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02 - Classificação dos Edêntulos Parciais

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Introdução 
A classificação de kennedy é a mais universalmente 
aceita. Existem, lógico, outras classificações, mas o que 
será cobrado aqui é a classificação de Kennedy. 
 
Objetivos 
 
O principal objetivo, ao falar em classificações, é 
agrupar e promover uma resolução para um grupo. Por 
exemplo, quando se tem uma prótese 
dentomucosossuportada na região anterior, de primeiro 
pré-molar a primeiro pré-molar, temos a classe 1 de 
Kennedy. Para esses casos de classe 1, é melhor utilizar 
grampos do tipo X e não grampos tipo Y, por exemplo. 
 
 Agrupar os representantes de uma população, 
segundo os pontos de semelhança que apresentem 
entre si, de maneira a poder generalizar a todo o 
grupo os conhecimentos ou as leis relativas a cada 
representante particular. 
 Facilitar o equacionamento dos problemas 
inerentes a uma determinada coletividade, como 
decorrência natural da facilidade de se estudar e 
entender, em separado, os diversos grupos que a 
compõem. 
 Finalidade didática. 
 Comunicação profissional/profissional, 
profissional/técnico e técnico/profissional. (criar 
soluções para um grande grupo, facilitando a 
comunicação). 
 Sistematização do desenho e do tratamento. 
 Diversos autores organizaram e propuseram os 
diversos sistemas para tentar resolver problemas, 
agrupando o número de possíveis combinações em 
classes e subclasses, baseando-se em diferentes 
princípios. Mas nenhuma dessas classificações é 
totalmente específica, sendo necessário que se 
entenda os princípios. 
 
Classificações 
 
Segundo McCracken (1964), nenhum método de 
classificação pode ser descritivo de um método único, 
porém de métodos mais básicos, e este deverá ser 
suficiente. 
Existe um número imenso de classificações. A mais 
utilizada é a de Kennedy (1928), que foi modificada por 
Applegate (1960). Ela precisou de uma resolução para que 
fosse entendida melhor e sanasse algumas dúvidas, mas 
mesmo assim não é uma classificação completa. 
 
Bases Para as Classificações 
 
Algumas bases para essas classificações foram 
oriundas dos primeiros autores do tema. A escola de 
Cummer (1921) trabalhava com o rendimento da prótese 
parcial removível. A escola de Kennedy (1925) é mais 
topográfica. Já a escala de Rumpel (1927) é mais fisiológica, 
tentando resolver alguns problemas funcionais. 
Além disso, mais de 60 outros autores criaram 
novas classificações baseando-se em: 
 Topografia; 
 Rendimento do aparelho protético; 
 Função; 
 Fisiologia; 
 Biomecânica. 
 
Primeira Classificação - Funcional 
Considera o tipo de via de transmissão das cargas 
mastigatórias ao tecido ósseo. 
A transmissão por via dental ocorre através de 
PPRs dentossuportadas ou próteses parciais fixas (PPF). A 
transmissão por via fibromucosa é feita através das PPRs 
mucossuportadas ou PT. E a transmissão mista, que ocorre 
através dos dentes e por via fibromucosa, se dá através das 
PPRs dentomucossuportadas. 
 
 
 
 
 
Quando se tem uma ponte como no caso da 
Classificação dos Edêntulos Parciais 
imagem acima, que mostra um pré-molar e um molar 
(faltando só o segundo pré-molar), onde existe apoio tanto 
de um lado como do outro, ao mastigar, a força exercida irá 
deformar esse dente protético e, com isso, ele irá 
transmitir as tensões exercidas para os ligamentos dos 
dentes pilares/vizinhos (cargas de compressão passam a 
ser cargas de tração). 
A partir do momento em que se perde o suporte 
posterior, a prótese irá recompor a parte óssea e 
fibromucosa perdida, através do osso e gengiva artificial, 
que irá se apoiar na região fibromucosa. Com isso, obtemos 
uma prótese dentomucosossuportada, onde existe a 
transmissão por via dental e por via fibromucosa. 
Em condições normais, um dente se deforma em 
torno de 0,1 mm no seu ligamento periodontal. Já a sela se 
deforma, com relação à região fibromucosa, 13 vezes mais 
do que em relação ao ligamento periodontal (cerca de 13 
mm). Ou seja, essa prótese irá se deformar bem mais na 
região de mucosa do que na região de dente, causando 
uma alavanca, como mostra a imagem anterior, onde a 
força mastigatória não será transmitida igualmente (carga 
de compressão transmitida para o osso). 
Por conta disso, sempre que possível, devemos 
fazer próteses apoiadas somente sobre dentes, pois as 
cargas serão melhor absorvidas pelo osso por via do 
ligamento periodontal. Ao trabalhar com uma prótese 
dentomucosossuportada, deve-se evitar ao máximo a 
exacerbação da reabsorção. É evidente de que toda 
prótese dentomucosossuportada irá causar reabsorção 
devido ao desequilíbrio de cargas (o osso não consegue 
absorver bem as cargas), mas deve-se criar próteses que 
evitem a exacerbação dessa reabsorção. 
 
Rumpell (1927) 
 
Rumpell, baseado na classificação funcional das 
próteses (dentossuportada, dentomucosossuportada e 
mucosossuportada), criou uma classificação bem simples, 
chamando as próteses dentossuportadas de fisiológicas, as 
dentomucosossuportadas de semifisiológicas e as 
mucossuportadas de afisiológicas. 
 
Cummer (1921) 
 
Baseado em Cummer temos a classificação 
biomecânica, que se fundamenta na posição dos 
dispositivos de retenção indireta. 
 Classe I – Diagonal 
 
 
 
Nesse caso haverá retentores que ficaram nos 
dentes pilares, que ficam vizinhos aos espaços protéticos. 
Com isso, o objetivo é criar uma estabilização para que a 
prótese não se mova. Portanto, forma-se uma retenção 
indireta (longe do espaço protético). 
Resumindo, haverá grampos nos dentes próximos 
aos espaços protéticos (retentores diretos), formando uma 
linha imaginária que os liga pela diagonal. Bem no centro 
dessa linha imaginária é traçada uma linha perpendicular, 
sendo posto nos dentes por ela alcançados um retentor 
mecânico para auxiliar na estabilidade da prótese. 
 Classe II – Diametral 
 
 
 
É assim classificado quando se tem um espaço 
protético anterior ou posterior, de forma que se cria 
regiões de fulcro com retenções indiretas adicionais que 
facilitam a estabilização da prótese quando em posição. 
 Classe III – Unilateral 
 
 
 
Hoje em dia as próteses dessa classificação estão 
contraindicadas, pois é preciso que haja retentores, ou 
seja, grampos, que abracem os dentes do lado oposto ao 
espaço protético e promovam a retenção indireta para que 
se distribua a retenção também longe do espaço protético, 
criando uma prótese mais ampla (com 
retenção/estabilidade mais ampla). 
A prótese unilateral de Cummer em si é uma 
prótese pequena e que não oferece muita retenção. Por 
conta disso, ela pode se soltar e o paciente pode acabar 
deglutindo-a. 
 Classe IV – Polilateral 
 
 
 
Esse tipo de prótese faz uso de uma lei bastante 
utilizada que é a do polígono de Roy. Cria-se polígonos que 
proporcionam estabilidade, eliminando forças horizontais 
que deslocam a prótese (quanto mais figuras geométricas, 
melhor a estabilidade). 
 
Muller (1930) 
 
Em suas classificações, Muller buscou aprimorar o 
rendimento do aparelho protético. A grande sacada de 
Muller foi a denominação da prótese de alavanca, que 
corresponde à região do extremo livre, onde se tem os 
dentes anteriores, mas não se tem o apoio dos dentes 
posteriores. 
Entre as suas classificações temos: 
 Classe I – Prótese intercalar; 
 Classe II – Prótese de alavanca; 
 Classe III – Prótese combinada. 
Na imagem a seguir, do lado direito teríamos uma 
prótese intercalar; do lado esquerdo teríamos uma prótese 
de alavanca e o conjunto seria uma prótese combinada. 
 
 
 
Essas classificações de Muller são baseadas nos 
achados de Cummer. 
 
 
Classificação de Kennedy 
 
Segundo Fiset (1973), a classificação de Kennedy, 
além de ser a que apresenta maior objetividade para o 
ensino e aprendizagem dos princípios que promovem a 
integração bioprotética da prótese removível, é a que 
oferece melhores condições para propor a mentalização 
das conjecturas de planejamento para os diferentes tipos 
de pacientes parcialmente edêntulos. 
A classificação de Kennedy alcança quasetodos os 
casos de PPR. Antes de executar o preparo protético é 
importante reestabelecer o plano oclusal (dimensões 
anteroposterior e laterolateral), de forma que o paciente 
possa mastigar sem obstáculos. 
As classificações posteriores à de Kennedy não 
conseguiram superar a sua utilidade, sendo esta a 
classificação que agrupa mais racionalmente os casos de 
edentados parciais e a mais fácil de ser aplicada no ensino 
e na prática clínica da PPR. 
 
Classe I - Edentado Posterior Bilateral 
 
Nesse caso se observa a ausência dos dentes 
posteriores dos dois lados da arcada. Com isso, a sela e os 
dentes artificiais irão ocupar toda essa região desdentada 
e de possível perda óssea. 
Do ponto de vista funcional, essa classe I de 
Kennedy se trata de uma prótese dentomucosossuportada 
(semifisiológica). 
 
 
 
Classe II - Edentado Posterior Unilateral 
 
Esse tipo de prótese, funcionalmente, também é 
classificado como dentomucosossuportada. A diferença 
entre essa classificação e a classe I é que, em seus estudos, 
Kennedy descobriu uma maior incidência de espaços 
protéticos quando bilaterais do que quando unilaterais. 
 
 
 
Classe III - Edentado Posterior 
Intercalar 
 
Nesse caso se observa a ausência de dentes 
posteriores, mas há a presença de dentes dos dois lados do 
espaço protético. 
Do ponto de vista funcional, trata-se de uma 
prótese dentossuportada. 
 
 
 
Classe IV - Edentado Anterior Intercalar 
 
Para ser uma classe IV é necessária a ausência de 
pelo menos os dois incisivos, ou seja, a linha média tem que 
estar comprometida. 
 
 
 
 
Regras de Applegate 
 
Em 1960, Applegate utilizou algumas regras para 
normatizar a classificação de Kennedy. 
 1º regra. 
A classificação deve ser utilizada posteriormente 
ao preparo de boca, visto que novas extrações podrão 
alterá-la. 
 2º regra. 
Se o terceiro molar está ausente, não se deve 
considerar a zona edentada correspondente, visto que 
terceiros molares não serão repostos. 
 3º regra. 
Se estão presentes os terceiros molares e vão ser 
utilizados como elementos de suporte no planejamento, 
devem ser considerados na classificação. (só se considera o 
terceiro molar quando ele é utilizado para suporte). 
 4º regra. 
A área correspondente aos segundos molares 
ausentes – que por alguma razão especial, como por 
exemplo, a ausência do seu antagonista, não devem ser 
reposicionadas – não deve ser considerada para efeito de 
classificação. 
 5º regra. 
Quando existem zonas edentadas adicionais na 
mesma arcada, a zona ou as zonas mais posteriores regem 
a classificação (exceto a zona correspondente aos terceiros 
molares). 
 6º regra. 
As zonas edentadas agregadas às que determinam 
a classificação primária, indicam-se como modificações 
dessa classe e são identificadas por um número (algarismo 
arábico). 
 7º regra. 
A extensão da zona modificante não influencia, 
mas o fator determinante é o seu número. 
 8º regra. 
Só as classes I, II e III podem possuir modificações, 
ou seja, a classe IV não permite modificação (zonas 
edentadas adicionais na classe IV resultariam em zonas 
edentadas bilaterais simples). 
 
Modificações 
 
Como dito anteriormente, as modificações são 
descritas em algarismos arábicos, dependendo do número 
de brechas protéticas. 
Quando além do espaço que rege a classe houver 
um espaço adicional, esse espaço será a modificação. O 
espaço adicional é somado pelo número de brechas 
protéticas a serem somadas, podendo ser Mod 1, Mod 2 
Mod 3 ou Mod 4. 
 
Exemplo - Classe I Mod. 2 
 
Edentado posterior bilateral com dois espaços 
extras. 
 
 
 
Se também perdesse o canino, a modificação seria 
1. Já se perdesse o primeiro pré-molar do lado direito da 
imagem, a modificação seria 3. 
 
Exemplo - Classe II Mod. 1 
 
Como a região edentada mais posterior é que rege 
a classificação, na imagem a seguir temos uma prótese 
unilateral (edentado posterior unilateral) com um espaço 
adicional, ou seja, classe II Mod 1. 
 
 
 
Exemplo - Classe III Mod. 3 
 
No caso a seguir temos um edentado posterior 
intercalar, onde são somados os três espaços extras.

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