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ESTÁGIO SUPERVISIONADO - AVALIAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO AULA 3 Profª Sandra Aparecida Silva dos Santos CONVERSA INICIAL Bem-vindo! Nesta aula, vamos conversar a respeito do relatório de avaliação do projeto de intervenção. Realizar a avaliação do projeto de intervenção capacita o aluno na avaliação dos projetos interventivos pontuando a importância para o avanço da prática do assistente social. TEMA 1 – RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO Ao longo da disciplina, conversamos a respeito da importância do acompanhamento, do monitoramento e da avaliação das ações propostas no projeto de intervenção, sempre pautadas nos preceitos éticos da profissão. Avaliar o projeto de intervenção constitui-se em ação prevista no Regulamento de Estágio Supervisionado em Serviço Social de sua instituição e se configura como instrumento técnico a ser construído pelo aluno. Para realizar a avaliação do projeto de intervenção, é necessário revisitar o projeto interventivo, identificando a questão social que o motivou e analisando as etapas por você elencadas para o alcance dos objetivos do projeto. O relatório de avaliação do projeto de intervenção requer, em primeiro lugar, a identificação do aluno, do local de estágio, do supervisor de campo e do tema trabalhado. O supervisor de campo acompanhou a execução do projeto de intervenção por você construído e também tem papel relevante na avaliação das ações desenvolvidas. No item apresentação do projeto, é necessário contextualizar a expressão da questão social que motivou sua proposta interventiva e explanar a problematização do objeto de intervenção, caracterizando também a instituição concedente de estágio e o público a que se destinou a ação. Também é preciso explicitar os objetivos que se pretendeu alcançar com a intervenção e a metodologia utilizada para o seu alcance. Os objetivos a serem alcançados devem estar durante todo o tempo sob o foco do responsável pelo projeto. Para construir a apresentação, é necessário, então, revisitar seu projeto de intervenção, a fim de explanar questões referentes a porque se propôs a ação, para o alcance de quais resultados e com a utilização de qual metodologia para o seu alcance. TEMA 2 – AVALIAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO – DISCUSSÃO TEÓRICA No relatório de avaliação do projeto de intervenção, revisita-se o projeto interventivo, retomando as razões, os objetivos e as ações propostas no projeto. Após a construção do item de apresentação, é necessário realizar a discussão teórico-metodológica do objeto de intervenção, na qual a temática do projeto de intervenção se aprofunda. Você deve, nesse item, apresentar os dados relativos ao tema escolhido, abordando informações pertinentes ao tema do projeto. Apresente as políticas públicas pertinentes à questão. Neste momento, faça a reflexão quanto às políticas públicas apresentadas. A reflexão vai abranger o real alcance das políticas públicas referentes ao tema, o acesso a essas políticas e os limites de sua implantação. Compreender as políticas públicas e refletir criticamente a respeito delas permitem avançar na compreensão da realidade do campo de estágio e das expressões da questão social nele atendidas. A compreensão e a análise das políticas públicas também requerem a reflexão quanto ao serviço social no acompanhamento dessas políticas. Reflita aqui por que o tema se constitui em objeto de atuação do assistente social. De que forma se dá a intervenção profissional nessa realidade? De que maneira a profissão relaciona-se com a questão? A reflexão crítica deve permear a prática do assistente social e estar presente na avaliação de seu projeto de intervenção. Conversamos durante a disciplina a respeito da legislação que norteia a prática do assistente social e por diversas vezes alertamos quanto à necessidade de nossa prática estar condizente com o Código de Ética do Assistente Social (1993) e com a lei que Regulamenta a Profissão, Lei n. 8.662, de 7 de junho de 1993. Ao propor ações interventivas, é necessário considerar o posicionamento da profissão quanto à questão que será trabalhada. TEMA 3 – COERÊNCIA DO PROJETO E DA AVALIAÇÃO – PRECEITOS DO SERVIÇO SOCIAL As ações propostas pelo assistente social e as ações proposta em seu projeto de intervenção devem estar consonantes com o posicionamento ético, político e metodológico do serviço social. Para tanto, é necessário observar as dimensões que embasam a prática do assistente social: dimensão ético-política, técnico-operativa e teórico-metodológica. É necessário, então, o alerta para a observação constante dos preceitos da profissão, refletir se a proposta e a prática realizada na execução de sua intervenção estão de acordo com os preceitos da profissão. A palavra-chave é alerta, atentar se os objetivos propostos buscam a transformação, se a metodologia aplicada contemplou o respeito e a liberdade e se a relação do profissional com a população atendida pauta-se nos preceitos democráticos. A Lei n. 8.662/1993 orienta a elaboração, coordenação, execução e avaliação de planos, programas e projetos que sejam do âmbito do serviço social. A orientação aos indivíduos e grupos se dá no sentido de identificar e utilizar recursos, fazendo uso dos recursos identificados no atendimento e na defesa dos seus direitos. Isto requer ações que transformem a realidade e trabalhem o empoderamento da população no uso de recursos que atendam suas necessidades, na garantia dos direitos do cidadão. O Código de Ética do Assistente Social de 1993 apresenta princípios que norteiam o exercício profissional do assistente social e que devem, portanto, nortear os projetos de intervenção. Os princípios de reconhecimento da liberdade, defesa da democracia e consolidação da cidadania efetivam-se na recusa do arbítrio e do autoritarismo. A eliminação do preconceito apontado nos princípios do Código de Ética do Assistente Social (1993), aliada a defesa e luta por equidade e justiça social, garantindo o pluralismo no empenho pela construção de uma sociedade que observe os direitos e garanta a dignidade e o acesso às necessidades humanas, requer do assistente social um compromisso com a população por ele atendida e com a qualidade de seu exercício profissional, que abrange a qualidade das propostas interventivas. TEMA 4 – AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO – AVALIAÇÃO FACE AOS OBJETIVOS – ASPECTOS QUANTITATIVOS A avaliação da execução utiliza por base os objetivos propostos no projeto interventivo. Uma das vertentes avaliativas diz respeito a produção e análise de dados quantitativos provenientes da ação executada. Os resultados obtidos são expressos em quantidade, em números, e por isso são denominados quantitativos. A avaliação no projeto de intervenção tem por base os objetivos e as metas propostas no projeto interventivo. O Regulamento de Estágio de sua instituição orienta que a avaliação de aspecto quantitativo deve considerar as metas alcançadas. Vamos retomar o projeto de intervenção. Ao construir o projeto, apontaram-se metas que se pretendiam alcançar. Essas metas diziam respeito ao número absoluto ou percentual. Podemos exemplificar que, a fim de informar a população usuária dos serviços do CRAS quanto a violência contra crianças e adolescentes na família, propôs-se realizar reunião com as famílias atendidas no equipamento. A meta proposta pode ter sido reunir e informar 100 famílias ou 10% das famílias atendidas, caso o equipamento atenda por volta de 1000 famílias. Será, então, avaliado quantas famílias foram alcançadas pelo projeto. E de que forma obtemos essa informação? Por meio de mecanismos de monitoramento, como lista de presença. O aspecto quantitativo refere-se não somente ao número de famílias que compareceram, pois com o uso de instrumentos de monitoramento pode-se conhecer quantas famílias compareceram, qual é a maior incidência quanto ao gênero do familiar que acompanha os encontros, qual é a maior incidênciade grau de parentesco etc. A fim de demonstrar os dados coletados, pode-se utilizar tabelas e gráficos, que possibilitam uma melhor visualização das informações. As informações conduzem para o conhecimento da realidade encontrada no processo de intervenção, conduzindo a reflexão e a tomada de decisões. Avaliar pressupõe estar atento às ações implementadas, compreender de que forma ocorreram e qual é o real alcance dos objetivos que motivaram a ação. TEMA 5 – AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO – AVALIAÇÃO FACE AOS OBJETIVOS – ASPECTOS QUALITATIVOS A avaliação da execução do projeto de intervenção sob o aspecto qualitativo busca descobrir a singularidade que diz respeito à transformação, a mudança do estado anterior encontrado. Conhecer na avaliação os aspectos qualitativos alcançados na intervenção requer retomar a realidade anteriormente encontrada que se pretendia transformar. Cabe aqui um alerta quanto à importância de sempre nos remetermos ao projeto que propôs as ações que estão sendo ou foram executadas. Retomar a expressão da questão social que motivou a proposta interventiva e a problematização do objeto de intervenção advinda do conhecimento da realidade do campo de estágio permite conhecer se houve avanços e mudanças/transformações na realidade que se pretendeu atingir com o projeto de intervenção. Avaliam-se no aspecto qualitativo mudanças no entendimento, no comportamento e nas relações. O aspecto qualitativo demonstra o singular, a contribuição das ações desenvolvidas para a transformação da realidade do indivíduo, do grupo e da sociedade remetendo à mudança de estado que Silva (2001) esclarece. No Relatório de Avaliação do Projeto de Intervenção contido no Regulamento de Estágio Supervisionado, no item avaliação final, deve-se realizar considerações quanto à ação e à avaliação realizada. Informe quais avanços foram obtidos com a execução do projeto de intervenção, quais transformações foram percebidas e que podem ser associadas às ações realizadas na intervenção. Ao estudarmos a respeito do projeto de intervenção, refletimos quanto à necessidade de os projetos serem eficientes, eficazes e efetivos. Apresente de que forma sua intervenção foi eficiente, utilizando recursos e insumos com propriedade, alcançando os objetivos e as metas propostas e, portanto, sendo eficaz produzindo os impactos na realidade e na condição encontrada nos aspectos objetivo, subjetivo e substantivo. NA PRÁTICA Avaliar o projeto de intervenção requer revisitar o projeto por você proposto, analisando a problematização, os objetivos e as metas nele elencados. Lembre-se que o não alcance de algum dos objetivos e das metas propostas não significa insucesso, mas pode abrir possibilidades de novas proposições de ação. É necessário sempre monitorar e avaliar. FINALIZANDO A avaliação de projetos deve estar no cotidiano da prática do assistente social. Ao avaliar seu projeto, foi possível perceber os desafios que constituem a construção e a execução do projeto interventivo, a importância de ações pautadas em aprofundamento do conhecimento da realidade e a intervenção que possua por base o projeto ético-político da profissão. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei n. 8.662, de 7 de junho de 1993. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 8 jun. 1993. CFESS – Conselho Federal de Serviço Social. Código de Ética do Assistente Social. Brasília, 1993. SILVA, M. O. da S. e. Avaliação das políticas sociais, concepção e modelos analíticos. Serviço Social e Sociedade, n. 53, p. 74-79. São Paulo: Cortez, 1997. UNINTER. Regulamento de Estágio Supervisionado em Serviço Social. Curitiba, 2018.
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