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planejamento institucional

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Código Logístico
59771
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-65-5821-003-0
9 7 8 6 5 5 8 2 1 0 0 3 0
Planejamento 
Institucional
Ana Maria Soek
IESDE BRASIL 
2021
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A.
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200
Batel – Curitiba – PR
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
© 2021 – IESDE BRASIL S/A.
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito da autora e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: graphixmania/a Sk/Rashad Ashur/Shutterstock
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
S664p
Soek, Ana Maria
Planejamento institucional / Ana Maria Soek. - 1. ed. - Curitiba [PR] : 
IESDE, 2021. 
82 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5821-003-0
1. Planejamento educacional. 2. Escolas - Organização e administra-
ção. 3. Gestão da qualidade total na educação. I. Título.
21-68625 CDD: 371.2
CDU: 37.091
Ana Maria Soek Doutoranda e mestre em Educação pela Universidade 
Federal do Paraná (UFPR). Especialista em Organização 
do Trabalho Pedagógico pela UFPR, em Neuropsicologia 
pelo Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão 
(IBPEX) e em Educação a Distância pela Faculdade 
Internacional (Facinter). Graduada em Pedagogia pela 
UFPR. Atua na orientação de carreiras e em cursos de 
pós-graduação em Educação com temáticas da área 
de Educação de Jovens e Adultos, educação de adultos 
ao longo da vida, coaching e desenvolvimento pessoal 
e profissional. Autora e editora de livros didáticos e 
paradidáticos e de materiais para ensino a distância 
(EaD). Autora organizadora da coletânea Mediação 
Pedagógica na Educação de Jovens e Adultos.
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
SUMÁRIO
1 Princípios epistemológicos e pedagógicos do planejamento 9
1.1 Planejamento institucional: conceitos básicos 10
1.2 Dimensões do trabalho coletivo 19
1.3 Conceitos de gestão escolar e gestão democrática 22
2 Planejamento estratégico institucional 27
2.1 Sujeitos da escola 28
2.2 Planejamento participativo 34
2.3 Cultura escolar, currículo e qualidade no ensino 37
3 Integração entre planejamento e avaliação institucional 45
3.1 Avaliação institucional 46
3.2 Sistemas de avaliação 49
3.3 Diagnóstico, marco referencial e programação 54
4 Autonomia e identidade institucional 60
4.1 Conceito e concepção de projeto político-pedagógico 61
4.2 Escola, comunidade e diversidade 69
4.3 Construindo a identidade da escola 72
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
Você já parou para pensar que, para tudo que vamos fazer, 
precisamos de planejamento? Seja uma lista de compras ou uma 
organização mais detalhada de uma viagem ou de uma festa, por 
exemplo. Os mais céticos dirão “eu não planejo, deixo a vida me 
levar!”, mas até nisso há um plano, que é “deixe a vida me levar!”. 
E quando planejamos, sentimos a necessidade eventualmente de 
avaliar, reavaliar ou replanejar, conforme necessidade.
Em uma das passagens mais emblemáticas do clássico 
literário Alice no País das Maravilhas, Alice pergunta ao gato qual 
caminho ela deve seguir. Ele responde que isso depende do 
lugar para onde ela quer ir. “Mas eu não sei para onde quero ir”, 
responde Alice. “Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho 
serve!”, completa o gato. Esse diálogo traduz bem o que deve ser 
a essência para se falar de planejamento. Se você não sabe o que 
planejar e qual caminho seguir, qualquer um vai servir!
Esta obra versa sobre o planejamento institucional, desde o 
planejamento estratégico e participativo, os princípios de gestão 
democrática, os valores, a missão e os objetivos das instituições, 
além da avaliação de forças e de fraquezas, até o replanejamento, 
quando necessário.
Por voltada à gestão escolar, esta obra perpassa pelo setor de 
educação no Brasil: os princípios de autonomia e de identidade 
escolar, a gestão democrática e o projeto político-pedagógico. 
Perpassa também a inter-relação entre políticas educacionais 
e planejamento institucional, imagem, planejamento e visão de 
futuro da instituição.
Além disso, é igualmente necessário falar de avaliação 
institucional, de plano de desenvolvimento da instituição escolar 
diante dos indicadores e de sistemas de monitoramento de 
avaliações externas e internas, de modo a monitorar, a reavaliar, 
a planejar e a replanejar continuamente.
APRESENTAÇÃOVídeo
8 Planejamento Institucional
Para planejar é preciso saber aonde se quer chegar e, no caso do 
planejamento institucional, saber o que se propõe e aonde se quer chegar é o 
marco referencial para iniciar qualquer projeto, atividade e missão. É preciso 
ter os objetivos bem claros!
É disso que trata esta obra. Desejamos que este conhecimento seja 
importante para sua formação.
Bom estudo!
Princípios epistemológicos e pedagógicos do planejamento 9
1
Princípios epistemológicos 
e pedagógicos do 
planejamento
Neste capítulo trataremos de uma forma exclusiva do pla-
nejamento institucional, o qual envolve uma instituição ou os 
objetivos de um coletivo.
Planejar é uma ação inerente aos seres humanos. Estamos 
sempre planejando algo. Planejamos aonde vamos, o que vamos 
fazer e o que vamos comer. Também viagens, compras, casa, 
carreira, família etc. Seja qual for o âmbito, pessoal ou institucio-
nal, uma coisa é certa: quando falamos de planejamento, preci-
samos ter clareza de onde queremos chegar.
O objetivo deste capítulo é fazer com que você entenda as 
concepções e os conceitos básicos de planejamento e de plano 
de ensino, seus princípios epistemológicos e pedagógicos, suas 
funções e seus níveis de utilização no contexto educacional, 
bem como os limites e as possibilidades do trabalho coletivo 
dentro da ideia de gestão democrática. Para tanto, vamos abor-
dar o que é planejamento, a articulação entre planejamento e 
a avaliação institucional, o planejamento escolar na legislação 
educacional e seus subsídios para a prática pedagógica nas 
dimensões do trabalho coletivo, e os conceitos e os princípios 
relacionados à gestão escolar e à gestão democrática.
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1.1 Planejamento institucional: 
conceitos básicos Vídeo
Planejar ou fazer planos faz parte da vida de qualquer pessoa. Mas e 
quando o planejamento deve ser macro? Quando envolve a vida de mais 
de uma pessoa ou de muitas pessoas? Quando passa a ser instituciona-
lizado? De que forma de planejamento estamos falando quando se trata 
de instituições com finalidades educacionais?
E para você, o que é planejar? Como você definiria planejamento?
No âmbito específico da área educativa, vamos tratar do que é um 
planejamento maior dentro da ideia de planejamento institucional: o pla-
nejamento pedagógico. O que caracteriza essa forma de planejamento, 
que traz em seu cerne ser intencional, sistematizada, com vias à forma-
ção de algo ou alguém? Quais variáveis perpassam pelo planejamento 
das instituições educacionais no Brasil da atualidade?
A legislação que rege e regulamenta as instituições educacionais no 
Brasil, em seus níveise suas modalidades de ensino, é a Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional (LDB) n. 9.394/1996. Nela são apresenta-
dos os conceitos básicos da educação nacional bem como as concepções 
e os princípios educacionais desde a educação básica (que abrange a 
educação infantil, o ensino fundamental, o ensino médio e suas diferen-
tes modalidades) ao ensino superior.
Para melhor entender esses conceitos basilares, exploraremos a 
ideia de planejamento institucional com base na legislação educacional, 
no contexto de redemocratização, ao trabalharmos os ideais de gestão 
democrática, apresentando inicialmente o conceito de planejamento, 
suas funções, seus níveis de utilização na educação e seus subsídios para 
a prática pedagógica.
Vasconcellos (2010, p. 35) afirma que planejar é “an-
tecipar mentalmente uma ação a ser realizada, é agir de 
acordo com o previsto, é buscar algo incrível, essencial-
mente humano: o real comandado pelo ideal”.
Já na concepção de Souza et al. (2005, p. 4):
em virtude da complexidade cada vez maior 
atribuída à tarefa de educar, a necessidade do 
Para mais informações, 
você pode ler na íntegra a 
Lei n. 9.394/1996 no link 
a seguir.
Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l9394.htm. Acesso em: 8 dez. 2020.
Leitura
10 Planejamento Institucional
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
Princípios epistemológicos e pedagógicos do planejamento 11
planejamento impõe-se como ação imprescindível. Planejar im-
plica em pelo menos três movimentos: que se tenha clareza de 
onde se quer chegar; que se consiga dimensionar a que distância 
se está desse ponto de chegada; e que se defina o que se deve 
fazer para diminuir essa distância.
A ação de planejar envolve:
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Organizar Sistematizar Prever Decidir
No contexto educacional, consiste em: 
Ato 
pedagógico
Ato 
político
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A forma como planejamos está atrelada à nossa visão de mun-
do, com seus limites e suas possibilidades. Do mesmo modo, nas 
instituições escolares, ao concebermos um planejamento, es-
tão implícitos determinados posicionamentos epistemológicos e 
pedagógicos.
Existem várias correntes e tendências pedagógicas. No Qua-
dro 1 as apresentamos junto de algumas definições e abordagens 
com base no estudo de Mizukami (1986) sobre as abordagens do 
processo de ensino, no qual o autor investiga como os professores 
veem as tendências pedagógicas. Cada abordagem vai defender 
uma concepção de educação e uma visão de mundo e de forma-
ção. Ao definir as estratégias educativas em um ato de planeja-
mento pedagógico, notamos como as visões que perpassam por 
essas escolhas e tomadas de decisão vão envolver igualmente um 
posicionamento político, uma visão de mundo e um ideal do que 
se quer formar.
Para compreender o que 
significa planejar e para 
diferenciar uma ação 
intencional planejada de 
uma não planejada, assista 
ao curta-metragem 
Ormie, the pig, publicado 
pelo canal movie anima-
tion. Nele são detalhadas 
as peripécias de um 
porquinho para atingir 
sua meta.
Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=BjGR1rk_
C0U. Acesso em: 8 dez. 2020.
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=BjGR1rk_C0U
https://www.youtube.com/watch?v=BjGR1rk_C0U
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12 Planejamento Institucional
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6.
Princípios epistemológicos e pedagógicos do planejamento 13
Notemos que em cada modelo de abordagem é evidenciada uma 
ideia de indivíduo e de formação, e para cada ideal de ser humano 
corresponderá um tipo de abordagem da educação e das relações de 
ensino-aprendizagem.
O filósofo Álvaro Viera Pinto (2005, p. 35), ao abordar o que é edu-
cação, deixa explícita essa “dependência do conceito de homem”. Para 
o autor, “a educação é considerada como o procedimento de transfor-
mação do não homem em homem. [...] Daí que a educação seja uma 
forma particular de responsabilidade da ação entre os homens”. Por 
isso, ao optarmos por determinada forma de planejamento, estamos 
escolhendo o caminho que iremos trilhar e aonde queremos chegar. 
Isso implica fazer escolhas, portanto, temos que tomar por referência a 
função social da escola no ato educativo planejado, visando à melhoria 
da qualidade de ensino e optando por um ideal de formação e uma 
visão de mundo e de ser humano em formação.
Porém, antes de entender esses princípios do planejamento pe-
dagógico, precisamos ter clareza sobre a seguinte questão: o que é 
educação? Afinal, ela será o eixo norteador para qualquer forma de 
planejamento educacional. Com vistas a essa definição, em termos 
educacionais, é que vamos entender para que planejar.
Pinto (2005) traz uma definição bastante completa do que é 
educação: 
É um processo: é o decorrer de um fenômeno (a formação do 
indivíduo) no tempo, ou seja, um processo histórico.
É um fato existencial: refere-se ao modo como (por si mesmo e pelas 
ações exteriores que sofre) o ser humano se faz humano. Podemos 
dizer, em outra versão da definição, que é o processo pelo qual os 
indivíduos adquirem sua essência (real, social, não metafísica).
É um fato social: refere-se à sociedade como um todo. É determinada 
pelo interesse que move a comunidade a integrar todos os seus 
membros à forma social vigente (relações econômicas, instituições, 
usos, ciências, atividades etc.). É o procedimento pelo qual a sociedade 
se reproduz ao longo de sua duração temporal.
(Continua)
YAKOBCHUK VIACHESLAV/Shutterstock
14 Planejamento Institucional
Princípios epistemológicos e pedagógicos do planejamento 15
É um fenômeno cultural: não somente os conhecimentos, as 
experiências, os usos, as crenças, os valores etc. a serem transmitidos 
ao indivíduo, mas também os métodos utilizados pela totalidade 
social para exercer sua ação educativa são parte do fundo cultural da 
comunidade e dependem do grau de seu desenvolvimento.
É uma relação de saber e de poder: a educação não pode se conectar 
à formação uniforme de todos os seus membros, pois, por um 
lado, é excessivo o número de dados a transmitir; por outro, não há 
interesse nem possibilidade de formar indivíduos iguais, já que se 
busca manter a desigualdade social presente.
É uma atividade teleológica: a formação do indivíduo sempre visa a um 
fim. Está sempre “dirigida para”.
Desenvolve-se sobre o fundamento do processo econômico da sociedade: 
dita os fins gerais da educação, que determinam se em uma dada 
comunidade serão formados indivíduos de níveis culturais distintos, 
de acordo com sua posição no trabalho comum (na sociedade 
fechada, dividida) ou se todos devem ter as mesmas oportunidades e 
possibilidades de aprender (sociedades democráticas).
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É uma modalidade de trabalho social: para compreendê-la é necessário 
utilizar as categorias histórico-antropológicas dialéticas, que definem 
o conceito de trabalho.
É por essência concreta: pode ser concebida a priori, mas o que a 
define é sua realização objetiva, concreta. A realização depende das 
situações históricas objetivas, das forças sociais presentes, de seu 
conflito, dos interesses em causa, da extensão das massas privadas 
de conhecimento etc.
É por natureza contraditória: implica simultaneamente conservação 
(dos dados do saber adquirido) e criação, ou seja, crítica, negação e 
substituição do saber existente.
É um processo exponencial: isto é, multiplica-se por si mesma com sua 
própria realização. Quanto mais educado, mais o sujeito necessita 
se educar e, portanto, exige mais educação. Como esta jamais está 
acabada, uma vez adquirido o conhecimento existente (educação 
transmissiva), ingressa-se na fase criadora do saber (educação 
inventiva).
16 Planejamento Institucional
Existem correntes que ao defender a ideia de que a ação do pla-
nejamento institucional será sempre político-pedagógica, sustentam 
que se explicitem tais fundamentos político-pedagógicos. Outras cor-
rentes já defendem que a ação é inerente a outras ações que o ato 
de planejar exigirá. A questão é que tratar de planejamento é falar de 
tomada de decisões, escolhas e visões de mundo, e nesse sentido não 
há como ser neutro. Exige-se um posicionar-se. Portanto, toda ação 
pedagógica será sempre política.
Se a escola prepara para alguma coisa, deve ser para a própria 
vida, mas esta entendida como o viver bem, no desfrute de todos 
os bens criados socialmente pela humanidade.
A materialidade desses ideais de formação culminará nas ações 
do planejamento e dos planos de ensino das instituições. Vamos 
inicialmente entender essa diferença entre planejamento e plano 
para então conferir como podem ocorrer na realidade.
Enquanto o planejamento consiste em uma atividade processual, contínua e 
dinâmica para intervir em uma realidade. 
O plano representa a materialidade, o documento de registro do planeja-
mento. Este precisa ser entendido como instrumento orientador do trabalho 
pedagógico, a sistematização das propostas do trabalho educativo.
No âmbito do ensino podemos falar ainda de planejamento do-
cente, que envolverá conteúdos, objetivos, metodologias, estraté-
gias e recursos didáticos, e de critérios de avaliação, que passam a 
materializar os chamados planosde aula, por exemplo.
Já no âmbito do currículo, o planejamento curricular irá contem-
plar a seleção e a reflexão dos conteúdos essenciais à formação, 
representando o ponto de encontro entre o nível do macrocontex-
to e do microcontexto, constituindo os conteúdos escolares a se-
rem ensinados.
Na dependência do conceito de planejamento, além dessa ques-
tão curricular, temos as questões ligadas às práticas de avaliação 
tanto do macrocontexto quanto do microcontexto.
Princípios epistemológicos e pedagógicos do planejamento 17
Quadro 2
Níveis de planejamento
Planejamento Onde acontece Exemplo
Macrocontexto
Refere-se a um contexto mais 
amplo, das políticas educacio-
nais para os sistemas de ensino.
Materializam-se planos de ensi-
no em forma de um documen-
to como a BNCC.
Microcontexto
É o planejamento realizado nas 
instituições escolares com 
base na sua gestão e organiza-
ção, respeitando as dinâmicas, 
os tempos e os espaços.
Projeto político-pedagógico (PPP) 
da escola, que irá se transformar 
em ações educativas.
Fonte: Elaborado pela autora.
A avaliação no macrocontexto, em larga escala, auxilia na formulação 
de políticas curriculares e na avaliação institucional de escolas e universi-
dades, por exemplo, que também fazem parte das discussões curriculares 
e  sinalizam  a relevância da atuação dos conselhos de educação, como 
o Conselho Nacional de Educação (CNE), os Conselhos Estaduais de 
Educação (CEE) e os Conselhos Municipais de Educação (CME).
Já no caso da avaliação no microcontexto, farão parte as avaliações 
em sala de aula feitas por cada professor, como testes e provas e os 
chamados conselhos de classe.
Como vimos, o planejamento é uma atividade inerente ao ser hu-
mano e crucial para a prática pedagógica. Muito mais do que um ins-
trumento da burocracia escolar, é o processo de reflexão crítica do 
professor sobre a sua prática e a sua intencionalidade, tendo como seu 
produto o plano de aula ou os projetos escolares.
Segundo Fusari (1990), para a elaboração de um plano, seja ele de en-
sino, de disciplina, de projeto didático ou de projeto político-pedagógico, 
há algumas perguntas-chave feitas pelo professor na sua reflexão críti-
ca e coletiva do que pretende atingir (por que e para que), a fim de po-
der estruturar os objetivos, os conteúdos, a metodologia e a avaliação. 
O autor sintetiza essas questões e afirma que 
a escola pode e deve encontrar outras formas de lidar com o 
planejamento do ensino e com seus desdobramentos em planos 
e projetos. 
É importante desencadear um processo de repensar todo o en-
sino, buscando um significado transformador para os elementos 
curriculares básicos:
• objetivos da educação escolar (para que ensinar e aprender?);
• conteúdos (o que ensinar e aprender?);
• métodos (como e com o que ensinar e aprender?);
• tempo e espaço da educação escolar (quando e onde ensinar 
e aprender?);
• avaliação (como e o que foi efetivamente ensinado e aprendi-
do?). (FUSARI, 1990, p. 46)
Dessa forma, para se definir quais são os objetivos de ensino, é funda-
mental refletirmos sobre para que ensinar e aprender, o que se preten-
de e se espera do ensino. Com relação aos conteúdos de aprendizagem, 
devemos indagar o que ensinar e aprender; tão importante também é o 
como ensinar e aprender, pois envolve os métodos enquanto se pensa 
nos tempos e nos espaços em que a aprendizagem pode acontecer. No 
que tange à avaliação, o questionamento segue na direção de compreen-
der como e o que foi ensinado e aprendido.
Em síntese, para a devida sistematização do plano de ensino, deve-
mos ir além de modelos e formulários padronizados para preenchimento. 
Cabe a cada escola definir os seus caminhos para pensar e repensar o 
ensino, e como guia há alguns elementos básicos, como objetivos, conteú-
dos de aprendizagem, metodologia, tempos e espaços e avaliação.
Assim, quando falamos de planejamento nos reportamos a um 
processo contínuo e dinâmico, portanto permanente.
Uma importante característica do planejamento é o seu caráter 
processual. O ato de planejar não se reduz ao momento da ela-
boração dos planos de trabalho. É uma atividade permanente de 
reflexão e ação. O planejamento é um processo contínuo de co-
nhecimento e análise da realidade escolar em suas condições con-
cretas, de busca de alternativas para a solução de problemas e de 
tomada de decisões, possibilitando a revisão dos planos e projetos, 
a correção no rumo das ações. O caráter de processo indica, tam-
bém, que um plano prévio é um roteiro para a prática, ele antecipa 
mentalmente a prática, prevê os passos a seguir, mas não pode de-
terminar rigidamente os resultados, pois estes vão se delineando 
no desenvolvimento do trabalho, implicando permanente ação, 
reflexão e deliberação dos educadores sobre a prática 
em curso. (LIBÂNEO, 2004, p. 150)
Nesse sentido planejar significa a ativida-
de, a ação que se quer realizar para mudar 
algo, pois se for para manter tudo como 
está, qual é o sentido de se planejar?
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18 Planejamento Institucional
Princípios epistemológicos e pedagógicos do planejamento 19
Planejar representa algo que se pretende fazer, modificar ou manter. 
Essa ação se relaciona a uma concepção de planejamento, a uma refle-
xão feita com base no olhar para determinada realidade. Para tanto, outro 
fundamento do planejar implica avaliar (o que se tem e aonde se quer 
chegar). Aqui podemos ainda incluir o constante (re)planejar e (re)avaliar.
Tanto o planejamento  quanto  a avaliação  têm  caráter diagnósti-
co, processual e contínuo, com vistas a contribuir com o processo de 
ensino-aprendizagem.
O planejamento vai materializar os planos de ensino e os projetos da 
escola. Estes serão uma sistematização das ideias e ações intencionais que 
orientarão o trabalho pedagógico. No âmbito da escola, o plano de ensino 
contemplará as atividades de ensino-aprendizagem com base nos obje-
tivos, nos valores, nas atitudes, nos conteúdos e nos modos de agir por 
parte dos professores e demais profissionais da educação. Assim, o plane-
jamento não é uma ação individual, mas sim uma elaboração coletiva. En-
quanto planejamos, é importante buscarmos a mediação entre o ideal e o 
real, objetivando consolidar uma gestão democrática e participativa.
Para saber mais sobre 
planejamento, sugerimos 
o estudo do artigo O planeja-
mento do trabalho pedagó-
gico: algumas indagações e 
tentativas de respostas, de 
José Cerchi Fusari. 
Disponível em: http://www.
crmariocovas.sp.gov.br/pdf/
ideias_08_p044-053_c.pdf. Acesso 
em: 8 dez. 2020.
Leitura
Quais são os itens a serem 
considerados ao fazermos um 
planejamento de ensino e quais 
os seus desdobramentos em 
planos e projetos educacionais? 
Exemplifique com questões do 
cotidiano escolar.
Atividade 1
1.2 Dimensões do trabalho coletivo 
Vídeo Sobre os princípios epistemológicos e pedagógicos do planeja-
mento, poderíamos dizer que o planejamento e a gestão são a alma 
da escola, porém seria um grande engano. Quem conhece o cotidia-
no escolar e as relações que se estabelecem em seu espaço sabe 
das relações pedagógicas que ocorrem entre professores e alunos, 
professores e outros professores, professores e gestores escolares 
e gestores e comunidade. Ou seja, a essência do trabalho coletivo e 
as relações que ali se estabelecem e se ressignificam são de fato a 
alma da escola.
As relações pedagógicas ditarão o que ocorrerá no interior da es-
cola. Em muitas obras encontramos a gestão como um fim, ou objeti-
vo, a razão de ser da educação, porém gestor nenhum, nem o melhor 
professor do mundo, nem aquele aluno genial conseguirão êxito so-
zinhos em uma empreitada que por essência é de natureza coletiva. 
Um bom gestor nunca vai conseguir atingir seus resultados institucio-
nais sozinho, pois a essência de uma boa gestão é o trabalho coletivo, 
participativo e colaborativo.
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_08_p044-053_c.pdf
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_08_p044-053_c.pdfhttp://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_08_p044-053_c.pdf
20 Planejamento Institucional
De acordo com Cury (2007, p. 494), o trabalho de uma equipe ges-
tora implica:
transparência e impessoalidade, autonomia e participação, li-
derança e trabalho coletivo, representatividade e competência. 
Voltada para o processo de decisão baseado na participação e na 
deliberação pública, a gestão democrática expressa um anseio 
de crescimento dos indivíduos como cidadãos e do crescimento 
da sociedade democrática. Por isso a gestão democrática é a ad-
ministração de uma gestão concreta.
Nesse sentido, a gestão seria um instrumento a mais a serviço do 
desenvolvimento e da qualidade de ensino, assim como é a avaliação. 
Esse entendimento é de supra importância, pois vamos encontrar não 
só nas teorizações, mas no ideário da cultura escolar, a ideia do papel 
do gestor ou da equipe de gestão administrativa como se tivesse um 
domínio sobre as outras instâncias da escola, inclusive a pedagógica.
Essa ideia precisa ser esclarecida, pois, em uma relação de fato demo-
crática, horizontal, não faz sentido falarmos de qualquer espécie de subor-
dinação, ainda mais no âmbito da educação pública, que carrega a essência 
da democratização em todas as instâncias. De acordo com a Constituição 
Federal (BRASIL, 1988), todo serviço público tem consigo a marca dos prin-
cípios democráticos de igualdade, universalidade e laicidade.
Por isso, em se tratando de planejamento institucional educacional, 
não faz sentido falarmos de ações individuais, já que sempre envolve-
rá um coletivo, suas relações e o retorno social igualmente coletivo. De 
acordo com Souza et al. (2005, p. 19), “o trabalho pedagógico possui uma 
natureza sempre coletiva, ainda que todas as ações da escola convergem 
para um mesmo alvo: a formação do aluno”.
Pensar em estratégias coletivas de participação não significa que 
haverá sempre um consenso, mas que deve ser esse o objetivo a ser 
perseguido. Afinal, é marca das discussões democráticas o diálogo, a 
diferença de opinião, a diversidade. A partir delas é que criamos uma 
identidade do ideal de formação, pois, em se tratando de planejamento 
participativo, como afirma Vasconcellos (2010, p. 23), “todos têm opor-
tunidade de se expressar, inclusive aqueles que geralmente não falam, 
mas que estão acreditando, estão querendo participar”.
Nesse sentido, é fundamental que levemos em consideração a 
função social da escola, a fim de garantir o envolvimento e a par-
Para saber mais sobre as 
dimensões do trabalho 
coletivo na escola e 
do direito à educação, 
sugerimos a leitura do 
artigo A gestão democrática 
na escola e o direito à 
educação, de Carlos 
Roberto Jamil Cury, um 
dos redatores da LDB.
Disponível em: https://
seer.ufrgs.br/rbpae/article/
viewFile/19144/11145. Acesso em: 
8 dez. 2020.
Leitura
https://seer.ufrgs.br/rbpae/article/viewFile/19144/11145
https://seer.ufrgs.br/rbpae/article/viewFile/19144/11145
https://seer.ufrgs.br/rbpae/article/viewFile/19144/11145
Princípios epistemológicos e pedagógicos do planejamento 21
ticipação coletiva como forma de consolidar a democratização na 
gestão escolar.
Souza et al. (2005) expõem como sendo fundamental a organiza-
ção de meios de garantir a participação e as dimensões do trabalho 
coletivo na escola, como promover uma conferência de educação 
no intuito de reunir toda a população e/ou seus representantes 
interessados na educação daquele sistema para debater, estudar, 
planejar, decidir e avaliar as ações principais. Outro exemplo é o 
que ocorre no orçamento participativo da escola, quando a comu-
nidade é chamada para discutir no que se deve aplicar os recur-
sos de investimentos. A escolha de diretores em forma de eleições 
também é uma maneira de democratização da educação, exemplo 
de envolvimento e participação coletiva na escola.
Ainda segundo Souza et al. (2005), no âmbito da escola, a participa-
ção em associações de pais e mestres (APMs), grêmios estudantis en-
tre outras formas de conselhos e assembleias da comunidade escolar 
vai decidir de modo conjunto os principais interesses desse coletivo.
Outra forma de se garantir a participação coletiva nas decisões 
da escola é a chamada consulta pública, em que a comunidade es-
colar é convidada a decidir os modelos educacionais. Como exem-
plo, temos o que ocorreu no Paraná, que convocou a comunidade 
escolar para decidir sobre a migração de escolas do sistema tradi-
cional para o modelo cívico-militar, conforme proposto pelo gover-
no do estado, por intermédio da Secretaria de Estado da Educação 
e do Esporte, em 2020.
A participação é o elemento crucial nas dimensões do trabalho 
coletivo, por isso é importante que a escola constitua instâncias e 
instrumentos capazes de organizar os trabalhos desses coletivos 
diversos e de seus segmentos. A gestão deve procurar informar e 
envolver esses segmentos para que integrem outros conselhos do 
sistema educacional, tanto os locais quanto os mais amplos, em 
esferas municipais, estaduais e até federais, em seus sistemas re-
presentativos. O objetivo é garantir que essa participação expresse 
a construção e a gestão de um projeto político-pedagógico que es-
timule o envolvimento e a participação de todos os segmentos na 
resolução de problemas e conflitos do cotidiano escolar, bem como 
nas suas escolhas e definições do futuro da educação.
Investigue como é realizada a 
seleção, ou eleição, de diretor 
escolar em seu município ou nas 
escolas que você conhece ou 
que porventura tenha estudado. 
Pesquise quais princípios regem 
essa seleção e por quê. De acor-
do com o que estudamos aqui, 
analise se é um bom método 
de seleção para direção, se tem 
rotatividade e se isso é bom ou 
ruim. Também indique como 
essa forma pode ser melhorada 
com base nos princípios de 
participação do coletivo escolar e 
de gestão democrática na escola.
Atividade 2
22 Planejamento Institucional
1.3 Conceitos de gestão escolar 
e gestão democrática Vídeo
Muito em voga atualmente está a discussão entre o que é e o que 
não é democrático, ou então o que são ações antidemocráticas. Por 
isso precisamos entender o que é democracia.
Para Chaui (1997, p. 141), “na tradição do pensamento democrático, 
democracia significa igualdade, soberania popular, preenchimento das 
exigências constitucionais, reconhecimento da maioria e dos direitos 
da minoria, liberdade”.
Precisamos ter claro o que é democracia para então entender-
mos as relações entre escola e democracia, os conceitos de gestão 
escolar democrática, bem como as relações que perpassam por 
esses conceitos, como: relações de poder, autonomia, descentrali-
zação, trabalho coletivo, relações entre gestão e avaliação, tomada 
de decisões, enfrentamentos dos desafios educacionais entre outros 
dilemas do universo educacional.
No meio escolar não é difícil encontrarmos muitas discussões de 
cunho ideológico relacionadas à gestão democrática, mas quando 
observamos mais atentamente e de perto é fácil percebermos a velha 
máxima que na teoria é uma coisa e na prática é outra. Como exem-
plos, podemos citar ações de diretores autoritários, professores que 
ainda acham que quando se fecha a porta da sala de aula é somente 
eles que comandam e tomam as decisões sobre o que e como ensinar 
em seus tempos e espaços escolares.
A ideia de gestão democrática na educação está presente desde a 
Constituição Federal de 1988, em seus artigos 205 e 206:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da famí-
lia, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, 
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art.  206.  O ensino será ministrado com base nos seguintes 
princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensa-
mento, a arte e o saber;
III  - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e 
Princípiosepistemológicos e pedagógicos do planejamento 23
coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, 
na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente 
por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade;
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da 
educação escolar pública, nos termos de lei federal.
 Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhado-
res considerados profissionais da educação básica e sobre a fixa-
ção de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de 
carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios. (BRASIL, 1988, grifos do original)
A mesma ideia é realçada pela LDB n. 9.394/96, em seus artigos 
14 e 15, ao apresentar as seguintes determinações no tocante à ges-
tão democrática:
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão de-
mocrática do ensino público na educação básica, de acordo com 
as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do 
projeto pedagógico da escola;
II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos es-
colares ou equivalentes.
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares 
públicas de educação básica que os integram progressivos graus 
de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, 
observadas as normas de direito financeiro público. (BRASIL, 1996)
Mas e na prática cotidiana das escolas, como podemos perceber se 
ocorre gestão democrática?
A gestão democrática é um grande desafio porque no dia a dia das 
escolas sempre há novas  situações com alunos, funcionários e 
professores, cada qual com suas especificidades e demandas, desen-
volvendo novas dinâmicas e relações de poder.
A gestão democrática se legitimará [...] onde autonomia e poder 
possam lhes ser conferidos para poderem exercer a verdadeira 
participação e assim consolidar a gestão democrática na esco-
la. A educação a ser empregada neste sentido é algo muito espe-
cial, porque requer envolvimento de várias partes. É como se fosse 
uma rede, onde o marco inicial seria a conscientização, para tanto, 
A animação Gestão em 
foco: gestão democrática 
explica rapidamente e de 
maneira clara e dinâmica 
o que é gestão demo-
crática, com exemplo do 
que acontece nas escolas 
públicas estaduais do 
estado do Paraná. Vale a 
pena conferir!
Disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=hFS0HEagFP4. Acesso 
em: 8 dez. 2020.
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=hFS0HEagFP4
https://www.youtube.com/watch?v=hFS0HEagFP4
https://www.youtube.com/watch?v=hFS0HEagFP4
24 Planejamento Institucional
necessitamos formar o ser socialmente mais justo, e por meio do 
conhecimento torná-lo competente para enfrentar os desafios da 
sociedade contemporânea. (AMORIM, 2015, p. 20.483)
Para que os princípios de gestão democrática se efetivem é 
fundamental que o reconhecimento do que é público decorra da 
necessidade de entendermos que existe uma esfera coletiva na vida 
humana, resultante da interface e do convívio entre as pessoas, e que 
essa dimensão coletiva deve prevalecer sobre qualquer vontade ou 
desígnio individual. 
O termo gestão escolar substitui a antiga ideia de administração es-
colar e passa a ter uma alteração conceitual importante, uma vez que 
envolve não só melhorar os processos que visam aumentar a qualidade 
da educação, mas também a participação da comunidade nas decisões da 
escola, incluindo a ideia de gestão democrática.
Portanto, na escola não basta apenas garantir esses subsídios 
de participação coletiva, o que já é um bom começo, devemos 
criar uma cultura efetiva de participação democrática, ou seja, 
uma cultura democrática que se espalhará por todos os âmbitos. 
Essa diferenciação é bem importante para que não se sobreponha 
a vontade de coletivos diversos mais bem organizados ao que de 
fato deve ser a vontade da maioria ou que expresse de fato os prin-
cípios democráticos.
Basta assistir à televisão ou ler um jornal qualquer que logo 
é possível percebermos os ataques à democracia e a dificuldade 
de se manter e efetivar os princípios democráticos até mesmo na 
nossa forma de fazer política, pois o que vemos é um verdadei-
ro festival de defesa de objetivos individuais, os quais raramente 
expressam os ideais democráticos.
Certamente construir uma cultura democrática no interior da 
escola implica enfrentar uma tradição de cultura autoritária, cen-
tralizadora; igualmente implica discutir as relações de poder que se 
manifestam na escola e na sociedade. Não se trata, pois, de qual-
quer conceito ou ideia de política, e sim de relações de poder no 
campo escolar, de política no sentido amplo, das relações ocorridas 
que visam a um ideal de formação humana e a um posicionar-se 
diante desses desafios, para que possamos alcançar esse ideal de 
cultura democrática.
O filme Escritores da 
liberdade retrata os 
desafios vividos por uma 
professora ao perceber a 
realidade local e as alter-
nativas e possibilidades 
pedagógicas diante 
daquele contexto. Aos 
poucos, é possível perce-
bermos como os ideais de 
formação humana vão se 
manifestando por meio 
do trabalho da docente.
A história do filme é 
baseada nos fatos retra-
tados no livro Diário dos 
Escritores da Liberdade, 
publicado em 1999.
Direção: Richard LaGravenese. EUA; 
Alemanha: Paramount Pictures, 2007.
Filme
Cite exemplos que você conhece 
ou até mesmo que tenha partici-
pado de gestão democrática. 
Atividade 3
Princípios epistemológicos e pedagógicos do planejamento 25
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É fundamental para este capítulo que tenhamos esclarecido que 
planejar faz parte da vida. A diferença é que quando precisamos reali-
zar um planejamento sistematizado ele deve seguir alguns princípios, 
como vimos no decorrer das seções, e essas diferenciações e inten-
ções junto com as formas de sistematização é que vão caracterizar um 
planejamento institucional.
Outra questão que deve ficar clara é a diferenciação entre plano, pro-
jeto e planejamento e as dimensões do que são os planejamentos indi-
vidual e coletivo. Daí a necessidade de compreender os trabalhos em 
conjunto e os princípios de gestão democrática quando envolvem esses 
coletivos, no caso, a escola.
Além disso, trabalhamos alguns conceitos básicos do que é planeja-
mento e o planejamento escolar na legislação educacional, bem como 
seus subsídios para a prática pedagógica, explorando o planejamento 
no microcontexto e no macrocontexto, as dimensões do trabalho co-
letivo, os conceitos e os princípios relacionados à gestão democrática 
e a necessidade de implantação de uma gestão democrática não só 
de palavras, mas que se transforme em uma cultura democrática no 
interior das escolas.
REFERÊNCIAS
AMORIM, R. R. da S. A avaliação institucional como forma de democratização na 
administração escolar. In: 12º EDUCERE – CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. 
Anais [...] Curitiba: PUCPR, out. 2015. Disponível em: https://educere.bruc.com.br/arquivo/
pdf2015/20555_9115.pdf. Acesso em: 8 dez. 2020.
BRASIL. Constituição Federal (1988). Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 
out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.
htm. Acesso em: 8 dez. 2020.. Acesso em: 8 dez. 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Bases e Diretrizes da Educação Nacional. Brasília, 
DF: MEC/SEB, 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. 
Acesso em: 8 dez. 2020.
CHAUI, M. Convite à filosofia. 6. ed. São Paulo: Ática, 1997.
CURY, C. R. J. A gestão democrática na escola e o direito à educação. RBPAE, Brasília, 
v. 23, n. 3, p. 483-495, set./dez. 2007. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/rbpae/article/
viewFile/19144/11145.Acesso em: 8 dez. 2020.
FUSARI,  J. C. O planejamento do trabalho pedagógico: algumas indagações e tentativas 
de respostas.  Série Ideias, São Paulo, n. 8, p. 44-53, 1990. Disponível em:  http://www.
crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_08_p044-053_c.pdf. Acesso em: 11 dez. 2020.
LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. ed. Goiânia: Alternativa, 2004.
MIZUKAMI, M. da G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: E.P.U, 1986.
PINTO, Á. V. Sete lições sobre educação de adultos. São Paulo: Cortez, 2005.
https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/20555_9115.pdf
https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/20555_9115.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
https://seer.ufrgs.br/rbpae/article/viewFile/19144/11145
https://seer.ufrgs.br/rbpae/article/viewFile/19144/11145
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_08_p044-053_c.pdf
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_08_p044-053_c.pdf
26 Planejamento Institucional
SOUZA, Â. R. de. et al. Gestão democrática da escola pública. Curitiba: Editora da UFPR, 2005.
VASCONCELLOS, C. dos S. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto 
político-pedagógico – elementos metodológicos para elaboração e realização. 21. ed. 
São Paulo: Libertad, 2010.
GABARITO
1. São elementos do planejamento e dos planos de ensino:
 • objetivos da educação escolar (para que ensinar e aprender?);
 • conteúdos (o que ensinar e aprender?);
 • métodos (como e com o que ensinar e aprender?);
 • tempo e espaço da educação escolar (quando e onde ensinar e aprender?);
 • avaliação (como e o que foi efetivamente ensinado e aprendido?).
 Os exemplos podem girar em torno de projetos e planos de aula de cada escola ou 
professor. Você pode encontrar um banco com mais de 6 mil planos de aula, com os 
elementos aqui aprensentados no site da Revista Nova Escola. Disponível em: https://
novaescola.org.br/plano-de-aula. Acesso em: 25 jan. 2021. 
2. O objetivo é identificar na realidade local como são realizadas ou não as eleições para 
diretores de escola e a participação da comunidade escolar nesse processo. Ao fazer 
isso, esperamos que você compreenda como podem ocorrer os processos de parti-
cipação do coletivo na escola, por exemplo, em geral se realiza a eleição e esse é um 
processo democrático. Porém, se o cargo é por indicação ou outra forma, espera-
mos que você consiga analisar se é um processo democrático ou outro que abrevia a 
participação coletiva nas decisões escolares. Sendo assim, na maioria das vezes fica 
comprometida a gestão democrática. 
3. Mecanismos de participação em gestão democrática podem ser reconhecidos em sis-
temas de conselhos de escola ou conselho escolar (pais, funcionários, professores, 
gestores, alunos e comunidade), grêmios estudantis, associação de pais e mestres, 
eleições de representantes e diretores, consultas públicas, assembleias, entre outros.
Planejamento estratégico institucional 27
2
Planejamento estratégico 
institucional
Se procurarmos em qualquer dicionário o que significa planejar, 
veremos que tem relação com ter propósitos, intenções, finalida-
des para executar algo ou algum projeto. Sabemos também que 
a arte de planejar é carregada de complexidade e incertezas, por 
isso pensar sobre as questões do planejamento educacional é 
sempre um grande desafio.
Neste capítulo o objetivo é entender a inter-relação entre os 
desígnios das políticas educacionais e os propósitos do planeja-
mento estratégico institucional, os sujeitos envolvidos no plano 
de desenvolvimento da instituição, além das estratégias de moni-
toramento desse plano. Além disso, buscaremos compreender o 
que é e como se faz um planejamento estratégico institucional e 
participativo e debater as questões sobre cultura escolar visando 
ao aperfeiçoamento e a melhorias na educação.
Discutiremos neste capítulo a natureza coletiva do trabalho 
pedagógico escolar, quem são os sujeitos da escola, quais são as 
características das equipes gestoras, as funções de equipes dirigen-
tes, de coordenadores, além de funções administrativas, financeiras 
e de direção escolar, bem como suas implicações no planejamento 
institucional. Diferenciaremos os papéis e as funções pedagógicas 
de gestão escolar e debateremos o que se passa no cotidiano e 
no ideário da cultura escolar, além de verificar a mudança de para-
digma dentre as concepções tradicionais de planejamento, como 
se fizéssemos um planejamento reverso com foco em resultados, 
questão essa pouco debatida nos meios educacionais.
28 Planejamento Institucional
2.1 Sujeitos da escola
Vídeo O que é escola? Quem faz a escola acontecer tal como a conhecemos?
Leia a seguir um trecho do poema A Escola é, no qual Paulo Freire 
nos leva a pensar para além dos muros da escola:
Escola é
... o lugar que se faz amigos.
Não se trata só de prédios, salas, quadros,
Programas, horários, conceitos...
Escola é sobretudo, gente
Gente que trabalha, que estuda
Que alegra, se conhece, se estima.
[...]
(FREIRE, 1992, p. 25)
Quem são os sujeitos da escola? Como se constitui uma comunidade 
escolar? Conhecer essa comunidade escolar é condição indispensável 
para qualquer etapa de planejamento institucional educacional. Po-
rém, ter claros os papéis dos sujeitos da escola e uma concepção de ato 
educativo de todos os integrantes da escola também é fundamental.
O  inciso  III  do artigo 10 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDB), Lei n. 9.394 de 1996, diz que as competências dos mu-
nicípios versam sobre “organizar, manter e desenvolver os órgãos e ins-
tituições oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e 
planos educacionais da União e dos Estados” (BRASIL, 1996). Para enten-
der essa estrutura administrativa da educação, vamos, inicialmente, com-
preender esse funcionamento dos níveis de administração educacional.
Figura 1
Níveis de administração educacional
Nível de administração federal
Legislações de nível nacional
Nível de administração estadual
Legislações de nível do estado 
Nível de administração municipal
Leis orgânicas municipais
Nível de administração escolar
Organização e gestão escolar Du
an
pr
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S/
Sh
utt
ers
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ck
Fonte: Elaborada pela autora.
O poema A Escola é pode 
ser lido na íntegra no link 
a seguir.
Disponível em: http://
www.cascavel.pr.gov.br/
arquivos/07082015_poema__a_
escola.pdf. Acesso em: 21 dez. 2020.
Leitura
http://www.cascavel.pr.gov.br/arquivos/07082015_poema__a_escola.pdf
http://www.cascavel.pr.gov.br/arquivos/07082015_poema__a_escola.pdf
http://www.cascavel.pr.gov.br/arquivos/07082015_poema__a_escola.pdf
http://www.cascavel.pr.gov.br/arquivos/07082015_poema__a_escola.pdf
Planejamento estratégico institucional 29
Note que no topo da pirâmide está a unicidade das legislações a se-
rem cumpridas pelos demais, e na base encontra-se toda a organização 
escolar que deve seguir as legislações e diretrizes municipais, estaduais 
e federais.
Veiga (2010, p. 15) aponta quatro dimensões consideradas funda-
mentais para a organização do trabalho educativo na escola. São elas:
 • Administrativa: relaciona-se com as questões administrativas, 
como administração de pessoal e material, controle dos indica-
dores de desempenho e avaliação do trabalho.
 • Financeira: elaboração de planos e execução dos recursos finan-
ceiros de modo adequado, observando os fins educativos.
 • Pedagógica: trata especificamente das questões pedagógicas – 
função social da escola, organização curricular e avaliação –, que 
partem de um amplo processo coletivo.
 • Jurídica: refere-se às normas, às orientações elaboradas pela es-
cola, aos estatutos, ao regimento, aos avisos e às portarias. Essa 
dimensão possibilita que as ações sejam discutidas e elaboradas 
coletivamente.
A figura a seguir ilustra a inter-relação entre esses elementos:
Figura 2
Dimensões da organização do trabalho educativo
Fonte: Veiga, 2010, p. 16.Pedagógica
Financeira
JurídicaAdministrativa Escola
30 Planejamento Institucional
Na base de organização da administração escolar encontram-se 
os sujeitos da escola que, assim como apresentado por Veiga (2010), 
subdividem-se e inter-relacionam-se nas práticas de gestão escolar 
e de acordo com a natureza do trabalho a ser executado. Podem ser 
subdivididos basicamente em: técnico-administrativo, composto por 
técnicos educacionais e de natureza pedagógico-curricular, que pode 
ser subdividida em equipe gestora e pedagógica.
Assim, tanto para a elaboração de um planejamento estratégico 
quanto para a organização da escola, o gestor escolar deve estar pre-
parado e conhecer essas funções, entendendo claramente cada uma 
dentro da estrutura da escola para o seu funcionamento.
Vamos compreender melhor esses sujeitos da escola e papéis de-
sempenhados. Até o processo de redemocratização, a partir da década 
1980, em que a base legal da gestão democrática vai ser implementada 
com a Constituição Federal de 1988, apresentando-se como princípio 
constitucional no artigo 206, que enuncia: “o ensino será ministrado 
com base nos princípios de gestão democrática do ensino público, na 
forma da lei” (BRASIL, 1988), tínhamos um modelo de gestão escolar 
bastante tecnocrata e burocratizado. As funções pedagógicas tinham 
sido instituídas pelo Parecer 252 de 1969, que regulamentava, no curso 
de Pedagogia, as habilitações em supervisão escolar, orientação edu-
cacional e administração escolar, com base nos modelos técnicos ame-
ricanos durante a execução dos acordos do MEC com a United States 
Agency for International Development (USAID).
Com a aprovação da LDB em 1996, além do debate em torno da for-
mação dos profissionais da educação, a função do coordenador peda-
gógico, ou simplesmente pedagogo, é reorganizada tendo como base o 
trabalho mútuo com o professor, substituindo aos poucos a figura do 
orientador e do supervisor educacional, integrando essas funções no 
trabalho do pedagogo escolar. Dentre as funções primordiais do peda-
gogo escolar, são integradas a supervisão, orientação, coordenação e 
administração escolar e suas interdependências.
Tradicionalmente, existia essa separação entre o trabalho das equipes 
pedagógicas (professores e pedagogos) e a equipe gestora, composta por 
técnicos administrativos e direção escolar. Entretanto, com o advento da 
redemocratização, passa-se a entender todas as funções com papel edu-
Planejamento estratégico institucional 31
cativo, preserva-se as especificidades dos papéis desempenhados, mas 
todos começam a entender que são partícipes do ato educativo.
Saviani (1996, p. 208) diz que “cabe ao diretor escolar o papel de 
garantir o cumprimento da função educativa que é a razão de ser da 
escola. Nesse sentido, é preciso deixar claro que o diretor da escola é 
antes de tudo, um educador, antes de ser um administrador ele é um 
educador”. Essa ideia vem reforçar o conceito de gestão democrática 
e participativa, rompendo com o pensamento tradicional de diretores 
escolares como donos ou chefes de escola.
Aqui nos é apresentada a ideia de direção como educador, no sentido 
de que sua condução e sua gestão também educam e servem de exemplo 
a toda comunidade escolar, pois, como afirma Lück (2013, p. 28), “a maior 
responsabilidade do diretor reside na liderança [...] e essa atuação deman-
da o domínio de competências muito mais complexas do que as docentes, 
e a atenção sobre muito mais situações do que as restritas à sala de aula”.
É por isso que em grande parte das escolas solicita-se que para se 
candidatar a cargos de direção ou gestão escolar sejam apresentadas, 
além dos requisitos de liderança, competências técnicas com formação 
em gestão. Porém, ao assumir os processos de gestão democrática, 
não é mais adequado falar de hierarquias entre as funções e os sujeitos 
da escola, mas de definição estratégica de papéis e responsabilidades 
visando um fim comum.
Segundo Paro (2000), a atividade fim da escola é a realização do 
processo de ensino-aprendizagem, e nessa atividade a coordenação 
pedagógica (independentemente dos nomes que se dê: supervisores, 
orientadores, pedagogos, coordenadores pedagógicos ou professores) 
será responsável por articular um conjunto de medidas a fim de 
garantir essa atividade fim da escola no planejamento de ações que 
levam à realização da função da escola. Essa é a razão de, em uma 
perspectiva de gestão democrática, não falarmos mais somente em 
gestor escolar, por mais que se tenha um diretor, mas falar, sim, 
em equipe gestora ou equipe dirigente, num sentido de ampliar a 
participação de todos nas tomadas de decisões e responsabilidades 
no ato educativo.
Outra questão quanto à organização escolar diz respeito aos pro-
cessos de participação no planejamento participativo e nas escolhas 
dos dirigentes escolares. Uma das formas são as eleições para cargo de 
O texto do professor 
Erasto Mendonça apre-
senta o relatório de pes-
quisa sobre gestão demo-
crática do ensino público 
após o contexto de 1988. 
O texto apresenta uma 
análise com base em 
cinco categorias: a) 
processos de escolha de 
diretores; b) constituição 
e funcionamento de co-
legiados; c) participação; 
d) descentralização; e e) 
autonomia. São temas 
essenciais para entender 
processos participativos, 
gestão democrática e 
o papel dos sujeitos na 
educação.
MENDONÇA, E. A gestão 
democrática nos sistemas de ensino 
brasileiros: a intenção e o gesto. In: 
23 REUNIÃO ANUAL ANPED. Anais 
[...] Caxambu: Associação Nacional 
de Pós-Graduação e Pesquisa em 
Educação. Caxambu, set. 2000. 
Disponível em: http://23reuniao.
anped.org.br/textos/0521t.PDF. 
Acesso em: 21 dez. 2020.
Leitura
http://23reuniao.anped.org.br/textos/0521t.PDF
http://23reuniao.anped.org.br/textos/0521t.PDF
32 Planejamento Institucional
diretor, porém não é a única. Associada à ideia de eleições deve estar 
uma análise das competências técnicas para assumir tal cargo. Além 
disso, existem casos que os dirigentes são escolhidos via concurso in-
terno, exames de seleção, indicação da comunidade escolar, indicação 
política, entre outras.
Podemos chamar a atenção ainda para a necessidade de rotativi-
dade no quadro de dirigentes da escola, evitando que um mesmo di-
rigente fique muito tempo nessa função. Esse processo de renovação 
e rotatividade é fundamental para um bom funcionamento da escola, 
ou seja, essa rotatividade é saudável não só em relação a cargos, mas 
também para novas ideias.
Libâneo (2004, p. 217) descreve as principais atribuições da equipe 
de gestão pedagógica escolar como um trabalho conjunto de:
1. Supervisionar e responder por todas as atividades administra-
tivas e pedagógicas da escola bem como as atividades com os 
pais e a comunidade e com outras instâncias da sociedade civil.
2. Assegurar as condições e meios de manutenção de um ambien-
te de trabalho favorável e de condições materiais necessárias à 
consecução dos objetivos da escola, incluindo a responsabilida-
de pelo patrimônio e sua adequada utilização.
3. Promover a integração e a articulação entre a escola e a comu-
nidade próxima, com o apoio e iniciativa do Conselho de Escola, 
mediante atividades de cunho pedagógico, científico, social, es-
portivo, cultural.
4. Organizar e coordenar as atividades de planejamento e do 
projeto pedagógico-curricular, juntamente com a coordenação 
pedagógica, bem como fazer o acompanhamento, avaliação e 
controle de sua execução.
5. Conhecer a legislação educacional e do ensino, as normas emi-
tidas pelos órgãos competentes e o Regimento Escolar, assegu-
rando o seu cumprimento.
6. Garantir a aplicação das diretrizes de funcionamento da insti-
tuição e das normas disciplinares, apurando ou fazendo apurar 
irregularidade de qualquer natureza, de forma transparente e 
explícita, mantendo a comunidade escolar sistematicamente in-
formada das medidas.
7. Conferir e assinar documentos escolares, encaminhar processos 
ou correspondências e expedientesda escola, de comum acordo 
com a secretaria escolar.
8. Supervisionar a avaliação da produtividade da escola em seu 
conjunto, incluindo a avaliação do projeto pedagógico, da orga-
nização escolar, do currículo e dos professores.
Planejamento estratégico institucional 33
9. Buscar todos os meios e condições que favoreçam a atividade 
profissional dos pedagogos especialistas, dos professores, dos 
funcionários, visando à boa qualidade do ensino.
10. Supervisionar e responsabilizar-se pela organização finan-
ceira e controle das despesas da escola, em comum acordo com 
o Conselho de Escola, pedagogos especialistas e professores.
Nos modelos tradicionais essas funções dividiam-se entre a direção, 
coordenação e supervisão escolar. Com o processo de redemocratização 
das escolas, essas atribuições centram-se como equipes pedagógicas, 
assumindo novas frentes de atuação e organização da gestão da escola, 
conforme salienta Libâneo (2004, p. 355), essas frentes se subdividem em:
1
3
5
2
4
6
O planejamento e o projeto 
pedagógico-curricular
A organização e o desenvolvimento 
do currículo
A organização e o desenvolvimento 
do ensino
As práticas de gestão 
técnico-administrativas e 
pedagógico-curriculares
O desenvolvimento profissional
A avaliação institucional e da 
aprendizagem
Cabe à equipe gestora a articulação dessas frentes com vis-
tas a garantir a atividade-fim da escola: a realização do processo de 
ensino-aprendizagem, ou seja, cabe a essa equipe articular os diferen-
tes atores, professores e funcionários, de modo a garantir que a apren-
dizagem ocorra nas melhores condições. Para garantir que ocorra 
a interpelação entre essas frentes é imprescindível a qualificação da 
equipe gestora e pedagógica.
Com base na organização da 
administração escolar, sintetize 
as principais funções e respon-
sabilidades dos membros da 
escola, analisando as condições 
para a atuação expressa nessas 
funções.
Atividade 1
34 Planejamento Institucional
2.2 Planejamento participativo
Vídeo A LDB, Lei n. 9.394, de 1996, é um importante instrumento para a 
constituição e consolidação de um planejamento participativo.
O artigo 1º define a educação como processo formativo que envolve 
a vida em família, a convivência humana, o trabalho, as instituições de 
ensino e pesquisa, os movimentos sociais, as manifestações culturais e 
as organizações da sociedade civil.
No artigo 3º, são apresentados os princípios que regem a educação 
e a ênfase recai sobre o planejamento e as políticas públicas, além de 
focar a gestão democrática do ensino público.
Ao tratar da gestão democrática da educação pública, considera 
também a democratização do planejamento, isto é, um planejamento 
participativo para chegar à democratização da gestão escolar.
A LDB indica a necessidade e a responsabilidade das escolas sob o 
planejamento no art. 12:
Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns 
e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula 
estabelecidas; 
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docen-
te; [...]. (BRASIL, 1996)
Esse artigo da LDB é importante para a organização do trabalho pe-
dagógico como parte da tarefa dos profissionais de educação, e traz 
em sua essência a importância do planejamento participativo. A maior 
inovação da LDB, quanto ao planejamento participativo, é expressa 
no art. 12 ao indicar como princípio “instituir para os estabelecimentos 
de ensino a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagó-
gica” (BRASIL, 1996), conferindo-lhes autonomia.
O projeto pedagógico configura-se na legislação como um canal 
de participação e instrumento de viabilização da gestão demo-
crática, requerendo a participação dos profissionais da educa-
ção em diálogo com a comunidade escolar e extraescolar. No 
espírito legislativo da atual LDB 9.394/96 almeja-se que a pro-
posta pedagógica e/ou projeto pedagógico constitua-se em 
instrumento de interação da comunidade e de intervenção na 
Planejamento estratégico institucional 35
realidade escolar. Cabe destacar que o projeto político-pedagó-
gico adquire legitimidade no seio da comunidade escolar ao ser 
elaborado e implementado no bojo de um planejamento partici-
pativo. (SILVA; FILHO, 2016, p. 1.326)
O objetivo, por meio da elaboração da proposta pedagógica da 
escola, é ter um instrumento de diagnóstico, intervenção e transfor-
mação da e na realidade escolar, permitindo a integração e participa-
ção de todos no diálogo dos diferentes segmentos da escola, como 
funcionários, famílias, professores, comunidade escolar, alunos e a 
equipe gestora, à luz de um planejamento participativo, como previs-
to na legislação.
Para Vasconcellos (2010), num planejamento participativo todos 
têm o direito de se expressar. Segundo esse autor, um planejamento 
participativo precisa propiciar a interação e o diálogo, já que tem por 
finalidade a orientação na tomada de decisão e na execução dos obje-
tivos e das metas estabelecidos pela comunidade ao:
a. fazer a retroalimentação do sistema de informação oferecendo 
subsídios para o redirecionamento/re-planejamento das ações;
b. otimizar os diferentes usos e realocações de recursos materiais, 
financeiros, humanos;
c. viabilizar alternativas/estratégias para o estabelecimento do 
fazer pedagógico-organizacional a curto, médio ou longo prazo;
d. visualizar a instituição escolar em sua totalidade considerando o 
enfoque holístico e os fatores interdependentes e suas relações;
e. viabilizar as estratégias de inovação e de mudança cultural nos 
espaços organizacionais. (VASCONCELLOS, 2010, p. 36)
Entretanto, é necessário entendermos como transformar em práti-
ca essa teoria. Um exemplo dessa viabilidade na prática é a implanta-
ção de conselhos de classe com a participação de alunos na definição 
de regimentos e estratégias para superação das dificuldades apresen-
tadas. Em geral, os conselhos de classe tradicionalmente são realiza-
dos somente ao fim do semestre quando se decide se vai reprovar ou 
aprovar determinados alunos, e, portanto, sem a presença dos alunos, 
quando já não há mais o que se fazer. Assim, com base nesse princípio 
de planejamento participativo, ao serem envolvidos, os alunos tornam-
-se corresponsáveis com as ações e decisões, de fato, participando do 
processo.
O planejamento participativo mostra-se como um avanço no 
sentido da superação da organização burocrática do trabalho 
36 Planejamento Institucional
pedagógico escolar assentado na separação entre teoria e 
prática. É, portanto, mais coerente com a complexidade do 
trabalho educativo, que como vimos, não se resume a uma 
atividade meramente técnica, mas, ao contrário, define-se 
enquanto portadora de racionalidade política e ideológica. 
(SOUZA et al., 2005, p. 28)
Nesse sentido, para se garantir essa participação coletiva, é 
necessário adotar metodologias de trabalho com esse coletivo, para 
que essa opção não se torne somente um nome democrático nas 
práticas escolares.
Gandin (1994), em A prática do planejamento participativo, aponta 
alguns itens para que essa metodologia de trabalho se desenvolva na 
escola, mesmo que em momentos distintos, porém integrados:
A indicação de 
um referencial
A construção de 
um diagnóstico de 
realidade
Programação de 
ações concretas
Dessa forma, ao pensar o projeto político-pedagógico, deve-se de-
finir o objetivo delineado, com base na realização tanto de um preciso 
diagnóstico da distância que a escola está do ideal construído coletiva-
mente quanto da programação que levará à redução dessa distância. 
O diagnóstico não deve ser confundido com um simples levantamento 
de problemas, uma vez que em um diagnóstico se julga, à luz da teoria, 
a origem dos problemas que enfrentamos na escola, além de se levan-
tar as necessidades do dia a dia escolar.
Outraquestão que geralmente vemos acontecer nas escolas é a di-
visão entre a equipe que planeja e equipe que executa. Na construção 
com a ideia de planejamento participativo, é necessário que planeja-
mento e execução caminhem juntos.
Surge, então, ao expressar um conjunto de opiniões e ações de um 
coletivo, e de maneira participativa, a ideia de que, mais do que uma 
proposta ou projeto pedagógico, as propostas escolares contenham o 
derivativo político-pedagógico, pois alguns autores da linha mais críti-
ca, entre eles, Paulo Freire, vão defender que, em termos educacionais, 
Planejamento estratégico institucional 37
não há neutralidade, logo, todos os posicionamentos e processos de 
escolhas são relacionados à forma de ser e estar no mundo. Ocorre, 
portanto, um posicionamento político-pedagógico, assim toda propos-
ta deveria ser um projeto político-pedagógico.
Outros autores defendem que exatamente pelo imperativo de que 
não há neutralidade na educação, uma proposta pedagógica já con-
templa um posicionar-se no mundo, ou seja, seria redundante o deri-
vativo “político”, levando a outras interpretações. Independentemente 
do nome que se dê, o mais importante é ter a clareza dos processos de 
participação e da expressão dos ideais da instituição em sua proposta, 
que pretende ser pedagógica, portanto, educativa.
Com base nos princípios de 
planejamento participativo aqui 
debatidos, procure refletir e sin-
tetizar de que maneira a escola 
pode melhorar o envolvimento 
dos sujeitos da escola de modo 
participativo nos conselhos de 
classe, por exemplo.
Atividade 2
2.3 Cultura escolar, currículo e 
qualidade no ensinoVídeo
Se pedíssemos para você expressar resumidamente o que é a educa-
ção, muito provavelmente seu entendimento seria de que a educação é 
um processo de transmissão dos saberes acumulados pela humanidade 
às gerações mais novas. Bourdieu e Passeron (1992), na obra A reprodu-
ção: elementos para uma teoria do sistema de ensino, tratam exatamente 
desse papel da escola na produção e reprodução das condições institu-
cionais para a reprodução cultural e social. Contudo, esse é um longo 
debate e tema das mais diversas pesquisas mundo afora.
O importante para nossa discussão neste momento é entender o 
que Forquin (1993) denominou de cultura da escola e cultura escolar. 
O que acontece no interior da escola, em seu cotidiano, vai definir a cul-
tura da escola, ou seja, o que caracteriza aquela instituição em particu-
lar, o modo de ser daquela escola. Mas existe ainda uma tradição sobre 
o que são práticas escolares, ou aquele conjunto de saberes didatiza-
dos, selecionados e organizados, que só encontramos em instituições 
escolares, esses sim vão caracterizar uma cultura escolar. Por exemplo, 
falar em livros de chamada, saberes disciplinarizados (conhecimentos 
organizados por disciplinas), enfim, esse mundo que só se faz presente 
em ambientes educacionais, ou seja, no universo escolar e o modo de 
gerir esses conhecimentos, é o que formou e continua a formar uma 
cultura escolar.
38 Planejamento Institucional
Definidos os papéis dos atores pedagógicos no processo educati-
vo, outras questões da cultura escolar giram em torno dos objetivos e 
conteúdos a ensinar, perpassando pela discussão de currículo, os mé-
todos de se ensinar, além das discussões de metodologias de ensino 
e a averiguação sobre se o que foi ensinado deu certo, passando pelas 
questões da avaliação de aprendizagem, claro que tudo isso no tempo 
e espaço onde ocorre a educação escolar.
O planejamento é um dos elementos-chave dessa cultura escolar, 
pois envolve a razão de ser da instituição escolar, ao pensar um planeja-
mento institucional e os objetivos que se têm de modo amplo; engloba, 
também, um planejamento anual ou semestral de ações ou projetos pe-
dagógicos geralmente debatidos no início dos semestres ou ano letivos; 
envolve, ainda, o planejamento de conteúdos curriculares a serem en-
sinados em cada etapa; e, por fim, o planejamento diário do professor, 
como o plano de aula a ser ministrado a cada dia.
Assim, para uma melhor qualidade na educação, devemos ter 
em mente as questões sobre planejamento em cada etapa desse 
processo que compõe o conjunto do trabalho pedagógico escolar. Em 
geral, o planejamento se dá com base nas questões curriculares, ou 
seja, baseando-se naquilo que foi definido que deverá ser ensinado. 
Porém, autores como Wiggins e McTighe (2019) apresentam uma lógica 
baseada em resultados desejados e em experiências de aprendizagem 
e de ensino no chamado planejamento reverso.
No meio educacional, muito se tem falado sobre a ação de planejar, 
mas o quê? E para quê? Precisamos adentrar na discussão sobre o que é, 
então, o currículo escolar, para aprofundar melhor essa discussão e em 
outro momento tratar das questões sobre a avaliação desse processo.
O currículo escolar, de acordo com Moreira e Candau (2006, p. 25), 
já foi definido como:
• Listagem de disciplinas a serem ensinadas e, dentro 
de cada disciplina, os conteúdos.
• Currículo - enquanto conhecimento escolar, conteúdo, 
grade etc.
• Conjunto de experiências que o aluno vive na escola 
sob a orientação do professor.
• Currículo - como um plano.
• Currículo - associado à listagem de objetivo.
O livro Planejamento para 
a compreensão: alinhando 
currículo, avaliação e 
ensino por meio do plane-
jamento reverso apresenta 
formas de abordagem di-
ferenciada na maneira de 
se fazer um planejamento 
alternativo. Nesse caso, 
os autores apresentam 
em profundidade todos 
os princípios de planeja-
mento reverso.
WIGGGINS, G.; McTIGHE, J. Porto 
Alegre: Penso, 2019.
Livro
Planejamento estratégico institucional 39
Em cada definição dessas de currículo, podemos imaginar uma forma 
de se planejar, pois a ação curricular não é algo que acontece de qualquer 
jeito, precisa ser planejada, pensada, organizada, haja visto os debates 
em torno da implantação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e 
como planejar o ensino com base nas definições desse documento.
Essas definições e esses caminhos percorridos pelo currículo, ou 
nesse caso podemos pensar como exemplo a própria BNCC, perpassam 
anteriormente por todo debate sobre sua concepção – o que leva anos –; 
depois passam pela elaboração feita pelo Ministério da Educação e suas 
consultas tanto a consultores quanto a representantes da sociedade; 
encaminhando-se, então, aos sistemas de ensino estaduais e municipais 
que irão propor debates e discutir a implantação até chegar às unidades 
escolares, com as discussões de como incluí-los no  projeto político- 
-pedagógico e nos planos de aulas elaborados pelos professores.
Nesse sentido, pode-se afirmar que essas questões curriculares são 
repercutidas em:
Currículo prescrito: no âmbito das políticas públicas, como o 
Ministério da Educação, é o que está determinado, estruturado, 
prescrito. Um exemplo de currículo prescrito é a BNCC.
Currículo planejado: no âmbito dos sistemas de ensino, como as 
Secretarias Estaduais e/ou Municipais de Educação, que deverão plane-
jar como implantar tal proposição.
Currículo organizado: produzido no interior das unidades escola-
res, como os projetos pedagógicos ou as grades curriculares, que irão 
organizar o conhecimento a ser trabalhado.
Currículo em ação: produzido pelos professores do dia a dia de 
sala de aula, como planos de ensino, atividades e tarefas escolares.
Currículo avaliado: conjunto das formas de avaliação da aprendi-
zagem, avaliações internas, realizadas pelos professores, e avaliações 
externas, como vestibulares e sistemas de avaliação nacional, e até 
mesmo os internacionais que servem de parâmetro e norte sobre o 
que deve ser ensinado.
Esses diversos enfoques de currículo escolar expressam ideias 
e valores também distintos, como quando se associa o currículo à 
experiência, o foco sai do conteúdo que se ensina, do conhecimento 
escolar que se aprende para a experiência vivenciada pelos sujeitos. 
Dessa maneira, para Moreira e Candau (2006),

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