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Beatriz Machado de Almeida Internato – 9º semestre 1 INTRODUÇÃO A SM é um fator de risco múltiplo para doença cardiovascular aterosclerótica e DM tipo 2. É composta por dislipidemia aterogênica, hipertensão arterial, obesidade centrípeta, resistência à insulina e/ou hiperglicemia e estado pró-trombótico e pró-inflamatório. APRESENTAÇÃO CLÍNICA ANAMNESE/EXAME FÍSICO: • Os achados são inespecíficos e podem ser observados na ectoscopia (ex. acantose nigricans em região de dobras como pescoço, axila e virilha, demonstrando resistência insulínica, xantelasmas em pálpebra evidenciando acúmulo de colesterol). • A maioria dos pacientes geralmente é obesa (IMC>30kg/m²), principalmente às custas de obesidade centrípeta. • A aferição da pressão arterial deve-se encontrar PAS>=130 ou PAD>=85. • Aumento da circunferência abdominal. • O restante dos achados são basicamente laboratoriais. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS Para o diagnóstico é preciso a presença de 3 dos 5 aspectos a seguir: • Obesidade centrípeta definida por circunferência abdominal >=102 em homens e >=88 em mulheres. Obs: Segundo a Federação Internacional de Diabetes devemos utilizar pontos de corte diferenciados de acordo com a raça/etnia. De um modo geral, o ponto de corte para mulheres é uma circunferência abdominal ≥ 80 cm e para homens ≥ 90 cm, com exceção dos europideos que devem apresentar circunferência abdominal > 94 cm para homens. • Triglicerídeos >= 150mg/dL ou em vigência de uso de medicação para hipertrigliceridemia. • HDL <40mg/dL em homens e <50mg/dL em mulheres ou em vigência de uso de medicações para HDL baixo. • PAS>= 130mmHg, PAD>=85mmHg ou em vigência de uso de medicações anti-hipertensivas. • Glicemia plasmática de jejum>= 100mg/dL, diagnóstico prévio de diabetes mellitus tipo 2 (DM2) ou em vigência de uso de medicações para glicemia elevada. Observação: a curva glicêmica é recomendada para pacientes com glicemia elevada, porém não é necessária para o diagnóstico. CONDIÇÕES ASSOCIADAS • Diabetes Mellitus Tipo 2; • Doenças cardiovasculares, como hipertensão, obesidade e dislipidemia; • Esteatose hepática podendo evoluir pra cirrose hepática; • Carcinoma hepatocelular e colangiocarcinoma intrahepático; • Doença renal crônica e microalbuminúria; • Síndrome dos ovários policísticos; • Apneia obstrutiva do sono; • Hiperuricemia e gota. ACOMPANHAMENTO Os pacientes que pontuam 1-2 critérios de SM, devem ser rastreados pelo menos a cada 3 anos. Caso já apresente resistência insulínica ou pré- diabetes, o rastreio deve ser anual. Para os pacientes com o diagnóstico de SM definido, é preciso acompanhamento no mínimo trimestral com avaliação clínica e laboratorial. ABORDAGEM TERAPÊUTICA As metas do tratamento dos pacientes com síndrome metabólica devem ser voltadas para a mudança do estilo de vida, visando tratar as causas subjacentes com controle de peso e estímulo à atividade física, de forma a reduzir o risco cardiovascular. Síndrome Metabólica Beatriz Machado de Almeida Internato – 9º semestre 2 MEV A mudança do estilo de vida com foco em redução do peso (redução de 5-10% do peso corporal inicial no 1º ano e após continuar a perda ponderal até IMC < 25 kg/m²) e aumento da atividade física é o marco inicial do tratamento: • Dieta: dieta mediterrânea, low-carb, maior ingestão de fibras. • Atividade física: recomenda-se 150 minutos de atividade física de moderada intensidade, por semana. PREVENÇÃO DE DIABETES MELLITUS • MEV: base. • Alguns estudos comprovaram que a Metformina em associação com atividade física pode reduzir o desenvolvimento de DM2 em pacientes com SM e prevenir o surgimento da mesma em pacientes que não a tenham. Para pacientes sabidamente diabéticos, o alvo da Hba1c deve ser <7,0%. CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL • Pacientes com PA>130x80 mmHg e risco de eventos cardiovasculares em 10 anos<10%, sugere-se manter a PA<130x80 mmHg com mudança do estilo de vida; • Pacientes com PA>130x80 mmHg, risco de eventos cardiovasculares em 10 anos >10%, sugere-se associação de medicações anti- hipertensivas com a MEV. A terapia inicial pode CONTROLE DA DISLIPIDEMIA O tratamento da dislipidemia deve ser feito com mudança do estilo de vida e de acordo com o risco cardiovascular, com avaliação da necessidade de qual estatina utilizar. O tratamento de primeira linha para a dislipidemia é com estatinas, porém se a meta do LDL não é atingida ou se o paciente apresente contraindicações ao uso de estatinas, pode-se tentar Ezetimibe, Colestiramina ou os inibidores da PCSK9. CONTROLE DE EVENTOS TROMBÓTICOS Para pacientes com diabetes mellitus e risco cardiovascular >10%, recomenda-se o uso de ácido acetilsalicílico na dose de 81-162 mg/dia, ainda que não haja dados com força estatística suficiente para que essa seja uma indicação absoluta.
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