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● Introdução: Ambas as doenças são causadas por Clostridium spp., e afetam primariamente o sistema nervoso. ● Etiologia: Os Clostridium spp. são bacilos gram positivos não encapsulados isolados, que formam esporos resistentes. Também são móveis por um flagelo, anaeróbicos e fermentativos. São sapró- fitos e compõem a flora intestinal. ➤ Sobrevivência: Os esporos podem ser en- contrados no ambiente, sobretudo no solo úmido. São capazes de resistir a condições climáticas adversas, sem exposição à luz solar por meses ou anos, à água fervente, fenol, e autoclave a 120°C por até 20 minutos. ➤ Esporulação: O conteúdo celular entra em degeneração e desidratação. Além disso se forma um endósporo na região apical. É um processo facilmente revertido em situação adequada. ● Botulismo ● ● Caracterização: Doença causada pela into- xicação resultante da ingestão e absorção diges- tiva de toxinas pré-formadas pelo agente C. botulinum. ➤ C. botulinum: Apresenta formação de 3 to- xinas: toxina botulínica (7 tipos: A – G), toxina C2 e exoenzima C3. Toxina Origem Espécies Distribuição A Vegetais e frutas Humanos América do Norte e Rússia B Carne e produtos suínos Humanos América do Norte, Europa e Rússia Cα Vegetação, invertebrados e cadáver Aves aquáticas Nova Zelândia, Japão e Europa Cβ Alimentos deteriorados e cadáver Equinos, bovinos Austrália, África, Europa, América do Norte D Cadáver e excremento de aves Bovinos, ovinos e aves domésticas África, Rússia, EUA e Europa E Peixe cru e mamíferos marinhos Humanos, peixes e aves América do Norte, Europa, Japão, Rússia F Carne e peixe Humanos EUA, Europa e Rússia G Solo Humanos Argentina ➤ Epidemiologia: O botulismo em bovinos de criação extensiva é comumente associado a busca de alimentos não naturais para suprimir alguma deficiência nutritiva. Aqui, o consumo de cadá- veres, cama de aves e ossos promovem o risco da doença, visto que são materiais repletos de toxina pelo desenvolvimento do agente. Em animais de criação intensiva, a contaminação se dá por silagem, feno ou ração mal conservadas. ➤ Patogenia: No local de desenvolvimento, a toxina botulínica é de gene cromossomal e provoca hidrólise de proteínas de fusão (vesícula – membrana), impedindo a liberação do neurotrans- missor excitatório acetilcolina. Dessa forma, ve- sículas se acumulam na junção neuromuscular e o animal desenvolve o quadro de paralisia flácida. O período de incubação pode variar de algumas horar até dias. ☞ Sinais Clínicos: Estão diretamente associa- dos com a quantidade de toxina ingerida. É desen- volvido um quadro de paralisia muscular flácida progressiva inicial nos membros posteriores, mantendo os animais deitados em decúbito esterno-abdominal. Esses animais se locomovem com dificuldade e lentamente a medida do avançar da intoxicação. Não há febre e os animais podem sucumbir repentinamente. Ao avançar, os membros anteriores, pescoço e cabeça são afetados, impedindo a deglutição e mastigação e, consequentemente, se observa sialorreia e exteriorização da língua. Na fase final, a pros- tração se acentua e o animal pode evoluir a coma e morte por paralisia da musculatura cardíaca e respiratória. ● Diagnóstico: Pode ser fundamentado em a- namnese e exame físico, porém a confirmação deve ser feita por meio da detecção da toxina botulínica por técnica de soroneutralização e inoculação em camundongos. ● Profilaxia: Suplementar adequadamente os minerais; conservar silagens, feno e ração com cautela; retirar fontes de infecção do local, com descarte correto de carcaças (enterro e compos- tagem); vacinação. ● Tétano ● ● Caracterização: Doença causada pela into- xicação resultante da ingestão e absorção diges- tiva de toxinas pré-formadas pelo agente C. tetani. ➤ C. tetani: Apresenta formação de 2 toxinas: toxina tetânica (tetanoespasmina) e tetanolinisa (sem importância clínica). ➤ Epidemiologia: O tétano ocorre quando os esporos presentes no ambiente são introduzidos em feridas ou lesões penetrantes. A toxina pene- tra no corpo a partir da replicação em ferida. ➤ Patogenia: No local de desenvolvimento, a toxina tetânica é de gene plasmidial e provoca hidrólise de proteínas de fusão (vesícula – mem- brana), impedindo a liberação dos neurotransmis- sores inibitórios glicina e ácido γ-aminobutírico. Dessa forma, não há desprendimento muscular e o animal desenvolve um quadro paralisia espástica ☞ Sinais Clínicos: A rigidez aumentada de um músculo se inicia próximo ao local da ferida, propagando-se gradualmente outros grupos musculares. A marcha de torna rígida e há dificuldade em deitar confortavelmente. Pode haver quadro febril. Em estágio avançado, a mandíbula permanece fechada, o limiar tátil é diminuído, pode ocorrer convulsões e a morte geralmente se dá por comprometimento respira- tório. ● Diagnóstico: Pode ser fundamentado em a- namnese e exame físico. O isolamento do C. tetani de feridas é um procedimento difícil e não compensador. A confirmação mais utilizada se dá por meio de titulação sérica contra a toxina. ● Tratamento: Aplicação de antitoxina, um soro antitetânico equino (SAT) ou imunoglobulina humana antitetânica (IGHAT). ● Profilaxia: Cuidados apropriados das feridas infectadas, manejo adequado do ambiente, e vacinação.
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