Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA 4 NEUROCIÊNCIA EDUCACIONAL Prof. Wagner Allan Cagliumi 2 CONVERSA INICIAL Nesta aula conheceremos os principais aspectos dos distúrbios do desenvolvimento e suas implicações educacionais, para que possamos seguir adiante com uma avaliação pedagogicamente adequada e, finalmente, desenvolver uma intervenção que revele os potenciais individuais e respeite as limitações, tema da nossa última aula. Para tanto, devemos conhecer um pouco da terminologia empregada, visando legitimar as intervenções, conforme a legislação brasileira. Alguns conceitos apresentados nesta aula serão os de patologia, disfunção, distúrbio, deficiência, incapacidade, limitação funcional e desvantagem, termos bastante empregados, muitas vezes de maneira a confundir pais e professores. CONTEXTUALIZANDO Além do estudo da terminologia e dos conceitos, estudaremos alguns distúrbios do desenvolvimento frequentes em alunos matriculados em nossas escolas, sob os aspectos neurofuncionais e educacionais, para que possamos, à luz da neurociência, entender as dificuldades apresentadas e desenvolver estratégias que explorem áreas do desenvolvimento neuropsicomotor. Poderíamos desenvolver um livro inteiro somente estudando os distúrbios do desenvolvimento, já que existe uma infinidade de possibilidades, no entanto, para esta aula, veremos aqueles mais diretamente relacionados às dificuldades de aquisição da leitura e da escrita. Apresentaremos algumas considerações sobre a paralisia cerebral, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e as principais dificuldades de aprendizagem propriamente ditas, incluindo os distúrbios específicos de aprendizagem, como discalculia, disgrafia e dislexia. TEMA 1 – CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS E DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Começaremos pelo conceito de patologia; etimologicamente falando, ele se refere ao estudo da doença; já quando falamos em disfunção, estamos nos referindo ao mau funcionamento de um órgão ou sistema; o distúrbio tem um significado mais amplo que disfunção, abrangendo alterações estruturais e funcionais. Deficiência é algo relacionado a perdas ou anormalidades 3 anatomofuncionais que limitam funções físicas, sensoriais ou cognitivas. Incapacidade, termo muito amplo e utilizado em situações jurídicas e previdenciárias, por exemplo, significa falta de capacidade necessária a uma determinada atividade. Quando falamos em limitações funcionais, estamos nos referindo a prejuízos resultantes de deficiências que impendem o desempenho adequado de atividades diárias, como, por exemplo, a deficiência visual, que gera limitações funcionais em áreas como da mobilidade e da linguagem, ou seja, a falta de visão impede que uma pessoa se locomova com independência ou que possa ler o cardápio de um restaurante que não esteja em Braile. Finalmente, o termo desvantagem é mais apropriado nos prejuízos ocasionados nos meios sociais e culturais. Podemos usar como exemplo a desvantagem que uma pessoa cadeirante tem em espaços que não contam com acessibilidade. Agora que compreendemos o significado e o uso dos termos citados, vamos entender o que significa o termo dificuldade de aprendizagem, descrito de forma esclarecedora por Garcia (1998): Dificuldade de aprendizagem é um termo geral que se refere a um grupo heterogêneo de transtornos manifestados por dificuldades significativas na aquisição e uso da escuta, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas. Esses transtornos são intrínsecos ao indivíduo, supondo-se que são devido à disfunção do sistema nervoso central, e podem ocorrer ao longo do ciclo vital. Podem existir, com as dificuldades de aprendizagem, problemas nas condutas de autorregulação, percepção social e interação social, mas não constituem, por si próprias, uma dificuldade de aprendizado. Ainda que as dificuldades de aprendizado possam ocorrer concomitantemente com outras condições incapacitantes, como, por exemplo, transtornos emocionais graves ou com influências extrínsecas (tais como as diferenças culturais, instrução inapropriada ou insuficiente), não são o resultado dessas condições ou influências. Não podemos deixar de mencionar que, tanto no DSM-V (2014) quanto no CID10, manuais diagnósticos oficiais, as dificuldades de aprendizagem se apresentam em três tipos de distúrbios específicos: transtorno com prejuízo na leitura, transtorno com prejuízo na matemática e transtorno com prejuízo na expressão escrita. Assim, a proposta de desenvolver uma educação inclusiva para pessoas com necessidades educacionais especiais é um desafio para a educação, sendo necessário o desenvolvimento de uma avaliação pedagógica que tenha como substrato conceitos e compreensão das possíveis causas das dificuldades 4 apresentadas e uma intervenção educativa que primeiramente respeite as limitações e estimule as potencialidades da pessoa, para que possamos dar oportunidade de desenvolvimento da independência cognitiva ao nosso aluno. Devemos lembrar que a inserção de um aluno em sala de aula não garante inclusão, integração ou aprendizagem. É imprescindível que haja investimentos consistentes e permanentes na formação dos educadores em relação ao ensino em geral e nas especialidades das deficiências. Dessa forma, nos próximos temas, abordaremos alguns distúrbios do desenvolvimento frequentes em alunos matriculados em nossas escolas, sob os aspectos neurofuncionais e educacionais, para que possamos, à luz da Neurociência, entender as dificuldades e desenvolver estratégias que explorem áreas do desenvolvimento neuropsicomotor e intelectual. TEMA 2 – PARALISIA CEREBRAL De todas as deficiências neuromotoras, as sequelas de paralisia cerebral seguramente são as mais comuns em nossas salas de aula. Primeiramente, temos de nos atentar ao fato de que as sequelas de paralisia cerebral não estão diretamente relacionadas às deficiências intelectuais, portanto, nem toda criança com sequelas de paralisia cerebral possui distúrbios intelectuais. Frequentemente afetada é a linguagem, que talvez seja nosso principal desafio, já que é por meio dela que uma pessoa adquire leitura e escrita. Existem diversos conceitos para a paralisia cerebral. Utilizaremos, em nossos estudos, o conceito descrito pelo neurocientista Dr. Nelson Annunciato, que de forma bastante esclarecedora abrange esse distúrbio do desenvolvimento: “Grupo não progressivo, mas frequentemente mutável, de distúrbio motor (tôno/postura), secundário à lesão do encéfalo em desenvolvimento. O evento lesivo pode ocorrer no período pré, peri ou pós-natal” (Piovesana, 1998). Nem todas as pessoas se desenvolvem ao mesmo tempo. Sabemos que a mielinização1 depende, inclusive, da nutrição, e que esse também é um aspecto que varia conforme a cultura, a situação econômica, o acesso à saúde, dentre vários fatores socioambientais; portanto, o desenvolvimento pleno do encéfalo não tem uma data fixa e imutável, podendo variar não somente por 1 Desenvolvimento da bainha mielínica ao redor dos cilindros nervosos. 5 quem o descreve, mas sobretudo pelas condições ambientais às quais está submetida a pessoa. Vejamos que, na descrição citada acima, o evento lesivo pode ocorrer no período pré, peri e pós-natal, ou seja, durante a gestação, por predisposição genética, doenças infecciosas, vasculares, ingestão de álcool, fármacos e determinadas drogas, dentre outras. No período perinatal, geralmente por hipóxia, falta de oxigenação durante o nascimento2. A classificação da paralisia cerebral está relacionada ao tipo de distúrbio motor, tônico postural. Cerca de 75% das sequelas de paralisia cerebral são classificadas como espásticas, coma lesão localizada em área responsável pelo início dos movimentos voluntários, o trato piramidal. A espasticidade se caracteriza por um tono muscular aumentado, músculos tensos e reflexos tendinosos exacerbados. A paralisia cerebral espástica geralmente está relacionada com infecções, hipóxia e traumas, ou com malformações cerebrais graves. Pode haver comprometimento de braços, pernas, tronco e cabeça, caracterizando-se entre tetraparesia e plegia espástica. Pessoas com esse tipo de paralisia cerebral podem ter dependência na alimentação, higiene e locomoção. Além da paralisia cerebral espástica, com lesão no trato piramidal, podemos ter paralisias cerebrais com lesão em áreas extrapiramidais, que regulam ou modificam o movimento, causando a presença de movimentos voluntários prejudicados ou até mesmo a presença de movimentos involuntários. Os movimentos involuntários aparecem principalmente em lesões dos núcleos cerebrais, ou núcleos da base, importantes estruturas na regulação dos movimentos. Lesões nessas estruturas são comuns por hiperbilirrubinemia neonatal, conhecida como icterícia, causada pelo acúmulo de bilirrubina no sangue, deixando a pele amarelada. Dentre as paralisias cerebrais extrapiramidais, temos 1) a do tipo atetoide, com a presença de movimentos involuntários contínuos, uniformes e lentos; 2) a do tipo coreica, com movimentos involuntários rápidos, arrítmicos e de início súbito, e 3) a distônica, com movimentos intermitentes de torção, com a contração simultânea das musculaturas agonistas – aquelas que favorecem o 2 Cabe esclarecer a diferença entre hipóxia e anóxia de parto, termos frequentemente utilizados em laudos. Quando nos referimos à anóxia, falamos de ausência total de oxigênio; já a hipóxia é a diminuição considerável de suprimento de oxigênio às células, levando à necrose, que é a morte celular. A maioria das lesões encefálicas perinatais se dá por hipóxia, não por anóxia. 6 movimento, como uma flexão, por exemplo –, e a musculatura antagonista – que controla o movimento principal. Geralmente, nas paralisias cerebrais atetoides, coreicas e distônicas, os movimentos involuntários não são observados no primeiro ano de vida, mas apenas um atraso no desenvolvimento motor; em casos graves, vê-se hipotonia – musculatura com tonicidade diminuída – antes de um ano de idade. Nesses casos, observamos comprometimento na fala, na marcha e nos movimentos funcionais. A dependência pode ocorrer quanto à alimentação, higiene e locomoção. Quando a lesão é localizada no cerebelo ou nas vias cerebelares, temos a paralisia cerebral atáxica, com prejuízos no controle de equilíbrio e coordenação dos movimentos, podendo apresentar marcha cambaleante, incoordenação dos movimentos e dificuldade para atingir alvos. Como pudemos perceber, a paralisia cerebral tem características bastante específicas, principalmente nos aspectos motores; no entanto, algumas observações com relação ao desenvolvimento do aluno com paralisia cerebral devem ser consideradas: Motivação do aluno para o desenvolvimento de sua atenção para as atividades propostas; Estímulo a interações com o meio externo; Mapeamento de habilidades a serem desenvolvidas; Não elaboração de atividades excessivamente complexas, com muitas tentativas de execução; Desenvolvimento de atividades com orientações curtas e claras; Uso de sistemas aumentativos ou alternativos de comunicação, como símbolos pictográficos e ideográficos, tabuleiros de comunicação, sinalizadores; Eliminação de barreiras arquitetônicas, fazendo uso de rampa, elevador, banheiro, pátio, barra de apoio, alargamento de portas, mobiliário; Estímulo de uso de andador, coletes, e outras órteses; Uso de materiais pedagógicos adaptados como tesouras, ponteiras e computadores; Uso de pranchas, de presilhas para não deslizar o papel, suporte para lápis, coberturas de teclados. 7 A maioria das orientações básicas para o atendimento do aluno com paralisia cerebral funciona também para outros distúrbios ou dificuldades. Devemos lembrar sempre que a criatividade e o entendimento das potencialidades e limitações devem ser os norteadores de um trabalho eficiente do educador. TEMA 3 – TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, ou TDAH, também constitui um desafio bastante importante na educação de uma pessoa. Podemos descrever que, do ponto de vista neurobiológico, o TDAH seja uma possível disfunção neurobioquímica provocada pela produção insuficiente de neurotransmissores (dopamina, noradrenalina) em determinadas regiões do cérebro (parietal posterior, sistema límbico, frontal, sistema reticular) responsáveis pelo estado de vigília, atenção e controle das emoções. Essas alterações bioquímicas levam a alterações neurofisiológicas que acarretam distúrbios do sono, comportamento agressivo, impulsivo, depressivo e os distúrbios de atenção que podem estar associados ao quadro de hiperatividade. O TDAH é caracterizado por um distúrbio neurológico no córtex pré-frontal; quando um indivíduo busca se concentrar, nota-se uma diminuição de atividade no córtex pré-frontal por hipoperfusão, diferentemente do que ocorre nos indivíduos sem esse transtorno, nos quais há aumento de atividade nessa região por hiperperfusão. É importante mencionar que são descritas alterações na região frontal orbital. Possivelmente, há diminuição em neurotransmissores como dopamina e noradrenalina. Estudos realizados por meio de um exame específico, denominado Tomografia Computadorizada por Emissão de Pósitrons (PET-TC), permitem avaliar o funcionamento das áreas cerebrais. Foi observada a presença de hipoperfusão na região frontal e, consequentemente, diminuição da atividade cerebral. As causas do TDAH não são totalmente conhecidas, mas estudos realizados com gêmeos sugerem alguns potenciais indicativos, sendo os principais: influência hereditária; níveis altos de chumbo no sangue; tabagismo e consumo alcoólico durante a gestação. 8 Em relação ao meio ambiente, observa-se que as dificuldades familiares possam ser elementos desencadeadores, mas, aparentemente, não seriam a causa primária desse transtorno. Importante destacar ainda que a causa de TDAH relacionada a fatores alimentares (uso de conservantes, corantes e açúcares; deficiência de vitaminas), a problemas hormonais, ao uso de lâmpadas fluorescentes, dentre outros, jamais foi comprovada cientificamente, sendo descrita pelos especialistas como meros mitos e especulações. Historicamente, esse transtorno já recebeu várias denominações: desde Disfunção Cerebral Mínima, Síndrome da Reação Hipercinética da Infância, Síndrome da Ausência de Controle Moral até os termos mais atuais, como as siglas TDAH, DDA, DA/H. Seus subtipos estão todos reunidos formando as siglas TDAH e DDA. Nota-se que a expansão da percepção dos sintomas desse distúrbio é recente, sendo o déficit de atenção a base de todo o processo; a hiperatividade e a impulsividade agregaram-se aos poucos, conforme os estudos avançaram. Podemos verificar em diversos estudos estatísticos que, com o diagnóstico de TDAH, temos maior incidência de problemas educacionais. Esses estudos indicam que o TDAH contribui em até 45% para a repetência escolar; em até 14% nas suspensões e expulsões; em até 32% na desistência escolar; em cerca de 70% nas notas abaixo da média, em aproximadamente 77% menos ingressos no ensino superior e 5% a 35% em menor número de graduados. Outros prejuízos sociais também são descritos nesse transtorno, como problemas no ambiente profissional, com demissões mais frequentes, maior troca de empregos e dificuldades com hierarquia; algumas influências na vida sexual, incluindo início precoce,maior número de parceiros, relacionamentos de curta duração, maior risco de gravidez na adolescência e maior risco de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). O TDAH apresenta alguns déficits, como o de memória operacional, o de transferência de atenção da memória operacional (frontal) para a memória de longa duração (hipocampo); o da excitação do lobo frontal; o de deficiência de recompensa e o de inibição do comportamento. Também são observadas alterações em quatro componentes da atenção: excitação, orientação motora, detecção da novidade (recompensa) e organização executiva. 9 3.1 Quais os sintomas do TDAH? Comportamentos relacionados ao transtorno já podem ser notados desde a primeira infância, quando bebês apresentam choros abundantes e inquietação. Ao engatinhar, demonstram atividades motoras em demasia. Entre os comportamentos notados no período pré-escolar, tem-se uma série de movimentos involuntários e sem propósito; a prevalência do déficit de atenção; a dificuldade no autocontrole; impasses com a alimentação. Quando entram na fase escolar, continuam com os sintomas anteriores e apresentam outras características, as quais interferem nas relações interpessoais e no rendimento da aprendizagem curricular. No período da adolescência, normalmente se intensificam os impasses com comportamento, agressividade, inquietação e desatenção. Na fase adulta, o indivíduo pode apresentar os mesmos problemas comportamentais observados na infância e juventude, com características peculiares, devido à vivência e à maturidade. Deve-se ressaltar que muitos bebês, crianças, jovens e adultos podem, isoladamente ou em conjunto, apresentar comportamentos e sintomas como os descritos acima, mas não necessariamente têm TDAH. As indicativas do transtorno se diversificam em forma, característica e intensidade das manifestações. Observa-se alternância no Trio de Base, constituído por impulsividade, atenção e velocidade da atividade física e mental. Esses indicativos variam entre integridade criativa e esgotamento do cérebro, que não para em tempo algum. Um sintoma habitual e indispensável para o diagnóstico do TDAH é a alteração da atenção, definida pelos traços de dispersão, desatenção, desvios de atenção, problemas de organização e momentos de esgotamento físico e mental. Pela perspectiva comportamental, o TDAH define-se pela associação da distração, da impulsividade e da hiperatividade. No TDAH, o diagnóstico geralmente é prejudicado pela complexidade da associação dos sintomas a serem identificados na consulta, pelos parâmetros subjetivos, pelos sintomas conciliáveis a outras doenças e pela dificuldade em usar os critérios de avaliação em bebês e crianças na fase pré-escolar. Equipes multidisciplinares de especialistas realizam o diagnóstico baseando-se em relatórios escolares, exames físicos, neurológicos e 10 complementares, prontuário clínico, testes psicométricos e linguísticos, escalas comportamentais e também pelo DSM IV (2014), que fornece critérios para diagnósticos e tratamentos das perturbações e doenças mentais. Veja que não são apenas comportamentos desatentos ou hiperativos que determinam esse transtorno. Os tipos de TDAH e suas principais características seguem abaixo. Os tipos assemelham-se muito nas características de base: início dos indicativos antes dos sete anos; interferência em, no mínimo, dois ambientes (lar, escolar e profissional); baixo rendimento acadêmico, social e profissional. Predominantemente desatento: marcado por indicativos bem conhecidos pela maioria das pessoas. Apresenta desatenção como um dos pontos mais marcantes, percepção alterada, dispersão em tarefas que exigem grande concentração, distração, dificuldades em seguir instruções, problemas com organização, esquecimento de tarefas diárias, escolares ou de trabalho, entre outros. Esse tipo se destaca também por problemas de relacionamento interpessoal; autoestima rebaixada, sentimento de desvalia, entre outros. Predominantemente hiperativo-impulsivo: caracterizado por sinais de mais agitação do indivíduo. Normalmente, é aquele que causa perturbação no ambiente (lar, trabalho, escola). Na hiperatividade, observa-se inquietação, mesmo quando parado; dificuldades em manter- se por tempo necessário à realização de uma tarefa; inquietude peculiar; fala demasiada; problemas para trabalhar ou realizar atividades de lazer tranquilamente; responder uma pergunta antes que seja totalmente feita; interromper as pessoas pela intolerância em esperar sua vez. A impulsividade caracteriza-se pela dificuldade com autocontrole. Esse tipo causa muitos danos a si mesmo e aos outros, resultados obtidos por não parar para pensar antes de realizar um ato qualquer. Geralmente, age de forma contrária ao que pensa e se arrepende depois. Más decisões e planejamento falho também são perceptíveis. Propende a resoluções imediatistas. Podem ocorrer manifestações de tendências compulsivo- alimentares, uso de drogas, jogos, gastos em demasia, entre outras. Misto/combinado. 11 3.2 Implicações educacionais No ambiente escolar, a criança com TDAH normalmente apresenta baixo rendimento, dificuldades comportamentais e de adaptação. Por apresentar um autoconceito fraco, com falta de autoestima, anula-se quando pensa não ser capaz de realizar algo. Entre outras manifestações típicas no ambiente escolar, está o problema de se concentrar na aula, pois se distrai com muita facilidade e muda o foco para algo sem contexto no momento. Demonstra paciência insuficiente para realizar lições e estudar, pois é agitada, inquieta, e realiza muitas tarefas ao mesmo tempo que não deveriam fazer parte do foco naquele momento. Habitualmente, apresenta problema com a parte teórica da aprendizagem. As dificuldades se destacam em relação aos conteúdos de Matemática, pois estes exigem uma vasta capacidade de atenção, de seguir regras e estabelecer relações entre fatores, desenvolturas que, provavelmente, não são o ponto forte em crianças com esse transtorno. Há muitas divergências entre o intelecto e a realização de aprendizagem. Também podem apresentar dificuldade em escrever, desenhar, traçar, pintar, copiar. A leitura pode ser apresentada de forma insuficiente pela dificuldade que possuem em compreender textos, e não conseguem, normalmente, realizar a associação de fonema-grafema. Na sala de aula, demonstram dificuldades de seguir regras disciplinares rígidas; seus materiais são desorganizados; não ficam parados no mesmo lugar, despertando ansiedade e tumulto em todo o ambiente. Apresentam comportamentos não esperados para sala de aula, área de convivência ou ginásio. O educador sente-se inseguro e desamparado diante do comportamento das crianças com o TDAH, que é, normalmente, desigual, imprevisível e sem resposta às interferências, muitas vezes desencadeando desapontamentos para o professor ou agente educador e para a criança. Deve-se ressaltar que as crianças com TDAH possuem inteligência e capacidade de aprendizado iguais às de uma criança sem o transtorno, com uma criatividade impressionante. Contudo, é necessário dar oportunidade para se desenvolverem, analisando suas maiores dificuldades. Existe diferença entre “não se adaptar a um sistema de educação” e “ser incapaz para o aprendizado”. 12 Muitas ações podem amenizar os problemas e as dificuldades na aprendizagem de uma criança com TDAH. As instituições escolares deverão se adequar para subtrair esses problemas, revendo a política educacional e inserindo ações de disciplina peculiar. Indispensável é uma comunicação eficaz entre escola, família e profissionais especializados, com incessante atualização daqueles que cuidam das crianças, os quais, com a equipe técnica, mediante uma abordagem educacional, devem oferecer apoio teórico, pedagógico eprático aos educadores, que devem adequar e aplicar novas metodologias e técnicas de modo estratégico. Partindo do entendimento do transtorno, já se pode evitar o preconceito, desencorajando outras crianças a tratarem os colegas dessa forma, evitando julgamentos impróprios e afastamento e isolamento da criança com TDAH. Algumas providências simples podem trazer resultados bastante positivos, como a amenização dos conflitos, dando à criança com TDAH chances de evoluir suas habilidades. Algumas medidas que podem trazer resultados bem positivos são: Flexibilidade – deixar que a criança saia da sala por um momento. Conferir verbalmente as instruções e aplicar um conteúdo por vez. Destacar os pontos que forem bem importantes. Transformar conteúdos longos em tarefas curtas, por etapas. Monitorar o desenvolvimento a cada dia. Agregar o uso de calculadora, gravador, computador. Motivar para que inicie e termine as tarefas. Checar se a tarefa de casa foi anotada corretamente na agenda da criança, diariamente. Autorizar o uso de recursos, como os marcadores de páginas. Consentir que a criança leia em voz baixa, para si mesma. Criar rotinas diárias. Transmitir as regras com coerência e transparência. Passar as instruções diariamente e por escrito. Colocar a criança em um lugar estratégico com menor possibilidade de distração. Diminuir sinais de distração da mesa da criança. 13 Para facilitar a escrita, permitir que digitem no computador ou outro aparelho. Dar valor ao conteúdo, e não à grafia ou letra da criança. Em casos extremos de dificuldade na escrita, consentir respostas orais. TEMA 4 – DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Dificuldade de aprendizagem é um termo bastante amplo, relacionado a dificuldades significativas em áreas da aquisição de escrita, fala, leitura, raciocínio e matemática. No entanto, nem todas as dificuldades de aprendizagem apresentadas por uma pessoa ao longo da vida significam necessariamente um distúrbio específico de aprendizagem. Um fator que deve ser levado em conta, antes de se pensar em um distúrbio específico de aprendizagem, é, sem dúvida, algum prejuízo intelectual devido a alguma deficiência intelectual de qualquer ordem genética, sindrômica ou de outra origem. Se tivermos um funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com certeza teremos algum tipo de dificuldade quanto às aquisições acadêmicas, em grau variado, de acordo com as limitações da pessoa. Uma condição neurológica fixa – como em paralisias cerebrais, lesões neurológicas traumáticas ou adquiridas por patologias – ou progressiva – como em síndromes neurológicas (Síndrome de Rett, Doença de Niemann Pic) – também poderá dificultar a aquisição acadêmica de uma pessoa. Os prejuízos sensoriais, como problemas visuais ou auditivos, são fatores significativos e frequentes nas queixas de dificuldades de aprendizagem. É claro que fatores pedagógicos, como a metodologia empregada por determinada escola, podem não ser os mais adequados à realidade de um determinado aluno; fatores relacionados ao professor frequentemente também levam ao fracasso escolar. Biografia da criança, problemas emocionais, fatores culturais, falta de motivação e condições econômicas também devem ser considerados como possíveis causas de dificuldades apresentadas na escolarização. É fato: uma criança que não come não tem condições de aprender adequadamente. É fato que ambientes culturais desfavoráveis desmotivam o aprender. É fato que uma criança que sofre abusos físicos ou psíquicos não terá o rendimento esperado. 14 Doenças e condições crônicas são fatores que também levam ao fracasso escolar. A inconstância na sala de aula, o uso de medicamentos e tratamentos e sentir dores são circunstâncias que não permitem a atenção necessária para compreensão de conceitos básicos na escola. Certamente, não poderia deixar de destacar a exposição à alfabetização precoce, tema já discutido em aula anterior, que priva a criança em desenvolvimento de experimentar o meio pela ludicidade, levando frequentemente a dificuldades em séries mais avançadas. Veja que todos esses fatores são frequentemente a origem de fracassos escolares, devendo ser descartados antes de um possível diagnóstico de distúrbios específicos de aprendizagem. 4.1 Distúrbios específicos de aprendizagem Após nosso estudo sobre dificuldades de aprendizagem que têm origem relacionada a uma causa evidente, podemos iniciar o estudo dos distúrbios específicos de aprendizagem, aqueles que ocorrem mesmo que a criança não apresente nenhum fator relacionado a prejuízos neurológicos ou intelectuais e esteja exposta a um ambiente favorável, fracassando na aquisição da escrita e da leitura. Esse fracasso pode estar relacionado a um distúrbio ou transtorno específico de aprendizagem, como discalculia, disgrafia, disortografia ou dislexia. Discalculia – dificuldade específica de aprendizagem relacionada à inabilidade na decodificação de números e operações aritméticas. Pode ser adquirida, no caso de lesões encefálicas ou congênitas. Na discalculia congênita, assim como na dislexia de desenvolvimento, estudos sugerem neurônios em tamanho e número menores em camadas corticais. Podemos também observar que essa dificuldade não se relaciona ao fato de não entender a lógica matemática, mas ao processamento dos números, cálculos e símbolos matemáticos, podendo apresentar trocas, inversões e omissões. Pode aparecer de forma isolada ou combinada com outros distúrbios específicos com a dislexia. Disgrafia – dificuldade em escrever letras, sinais ou conjuntos gráficos; a disposição espacial das letras e o traçado estão comprometidos devido a déficits em habilidades motoras finas, na sequência espacial e no 15 planejamento de movimentos. As habilidades com a escrita dependem de um desenvolvimento de habilidades linguísticas e integração visuomotora. Também devemos destacar o envolvimento da memória no armazenamento de regras da língua falada. Do ponto de vista neuroanatomofuncional, essa dificuldade indica disfunção por diminuição de tamanho ou quantidade de células nervosas em áreas como lobos parietais, temporais e occipitais, causando um processamento lentificado. Vale lembrar que não há nenhuma relação entre a disgrafia e prejuízo intelectual. Na disgrafia, é frequente a escrita espelhada, omissão e inversão de letras ou sílabas e orientação na escrita da direita para a esquerda. Assim como a discalculia, a disgrafia pode se apresentar de forma isolada ou em conjunto com a dislexia. Neste último caso, sua origem será congênita 4.2 Dislexia do desenvolvimento Etimologicamente dislexia significa dificuldade de leitura, se derivado do latim, ou dificuldade de linguagem, se derivado do grego. A dislexia, sem dúvidas, é um dos distúrbios do desenvolvimento que mais traz implicações para a vida acadêmica de uma pessoa, por se tratar de uma condição neurobiológica diretamente relacionada com a dificuldade na aquisição da escrita e da leitura. Primeiramente, é importante esclarecer que trataremos aqui da dislexia de desenvolvimento ou evolutiva, uma condição congênita. Isso significa que não estudaremos aqui a dislexia adquirida por lesões em áreas corticais, denominadas afasias (quando, após adquirir a capacidade de leitura e escrita, a pessoa a perde por lesões em áreas específicas do Sistema Nervoso Central). Para a Associação Internacional de Dislexia (S.d.), a dislexia de desenvolvimento pode ser descrita como uma dificuldade de aprendizagem de origem neurológica, caracterizada pela dificuldade com a fluência correta na leitura e pela dificuldade na habilidade de decodificação e soletração. As dificuldades apresentadas teriam origem no déficit do componente fonológico da linguagem de forma discrepanteem relação a outras habilidades, quando considerada a condição intelectual que se encontra na média ou acima da média e a faixa etária da pessoa. 16 Somente após o avanço tecnológico, a partir dos anos de 1960, a dislexia passou a ser pesquisada em áreas das neurociências, ou seja, Neuropsicologia, Neuroanatomia, Neurobiologia e Neurobioquímica. Uma referência ao estudo da dislexia de desenvolvimento é o neurocientista Albert Galaburda, que baseia suas pesquisas na área da Neurobiologia. Galaburda (2006) identifica as evidências de distúrbios no desenvolvimento do córtex cerebral não em uma área específica, mas generalizada. Galaburda (2006) também aponta uma possível diminuição de neurônios no giro angular e de células menores nos corpos geniculados. Isso, teoricamente, acarretaria um congestionamento de informações, provocando dificuldades com fonemas e grafemas. Quadro 1 – Sinais e sintomas da dislexia do desenvolvimento DIFICULDADES FREQUENTES NA LINGUAGEM Com os sons das palavras Com a soletração Com a associação de símbolos aos sons DIFICULDADES FREQUENTES NA ESCRITA Trocas Omissões Junções Aglutinações Resistência em escrever DIFICULDADES FREQUENTES NA LEITURA Resistência em ler em voz alta Reconhecimento de rimas Reconhecimento de aliterações DIFICULDADES FREQUENTES NA PERCEPÇÃO VISUAL Com a associação de rótulos aos produtos DIFICULDADES FREQUENTES NA ORGANIZAÇÃO TEMPORAL Com as letras Horas Meses Dias da semana Antes Depois DIFICULDADES FREQUENTES COM A MEMÓRIA Atividades que sobrecarreguem a memória de trabalho DIFICULDADES COM A ORGANIZAÇÃO ESPACIAL E LATERALIDADE Direita e esquerda Atrás e na frente Em cima e embaixo Organizar objetos e tarefas DESEMPENHO ACADÊMICO Dificuldade na realização de cálculos mentais Desempenho inconstante Discrepância entre potencial cognitivo e desempenho escolar Lentidão em tarefas de leitura e escrita com excelente desempenho oral 17 A dislexia de desenvolvimento somente poderá ser constatada com base em um diagnóstico por exclusão por uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogo, neuropsicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, neuropediatra, além de outros profissionais capacitados para o tratamento desse distúrbio. O diagnóstico de dislexia não deve ser visto como uma justificativa para o fracasso escolar, mas sobretudo como uma direção para o estabelecimento de um programa de reeducação para a criança nessa condição. A dislexia não tem características comuns a todos, pois podemos ter uma combinação de sinais e sintomas bastante diferentes para cada disléxico. Ainda que a dislexia tenha como principal característica o distúrbio de leitura e escrita, nem todo distúrbio de leitura e escrita é dislexia. A biografia da criança é essencial para a compreensão de suas dificuldades; para tanto deverão ser realizadas entrevistas com os pais ou responsáveis e com a própria criança. A biografia deverá contar também com um relatório detalhado do educador, que, com sua experiência e observação, terá uma contribuição significativa no entendimento do quadro da criança. O uso de testes visuomotores, neuropsicológicos e de personalidade poderá revelar comprometimentos na inteligência, indícios de lesões neurológicas e comprometimentos emocionais, possibilitando o diagnóstico de outros distúrbios que, ainda que apresentem um comprometimento no processo de aprendizagem, descartam a possibilidade de um diagnóstico de dislexia. Um teste de inteligência poderá determinar as habilidades globais de aprendizagem do indivíduo. Sabendo que as pessoas com dislexia têm dificuldades para decodificar, leitura lenta e dificuldade para memorizar ou armazenar a informação lida, tornando a leitura uma tarefa complicada, é imprescindível um teste de leitura e escrita. 4.3 Tipos de Dislexia Existem tipos distintos de dislexia. Vamos apresentar aqui a dislexia dos tipos disfonética, diseidética, predominantemente visual, predominantemente auditiva e mista. 18 Dislexia disfonética: dificuldade na percepção auditiva, na análise e síntese de fonemas, dificuldades temporais, nas percepções de sucessão e duração, apresentando maior dificuldade na escrita. Dislexia diseidética: maior dificuldade na leitura, tendo como característica principal a dificuldade na percepção visual, na análise e síntese de fonemas, como a leitura silábica, sem conseguir a síntese das palavras. Dislexia visual: deficiência na percepção visual e na coordenação visuomotora; a pessoa com esse tipo de dislexia não consegue visualizar, ou seja, processar neurologicamente o fonema, como se sons e letras semelhantes se misturassem no cérebro. Dislexia auditiva: seu eixo principal é a deficiência na percepção e memória auditiva, fazendo que haja grande dificuldade em processar auditivamente o fonema. Dislexia mista: combinação de quaisquer dos tipos apresentados anteriormente. Após diagnóstico preciso e entendimento das dificuldades principais apresentadas de acordo com o tipo de dislexia, é muito importante que se prepare um programa de reeducação como apoio ao educador, que proporcione à criança disléxica oportunidade de aprendizagem. Os recursos para ações voltadas à aprendizagem da pessoa com dislexia devem ser realizados de forma sistemática e cumulativa. Investimentos nos aspectos psicomotores, visuomotores, audiomotores, audiovisuais, olfativos, cinestésicos, táteis, de memória e de linguagem são recursos significativos para estimular as potencialidades não apenas de uma pessoa com diagnóstico de dislexia, mas para quaisquer alunos, com ou sem alguma dificuldade de aprendizagem. As áreas mencionadas proporcionam à criança oportunidades de desenvolvimento em várias áreas do conhecimento. As habilidades podem ser desenvolvidas por meio de atividades motoras, cognitivas, de percepção auditiva, de percepção visual, de estimulação da linguagem e da fala. As atividades podem e devem ser um eixo de trabalho para quaisquer dificuldades de aprendizagem, pois estimulam habilidades que são quesitos básicos para a aquisição da leitura e escrita. Importante ressaltar que é sempre necessário respeitar as necessidades individuais das pessoas com dificuldade de aprendizagem. 19 FINALIZANDO Esta aula, ainda que bastante teórica, é de fundamental importância para a compreensão dos distúrbios do desenvolvimento por um ângulo neurocientífico e educacional. Conceitos como patologia, disfunção, distúrbio, deficiência, incapacidade, limitação funcional e desvantagem poderão ajudar na compreensão das dificuldades apresentadas em nossos estudos da paralisia cerebral, do TDAH e das dificuldades e distúrbios de aprendizagem. A compreensão do diagnóstico de exclusão e dos distúrbios específicos de aprendizagem nos traz um alerta para a observação de fatores que implicam fracasso escolar, como fatores biológicos, incluindo prejuízos intelectuais, neurológicos e sensoriais; fatores ambientais, de ordem pedagógica e metodológica e fatores culturais e sociais. Somente descartados esses fatores é que pensaremos nos distúrbios específicos de aprendizagem. Já temos repertório suficiente para pensar em uma avaliação pedagógica que nos leve ao entendimento das habilidades de uma pessoa, independentemente de um diagnóstico de qualquer distúrbio do desenvolvimento. LEITURA COMPLEMENTAR Texto de abordagem teórica REZENDE, J. M. Transtorno, distúrbio, disfunção, desarranjo, desordem, perturbação. Revista de Patologia Tropical, v. 37, n. 3, 2008. Disponível em: <https://www.revistas.ufg.br/iptsp/article/view/5071/4225>. Acesso em: 7 set. 2018. Texto de abordagem prática SIGNOR, R. Dislexia: uma análise histórica e social. Rev. Bras. Linguist. Apl. Belo Horizonte, v.5, n. 4, 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984- 63982015000400971>. Acesso em: 7 set. 2018. 20 Saiba mais JOSÉ Salomão Schwartzman. TV Mackenzie. 17 out. 2017. II Congresso Internacional e IV Congresso de Dificuldades de Ensino e Aprendizagem, Neurociências, Escola, Família e Sociedade. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=wSU-stBPsF0>. Acesso em: 7 set. 2018. 21 REFERÊNCIAS ABD – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DISLEXIA. Disponível em: <http://www.dislexia.org.br/>. Acesso em: 7 set. 2018. DSM –V American Psychiatric. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. GALABURDA A. M. et al. La Dislexia del Desarrollo: Gen, Cerebro y Cognición. Psykhe, Santiago, v. 15, n. 2, p. 3-11, nov. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.cl/scielo.php?pid=S0718- 22282006000200001&script=sci_arttext#gogo>. Acesso em: 7 set. 2018. GARCIA, J. N. Manual de dificuldades de aprendizagem, linguagem, leitura, escrita e matemática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. PIOVESANA, A. M. S. G. Paralisia Cerebral: contribuição do estudo por imagem. In: SOUZA, A. M. C; FERRARETO. I. (Org.). Paralisia cerebral: aspectos práticos. São Paulo: Memnon, 1998. http://www.scielo.cl/scielo.php?pid=S0718-22282006000200001&script=sci_arttext#gogo http://www.scielo.cl/scielo.php?pid=S0718-22282006000200001&script=sci_arttext#gogo
Compartilhar