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RESUMO SOBRE MODERNISMO NO BRASIL (ARTE - HISTÓRIA DA ARTE - MOVIMENTOS ARTÍSTICOS)

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RESUMO SOBRE MODERNISMO NO BRASIL (ARTE - HISTÓRIA DA ARTE -
MOVIMENTOS ARTÍSTICOS)
“O modernismo no Brasil foi uma ruptura, foi um abandono consciente de princípios e de
técnicas, foi uma revolta contra a inteligência nacional”. (Mário de Andrade, in: O movimento
modernista, O Estado de São Paulo, 1942). Essa citação de Mário de Andrade resume bem
o que o modernismo representou para o Brasil do início do século XX.
O movimento modernista no Brasil teve seu pontapé inicial em 1912, quando Oswald de
Andrade volta de uma viagem à Europa, onde passou por países como França, Itália e
Alemanha. Ele volta trazendo consigo as novidades do velho continente, a queda da Belle
Époque e o novo discurso vanguardista que tomava conta do cenário intelectual e artístico
europeu. Dentre todos os artistas com quem conversou, Oswald ficou particularmente
contagiado pelo discurso de Felippo Marinetti, o idealizador do futurismo.
Nessa época vivíamos em um país dividido, com estilos de vida absolutamente destoantes.
Se por um lado víamos as regiões norte, nordeste e centro-oeste pobres e abandonadas,
que sobreviviam basicamente do comércio de commodities, víamos também as regiões sul
e sudeste que iniciavam sua industrialização a todo vapor, sedes da intelectualidade e da
aristocracia, onde se concentravam não só a maior parte do dinheiro, mas também o poder
de governar o país que era alternado entre São Paulo e Minas Gerais. E, foi precisamente
no Sudeste, mais especificamente no estado de São Paulo, que o modernismo começou a
ganhar contornos e nuances. Os contornos e nuances de Anita Malfatti.
As duas exposições de Anita, em 1914 e 1917, respectivamente, foram ainda que não
intencionalmente, a sintetização do discurso já inflamado de Oswald de Andrade. Suas
formas, cores e texturas que pretendiam, sobretudo, questionar os cânones estéticos que
legitimavam a obra e arte, escandalizaram a sociedade tradicionalista paulistana,
acostumada ao academismo da arte romântica e parnasiana, vigentes até então Anita e sua
arte com inspirações nitidamente expressionistas e fauvistas, não só abriram espaço para a
pintura no cenário artístico de São Paulo, que até então ignorava esta forma de arte, como
reuniu em torno de si a juventude intelectual do país, através das vozes de Oswald e Mario
de Andrade, que foram em sua defesa, já que esta recebeu duras críticas da imprensa do
país que se mostrou chocada com a nova estética que se apresentava.
A reunião destes jovens intelectuais ganharia ainda mais força, quando a este grupo
uniram-se o pintor Emiliano Di Cavalcanti e o escultor Victor Brecheret. Estes três artistas
Anita, Victor e Di podem ser considerados a trinca estimuladora de renovação das artes1 no
Brasil, aqueles que alavancariam o movimento modernista.
A arte feita no Brasil até então, era apenas uma repetição vazia e copiada do modelo
europeu colonizador, e já não satisfazia os jovens artistas que estavam surgindo. Estes,
mesmo que em sua maioria voltando do velho continente atônitos e inspirados pelo novo
discurso estético por lá criado, sentiam-se incomodados com a artificialidade da arte
nacional. E se faltava brasilidade na arte brasileira, este foi o impulso inicial para os
modernistas lançarem à terra suas sementes cujos frutos colhemos até os dias de hoje.
Começaram, pois, uma série de questionamentos: como construir uma identidade nacional
para o país através da arte? Como identificá-la com o povo que vive aqui?
Todo o processo de busca, desenvolvimento e consolidação estética destas respostas
acabou culminando no evento mais célebre deste movimento artístico que se iniciava no
Brasil.

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