virtude de coação, quando o consentimento de um ou de ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares. • Nulidade X Anulabilidade -Nulidade: vício mais grave, legitimidade ampla, imprescritível (obs.: no casamento, a nulidade não pode ser declarada de ofício, apenas através de ação) -Anulabilidade: vício menos grave, legitimidade restrita, sujeição a prazo decadencial, pode ser ratificado Cadernos da Carol® 7º semestre 08/04/11 Patrimônio Regime de bens: Obs.: o regime de bens pode ser alterado durante o casamento 1. Comunhão parcial (se as partes não disserem nada, esse será o regime aplicado): divide o que foi adquirido depois do casamento, e mantém separado o que os conjuges já possuiam. Bens comuns: A regra fundamental é que os aquestos comunicam-se (aquestos = bens adquiridos a título oneroso na constância do casamento); não é necessário que o bem seja adquirido no nome de ambos (alias, se assim o for, não haverá problema de se determinar de quem é o bem!). Os bens adquiridos por fato eventual tbm compõe a comunhão (ex: ganhar na loteria, receber indenização) Doação, herança ou legado para ambos os conjuges comunica; porém, a doação para um deles não comunica, assim como a herança. As benfeitorias, ainda que feitas em imóveis particulares, tbm se comunicam. Os frutos (coisa acessoria produzida eriodicamente pelo principal) tbm se comunicam, mesmo tendo sido produzidos por um imóvel particular. Bens particulares: Anteriores ao casamento; bens recebidos a titulo gratuito por doação ou sucessão, sub- rogação (problema: sujeito A tem ações e que trocar por um imóvel,mas essas ações só cobram 70% do imóvel – nesse caso, 30% será comum); bens de uso pessoal; instrumentos de profissão; proventos (ideia estranha, que em principio contraria o proprio regime, uma vez que tudo que é comprado depois do casamento com os proventos será comunicado!); pensões, meios-soldos (militares) e montepios (pago pelo estado) Obrigações particulares: Anteriores ao casamento; provenientes de atos ilícitos (porém, se reverter em favor do casal, a mulher tbm responde) 2. Comunhão total Entram no patrimonio comum os bens anteriores ao casamento e os adquiridos na constancia, tenham eles sido a titulo oneroso ou gratuito. Bens particulares: doação ou herança com clausula de incomunicabilidade; fideicomisso; bens de uso pessoal; instrumentos de profissão; proventos; pensões, meios-soldos e montepios Obrigações particulares: Anteriores ao casamento, salvo os aprestos (gastos com o casamento) ou reversão em favor do casal 3. Separação total Para alienar e gravar os bens, precisa da autorização do outro. Cadernos da Carol® 7º semestre Bens comprados com esforço comum, cada um fica com o quanto contribuiu (isso para impedir o enriquecimento sem causa) – mas precisa provar esse esforço comum. Separação obrigatória Art. 1.641, CC. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento; II – da pessoa maior de setenta anos; III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. Casal vive em união estável há muito tempo, e resolvem se casar depois dos 70 anos: NÃO é obrigatório esse regime. Súmula 377 (1964), STF: “no regime de separação legal de bens comunicam-se os adquiridos na constância do casamento” – não pode ter uma interpretação ampla, senão iria colidar com a lei! A interpretação deve ser que apenas os adquiridos pelo esforço comum se comunicam (opinião do prof, que deve ser adotada na prova) 14/04/11 (anotações da Lu) Extinção do casamento Caso: conjuge ausente é presumido morto? Pelo CC 16 sim, mas a mulher ainda era considerada como casada!! Pelo CC 02, considera-se presumido morto o que foi a guerra ou em situação de grande risco a vida, extinguido o casamento. O casamento é extinto com a declaração de morte pelo juiz. No caso do “morto”voltar e a mulher haver casado novamente não haverá bigamia; o casamento será válido pq ela considerada viuva quando do casamento. Com a chegada do “morto”ela passa a ser divorciada (Gonçalves considera que nesse caso o segundo casamento será nulo, mas o prof não concorda) 15/04/11 Divórcio CC 16: desquite = punha fim a sociedade conjugal, mas não podia casar de novo; o vínculo conjugal, porém, se se desfazia com a morte. Lei do divórcio (1977): sociedade conjugal termina com a separação conjugal (apenas uma mudança de nomenclatura); vínculo conjugal termina com a morte e com o divórcio, que só poderia acontecer depois de 3 anos da separação judicial (isso demostra que era algo excepcional, com alguma dificuldade para ser obtido). CF 88: sociedade conjugal termina com a separação conjugal; vínculo conjugal termina com a morte ou com o divórcio (1 ano de separação judicial ou 2 anos de separação de fato). EC 66/2010: problema – o CC não foi modificado, continuando a regrar o divórcio e a separação. O questionamento que se coloca: ainda existe separação? 3 correntes: Cadernos da Carol® 7º semestre -acabou a separação, não havendo mais prazo para divórcio; essa corrente está expressa na exposição de motivos da emenda em questão. -manutenção da separação, mas só se as duas partes assim quiserem. -manutenção do prazo; a CF diz apenas que o casamento pode ser dissolvido com o divórcio, e como há normas infraconstitucionais estabelecendo prazo, o que não confronta a CF, essas normas ainda continuam. Divórcio por escritura pública: inexistência de filhos menores ou incapazes e acordo sobre partilha, pensão e nome. Necessita de advogado. Proteção dos filhos A regra tradicional era a guarda unilateral da mãe (critérios: afeto, daúde, segurança e educação); hoje, a regra é a guarda compartilhada (exercício conjunto do poder familiar) -conjuge preterido : direito de visita e supervisão – datas e horários determinados por acordo ou pelo juiz -direito a convivência familiar (art. 227, CF) -avós tbm tem direito de visita (art. 1589, parágrafo único, CC – redação dada pela lei 12.398/11) Alienação parental (lei 12.318/10) Alienação = privação do convívio Hipóteses: campanha de desqualificação (falar mal do outro), dificultar exercício da autoridade e contato, omitir informações relevantes, apresentar falsa denúncia; esse rol é apenas exemplificativo. Sanções: advertência, ampliação da convivência, multa, acompanhamento biopsicosocial, alteração da guarda, fixação do domicílio, suspensão do poder familiar. 29/04/11 PROVA 06/05/11 Faltei 20/05/11 Adoção PASSAR A LIMPO 27/05/11 (aula com o monitor) Alimentos Características -qto ao devedor: divisivel (havendo mais de um devedor, cada um só responde pela sua parte – não há solidariedade), reciproco (��), condicional e mutavel (só ocorre nas condições da lei, e sempre será alterado de acorda com a necessidade – a sentença que condena em alimentos não faz coisa julgada material), transmissivel -qto ao direito: personalíssimo (não pode ceder, nem herdar), impenhoravel, incompensavel, imprescritivel (o direito de cobrar alimentos nunca prescreve; os valores vencidos e não pagos, podem prescrever em 2 anos – art. 206, paragrafo 2; porém, contra menor, não corre prescriçao), irrepetivel (não pode pegar de volta o que pagou Cadernos da Carol® 7º semestre indevidamente), irrenunciavel(STJ entende que para conjuge pode renunciar), intrasmissivel, irretroativo (os alimentos são devidos a partir da data da citação, antes disso, não) -qto começa e qdo termina: começa com a necessidade; termina: fim da necessidade (presumida após os 18 ou até os 24, caso continue estudando), casamento ou uniao estavel (seja alimentos parentais, seja conjugais), indignidade (deserção, ingratidão, etc) Execução dos alimentos -comum -desconto no salário automático -prisão civil: 3 últimos alimentos Sumula STJ: 309. O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo Casos especiais Estatuto do idoso: prevê alimentos; aqui a obrigação é solidária, não se aplicando, portanto, a divisibilidade Alimentos gravidicos: mulher gravida pode pedir alimentos para o pai da criança 03/06/11 Tutela (perdi o começo da aula) A tutela pode ser testamentária (pais determinam em testamento) ou legítima. Nessa, segue a seguinte ordem: avós, colaterais, até 3º grau (tio) Casos em que a pessoa não pode ser nomeada tutor: problema de legitimidade – inimigo, pródigo. Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam: I – aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens; II – aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se acharem constituídos em obrigação para com o menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o menor; III – os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos da tutela; IV – os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não cumprido pena; V – as pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores; VI – aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa administração da tutela. Fora as hipóteses de escusa, a noameaçao como tutor é vinculante. Escusa (art 1.736) -mulhercasada: problema – isso se choca com a igualdade de sexos, prevista na CF, uma vez que não há a mesma previsão para o homem -maiores de 60 anos -pessoa que tenha mais de 3 filhos Cadernos da Carol® 7º semestre -enfermos: enfermidades graves -domicílio longinquo: o tutor deve zelar pela pessoa e pelos bens do menor, que normalmente estao no local onde ele viveu -quem já é tutor ou curador -militares em serviço Exercício da tutela � Funções do tutor: -dever de educaçao, proteçao e alimentos: se os pais tiverem sido destituidos do poder familiar, anida serão devedores de alimentos, pois decorre do parentesco; a ordem de pagamento é: ascendentes>descendentes>colateraais até o 2º grau (irmaos)>tutor -deveres que cabem aos pais -oitiva do menos com mais de 12 anos � Bens do tutelado Administraçao ordinária: alienar bens destinados a vendas (bens do comércio), alugar imóveis do menor, receber quantias devidas ao menor. Art. 1.747. Compete mais ao tutor: I – representar o menor, até os de zes seis anos, nos atos da vida civil, e assisti-lo, após essa idade, nos atos em que for parte; II – receber as rendas e pensões do menor, e as quantias a ele devidas; III – fazer-lhe as despesas de subsistência e educação, bem como as de administração, conservação e melhoramentos de seus bens; IV – alienar os bens do menor destinados a venda; V – promover-lhe, mediante preço conveniente, o arrendamento de bens de raiz. Depende de autorização judicial: alienar imoveis, transigir, aceitar doaçoes (isso pq o bem pode gerar débitos, como obrigaçoes propter rem – impostos, condomínio) Art. 1.748. Compete também ao tutor, com autorização do juiz: I – pagar as dívidas do menor; II – aceitar por ele heranças, legados ou doa ções, ainda que com encargos; III – transigir; IV – vender-lhe os bens móveis, cuja conservação não convier, e os imóveis nos casos em que for permitido; V – propor em juízo as ações, ou nelas assistir o menor, e promover todas as diligências a bem deste, assim como de fendê-lo nos pleitos contra ele movidos. Parágrafo único. No caso de falta de autorização, a eficácia de ato do tutor depende da aprovação ulterior do juiz. Vedados: constituir-se cessionário de credito do menor, dispor de bens do menor a titulo gratito, adquirir bens pertencentes ao menor Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade: I – adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis pertencentes ao menor; II – dispor dos bens do menor a título gratuito; III – constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor. Garantias -termo especificado dos bens e seus valores: no início da tutela, deve apresentar a relaçao dos bens Cadernos da Carol® 7º semestre -se o patrimonio do menor for consideravel, se exige caução caso haja duvida sobre a idoneidade do tutor Protutor: alguém que fiscaliza o tutor, além da fiscalizaçao ja feita pelo MP; ele não exerce funçoes de curados especial (que será nomeado em caso de conflito de interesses entre tutor e tutelado, para resolver apenas o caso concreto) Remuneração -ressarcimento de custos -remuneração proporcional a importancia dos bens administrados. Problema: normalmente as crianças que precisam de tutela são pobres, abandonadas, e nesses casos o tutor não será remunerado Obs.: o tutor não tem usufruto dos bens do tutelado Prestaçao de contas -balanços anuais -pretaçao de contas bienal Obs.: há possibilidade de o juiz encurtar esse prazo se houver necessidade Obs: se o tutelado causa danos a terceiros, o tutor responde (mesma regra de responsabilidade que se aplica para os pais) Extinção da tutela -maioridade -emancipaçao -reconhecimento pelos pais ou adoção Obs.: se os pais nao tiverem condiçoes de exercer o poder familiar, se mantem a tutela Extinção do encargo O tutor deixa de ser responsavel, e outro tutor é noemado -expiração do termo da tutela (normalmente 2 anos) -superveniência de escusa legítima (ex: mulher que já tem dois filhos, e da a luz a gêmeos) -remoçao do tutor Obs.: o tutor pode responser civil e penalmente
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