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Psicologia Social Fichamento Sobre os Principais Conceitos Referentes ao Tema Preconceito Preconceito: o julgamento negativo preconcebido de um grupo e seus membros individuais. Uma atitude é uma combinação distinta de sentimentos, inclinações à ação e crenças, o que pode ser facilmente lembrado como o ABC das atitudes: afeto (sentimentos), intenção comportamental (behavior) (predisposição para a ação) e cognição (crenças). Tipos de preconceitos: Regionais Religiosos- matrizes afro, religião indígenas /tradicionais, islâmicos , judeus. Peso; corporalidade- estudos mostram que a percepção social sobre pessoas acima do peso é negativa. Orientação sexual – 20% dos homossexuais e bissexuais americanos já foram vítimas de crimes em funções de suas orientações sexuais. Idade- percepção social negativa Imigrantes- raça/etnia e gênero Preconceito- julgamento negativo preconcebido de um grupo e seus membros..” uma aversão baseada em uma generalização falha d inflexível”. Não gosto do diferente , me comporto de forma discriminatória pois o outro é perigo , ignorante ou hostil Incomplacência para submeter pessoas a servidão. As avaliações negativas que marcam o preconceito muitas vezes são sustentadas por crenças negativas, chamadas estereótipos. Estereotipar é generalizar. Estereótipo-Crença sobre os atributos pessoais de um grupo de pessoas. Os estereótipos são, por vezes, exageradamente generalizados, imprecisos e resistentes a novas informações. O problema dos estereótipos surge quando eles são exageradamente generalizados ou simplesmente equivocados. O preconceito é uma atitude negativa; a discriminação é um comportamento negativo. O comportamento discriminatório muitas vezes tem sua fonte em atitudes preconceituosas. Discriminação Comportamento negativo injustificado em relação a um grupo ou seus membros. Atitudes e comportamentos muitas vezes têm uma relação pouco definida. As atitudes preconceituosas não precisam gerar atos hostis, e tampouco toda a opressão surge do preconceito. O racismo e o sexismo são práticas institucionais que discriminam, mesmo quando não há intenção preconceituosa. Racismo Atitudes preconceituosas e comportamentos discriminatórios de um indivíduo em relação às pessoas de uma determinada raça ou Práticas institucionais (mesmo que não motivadas por preconceito) que subordinam pessoas de determinada raça. Sexismo Atitudes preconceituosas e comportamentos discriminatórios de um indivíduo para com as pessoas de determinado sexo ou Práticas institucionais (mesmo que não motivadas por preconceito) que subordinam pessoas de determinado sexo. Preconceito: sutil e explícito Podemos ter atitudes explícitas (conscientes) e implícitas (automáticas) diferentes em relação à mesma pessoa. Embora as atitudes explícitas possam mudar drasticamente com a educação, as implícitas podem permanecer, mudando apenas ao formar novos hábitos por meio da prática. Atitudes implícitas e explícitas O preconceito pode , por meio da educação, modificar respostas explícitas à situação precipitantes de atitudes preconceituosas POREM Há dados na literatura sociognitiva apresentando a possibilidade de atitudes implícitas não serem congruentes à atitudes explícitas Normalmente enxerga-se preconceitos nas outras pessoas mas não em si mesmos. Preconceito racial No contexto do mundo, todas as raças são minorias. A natureza não agrega as raças em categorias nitidamente definidas, são as pessoas, e não a natureza, que rotulam. A maioria das pessoas enxerga o preconceito... nas outras. Raça não parece ser um termo utilizado por todos os pesquisadores. Estudos sobre negritude podem aderir politicamente aos termos sobre racializacao , racialidade para se referir ao preconceito as pessoas negras especificamente como forma de contracontrole. Mas referir-se a pessoas indígenas, orientais , latino-americanos , arianos e afins enquanto raças pode ser ofensivo e contraproducente para o debate social. Houve um esvaziamento do termo na direção de ocultar as diferenças sócio culturais e a discriminação dentro do Brasil. Medo diante do holacausto e de uma relação entre os preconceitos aqui e lá. Raça, cor/enquanto uma marca fenotipica características e explícita. Etnia quanto de práticas culturais , regionais . Ressalta-se a ausência e inconsistência conceitual no uso dos termos raça, cor e etnia e o emprego de terminologia diversificada d não padroniza na identificação dos indivíduos. A cor da pele é uma questão trivial para biologia molécular e ao realizar mapeamento genéticos se vê grande mistura entre muitos grupos étnicos em uma única pessoa. As questões étnico/raciais se torno visíveis e importante socialmente sem respaldo algum na biologia. Estereótipo- uma crença sobre os atributos pessoais de um grupo de pessoas. Os estereótipos são, por vezes, exageradamente generalizados, imprecisos d resistentes a nova informações. O preconceito moderno seria uma sensibilidade ainda presente já sociedade que a leva a exagerar em reações críticas ou elogios. Preconceito automático, medidas implícitas de vieses racias. Há ainda controvérsia sobre a correlação positiva entre atitudes implícitas , preconceito explícito e comportamentos discriminatórios. O PRECONCEITO RACIAL ESTÁ DESAPARECENDO? Atitudes preconceituosas explícitas podem mudar muito rapidamente dependendo do contexto histórico ao qual a sociedade está inserida, nesses termos podemos dizer que o preconceito racial está desaparecendo, levando em consideração as lutas e movimentos enfrentados até dado momento. Ao longo do tempo surgiu o respeito pelas diferenças o que promove o silêncio ao preconceito, ou seja, ele ainda existe, porém não é exposto como era à tempos atrás. FORMAS SUTIS DE PRECONCEITO Alguns pesquisadores chamam esse tipo de preconceito sutil de “racismo moderno” ou “racismo cultural”. O preconceito moderno muitas vezes aparece sutilmente, em nossas preferências pelo que é conhecido, semelhante e confortável. O preconceito moderno ainda aparece como uma sensibilidade racial que leva a reações exageradas perante membros de minorias isolados – exagerando no elogio a suas realizações, na crítica a seus erros e não alertando os alunos negros, como fariam com os brancos, sobre potenciais dificuldades acadêmicas. Também aparece na forma de condescendência. Quando Joshua Correll e colaboradores convidaram pessoas a reagir rapidamente a outras que estavam segurando uma arma ou um objeto inofensivo, a raça influenciou percepções e reações. Lembrar: experimento de rostos negros e brancos e do objeto inofensivo ao qual seguravam. Diferentes regiões do cérebro estão envolvidas nos estereótipos automáticos e controlados conscientemente . Fotos de exogrupos que causam máxima aversão (como dependentes de drogas e mendigos) provocam atividade cerebral em áreas associadas a desgosto e evitação . Isso sugere que os preconceitos automáticos envolvem regiões primitivas do cérebro associadas ao medo, como a amígdala, enquanto o processamento controlado está mais associado ao córtex frontal, que possibilita o pensamento consciente. Preconceito de gênero Dar a ideia de que homens e mulheres devem se comportar de maneiras diferentes. Normas sociais são preconceitos sobre (Masc e tem) Estereótipos são descritivos sobre mas e tem Existem fortes estereótipos de gênero na sociedade e há uma aceitação do grupo estereotipado por estas descrições. Mary Jackman e Mary sentar concluíram que os estereótipos de gênero eram muito mais fortes que os racias . Por exemplo , apenas 22% dos homens consideravam os dois sexos igualmente emocionais . Dos 78% restantes, aqueles que consideravam as mulheres mais emocionaissuperação os que pensavam que eram os homens em 15 a 1. E no que acreditavam as mulheres? Com variação de um ponto percentual sua respostas eram idênticas. Estereótipos de Gênero Estereótipos (crenças) não são preconceitos (atitudes). Os estereótipos podem sustentar o preconceito. Mesmo assim, poder-se-ia acreditar, sem preconceito, que homens e mulheres são “diferentes, mas iguais”. SEXISMO: BENEVOLENTE E HOSTIL Muitas vezes, misturam sexismo benevolente (“as mulheres têm uma sensibilidade moral superior”) com sexismo hostil (“depois que o homem se compromete, ela o traz em rédea curta”). Os estereótipos sobre homens também vêm em pares contrastantes. Glick e colaboradores (2004) descrevem sexismo ambivalente em relação a homens – com atitudes benevolentes dos homens, consideradas poderosas, e atitudes hostis, que os caracterizam como imorais. As pessoas que endossam o sexismo benevolente para com as mulheres também tendem a endossá-lo em relação aos homens. Essas visões sexistas ambivalentes complementares de homens e mulheres podem servir para justificar o status quo nas relações de gênero. DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO Mulheres discriminaram mulheres. Para concluir, o preconceito explícito contra negros e contra mulheres é muito menos comum hoje do que era em meados do século XX, mas técnicas sensíveis ao preconceito sutil ainda detectam viés generalizado, e, em algumas partes do mundo, o preconceito de gênero gera sofrimento. Portanto, precisamos examinar com cuidado e em detalhe as fontes sociais, emocionais e cognitivas do preconceito. Resumo: Qual é a natureza e o poder do preconceito? • Preconceito é uma atitude negativa preconcebida. Os estereótipos são crenças sobre outro grupo, as quais podem ser corretas, incorretas ou exageradamente generalizadas, mas ter base em um núcleo de verdade. Discriminação é o comportamento negativo injustificado. Os termos racismo e sexismo podem se referir a atitudes preconceituosas ou comportamento discriminatório de indivíduos, ou a práticas institucionais opressivas (mesmo que não sejam intencionalmente preconceituosas). • O preconceito existe em formas sutis e inconscientes, bem como em formas explícitas e conscientes. Os pesquisadores criaram Perguntas sutis de pesquisa e métodos indiretos de avaliar as atitudes e o comportamento das pessoas para detectar preconceito inconsciente. • O preconceito racial contra os negros nos Estados Unidos era amplamente aceito até a década de 1960; desde então, tornou-se muito menos predominante, mas ainda existe. • Da mesma forma, o preconceito contra as mulheres tem diminuído nas últimas décadas, mas ainda se encontram fortes estereótipos de gênero e uma boa dose de preconceito de gênero nos Estados Unidos e, em maior grau, no mundo todo. Quais condições sociais geram preconceito? Como a sociedade mantém o preconceito? O preconceito tem várias fontes. Pode surgir de diferenças de status social e dos desejos das pessoas de justificar e manter essas diferenças. Também pode ser aprendido com nossos pais ao aprendermos sobre as diferenças importantes entre as pessoas. Nossas instituições sociais também podem funcionar para manter e sustentar o preconceito. Desigualdades sociais: status desigual e preconceito Status desigual gera preconceito. Os senhores consideravam seus escravos preguiçosos, irresponsáveis, sem ambição, como se tivessem apenas as características que justificam a escravidão. Os historiadores debatem as forças que criam status desigual. Contudo, uma vez que essas desigualdades existem, o preconceito ajuda a justificar a superioridade econômica e social dos que têm riqueza e poder. Diga-me a relação econômica entre dois grupos e eu prevejo as atitudes intergrupais. Alguns notam e justificam as diferenças de status. Quem tem elevada orientação à dominação social tende a ver as pessoas em termos de hierarquias. Gosta que seu próprio grupo social tenha status elevado – prefere estar no topo. Estar em uma posição dominante, de alto status, também tende a promover essa orientação. Orientação à dominação social Motivação para que o próprio grupo domine outros grupos sociais. Socialização O preconceito vem do status desigual e de outras fontes sociais, incluindo nossos valores e atitudes adquiridos. Nossas famílias e culturas transmitem todos os tipos de informação – como encontrar cônjuges, dirigir carros, como dividir os trabalhos domésticos e de quem desconfiar e desgostar. Personalidade autoritária Personalidade autoritária- Uma personalidade que tende a favorecer a obediência à autoridade e a intolerância com exogrupos e grupos de status inferior. Uma personalidade autoritária que é particularmente propensa a preconceitos e estereótipos. O autoritarismo parece mais relacionado à preocupação com segurança e controle, enquanto a orientação à dominação social parece mais relacionada ao status de grupo da pessoa. Etnocentrismo - Crença na superioridade de seu próprio grupo étnico e cultural e desdém correspondente em relação a todos os outros grupos. RELIGIOSIDADE E PRECONCEITO Em quase todos os países, os líderes invocam a religião para santificar a ordem vigente. O uso da religião para sustentar a injustiça ajuda a explicar duas conclusões coerentes sobre o cristianismo na América do Norte: membros de igrejas expressam mais preconceito racial do que não membros e quem professa crenças cristãs tradicionais ou fundamentalistas expressa mais preconceito do que quem professa crenças mais progressista. Conhecer a correlação entre duas variáveis – religiosidade e preconceito – nada diz sobre sua conexão causal. Examinemos três possibilidades: • Pode não haver qualquer ligação. • Talvez o preconceito cause a religiosidade, levando as pessoas a criar ideias religiosas para sustentar seus preconceitos. • Ou talvez a religiosidade cause o preconceito, ao levar as pessoas a acreditar que, como todos os indivíduos possuem livre arbítrio, as minorias pobres têm culpa por sua situação. Nós temos religião suficiente para nos fazer odiar, mas não o suficiente para nos fazer amar uns aos outros. CONFORMIDADE Uma vez estabelecido, o preconceito é mantido em grande parte pela inércia. Se ele for socialmente aceito, muitas pessoas vão seguir o caminho de menor resistência e se adequar à moda. Elas vão agir não tanto a partir de uma necessidade de odiar, mas de uma necessidade de agradar e ser aceitas. A conformidade também sustenta o preconceito de gênero. “Se pensarmos que o quarto das crianças e a cozinha são a esfera natural de uma mulher,” escreveu George Bernard Shaw em um ensaio de 1891, “faremos exatamente como as crianças inglesas, que vieram a pensar que uma gaiola é a esfera natural de um papagaio – porque nunca viram um papagaio em outro lugar”. As crianças que viram mulheres em outros lugares – filhos de mulheres que têm empregos – têm opiniões menos estereotipadas sobre homens e mulheres (Hoffman, 1977). Se o preconceito não está profundamente arraigado na personalidade, então, à medida que a moda muda e novas normas evoluem, ele pode diminuir. E assim tem acontecido. Apoios institucionais As instituições sociais (escolas, governo, meios de comunicação) podem reforçar o preconceito com políticas explícitas como a segregação, ou passivamente, reforçando o status quo. As escolas são uma das instituições mais propensas a reforçar as atitudes culturais dominantes Na década de 1970, quando as mudanças nas ideias sobre homens e mulheres trouxeram novas percepções desses retratos, que esses estereótipos flagrantes (para nós) foram amplamente notados e modificados. Faceismo: fotos masculinas na mídia com mais frequência mostram apenas o rosto. Resumo: Quais são as origens sociais do preconceito? • Asituação social gera e mantém o preconceito de várias maneiras. Um grupo que goza de superioridade social e econômica muitas vezes utilizará as crenças preconceituosas para justificar sua posição privilegiada. • As crianças também são criadas de maneiras que promovem ou reduzem o preconceito. A família, as comunidades religiosas e a sociedade em geral podem sustentar ou reduzir preconceitos. • As instituições sociais (governos, escolas, meios de comunicação) também sustentam o preconceito, às vezes, por meio de políticas explícitas e outras vezes, por inércia involuntária. Quais são as origens motivacionais do preconceito? O preconceito pode ser gerado por situações sociais, mas a motivação é subjacente tanto às hostilidades do preconceito quanto ao desejo de não ser tendencioso. A frustração, bem como o desejo de ver seu grupo como superior, pode alimentar o preconceito. Mas, às vezes, as pessoas também têm motivação para evitá-lo. Helen hacker (1951) observou como os esteriótipos Os esteriótipos de gênero mais as condescendência masculina produz – dúvidas sobre si mesmas preocupações e diminuição de autoestima Fiske e colaboradores (1999) , asiáticos , judeus, alemão,mulheres não tradicionais e homens afro americanos e homossexuais com uma postura assertiva tendem a ser respeitadas, mas não tão bem quistos. Orientação para dominação social Relação entre status , hierarquia social e preconceito O preconceito vem do status social de outras fontes sociais , incluindo nossos valores e atitudes adquiridas. Família participa da socialização integral da criança ( linguagem , ideologia s família psic. Social 1) Theodor adomo e colaboradores descobriram que hostilidade contra os judeus muitas vezes coexistia com a hostilidade para com outras minorias. Quem era muito preconceituoso parecia não ter preconceito específico em relação a um grupo e sim a todo modo de pensar sobre aqueles que são diferentes . Além disso, essas pessoas discriminadoras e etnocentricas compartilhavam certas tendências: intolerância diante da fraqueza, atitude punitiva , respeitos as autoridades do seu enfogrupo concordando com o obediência . Tendência a obediência e autoridade e intolerância a exogrupo minoritários em poder Inflexibilidade cognitiva ( certo /errado) Insegurança Há indivíduos cujos medos e hostilidades vêm a tona na forma de preconceito . Apesar de poderem coexistir, o autoritarismo e a orientação a dominação social parecem ter diferentes bases ideológicas . O autoritarismo parece mais relacionado a preocupação com segurança e controle, enquanto a orientação a dominação social parece mais relacionado ao status do grupo da pessoa. Frustração e agressividade: a teoria do bode expiatório A competição é uma importante fonte de frustração que pode alimentar o preconceito. Quando dois grupos competem por empregos, habitação ou prestígio social, a realização do objetivo de um grupo pode se tornar a frustração do outro. Assim, a teoria do conflito grupal realista sugere que o preconceito aparece quando os grupos competem por recursos escassos. Teoria do conflito grupal realista Teoria de que o preconceito surge da competição entre os grupos por recursos escassos. Teoria da identidade social: sentir-se superior aos outros Os seres humanos são uma espécie que tende a estar em grupo. O autoconceito – nossa ideia sobre quem somos – contém não apenas uma identidade pessoal (nossa ideia sobre nossos próprios atributos e atitudes pessoais), mas também uma identidade social. Identidade social : Aspecto do autoconceito relacionado a “nós”; a parte de nossa resposta à pergunta “quem sou eu?” que vem de nosso pertencimento a grupos. Turner e Tajfel observaram o seguinte: • Nós categorizamos: achamos que é útil colocar as pessoas, inclusive nós mesmos, em categorias. Rotular alguém como hindu, escocês ou motorista de ônibus é uma forma abreviada de dizer algumas outras coisas sobre essa pessoa. • Nós nos identificamos: associamo-nos a determinados grupos (os nossos endogrupos) e ganhamos autoestima ao fazer isso. • Nós comparamos: contrastamos nossos grupos com outros grupos (exogrupos), com um viés favorável ao nosso. Endogrupo: “Nós” – grupo de pessoas que compartilham um sentimento de pertencimento, um sentimento de identidade comum. Exogrupo: “Eles” – grupo que as pessoas percebem como distintamente diferentes ou afastadas do seu endogrupo. Na falta de uma identidade pessoal positiva, as pessoas muitas vezes buscam autoestima identificando-se com um grupo. Assim, muitos jovens desfavorecidos encontram orgulho, poder, segurança e identidade participando de gangues. Quando as identidades pessoais e sociais das pessoas se fundem, quando a fronteira entre o eu e o grupo se confunde, elas se tornam mais dispostas a lutar ou morrer pelo grupo. Por causa de nossas identificações sociais, seguimos as normas do nosso grupo, sacrificando-nos pela equipe, pela família, pela nação. Quanto mais importante for a nossa identidade social e mais fortemente nos sentirmos ligados a um grupo, mais reagimos de modo preconceituoso a ameaças de outro grupo. VIÉS ENDOGRUPAL A definição de grupo sobre quem você é – gênero, raça, religião, estado civil, curso superior – implica uma definição de quem você não é. O círculo que inclui a “nós” (o endogrupo) exclui a “eles” (o exogrupo). Quanto mais se veem como turcos ou muçulmanos, menos os turcos étnicos na Holanda se veem como holandeses (Verkuyten & Yildiz, 2007). A simples experiência de formar grupos pode promover viés endogrupal. Viés endogrupal : A tendência a favorecer seu próprio grupo. VIÉS ENDOGRUPAL SUSTENTA UM AUTOCONCEITO POSITIVO O viés endogrupal é mais um exemplo da busca humana por um autoconceito positivo. Quando o nosso grupo tem sucesso, podemos nos sentir melhor nos identificando mais com ele. Estudantes universitários cuja equipe acaba de vencer costumam dizer “nós vencemos”, mas após a derrota de sua equipe, são mais propensos a dizer “eles perderam”. VIÉS ENDOGRUPAL ALIMENTA O FAVORECIMENTO Somos tão conscientes de nosso pertencimento a grupos que, se tivermos qualquer desculpa para pensar sobre nós mesmos como grupo, isso vai acontecer e, assim, apresentaremos viés endogrupal. Quando fazemos parte de um grupo pequeno cercado por um grupo maior, somos mais conscientes de nossa participação no primeiro; quando o nosso endogrupo é a maioria, pensamos menos sobre isso. GOSTAR DO ENDOGRUPO INCENTIVA NECESSARIAMENTE DESGOSTAR DO EXOGRUPO? O viés endogrupal resulta pelo menos igualmente da percepção de que seu próprio grupo é bom e de um sentimento de que os outros grupos são ruins. Mesmo quando não há “eles” (imagine-se estabelecendo um vínculo com um punhado de companheiros sobreviventes em uma ilha deserta), pode-se vir a adorar o “nós”. Assim, parece que os sentimentos positivos para com os nossos próprios grupos não precisam se refletir em sentimentos negativos igualmente fortes para com exogrupos. A nacionalidade é um sentido de pertencimento e um sentido de lugar – um prazer com a própria história, as peculiaridades do comportamento do seu povo, a música e os sons familiares do mundo ao seu redor. Eu não acho que uma determinada cultura seja melhor, apenas que é uma cultura com a qual você se sente mais à vontade. NECESSIDADE DE STATUS, AUTORRESPEITO E PERTENCIMENTO O status é relativo: para nos percebermos como possuidores de status, precisamos de pessoas abaixo de nós. Com a morte em mente, as pessoas fazem gerenciamento do terror. Elas se protegem da ameaça de sua própria morte depreciando aquelas que mais lhes despertam ansiedade ao questionar suas visões de mundo. Quando as pessoas já estão se sentindo vulneráveis em relação à mortalidade, opreconceito ajuda a reforçar um sistema de crenças ameaçado, mas pensar sobre a morte também pode levar as pessoas a buscar sentimentos comuns, como união e altruísmo. Administração do terror Segundo a “teoria da administração do terror”, existem respostas emocionais e cognitivas de autoproteção das pessoas diante de elementos que as lembram de sua mortalidade (incluindo aderir mais fortemente a suas visões de mundo e seus preconceitos culturais). Quando a segurança do endogrupo está ameaçada, a pessoa vai ficar atenta a sinais de raiva no exogrupo, ativando preocupações com autoproteção. O espírito escolar raramente é tão forte como quando o jogo é contra o arquirrival. O sentido de companheirismo entre trabalhadores costuma ser maior quando todos sentem um antagonismo comum em relação à empresa. Para consolidar o domínio nazista sobre a Alemanha, Hitler usou a “ameaça judia”. As motivações não só fazem as pessoas serem preconceituosas; elas também as levam a evitar o preconceito. Resumo: Quais são as origens motivacionais do preconceito? As motivações das pessoas afetam o preconceito. A frustração gera hostilidade, que as pessoas, às vezes, descarregam em bodes expiatórios e outras vezes expressam mais diretamente contra grupos concorrentes. As pessoas também são motivadas a considerar a si e a seus grupos como superiores aos demais. Mesmo a participação em grupos triviais leva as pessoas a favorecerem seu grupo em detrimento dos outros. Uma ameaça à autoimagem aumenta esse favoritismo endogrupal, assim como a necessidade de pertencer. Um aspecto mais positivo é que, se estiverem motivadas a evitar o preconceito, as pessoas podem romper o hábito do preconceito. Quais são as origens cognitivas do preconceito? Crenças estereotipadas e atitudes preconceituosas existem não apenas por causa do condicionamento social e por permitirem que as pessoas desloquem hostilidades, mas também como subprodutos de processos normais de pensamento. Categorização: classificar as pessoas em grupos Uma forma de simplificar nosso ambiente é categorizar – organizar o mundo, juntando objetos em grupos; Os estereótipos, por vezes, oferecem “uma boa proporção de informações obtidas por esforço despendido” (Sherman et al., 1998). Os estereótipos representam eficiência cognitiva. Eles são sistemas de economia de energia para fazer julgamentos rápidos e prever como os outros vão pensar e agir. CATEGORIZAÇÃO ESPONTÂNEA Consideramos especialmente fácil e eficiente confiar em estereótipos quando estamos: sob pressão do tempo (Kaplan et al., 1993); • preocupados (Gilbert & Hixon, 1991); cansados (Bodenhausen, 1990); • emocionalmente excitados (Esses et al., 1993b; Stroessner & Mackie, 1993); muito jovens para apreciar a diversidade (Biernat, 1991). Etnicidade e sexo são formas poderosas de categorizar pessoas A teoria da identidade social sugere que aqueles que sentem intensamente a sua identidade social vão se preocupar com categorizar pessoas corretamente como nós ou eles; O preconceito requer categorização racial. Semelhanças e diferenças percebidas Em geral, quanto maior a nossa familiaridade com um grupo social, mais enxergamos sua diversidade (Brown & Wootton-Millward, 1993; Linville et al., 1989). Quanto menor for a nossa familiaridade, mais estereotipamos. Além disso, quanto menor e menos poderoso for o grupo, menos lhe prestamos atenção e mais o estereotipamos. viés da própria raça A tendência das pessoas a reconhecer de forma mais precisa os rostos da sua própria raça. (Também chamado de efeito inter-racial ou efeito de outra raça. O viés da própria raça. Sujeitos brancos reconhecem os rostos de brancos com mais precisão do que os de negros; sujeitos da raça negra reconhecem rostos de negros com mais precisão do que os de brancos. Diferenciação: percebendo pessoas que se destacam Outras formas de percebermos nossos mundos também geram estereótipos. Pessoas diferenciadas e ocorrências vividas ou extremas muitas vezes captam atenção e distorcem julgamentos. Quando alguém em um grupo se torna visível, tendemos a ver essa pessoa como a causa de tudo o que acontece. DESCONFORTO POR CONSCIÊNCIA DE ESTIGMA As pessoas variam em termos de consciência de estigma– até onde esperam que as outras os estereotipem. Consciência de estigma - Expectativa que uma pessoa tem de ser vítima de preconceito ou discriminação. A vantagem é que as percepções do preconceito protegem a autoestima individual. Se alguém é desagradável, “bom, não é comigo, pessoalmente”. Além disso, o preconceito e a discriminação percebidos potencializam nossos sentimentos de identidade social e nos preparam para participar da ação social coletiva. O desconforto por ser diferente afeta a forma como interpretamos o comportamento dos outros. EVENTOS DIFERENCIADOS Os estereótipos pressupõem uma correlação entre a participação em grupos e as características presumidas dos indivíduos. os pesquisadores concordam que a correlação ilusória ocorre e oferece mais uma fonte para a formação de estereótipos raciais Seu grupo étnico ou social pode ser como outros grupos na maioria dos aspectos, mas as pessoas vão perceber aquilo em que ele difere. Atribuição: o mundo é justo Atribuímos com tanta intensidade o comportamento dos outros a suas disposições interiores que deixamos de levar em conta importantes forças situacionais. O erro ocorre, em parte, porque nossa atenção se concentra na pessoa, e não na situação. Quanto mais as pessoas pressupõem que as características humanas sejam disposições fixas, mais fortes são seus estereótipos e maior sua aceitação das desigualdades raciais. VIÉS DE FAVORECIMENTO GRUPAL O viés de favorecimento grupal pode influenciar sutilmente nossa linguagem. Viés de favorecimento grupal Anular, por meio de explicações, os comportamentos positivos de membros do exogrupo; também atribuir comportamentos negativos a suas disposições (ao mesmo tempo em que se desculpam esses comportamentos de seu próprio grupo). Fenômeno do mundo justo Lerner (1980) observou que essa depreciação de vítimas infelizes resulta da necessidade humana de acreditar que “eu sou apenas uma pessoa vivendo em um mundo justo, um mundo onde as pessoas têm o que merecem”. Resumo: Quais são as origens cognitivas do preconceito? Pesquisas recentes mostram como os estereótipos que estão na base do preconceito são um subproduto do nosso pensamento – nossas maneiras de simplificar o mundo. Agrupar pessoas em categorias exagera a uniformidade interna de um grupo e as diferenças entre grupos. Um indivíduo diferenciado, como uma pessoa solitária, membro de uma minoria, tem uma qualidade atrativa que nos torna cientes de diferenças que poderiam passar despercebidas. A ocorrência de dois eventos diferenciados (p. ex., uma pessoa de minoria cometer um crime incomum) ajuda a criar uma correlação ilusória entre pessoas e comportamentos. Atribuir o comportamento dos outros a suas disposições pode levar ao viés de favorecimento grupal: comportamento negativo dos membros do exogrupo atribuído a seu caráter natural enquanto se desconsideram, por meio de explicações, seus comportamentos positivos. Culpar a vítima resulta da presunção comum de que, como o mundo é justo, as pessoas têm o que merecem. Estereótipos autoperpetuantes O preconceito é um juízo preconcebido. Os preconceitos orientam a nossa atenção e as nossas memórias. Os preconceitos são autoperpetuantes. Sempre que um membro de um grupo se comporta como esperado, nós devidamente notamos o fato; nossa crença anterior é confirmada. Quando um membro de um grupo se comporta de forma incoerente com nossa expectativa, podemos interpretar ou desconsiderar, por meio de explicações, o comportamento como devido a circunstânciasespeciais. Os estereótipos, portanto, influenciam a forma como interpretamos o comportamento de alguém. Subclassificação – considerar pessoas que se desviam como exceções – ajuda a manter o estereótipo de que os policiais são hostis e perigosos. Subagrupamento – a formação de um estereótipo de subgrupo – tende a levar a mudanças modestas no estereótipo à medida que ele se torna mais diferenciado (Richards & Hewstone, 2001). Os subtipos são exceções ao grupo; os subgrupos são reconhecidos como uma parte do grupo geral. Subclassificação Acomodar os indivíduos que se desviam de um estereótipo ao pensar neles como “exceções à regra”. Subagrupamento Acomodar os indivíduos que se desviam de um estereótipo ao formar um novo estereótipo sobre esse subconjunto do grupo. É compreensível que pessoas reprimidas desenvolvam uma intensa hostilidade para com uma cultura cuja existência elas tornam possível com seu trabalho, mas em cuja riqueza têm muito pouca participação. (Freud) Ameaça do esteríotipo Ameaça do estereótipo- Preocupação perturbadora, diante de um estereótipo negativo, de que se vai ser avaliado com base nesse estereótipo. Ao contrário de profecias autorrealizadoras que martelam a reputação da pessoa em seu autoconceito, as situações de ameaças do estereótipo têm efeitos imediatos. Uma apreensão autoconfirmadora de que se vai ser avaliado com base em um estereótipo negativo. Os meios de comunicação podem provocar ameaças de estereótipos. Como a ameaça estereótipo prejudica o desempenho? De três formas, afirmam Topni Schmader, Michael Johns e Chad Forbes (2008): Estresse. Exames cerebrais com ressonância magnética sugerem que o estresse da ameaça do estereótipo prejudica a atividade cerebral associada ao processamento matemático e aumenta a atividade nas áreas associadas ao processamento de emoções (Derks et al., 2008; Krendl et al., 2008; Wraga et al., 2007). Automonitoramento. A preocupação com cometer erros perturba a atenção concentrada (Keller & Dauenheimer, 2003; Seibt & Forster, 2004). Supressão de pensamentos e emoções indesejados. O esforço necessário para que a pessoa regule o pensamento drena energia e perturba a memória de trabalho (Bonnot & Croizet, 2007). Os estereótipos podem sutilmente condicionar nossas avaliações de indivíduos. Resumo: Quais são as consequências do preconceito? O preconceito e os estereótipos têm consequências importantes, principalmente quando muito arraigados, ao se avaliarem indivíduos desconhecidos, e quando se decidem políticas relativas a grupos inteiros. Uma vez formados, os estereótipos tendem a se perpetuar e resistir à mudança. Eles também criam suas próprias realidades por meio de profecias autorrealizadoras. O preconceito também pode prejudicar o desempenho das pessoas por meio de ameaça do estereótipo, gerando apreensão de que os outros venham a vê-las de forma estereotipada. Os estereótipos, principalmente quando são fortes, podem predispor a forma como percebemos as pessoas e interpretamos os acontecimentos.