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Tutoria | Problema 04 “Brigando com a Balança...” Módulo 3 | P6 Tutora: Dirce Padilha Natália Alves Sd. Metabólica e Obesidade ➢ Definição: constelação de interligados fatores fisiológicos, bioquímicos, clínicos e metabólicos que ↑ diretamente o risco de DCV e DM2. ➢ Fatores que contribuem: adiposidade visceral / de distribuição central / obesidade visceral, resistência à insulina (RI) / in tolerância à glicose, liberação excessiva de AG livres e citocinas inflamatórias pelos adipócitos viscerais, estresse oxidativo, dislipidemia aterogênica, hiperglicemia, disfunção endotelial, HAS e estado de hipercoagulabilidade (pró-trombótico e pró- inflamatório). ➢ Classificações: • National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III ou ATP III): durante muito tempo foi a mais empregada na prática clínica diária. • International Diabetes Federation (IDF): o É, hoje, uma das definições mais utilizadas no mundo; o Conceito base: presença de gordura visceral (estimada pela medida da cintura) é o fator essencial e determinante de todos os outros componentes da SM. o Estratifica os valores por etnias → diferentes populações mundiais apresentam diferentes proporções corporais. o Incorpora níveis de glicemia ≥100 mg/dℓ como anormais e considera referências à existência de tratamento para as condições associadas. o Obrigatória a presença de obesidade abdominal, determinada pelo valor da circunferência abdominal, cujo ponto de corte varia com o gênero e a etnia (>80cm em mulheres e >90cm em homens sul-americanos). o Mesmo sendo mais precisa, não leva em conta a presença de tecido adiposo subcutâneo periférico (avaliada pela relação cintura/quadril). • Consenso + atual (IDF + National Lung, Heart and Blood Institute + American Heart Association (AHA) + World Heart Federation + International Atherosclerosis Society e International Association for the Study of Obesity): o diagnóstico é feito pelos critérios da IDF, porém a obesidade central não é mais obrigatória. Critérios OMS Critérios NCEP-ATPIII Critérios IDF Fatores 2 dos critérios: 3 ou + dos critérios: Obesidade central conforme aspectos étnicos (Em homens: >94cm em europeus; >90cm em sul-americanos, africanos, chineses e sul-asiáticos; >85cm em japoneses. Em mulheres: >80cm em europeias; >80 cm em sul-americanas, africanas, chinesas e sul-asiáticas; >90cm em japonesas) + pelo menos, 2 dos critérios: Obesidade RCQ >0,9 (homens) e 0,85 (mulheres) ou IMC >30kg/m2 Cintura: >102cm (homens) e >88cm (mulheres) Cintura abdominal >94cm (homens europeus), >90cm (homens asiáticos) e >80cm (mulheres) Triglicerídeos ≥ 150 mg/dℓ ≥ 150mg/dℓ ≥ 150mg/dℓ ou tratamento específico p/ dislipidemia HDL <35mg/dℓ (homens) e <39mg/dℓ (mulheres) <40 mg/dℓ (homens) e <50mg/dℓ (mulheres) ≤ 40 mg/dℓ (homens) e ≤50mg/dℓ (mulheres) PA ≥ 140/90mmHg ou tratamento p/ HAS ≥ 130/85 mmHg ≥ 130/85mmHg ou tratamento específico p/ HAS Glicose plasmática (jejum) Diabetes, intolerância glicídica/RI comprovada pelo clamp (2 fatores e obrigatoriamente o componente assinalado) ≥ 110 mg/dℓ ≥ 100 mg/dℓ Outros Excreção urinária de albumina ≥ 20μg ou relação albumina/creatina ≥ 30mg/g SÍNDROME METABÓLICA (SM) Tutoria | Problema 04 “Brigando com a Balança...” Módulo 3 | P6 Tutora: Dirce Padilha Natália Alves Patogênese da síndrome metabólica. (AGL: ácidos graxos livres; AT II: angiotensina II; PAI-1: inibidor do ativador do plasminogênio-1; SRAA: sistema renina-angiotensina-aldosterona; SNS: sistema nervoso simpático) ➢ Prevalência: • Varia amplamente (<10-84%) de acordo com as características da população estudada e os critérios utilizados. • Vem aumentando na maioria dos países (em função das crescentes obesidade e prática de hábitos de vida sedentária), e se eleva a cada década de vida. • Rara antes dos 20 anos, porém, tem sido relatada em crianças e adolescentes obesos. • ≅ 1/4 da população adulta mundial tenha SM. (IDF - International Diabetes Federation). • 8-43% → homens e 7-56% → mulheres. • Brasil: o Dados limitados: 14,9-65,3% (maior percentual → população indígena do RS); o Prevalência média: 29,8% (área urbana), 20,1% (rural) e 41,5% (indígenas); • Prevalência global média: 28,9-29,5%, de acordo com o critério do ATP-III, os quais consideram valores mais elevados de cintura. • Critérios da IDF propiciam uma prevalência de até 10-15% maior. ➢ Acometimento: • Relação direta com o grau de adiposidade; • (ordem crescente) Afeta obesos, indivíduos com sobrepeso e pessoas com peso normal. • EUA: 5% entre os indivíduos de peso normal; 22% entre aqueles com sobrepeso e 60% entre os obesos. • Essa prevalência aumentou com a idade (10% com 20-29 anos, 20% com 40-49 anos e 45% com 60-69 anos). • ↑ 5x no risco para DM2; 2x no risco para DCV ao longo dos próximos 5-10 anos; 2-3x para AVC; 3-4x IAM e 2x o risco de morte em consequência de um desses distúrbios, independentemente de história prévia de eventos CV. EPIDEMIOLOGIA Tutoria | Problema 04 “Brigando com a Balança...” Módulo 3 | P6 Tutora: Dirce Padilha Natália Alves ➢ ➢ Se confirma pela combinação de: ↑ da cintura abdominal (CA) + pelo menos, 2 dos achados: dislipidemia, hiperglicemia e HAS. ➢ Cintura abdominal (CA) X Relação cintura/quadril (RCQ): • Antes, acreditava-se que a RCQ fosse a maneira mais eficiente para a avaliação da obesidade e do RCV na SM. • Discrepâncias na RCQ: pacientes em tratamento podem apresentar grandes variações do IMC sem revelar alterações significativas na RCQ (perda igual de tecido adiposo na cintura e no quadril). • Evidências recentes: Tecido adiposo visceral (TAV) como principal fator relacionado com a RI → uso cada vez maior da cintura como medida isolada de obesidade e do RCV. • Hoje: Tecido adiposo periférico (TAP) é de suma importância como fator de proteção na patogênese da RI, porém, há um grande nº de pacientes que apresentam pouca gordura periférica (ex: lipodistrofias parciais) e manifestam aspectos típicos da SM, como ↑ triglicerídeos, ↓ HDL, hiperinsulinemia de jejum ou DM2. Eles podem apresentar todos os aspectos da SM que estariam mais relacionados com a ausência de TAP, mesmo sem ter alterações significativas na medida da cintura. • O risco de desenvolver DM2 é diretamente relacionado com a medida da cintura. • A medida da coxa quando ajustada para o IMC e a medida da cintura tem relação inversa com o risco de DM2. • A utilização da RCQ como marcador RI e RCV seja mais sensível que a medida da cintura. • Embora a RCQ não deva ser utilizada como marcador do tratamento da SM, ela pode ser empregada para avaliar a distribuição do tecido adiposo. • Para o acompanhamento do tratamento a medida isolada da cintura deve ser sempre realizada e pode ser usada em conjunto com o IMC para estratificar o RCV e de DM2: Combinação da medida da cintura e do IMC na avaliação da obesidade e do RCV e DM2: RCV e risco de DM2 Cintura (cm) Homem: 94 - 102 Homem: > 102 Classificação IMC (kg/m²) Mulher: 80-88 Mulher: > 88 Baixo peso < 18,5 - - Peso normal 18,5-24,9 - Elevado Sobrepeso 25-29,9 Elevado Elevado Obesidade ≥ 30,0 Elevado Muito elevado ➢ Clínico e Laboratorial (objetivos → confirmar o diagnóstico de acordo com os critérios e identificar fatores de RCV associados): • 1) História clínica: idade, tabagismo, prática de atividade física, história pregressa de HAS, diabetes, diabetes gestacional, doença arterial coronariana, AVE, SOP, doença hepática gordurosa não-alcoólica, hiperuricemia, história familiar de HAS, DCV, uso de hiperglicemiantes (corticosteróides, betabloqueadores, diuréticos). • 2) Exame físico: o Medida da circunferência abdominal: tomada na metade da distância entre a crista ilíaca e o rebordo costal inferior. o PA: deve-se aferir no mínimo2 medidas da pressão por consulta, na posição sentada, após 5’ de repouso. o Além destes 2 dados obrigatórios deverá estar descrito: ▪ Peso e estatura: utilizados para o cálculo do IMC; ▪ Exame da pele para pesquisa de acantose nigricans: examinar pescoço e dobras cutâneas. ▪ Exame cardiovascular. • 3. Exames laboratoriais: o Glicemia de jejum: apenas a de jejum, não se exige teste de tolerância oral à glicose (TOTG), nem métodos acurados de avaliação da insulino-resistência. o HDL e triglicerídeos. o Colesterol total + frações. o Outros: creatinina, ácido úrico, microalbuminúria, PCR, TOTG (glicemia de jejum e após 2 horas da ingestão de 75g de dextrosol), ECG. DIAGNÓSTICO Tutoria | Problema 04 “Brigando com a Balança...” Módulo 3 | P6 Tutora: Dirce Padilha Natália Alves ➢ Pode ter complicações clínico-laboratoriais que implicam elevada morbimortalidade: COMPLICAÇÕES DA SM BIOQUÍMICAS CLÍNICAS Lipídios e lipoproteínas: ↑ apoB; apoCIII e partículas de LDL pequenas e densas; ↓ apoAI e HDL; Hipertrigliceridemia DM 2, Dislipidemia e HAS Trombogênese: ↑ fibrinogênio, PAI-1 e viscosidade sanguínea Doença hepática gordurosa não alcoólica Marcadores inflamatórios: ↑ leucócitos, IL-6, TNF-α; leptina e PCR; ↓ adiponectina Apneia do sono Marcadores do status oxidante: ↑ LDL oxidada; ↓ paraoxonase-1; Hiperuricemia Hipogonadismo hipogonadotrófico Outras: ↓ IL-10 e da grelina Disfunção erétil SOP e Infertilidade ↑ risco de Alzheimer e câncer (?) ➢ Definida como um IMC ≥ 30kg/m, é uma doença metabólica crônica, de difícil tratamento, cuja prevalência vem aumentando em proporções epidêmicas nas últimas 4 décadas na maioria dos países. ➢ O excesso de peso corporal também favorece o surgimento de outras anormalidades: osteoartrite, doença hepática gordurosa não alcoólica, refluxo gastresofágico, hipertrofia benigna da próstata, infertilidade, hipogonadismo, asma, apneia do sono e deficiência de Vit. D, entre outros; e está associado ao risco aumentado de morte. ➢ A obesidade materna está associada ao risco aumentado de anomalias congênitas e diabetes gestacional. ➢ Quanto maior o IMC, maior o risco dessas comorbidades. ➢ Comorbidades associadas → Metabólicas (DM 2, diabetes gestacional, dislipidemia, hiperuricemia, gota, deficiência de Vit D); CV (HAS, doença coronariana e AVC); Gonadais (infertilidade, hipogonadismo secundário); Digestivas (refluxo gastresofágico, esofagite, esôfago de Barrett, doença gordurosa do fígado não alcoólica, cirrose, pólipos colorretais); Neoplásicas (cânceres de mama, endométrio, vesícula, esôfago, fígado, cólon, próstata etc.); Psiquiátricas (depressão, demência); Outras (apneia do sono, osteoartrose, asma, hipertrofia benigna da próstata, etc.). Classificação da obesidade segundo o IMC e o risco de doença (OMS) IMC (kg/m²) Classificação Grau de obesidade Risco de doença ≤ 18,5 Magro ou desnutrido 0 Elevado 18,5-24,9 Normal 0 Normal 25,0-29,9 Sobrepeso 0 Pouco elevado 30,0-34,9 Obesidade I Elevado 35,0-39,9 Obesidade II Muito elevado ≥ 40,0 Obesidade grave III Extremamente elevado ➢ 2005 (OMS): ≅1,6 bi de pessoas adultas acima do peso no mundo e, pelo menos, 400 milhões com obesidade. 2015: 2,3 bi (adultos acima do peso) e 700 milhões (obesidade). ➢ Crescente nº de crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade. ➢ A tx de obesidade vem crescendo globalmente nas últimas décadas, criando um transtorno para todo o sistema de saúde. ➢ Estimativas globais: >500 milhões de obesos, com índices crescentes na infância e na adolescência. ➢ Prevalência: mais do que dobrou entre 1980-2014, ultrapassando 600mi de obesos. ➢ EUA: • 5 estados com ≥30% e 32 estados com ≥25% (em 1990, a tx não passava de 15%). • 2020: 3 a cada 4 americanos com sobrepeso (IMC 25-29,9kg/m) ou obesidade. • Projeções (2030): acréscimo de 65mi no nº de obesos adultos, resultando em adicionais 6-8,5mi casos de diabetes, 5,7-7,3mi de casos de doença cardíaca ou AVC e 492.000-669.000 casos de cânceres. OBESIDADE COMPLICAÇÕES CLASSIFICAÇÃO EPIDEMIOLOGIA Tutoria | Problema 04 “Brigando com a Balança...” Módulo 3 | P6 Tutora: Dirce Padilha Natália Alves • Custos > 200 bi de dólares anuais. ➢ Brasil: • Proporção de pessoas com excesso de peso: >42,7% em 2006 para 52,5% em 2014 e o percentual de obesos subiu de 11,4 para 17,8% no mesmo período. • 2015 (IBGE): 56-58% das pessoas >18 anos com excesso de peso (IMC ≥25kg/m) e 20% dessas são obesas. • 5º colocado no ranking mundial, com ≅ 60 mi de pessoas com sobrepeso e 22 mi de obesos, resultando em gasto anual de R$ 488 milhões para o SUS. ➢ É um relevante problema de saúde mundial, agravado, sobretudo, pelo ↑ do risco de DM 2, DCV e várias formas de câncer. • Obs/ex: em homens, cada incremento de 5kg/m no IMC ↑ o risco de câncer esofágico em 52% e de cólon em 24%; nas mulheres, esse ↑ é de 59% para o câncer de endométrio, 59% para o de vesícula biliar e 12% para o de mama na pós-menopausa. i. Estilo de vida ➢ Deve ser abordada como doença crônica multifatorial, não passível de “cura”, e sim de “controle”, demandando abordagem a longo prazo, de modo multidisciplinar, envolvendo obrigatoriamente mudanças no estilo de vida (reeducação alimentar e ↑ da atividade física), dietoterapia e recursos farmacológicos. ➢ Para muitos pacientes, a terapia medicamentosa também se faz necessária, já que facilita e/ou aumenta a adesão à dieta, propiciando uma perda ponderal maior e mais duradoura. ➢ Cirurgia bariátrica: potencialmente indicada para os casos não responsivos ao tratamento clínico, com IMC ≥40 kg/m² ou ≥35 kg/m² associado a comorbidades. ➢ Mesmo uma perda de peso de 5-10% do peso corporal, independentemente de como for atingida, está associada a melhora do perfil de RCV e a ↓ incidência de DM2. ➢ É bem fundamentado e deve ser recomendado de acordo com uma avaliação criteriosa de eficácia e segurança (2 critérios): • 1. Estabelece a obesidade como doença crônica multifatorial, não passível de “cura” por meio de terapias a curto prazo. • 2. Deve ser abordada de modo multidisciplinar, envolvendo mudanças no estilo de vida e recursos farmacológicos, a exemplo do diabetes melito. Tais medicamentos são recomendados de acordo com o IMC e as comorbidades de cada indivíduo. ➢ Farmacológico: • Objetivo: estimular as vias anorexígenas de sinalização, antagonizar as vias de sinalização orexígenas, ↑ o gasto energético e/ou inibir a absorção de nutrientes. • Características de um fármaco antiobesidade: eficácia na ↓ do peso ponderal; mecanismo de ação relacionado com a fisiopatologia da doença; perfil de segurança para uso a longo prazo; boa tolerabilidade; viabilidade econômica para tratamento a médio e longo prazos; e impacto positivo sobre as comorbidades associadas à obesidade. • Indicações: o Indivíduos com IMC >30kg/m2 ou ≥27kg/m2 na presença de, pelo menos, uma condição mórbida relacionada à obesidade, como DM2, dislipidemia, HAS ou apneia do obstrutiva do sono. • Opções: o Antes: uso dos anorexígenos catecolaminérgicos (dietilpropiona, femproporex e mazindol). o 2011: Anvisa retirou, pela ausência de dados de segurança CV e, sobretudo, pelo potencial surgimento de dependência, por serem derivados anfetamínicos. o Hoje: Sibutramina (agente sacietógeno); Orlistate (inibidor das lipases intestinais); Lorcaserina; Naltrexona + Bupropiona; Fentermina + Topiramato; Liraglutida 3,0mg (Saxenda). o Alguns psicotrópicos, como a Fluoxetina, têm sido também empregados, mas trata-se de indicação off-label (cuja indicação do profissional diverge do que consta na bula), com eficácia limitada. • SIBUTRAMINA (Sibus, Biomag, etc., cáps. 10 e 15 mg): o É um inibidor de recaptação de serotonina e norepinefrina (ISRSN) e diferentemente dos anorexígenos catecolaminérgicos, trata-se mais de um agente sacietógeno; o Ação: regulaçãoda ingestão de alimentos relacionada mais com o ↑ da saciedade e com o prolongamento da sensação de saciedade, do que com um efeito direto de supressão da fome. o Dose: 10-20 mg/dia. TRATAMENTO https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527728928/epub/OEBPS/Text/chapter77.html#bib2 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527728928/epub/OEBPS/Text/chapter77.html#bib2 Tutoria | Problema 04 “Brigando com a Balança...” Módulo 3 | P6 Tutora: Dirce Padilha Natália Alves o Restrições (Anvisa): IMC mínimo de 30kg/m2 para início; dose máxima de 15 mg/dia e prazo máximo de tratamento de 2 anos. o Efeitos adversos (em geral é bem tolerada, os efeitos adversos são associados a doses mais altas): ▪ Mais frequentes (10-30%): cefaleia, secura de boca, constipação intestinal e insônia. ▪ Menos frequentes: ↑ do apetite, tonturas, taquicardia, sudorese, náuseas, dor abdominal e hipermenorreia. ▪ Devido a seu efeito adrenérgico, pode ↑ a PA e a FC, geralmente discreta e de RCV (AVC e IAM). • ORLISTATE (Xenical, cáp. 120mg): o Ação: ▪ É um potente inibidor de lipases do TGI → ≅ 30% dos triglicerídeos provenientes da dieta permanecem não digeridos e não são absorvidos pelo intestino delgado, atravessando o TGI e sendo eliminados nas fezes. ▪ ↓ Glicemia, HbA1c, a insulinemia, os triglicerídeos, o LDL, as lipoproteínas aterogênicas, o fator de necrose tumoral, a IL-6, a lipemia pós-prandial e ↑ HDL e a adiponectina. ▪ Não apresenta atividade sistêmica e sua absorção intestinal é desprezível em doses de até 800mg/dia. ▪ Não atua sobre os circuitos neuronais reguladores do apetite; ele promove uma liberação mais precoce do GLP-1, que tem efeito incretínico e sacietógeno. ▪ ↓ 25-30% a absorção intestinal de colesterol e triglicerídeos. ▪ DM2: melhora a sensibilidade à insulina, absorção lenta e incompleta dos lipídios da dieta, ↓ dos níveis plasmáticos de AG pós-prandiais, ↓ no tecido adiposo visceral e estímulo à secreção de GLP-1. ▪ Melhora outros fatores de RCV, como PA, perfil lipídico e circunferência da cintura. o Dose: 120mg antes de cada refeição ou 60 mg 3 vezes/dia. o Efeitos adversos: dor abdominal, fezes oleosas, incontinência fecal e flatos com descarga oleosa (quanto maior a ingestão de gorduras, mais frequentes). Outros: ↓ absorção intestinal de Vit. lipossolúveis, fármacos antiepilépticos, varfarina, ciclosporina e L-tiroxina. • PSICOTRÓPICOS (Fluoxetina, Sertralina, Bupropiona, Topiramato): o Fluoxetina e Sertralina: ▪ São ISRS e favorecem a ↓ do peso, mas não são agentes antiobesidade. ▪ Indicações: apenas em obesidade associada a transtorno depressivo ou transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP). o Bupropiona (Bup, comp. 150 mg): ▪ Aprovada para tratamento de transtornos do humor e tabagismo; ▪ Ação: é um inibidor duplo da recaptação de monoaminas (dopamina e norepinefrina); ▪ Utilizada no tratamento da obesidade, tanto em monoterapia quanto em associação. o Topiramato (Amato, comp. 25, 50 e 100 mg): ▪ Aprovado para tratamento da epilepsia e profilaxia da enxaqueca. ▪ Ação: relaciona-se com a modulação dos receptores do ácido gama-aminobutírico (GABA), com reflexos no comportamento alimentar. ▪ Apesar de eficaz para perda ponderal, as doses habitualmente necessárias para o tratamento da obesidade estão associadas a efeitos colaterais diversos, o que levou à interrupção do seu programa de desenvolvimento como agente antiobesidade. Foi aprovado com associação à Fentermina, usado doses menores. • Novas medicações e estratégias terapêuticas em monoterapia (Lorcaserina, Tesofensina, Liraglutida e Cetilistate) ou com a combinação de fármacos (Fentermina + Topiramato, Bupropiona + Naltrexona e Zonisamida + Bupropiona): https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527728928/epub/OEBPS/Text/chapter77.html#bib2 Tutoria | Problema 04 “Brigando com a Balança...” Módulo 3 | P6 Tutora: Dirce Padilha Natália Alves Fármaco/Dose Ação Efeitos adversos Lorcaserina (Belviq, comp. 10mg): 10mg 2x/dia Agonista serotoninérgico seletivo do receptor 5-HT2c (estimulador da POMC) É muito bem tolerada; cefaleia, infecções do trato respiratório superior (nasofaringite e sinusite) e náuseas Tesofensina Inibidor da recaptação de norepinefrina, dopamina e serotonina Insônia, alterações no humor, tonturas, taquicardia, palpitação, ↑ PA, constipação intestinal, náuseas e diarreia Liraglutida (Victoza, 0,6-3,0 mg/dia SC, 1x/dia) Análogo do GLP-1 ↓ esvaziamento gástrico, ↑ saciedade e ↓ apetite Náuseas, hipoglicemia em casos de DM2, diarreia, constipação intestinal, vômitos, cefaleia, dispepsia, fadiga, tonturas, dor abdominal, ↑ da lipase e pancreatite aguda Cetilistate (80 ou 120 mg 3x/dia) Inibidor das lipases pancreática e gastrintestinal Poucos efeitos GI Beloranib SC: (0,6, 1,2 e 2,4 mg por 12 semanas) Inibição seletiva da metionina aminopeptidase 2; os inibidores dessa enzima ↓ a biossíntese de gordura e ↑ a oxidação de gordura e a lipólise; ↑ o metabolismo da gordura e ↓ a sensação de fome. Cefaleia, lesões no local da aplicação, náuseas e diarreia Bupropiona + Naltrexona Bupropiona: inibição da recaptação de norepinefrina e dopamina (estimuladora da POMC); Naltrexona: antagonista do receptor opioide (impede a autoinibição da β-endorfina sobre a via POMC) 2x/dia, 2 comp. 8-90 mg Bupropiona + Zonisamida (SR 360 mg de cada) Bupropiona: inibição da recaptação de norepinefrina e dopamina (estimuladora da POMC); Zonisamida: ↑ níveis de serotonina e dopamina (estimuladora da POMC e inibidora do AgRP) Cefaleia, náuseas e insônia Fentermina + Topiramato (Qsymia, comp. 3,75/23 mg, 7,5/46 mg, 11,25/69 mg e 15/92 mg) Fentermina: ↑ liberação de norepinefrina; Topiramato: mecanismo desconhecido. Xerostomia, alteração do paladar, infecção do trato respiratório superior, insônia, parestesias e constipação intestinal Pranlintida + Metreleptina Pranlintida: análogo da amilina; ↑ saciedade e ↓ ingestão alimentar; Metreleptina: reverte os efeitos da perda de peso na ↓ do gasto energético; possui ação sinérgica com a pranlintida na sinalização anorexigênica no SNC Sítios de ação dos medicamentos para ↓ de peso. (RGLP1: receptor de GLP-1; DA: dopamina; NE: norepinefrina) Tutoria | Problema 04 “Brigando com a Balança...” Módulo 3 | P6 Tutora: Dirce Padilha Natália Alves ➢ Cirúrgico (cirurgia bariátrica e metabólica / cirurgia da obesidade / “redução de estômago): • Reúne técnicas com respaldo científico destinadas ao tratamento da obesidade e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal ou por ele agravadas. • Ela vem se consolidando como uma das melhores opções terapêuticas para a obesidade grave, especialmente quando há comorbidades. • O Brasil é um dos 3 países com maior nº de cirurgias bariátricas e metabólicas (>80 mil em 2013). • Indicações: o Parâmetros utilizados classicamente para essa indicação foram definidos em 1991 pelo NIH (National Institutes of Health). Apesar de antigas, estas diretrizes são seguidas por agências regulatórias e planos de saúde. o Como o IMC não é capaz de avaliar a composição corporal de cada paciente, as exceções devem ser tratadas com cautela, considerando-se o histórico pessoal e familiar de comorbidades. o IDF (2011): cirurgia bariátrica como forma de tratamento para pacientes com IMC entre 30- 34,9kg/m² (obesidade grau I) desde que tenham DM2 e haja insucesso na terapia medicamentosa. Critérios para indicação de cirurgia bariátrica NIH (EUA), 1991 ADA, 2010 IDF, 2011 Elegível IMC ≥ 40 IMC ≥ 40 IMC ≥ 40 (prioritária) IMC = 35-40 (HbA1c >7,5%, mesmo sob tratamento convencional otimizado, em especial se o peso ↑ ou se houver comorbidades responsivas à perda de peso que não estão controladas) IMC = 35-39,9, com uma comorbidade grave responsiva à perda depeso IMC = 35-39,9, com difícil controle do DM2 ou da comorbidade IMC = 35-39,9, com uma comorbidade grave responsiva à perda de peso Comentários Orientações ultrapassadas, de interesse histórico, mas ainda utilizadas Considera evidências insuficientes para tratamento em pacientes com IMC < 35 Todos os pacientes devem ter falha em perder o peso e manter o peso perdido por meio de tratamento medicamentoso, além de DM2, não responsivo a mudanças no estilo de vida (± metformina), com HbA1c < 7% o CFM (2016): incluiu 21 comorbidades que, se associadas a pacientes com o IMC ≥ 35 kg/m², tornam os mesmos elegíveis à cirurgia bariátrica. o (2010): IMC ≥ 40 ou ≥ 35 kg/m², desde que os pacientes fossem portadores de comorbidades como DM2, apneia do sono, HAS, dislipidemia, doença coronariana, osteoartrites e outras, sem especificações. o Além da avaliação do IMC e das comorbidades, só devem ser considerados os pacientes >18 anos e com tratamento clínico insatisfatório por, pelo menos, 2 anos. o Adolescentes entre 16-18 anos: necessária concordância dos responsáveis legais e avaliação por pediatra, com evidência de consolidação das cartilagens das epífises de crescimento dos punhos. o Deverão ser avaliados com cautela pela equipe: pacientes usuários de drogas ilícitas, alcoolistas, com quadros psicóticos ou demenciais moderados a graves. o Idosos: podem ser candidatos, desde que haja uma avaliação criteriosa, considerando risco/benefício, risco cirúrgico, comorbidades, expectativa de vida e benefícios do emagrecimento. Novos critérios para indicação de cirurgia bariátrica com IMC ≥ 35 kg/m² (CFM) - 2016 Como era → IMC ≥ 35 kg/m² + comorbidades: DM 2; apneia do sono; HAS; dislipidemia; doença arterial coronariana (DAC); osteoartrites e outras. Como ficou → IMC ≥ 35 kg/m² + comorbidades: DM 2; Apneia do sono; HAS; Dislipidemia; Doenças cardiovasculares (DAC, insuficiência cardíaca congestiva, AVC, fibrilação atrial, cardiomiopatia dilatada, cor pulmonale); Sd. de hipoventilação; Asma grave não controlada; Osteoartroses; Hérnias discais; Refluxo gastresofágico, com indicação cirúrgica; Colecistopatia calculosa; Pancreatites agudas de repetição; Esteatose hepática; Incontinência urinária de esforço na mulher; Infertilidades masculina e feminina; Disfunção erétil; SOP; Veias varicosas e Doença hemorroidária; Hipertensão intracraniana idiopática (pseudotumor cerebri); Estigmatização social e Depressão. • Técnicas cirúrgicas: o A cirurgia bariátrica constitui uma mudança anatômica do TGI, ↓ o aporte calórico ao organismo por meio de restrição mecânica e desvio de segmentos variáveis do intestino delgado. o Podem ser classificadas em: restritivas (restrição mecânica), disabsortivas (desvio do intestino delgado, com ↓ da absorção dos alimentos) e mistas. Tutoria | Problema 04 “Brigando com a Balança...” Módulo 3 | P6 Tutora: Dirce Padilha Natália Alves Procedimentos cirúrgicos mais comuns Técnicas restritivas Técnicas disabsortivas Cirurgia mista Banda gástrica ajustável Gastrectomia vertical (sleeve gastrectomy) Cirurgia de Scopinaro Duodenal switch Bypass gástrico em Y de Roux o Pode ser executada por laparotomia ou videolaparoscopia (95,7% dos procedimentos atuais). o Técnicas restritivas: ▪ Banda gástrica ajustável (BGA): ✓ Implante de um dispositivo que envolve o estômago proximal e forma um reservatório gástrico de 20-30 mℓ, com uma via de saída ajustada por um portal de insuflação, que é situado no subcutâneo abdominal. ✓ Causa sensação de plenitude gástrica, levando a uma perda de peso de ≅ 30% nos primeiros anos. ✓ Elevada recidiva da obesidade e complicações a longo prazo, o que tem causado seu desuso nos últimos anos, sendo reduzida a apenas 10% dos procedimentos em 2013. ▪ Gastrectomia vertical (GV) / Sleeve gastrectomy (mais utilizada nos EUA): ✓ Confecção de um tubo vertical por meio da retirada da grande curvatura e do fundo gástrico, de modo que o estômago remanescente passa a ter volume entre 150-200mℓ. ✓ Originalmente constituía a 1ª etapa da cirurgia de duodenal switch em pacientes de alto risco; porém, em função dos bons resultados e da relativa facilidade técnica, a GV vem se consolidando como o tratamento primário da obesidade, respondendo por 37% de todos os procedimentos em 2013. ✓ ↓ os níveis de grelina (hormônio estimulante do apetite, produzido no fundo gástrico, área que é ressecada na cirurgia). ✓ A perda do excesso de peso após GV é um pouco menor quando comparada à derivação gástrica em Y de Roux (DGYR), a qual é mais eficaz na resolução das comorbidades. Diagrama das técnicas cirúrgicas atuais Tutoria | Problema 04 “Brigando com a Balança...” Módulo 3 | P6 Tutora: Dirce Padilha Natália Alves o Técnicas disabsortivas (derivações biliopancreáticas): ▪ Cirurgia de Scopinaro: ✓ Gastrectomia parcial em 2/3 do órgão e uma derivação biliopancreática a 50cm da válvula ileocecal, o que gera um grande componente disabsortivo, eficaz na perda de peso. ✓ Devido ao maior risco de desnutrição proteica, as derivações biliopancreáticas vêm caindo em desuso ▪ Duodenal switch: ✓ Método com predominância disabsortiva; indicado para pacientes superobesos, podendo ser realizada em 2 passos. ✓ Gastrectomia vertical + derivação biliopancreática, realizando-se uma anastomose proximal com o duodeno. ✓ Efeitos metabólicos por ↑ a secreção de GLP-1 e PYY, hormônios intestinais que a ↑ a sensibilidade à insulina, levando à remissão do DM2 em > 90% dos casos. o Cirurgia mista: ▪ Derivação gástrica em Y de Roux (DGYR) / Bypass gástrico: ✓ É a técnica mais realizada no mundo (45% do total de procedimentos). ✓ Componente restritivo: confecção de uma bolsa gástrica, a partir da secção do estômago paralela à pequena curvatura em direção ao ângulo de His, com volume ≅ 30 mℓ. ✓ Componente disabsortivo: desvio intestinal, em que o duodeno e a porção do jejuno não participam mais do trânsito alimentar, assim como pela exclusão de quase todo o estômago. ✓ Anastomose gastrojejunal: confeccionada com diâmetro adequado para manter o componente restritivo. ✓ Possui ação metabólica, tanto por seu componente restritivo, quanto pelo desvio intestinal, que causa alterações nas incretinas → remissão do diabetes em ≅ 70% dos casos. ✓ Complicações pós-operatórias: Mais comuns, imediatas e tardias: Estenose e ulceração gástrica; Infecção de ferida operatória; Peritonite e vazamento na anastomose; TVP; Embolia pulmonar; Abscesso subfrênico; Perda de peso insatisfatória; Náuseas e vômitos. Precoces mais temidas: Fístula gástrica e Trombose venosa → alto grau de suspeição. Deficiência de ferro pela menor absorção, já que o duodeno não participa mais do trânsito, especialmente em mulheres com fluxo menstrual abundante. Tardias: Colelitíase; Má absorção de Vit. e sais minerais; Neuropatia periférica; Sd. de dumping; Reganho de peso; Obstrução intestinal; Hipoglicemia pós-prandial. • Seguimento (acompanhamento no pós-operatório): o A realização da cirurgia bariátrica é a principal etapa na perda de peso, porém não pode ser vista como um processo único, necessitando de mudanças de hábitos e estilo de vida para um bom resultado. o EDA e USG de abdome total devem ser realizados para avaliar possíveis complicações e para acompanhar a evolução da anatomia cirúrgica. o No pós-operatório tardio, o paciente deve visitar a equipe médica, pelo menos, anualmente, visando a um bom controle da perda de peso e das comorbidades. o A frequência das consultas no pós-operatório deve ser ajustada ao perfil e à gravidade de cada caso. o Dieta: ▪ No pós-operatório precoce passa por uma transição lenta de alimento líquido para pastoso, até chegar à dieta sólida ≅ 1 mês após o procedimento (pode variar de acordo com o protocolo da equipe cirúrgica). ▪ Deve ser rica em proteínas e pobre em carboidratos,a fim de evitar recidiva da obesidade e hipoproteinemia, sempre acompanhada por equipe multiprofissional. ▪ No pós-operatório precoce, é recomendada a ingestão mínima de 60g/dia de proteína, chegando até 1,5g/kg de peso ideal. ▪ Os medicamentos de uso contínuo devem ser utilizados macerados ou em versões líquidas de absorção rápida, devendo ser evitadas as apresentações de liberação estendida, para maximizar a absorção. Tutoria | Problema 04 “Brigando com a Balança...” Módulo 3 | P6 Tutora: Dirce Padilha Natália Alves ▪ Alimentos hipercalóricos ricos em sacarose podem desencadear a Sd. de dumping, caracterizada pela presença da diarreia osmótica, a qual é decorrente das alterações disabsortivas secundárias à DGYR e pode estar associada a náuseas, tontura, mal-estar e sudorese, de ocorrência pós-prandial (geralmente primeiros 60’ após a alimentação). o Atividade física: útil para controlar o peso a longo prazo, melhorar o resultado estético e ↓ as tx de sarcopenia, mas isso deve ser realizado progressivamente e com o acompanhamento de um profissional de educação física. É recomendado um mínimo de 150’/semana, com objetivo de atingir 300’/semana, incluindo treinos de força. o Reposição de micronutrientes: ▪ Deve seguir as necessidades de cada caso. ▪ Recomendação mínima diária para DGYR e gastrectomia vertical: 2 cápsulas de complexos multivitamínicos/multiminerais; 1.200-1.500mg de cálcio elementar; 3.000UI de Vit. D (buscando alcançar níveis de 25-OH-Vit.D >30 ng/mℓ); Vit. B12 de acordo com as necessidades; e 45-60mg de ferro total. ▪ É recomendável que os níveis de glicemia sejam determinados nos diabéticos após a alta hospitalar, auxiliando no manejo das doses de medicações antidiabéticas e buscando flagrar possíveis hipoglicemias. o Manejo dos distúrbios metabólicos e hormonais (acompanhamento endocrinológico): ▪ Visa acompanhar a evolução de peso, comorbidades e perfil nutricional, aumentando as tx de sucesso. ▪ As avaliações laboratoriais devem ser feitas periodicamente: hemograma, provas de função hepática, bioquímica, dosagem de Vit. e minerais. ▪ Diabéticos: suspensão do uso de sulfonilureias e meglitinidas e as doses de insulina devem ser ajustadas, devido ao risco de hipoglicemia no período pós-operatório precoce, quando a ingestão calórica está ↓. A Metformina pode ser utilizada após passado o período inicial, sendo mantida até que haja evidências de resolução clínica do DM2. ▪ Avaliar os sinais de osteoporose nos pacientes submetidos a DGYR e derivações biliopancreáticas, por meio de medidas de densidade mineral óssea. Os bisfosfonatos (BFN) só devem ser considerados após tratamento apropriado de deficiência de cálcio e Vit. D. A avaliação deve incluir PTH, cálcio total, fósforo, 25-OH-Vit. D e albumina. Caso se opte por tratar a osteoporose com BFN, pode ser necessário o uso de um IV (ác. zoledrônico, em infusão anual de 5 mg), já que há preocupação sobre absorção adequada e possibilidade de ocorrência de úlceras de boca anastomótica, quando da adm oral dos BFN. ▪ Episódios de hipoglicemia que não respondam a medidas comportamentais/nutricionais, diagnósticos diferenciais devem ser excluídos: hipoglicemia factícia ou insulinogênica, insulinoma, ou hipoglicemia hiperinsulinêmica pancreatogênica não insulinoma (HHPNI), esta última associada a alguns medicamentos, como Octreotida, Acarbose, Antagonistas dos canais de cálcio, e, em casos extremos, pode ser necessária reversão da cirurgia. o Avaliação do status nutricional: ▪ Procedimentos puramente disabsortivos: recomendada a avaliação de deficiência de Vit. A, que pode se apresentar como complicações oculares. ▪ Deficiência de ferro: reposição de 150-200mg de ferro elementar/dia + Vit. C. Em alguns casos pode ser necessária infusão IV, devido à dificuldade em absorver o ferro administrado oralmente. ▪ Deficiência de B12: procedimentos nos quais o estômago distal seja desviado. ▪ Deficiências de Selênio, Cobre e Zinco: astenia, diarreia, queda de cabelo, deficiência de cicatrização. Tutoria | Problema 04 “Brigando com a Balança...” Módulo 3 | P6 Tutora: Dirce Padilha Natália Alves • VILAR, Lúcio. Endocrinologia Clínica. 6ª ed., 2016, cap. 75, p. 862 e cap. 77, p. 881. RJ. • SALES, Patrícia; HALPERN, Alfredo; CERCATO; Cintia. O essencial em endocrinologia. 1ª ed., cap. 100. P. 667. e seção 7, p. 493. RJ. • I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. Arq. Bras. Cardiol. vol.84 suppl.1 SP, 2005. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2005000700001 REFERÊNCIAS
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