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1 Ana Catarina Rios – Odontologia – UFAL Características Gerais dos Instrumentos Periodontais Patogênese Segundo a Merriam Webster’s Collegiate Dictionary, a patogênese é definida como “a origem e o desenvolvimento de uma doença”, ou seja, a forma como o agente causal provoca a doença. Em termos gerais, a patogênese de uma doença é o: mecanismo pelo qual um ou mais fatores causadores produz a doença. O conhecimento da patogênese periodontal evoluiu ao longo dos anos. As filosofias de tratamento também mudaram em paralelo ao aumento da compreensão dos processos da doença. História da Periodontia Mundo Clássico: 460 a.C – 377 a.C: • Grécia. • Hipócrates de Cós, o pai da Medicina moderna, discutiu a função e erupção dos dentes e a etiologia da doença periodontal. Ele acreditava que a inflamação das gengivas poderia ser causada pelo acúmulo de “pituíta” ou cálculo, com a hemorragia gengival ocorrendo em casos de enfermidades esplênicas persistentes. 25 a.C – 50 d.C: • Roma. • Aulo Cornélio Celso fez referências às doenças que afetam as partes moles da boca e seus tratamentos, incluindo a higiene bucal. 625 d.C – 690 d.C: • Roma. • Paulo de Égina escreveu que os depósitos de tártaro deveriam ser removidos com raspadores ou com uma pequena lima e que os dentes deveriam ser cuidadosamente limpos após a última refeição do dia. Idade Média: 936 – 1013: • Espanha. • As contribuições de Albucasis para a Odontologia e a Periodontia foram realizações espetaculares. Ele possuía uma clara compreensão do papel etiológico principal dos depósitos de cálculos e descreveu as técnicas de raspagem dos dentes com a utilização de um conjunto de instrumentos desenvolvidos por ele, a esplintagem (fixação) de dentes com mobilidade utilizando fios de ouro e o preenchimento de anormalidades oclusais grosseiras. Renascença: 1385 – 1468: • Turquia. • O trabalho de Albucasis foi expandido durante o século XV pelo autor turco Serefeddin Sabuncuoglu, que incluiu ilustrações da remoção cirúrgica de gengiva hipertrófica e edemaciada e do freio lingual. A terapia medicamentosa deveria ser iniciada se as gengivas estivessem edemaciadas, os dentes com mobilidade e com formação de pus. Se não houvesse resposta, o tratamento cirúrgico deveria ser realizado. Um tubo era colocado nas gengivas e um cautério quente era inserido dentro da cânula para cauterizar o tecido gengival. O Século XVIII: 1678: • Europa (França e Inglaterra). • Pierre Fauchard é amplamente considerado o pai da profissão de cirurgião-dentista. Seu livro abrangia todos os aspectos da prática odontológica, incluindo Odontologia restauradora, prótese, cirurgia bucal, periodontia e ortodontia. • Fauchard descreveu em detalhes seus instrumentos periodontais e a técnica de raspagem para o uso dos mesmos. 2 Ana Catarina Rios – Odontologia – UFAL Após diversos anos de estudos, chegou-se a seguinte conclusão: • A doença periodontal resulta de uma interação complexa entre o biofilme subgengival com os eventos inflamatórios do hospedeiro que se desenvolvem nos tecidos gengivais e periodontais em resposta aos desafios apresentados pelas bactérias. Gengivite e Periodontite É geralmente aceito que a gengivite precede a periodontite, mas está claro que nem todos os casos de gengivite evoluem para a periodontite. Com a gengivite, a lesão inflamatória fica confinada à gengiva. No entanto, com a periodontite, os processos inflamatórios se estendem também ao ligamento periodontal e ao osso alveolar. Os efeitos dessas mudanças inflamatórias é o rompimento das fibras do ligamento periodontal, resultando na perda clínica de inserção juncional e reabsorção do osso alveolar. Periodontite: Durante os anos 1970 e 1980, a placa bacteriana era considerada, de maneira geral, a causa principal da periodontite. Naquela época, aceitava-se que a higiene oral deficiente levava ao maior acúmulo de placa, o que por sua vez resultava em doença periodontal. Havia muitos indivíduos com higiene oral deficiente que não desenvolviam doença periodontal avançada e, por outro lado, havia indivíduos desafortunados que, apesar da boa higiene oral e adesão aos protocolos de tratamento periodontal, continuavam a sofrer destruição periodontal progressiva. Instrumentos Periodontais Existem diversos tipos de instrumentos periodontais manuais no mercado, como: • Curetas • Foices • Enxadas • Limas • Cinzéis • Sondas De maneira geral, os instrumentos periodontais podem ser divididos em 3 partes básicas: • Lâmina ou Ponta Ativa • Haste • Cabo A lâmina é a ponta ativa. A haste conecta a lâmina ao cabo e serve para facilitar o acesso ao dente. O tamanho da haste determina o dente que pode ser acessado, enquanto a angulação determina a face do dente. Curetas: Existem três tipos de curetas: Gracey e Universal. Biofilme Doença Periodont al Eventos Imunoinfl amatórios 3 Ana Catarina Rios – Odontologia – UFAL As curetas Gracey são instrumentos indicados para raspagem e alisamento supra e subgengival, possuindo apenas uma superfície de corte. Assim, é necessário determinar a borda cortante através da inspeção visual da lâmina de corte. Existem diversos tipos de curetas Gracey, pois a forma de cada uma das curetas favorece a sua utilização em determinadas superfícies dos dentes. Cureta Gracey 5- 6 Cureta Gracey 7- 8 Cureta Gracey 11- 12 Cureta Gracey 13-14 Todas as faces de dentes anteriores e pré- molares Faces livres de dentes posteriores Face mesial de dentes posteriores Faces distais de dentes posteriores As curetas universais, também chamadas de curetas McCall, são indicados para raspagem supragengival devido a sua borda cortante estar presente dos dois lados (ou seja, possuem 2 superfícies de corte e não possuem angulação). Tais instrumentais recebem esse nome, pois podem ser utilizados em qualquer área supragengival. Cureta McCall 13-14 Cureta McCall 17-18 Todas as faces de dentes anteriores e pré-molares Todas as faces de dentes posteriores Foices: As foices são instrumentos indicados para raspagem supragengival devido a sua ponta afiada e por possuir borda cortante nos dois lados. Ponta Morse 0-00 Foice McCall 11-12 Faces mesial e distal de dentes anteriores e pré- molares Faces mesial e distal de dentes posteriores Enxadas: As enxadas são instrumentos com indicação para remoção de grandes massas de cálculo supragengival, para faces livres e proximais adjacentes a áreas desdentadas. Possuem ponta simples ou dupla. A ponta ativa é biselada. Limas: As limas são instrumentos de raspagem delicada, pois podem causar ranhuras com facilidade, já que possuem várias lâminas de corte e vários ângulos de corte. Têm formato arredondado e oval e extensão variada. Tais instrumentais são indicados para remoção de massas de cálculo subgengival, para faces livres e proximais adjacentes a áreas desdentadas. Quando utilizadas e maneira inadequada, as limas podem escavar e tornar as superfícies radiculares facilmente rugosas. 4 Ana Catarina Rios – Odontologia – UFAL Cinzéis: Os cinzéis são instrumentos retilíneos, desenhados para superfícies proximais e usados em dentes anteriores. Apresentam a extremidade final da ponta ativa biselada em 45°. Não são mais usadas devido ao pouco controle de movimentos que aumenta os riscos de um ferimento acidental. Sonda Periodontal: O único método preciso para detectar e medir as bolsas periodontais é a exploração cuidadosa com uma sonda periodontal. A ponta ativa é uma sonda milimetrada. A sonda periodontal deve ser inserida paralelamente ao longo eixo do dente e “caminhar” circunferencialmente em torno de cada superfície, a fim de detectaráreas de penetração mais profundas. Existem vários tipos de sondas, cada uma específica para uma situação. As principais são: Sonda Nabers Sonda Williams Sonda Carolina do Norte Sonda Michigan Sonda OMS Sondagem Profundidade à Sondagem (PS): • Distância da margem gengival ao fundo do sulco ou bolsa. Margem Gengival (MG): • Distância entre margem gengival e a junção cemento-esmalte. Nível de Inserção Clínica (NIC): • Distância da junção cemento-esmalte ao fundo do sulco ou bolsa. Quando há o envolvimento da furca (nos dentes multirradiculares), utiliza-se a sonda Nabers. Após a medição, o dente pode ser classificado em: • Grau 1: quando a sonda penetra até 3 mm horizontalmente. • Grau 2: quando a sonda penetra mais de 3 mm. • Grau 3: quando a sonda atravessa para o outro lado. Kit Básico para Raspagem O kit básico de raspagem em periodontia consiste em: • Cureta Gracey 5-6 • Cureta Gracey 7-8 • Cureta Gracey 11-12 • Cureta Gracey 13-14 • Ponta Morse 0-00 • Foice McCall 11-12 • Cureta McCall 13-14 • Cureta McCall 17-18
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