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24 5° Período B | 3° AF | Técnicas cirúrgicas e Anestesiologia Maria Diva Costa Alves | @medivou Classificação e tratamento de feridas Prof. André de Mendonça | 26.05.2022 TRATAMENTO DAS FERIDAS HIPÓCRATES “Derrete a gordura de um porco velho e misture com resina e betume, espalhe em uma peça velha de roupa, esquente-a no fogo; aplique-a como atadura”. INTRODUÇÃO PELE • É o maior órgão do ser humano, forman- do 16% do peso corporal; • É dividida em camadas: epiderme, derme e membrana basal; FUNÇÕES • Termorreguladora; • Proteção, secreção, excreção de substân- cias, absorção (medicamentos), metabo- lismo (vitamina D), sensação; • Balanço hídrico; • Imagem corporal; Fatores que podem levar a complicação de uma ferida: → Perfusão → Fragilidade cutânea → Idade → Múltiplas abordagens cirúrgicas → Doenças graves → Sepse → Infecção → Nutrição • Avaliação da ferida; O QUE É FERIDA? Qualquer lesão no tecido epitelial, mucosas ou órgãos com prejuízo de suas funções bá- sicas. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS • Tempo; • Agente causal; • Grau de contaminação; TEMPO FERIDAS AGUDAS • Cirurgias ou traumas; • Respondem rapidamente ao tratamento e em geral cicatrizam sem complicações; • Podem ser tornar crônicas; FERIDAS CRÔNICAS • Cicatrização lenta; • Longa duração; • Complicações no processo e sequência ordenada de reparação tecidual; AGENTE CAUSAL LESÕES CIRÚRGICAS • Produzidas por um instrumento cortante, limpas, com bordas ajustáveis e passíveis de reconstrução; LESÕES TRAUMÁTICAS • Provocadas acidentalmente; • Mecânica; Lacerante: produzidas por tração, rasgo teci- dual que resulta em pequena abertura da pele possuem margens irregulares e com mais de um ângulo. Perfurantes: produzidas por objetos que le- vam a pequenas aberturas na pele. Há um predomínio da profundidade sobre o compri- mento. Contusas: produzidas por objetos rombo e caracterizadas por traumatismo das partes moles, hemorragia e edema. Química: iodo, cosméticos, ácido sulfúrico, etc. Física: frio, calor, radiação. Lesões ulcerativas: → Escavadas; → Circunscritas na pele; → Formadas pela morte e expulsão do teci- do; 25 5° Período B | 3° AF | Técnicas cirúrgicas e Anestesiologia Maria Diva Costa Alves | @medivou → Resultantes de traumatismo ou doenças relacionadas com o impedimento do su- primento sanguíneo; → Podendo ser decorrente de pressão, alte- rações vasculares e complicações do DM; GRAU DE CONTAMINAÇÃO LIMPAS Não apresentam sinais de infecção e feitas em condições assépticas. • Probabilidade de infecção é baixa; LIMPAS-CONTAMINADAS Apresentam contaminação grosseira, como em casos de acidentes domésticos ou em si- tuações cirúrgicas em que houve contato com o trato genital, por exemplo, porém a situação ainda é controlada. CONTAMINADAS Feridas acidentais com mais de 6 horas de trauma, onde a ferida entrou em contato com fezes ou urina. INFECTADA São aquelas que apresentam sinais nítidos de infecção como edema, calor, rubor e dor. COMPROMETIMENTO TECIDUAL • Superficiais: feridas com perda parcial do tecido; • Profundas: ferida com perda total de teci- do; AVALIAÇÃO SISTÊMICA • Idade: extremos de idade (neonatos e idosos), são vulneráveis a lesões de pele; • Estado nutricional: manutenção da integri- dade da pele e no processo de cicatriza- ção de feridas; • Emagrecimento: redução da camada gordurosa da pele; • Anemia: diminui a quantidade de O² para fibroblastos; • Desnutrição: → Alteração na produção de anticorpos; → Diminuição na produção de leucócitos; → Diminuição na resistência imunitária; → Alteração da síntese de colágeno; • Doenças pré-existentes; • Diabetes: microangiopatia diabética e hi- perglicemia; • Neoplasias; • Doenças coronarianas, doença vascular periférica, cardiovasculares e doenças auto-imunes; • Uso de drogas sistêmicas: corticoides, substâncias vasoativas, anti-inflamatórios e imunossupressores; • Esteroides: diminui a espessura da pele e resistência a tensão, compromete o siste- ma imunológico aumentando risco de in- fecção e deiscência de feridas; • História de TVP, hipertensão, estresse e ou- tras; AVALIAÇÃO LOCAL Localização anatômica da ferida. LEITO E CARACTERÍSTICAS • Forma; • Tamanho; • Profundidade (rasa ou profunda); • Margens; • Pele perilesional; TIPOS DE TECIDO TECIDO VIÁVEL • Tecido de granulação; Tecido de epitelização. 26 5° Período B | 3° AF | Técnicas cirúrgicas e Anestesiologia Maria Diva Costa Alves | @medivou TECIDO INVIÁVEL Tecido desvitalizado. Esfacelo: • Tecido necrosado de consistência delga- da; • Coloração amarela; • Podem estar firmes ou frouxamente aderi- dos no leito e nas bordas da ferida; Escara: • Tecido necrosado de consistência firme, dura e seca; • Coloração amarronzada ou preta; • Muitos utilizam o nome errado como úlce- ra de pressão; MENSURAÇÃO DA LESÃO Extensão (cm²): comprimento x largura. LEITO DA FERIDA • Exsudato: água, eletrólitos, nutrientes, me- diadores inflamatórios, enzimas, fatores de crescimento e etc.; • Odor: ausente, fraco, moderado ou inten- so; • Dor; BORDAS E MARGENS DA FERIDA • Fornece informações importantes referen- tes às condições da etiologia; • Pele ao redor; • Planejamento das intervenções; REGIÃO PERILESIONAL • Avaliar o aspecto (pele íntegra, macera- da, endurecida, queratose); • Cor (hiperemia, esbranquiçada); • Edema; • Temperatura (normal, quente ou fria); • Pulso (ausente, fraco, normal); SINAIS DE INFECÇÃO CONTAMINAÇÃO Presença transitória de microrganismos na superfície da ferida, porém sem multiplicaçõ- es, invasão tecidual ou problemas clínicos. COLONIZAÇÃO Há crescimento e multiplicação de microrga- nismos na superfície da ferida, porém sem causar danos aos tecidos. INFECÇÃO Microrganismos se multiplicam e invadem te- cidos causando problemas locais ou doença sistêmica. TRATAMENTO DE FERIDAS • Limpeza; • Desbridamento (atenção individualizada); ESCOLHA DA COBERTURA A indicação de uma cobertura deve estar ancorada nos seguintes objetivos: • Eliminar tecido não-viável; • Minimizar o risco de infecção; • Atender às características da ferida; • Atender às metas da terapia para o paci- ente e família; • Ser prático para o paciente e família; • Ser prático para o paciente e família; • Ter boa relação custo/benefício; • Estar disponível; As coberturas especiais são uma forma de tratamento das feridas e sua escolha depen- de de fatores intrínsecos como: • Idade; • Imobilidade e estado nutricional; • Doenças associadas; • Medicamentos contínuos e drogas imu- nossupressoras; 27 5° Período B | 3° AF | Técnicas cirúrgicas e Anestesiologia Maria Diva Costa Alves | @medivou TRATAMENTOS • Controle da população bacteriana (sulfa- diazina de prata e carvão ativo impreg- nado); • Tratamento do exsudato: alginatos e car- vão ativado impregnado com prata; • Estimulação de tecido de granulação; • Tratamento de feridas com pressão subat- mostérica; • Oxifenoterapia hiperbárica; • Aplicação de fatores de crescimento; • Promoção de epitelização: óleos e hidro- colóides; LESÃO POR PRESSÃO • Ferida localizada na pele e/ou tecido sub- jacente, normalmente sobre uma proemi- nência óssea, em resultado da pressão ou de uma combinação entre forças de compressão e tração tecidual; • Apresentada em pele íntegra ou como úl- cera aberta e pode ser dolorosa; ESTÁGIO 1 Pele íntegra com eritema que não embra- quece. • Não formou úlcera ainda; • Consegue reverter; • Lesão superficial, mas se deixar sem trata- mento evolui para estágio 2; ESTÁGIO 2 Perda de pele em sua espessura parcial com exposição da derme. • Curativos tópicos, óleos;• Paciente precisa mudar o hábito de aca- mado nessa região; • Se tratar, não evolui para estágio 3; ESTÁGIO 3 Perda da pele em sua espessura total. • Gordura é visível; • Tecido de granulação esfacelo e/ou es- cara pode estar visível; ESTÁGIO 4 Perda da pele em sua espessura total. • Perda tissular; • Exposição ou palpação direta da fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso; 28 5° Período B | 3° AF | Técnicas cirúrgicas e Anestesiologia Maria Diva Costa Alves | @medivou LESÃO POR PRESSÃO NÃO CLASSIFICÁVEL Perda da pele em sua espessura total e per- da tissular não visível. • Tissular profunda: coloração vermelho es- cura, marrom ou púrpura, persistente e não branqueável;
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