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Icterícia neonatal 1 👶 Icterícia neonatal IGOR LUIS FREIRE ALMEIDA - MEDICINA UniFG Icterícia fisiológica Acentua-se lentamente até o 4º-5º dia de vida. Produção exagerada → grande volume de hemácias com baixa meia-vida. Captação e conjugação deficientes → fígado imaturo; na vida fetal é a placenta que elimina a bilirrubina. ⬇ glicuroniltransferase. Aumento do ciclo êntero-hepático. ⬆ betaglicuronidase → responsável pela desconjugação. � Aumenta apenas bilirrubina indireta. Quando pensar que não é fisiológica? Início < 24h (24-36h). Fisiológica: 2º-3º dia. Velocidade de acumulação > 5 mg/dl/dia. Para detectar, 5 mg/dl é o nível mínimo. Nível elevado de bilirrubina. Fisiológica: < 12-13 mg/dl RN AT. Progressão crânio-caudal Acima da zona 3 (cicatriz umbilical) ⚠ Alteração clínica → rinite, hepatomegalia, pênfigo, condiloma... Icterícia persistente. RN AT → > 7º-10º dia de vida. RN PT → > 10-14º dia de vida. Colestase → colúria, acolia, aumento de indireta. Icterícia precoce ANEMIA HEMOLÍTICA Isoimune: incompatibilidade ABO e Rh. Mulher possui Ac contra antígenos eritrocitários → passam pela placenta → se ligam nos antígenos eritrocitários fetais. Mãe O (Ac anti-A e B) e RN A ou B. Icterícia neonatal 2 Mãe Rh - (não produz Ac anti-Rh) e RN Rh +. Necessita de sensibilização prévia (multíparas) → Coombs indireto + (identifica Ac no plasma). Na prática não causa icterícia precoce, mas aparece como ddx nas questões: Esferocitose hereditária. Deficiência de G6PD. Redução da proteção das hemácias ao estresse oxidativo → ⬆ hemólise. Podem evoluir para hemólise quando expostos a nitritos voláteis ou uso de antipiréticos, analgésicos e antimaláricos. Geralmente assintomáticos. Investigação BT e frações. Ht (ou Hb) e reticulócitos (marcador de hemólise). Teste sorológico, Rh e Coombs direto (promove aglutinação das hemácias). Incompatibilidade Rh → CD +. Incompatibilidade ABO → CD + ou -. Hematoscopia → corpúsculo de Heinz (def. G6PD) e esferócitos. Esferócitos e CD + → inc. ABO. Esferócitos e CD - → inc. ABO ou esferocitose. Teste do eluato Identifica Ac ligados na hemácia. Conduta Observação + reavaliação a cada 8-12h. Fototerapia se bilirrubina ≥ 8. Icterícia prolongada ou tardia Sem colestase (🔼 BI) Icterícia do leite materno. Substância no leite que perpetua icterícia fisiológica. Quadro autolimitado. Avaliar suspensão temporária da AM → 24-48h; questionável e cada vez menos utilizado. Icterícia do aleitamento. Dificuldade de amamentação. Ocorre nos primeiros dias de vida. ⬆ perda ponderal (> 10% fisiológico) ⬆ ciclo êntero-hepático → devido ao trânsito GI mais lento. Com colestase (⬆ BD). Atresia de vias biliares. Obliteração progressiva da árvore biliar → interrupção da drenagem. Quadro evolutivo → acolia, hipocolia, colúria. Tratamento nas primeiras 8 semanas: Procedimento de Kasai → portoenterostomia - secção no hilo hepático e anastomose no intestino. Após 8 semanas → alta chance de Tx hepático. Icterícia neonatal 3 Tratamento Fototerapia. Icterícia em < 24h de vida. BT > 17. Irradiância de 30 uW/cm2/nm na maior superfície corporal possível. Efeitos colaterais → aumento da perda hídrica, hipertermia. Exsanguineotransfusão. Níveis de bilirrubina muito elevados + QC de encefalopatia que não responde à fototerapia. Clampeamento tardio do cordão umbilical � Entre 1-3 minutos. Benefícios imediatos: RN pré-termo ou baixo peso ao nascer → ⬇ hemorragia intraventricular e sepse, necessidade de transfusão sanguínea, surfactante e VM, aumenta Ht, Hb, p. sanguínea, O2 cerebral e fluxo de hemácias. RN a termo → volume sanguíneo, reserva de Fe. Benefícios a longo prazo: RN PT ou PIG → aumenta Hb com 10 sem. de idade. RN AT → melhora Hb e Ht dos 2 aos 4 meses; melhora reservas de Fe até os 6 m. Aumenta necessidade de fototerapia por hiperbilirrubinemia indireta na 1ª semana de vida. Anemia do RN Concentração de Hb ⬇, com níveis mais baixos entre 8ª e 12ª semana de vidas do RN AT. Etiologia → ⬇ fisiológica de eritropoetina secundária ao ⬆ da SatO2 após o nascimento. Vitamina K Peso >1500g → 1mg ≤ 1500g → 0,5 mg IM ou SC ao nascimento para prevenção de sangramento por deficiência de vit. K. VO → pais que recusam injeção IM. Doença hemorrágica do RN ⬇ níveis de passagem transplacentária, ⬇ níveis no leite materno, ⬇ síntese endógena → deficiência transtória de fatores II, VII, IX e X. Icterícia neonatal 4 Fatores de risco → uso materno de anticonvulsivantes, uso de ATB de amplo espectro pelo RN, fibrose cística, doença celíaca. Clínica → sangramento de TGI, coto umbilical e pós-punção. Lab. → ⬆ TTpa, TP e de fatores inatos de protrombina; plaq. e fibrinogênio normais. Formas Precoce: < 24h de vida; assoc. com uso materno de medicamentos. Clássica: mais comum; 2º-7º dia de vida; ausência de profilaxia ao nascimento. Tardia: 3-8 semanas de vida até o 6º mês + comorbidades (uso de NPT plena, sd. disabsortivas, hepatopatias). Tratamento Vit. K DU. Profilaxia. 1 dose de 2mg durante o primeiro alimento + doses adicionais de 2mg entre 3-4 sem. de idade e entre 6-8 sem. de idade.
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