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FLUORIMETRIA LA – 2019 - Oceanografia Fluorimetria é uma técnica extremamente sensível, muito usada por químicos analíticos, bioquímicos e na área de clínica. Para entender como ocorre o processo, é necessário lembrar que toda a vez que uma molécula absorve energia radiante, esta energia tende a ser dissipada na forma de calor, que é consumido via colisões. Para cerca de 95% das moléculas, este é o processo de dissipar a energia. No entanto, para certas moléculas (~5%), quando energias radiantes mais intensas (geralmente UV) ocorre um fenômeno adicional: Parte da energia é perdida via colisões, outra parte excita os elétrons para níveis mais elevados, que ao retornar ao estado fundamental, vão emitir luz. LUMINESCÊNCIA Emissão de fótons de estados eletrônicos excitados UV e visível fluorescência fosforescência singleto singleto tripleto singleto 10-8 s 10-3 - 100 s Cromóforos - moléculas que absorvem luz Fluoróforos - moléculas que fluorescem Geralmente possuem elétrons delocalizados/duplas ligações/anéis Na realidade, além da fluorescência, temos a fosforescência e a quimioluminescência, todos processos que ocorrem à baixa temperatura. Fotoluminescência: Engloba a fluorescência e a fosforescência, cujos processos de excitação são similares (absorção de fótons) mas com decaimentos diferentes Quimiluminescência: Emissão de luz gerada por uma reação química. Fluorescência e fosforescência são processos de emissão de luz em baixas temperaturas. Nos dois processos, ocorre absorção de energia e sua reemissão em forma de luz visível. Diferenças entre fluorescência e fosforescência: Substâncias fluorescentes emitem luz durante o período que recebem luz. Cessando a chegada de luz, cessa o processo de emissão. Substâncias fosforescentes emitem luz durante e depois de cessada a chegada de luz. Vagalumes: Luz emitida, baseada em uma oxidação biológica. A reação química que ocorre envolve: O2 + Luciferina + ATP, na presença da enzima luciferase Luz Fluorescência, fosforescência e quimioluminescência são casos especiais de luminescência. Ocorre sempre em baixas temperaturas. Existe também a termoluminescência. Na termoluminescência também há emissão de luz. Só que neste caso, as temperaturas são bastante elevadas. UM POUCO DE HISTÓRIA Para entender como o processo de fluorescência ocorre, é importante considerar o diagrama abaixo: - Neste diagrama, são representados os processos que ocorrem quando uma molécula é excitada e fluoresce. - Moléculas expostas à luz (geralmente UV), recebem fótons, que promovem a transição de elétrons para níveis de energia superior. - A maior parte destes elétrons vão ser promovidos para os níveis S1 e S2 (há níveis superiores, mas são pouco significativos). - Rapidamente ocorrem conversões internas e ao alcançar o nível S1 os elétrons retornam rapidamente (10-6 a 10-9 s), emitindo luz. - Para algumas moléculas, pode ocorrer a reversão de spin, migrar para um estado menos energético (cruzamento intersistema). - Nesta situação, o menor nível vibracional é atingido e a molécula pode retornar ao estado inicial, emitindo fótons mais lentamente Que moléculas são capazes de fluorescer? Moléculas com transição * geram maior fluorescência. Muitos hidrocarbonetos aromáticos não substituídos fluorescem em solução. Nestes, a eficiência quântica aumenta com o aumento do número de anéis e com o grau de condensação. Heterocíclicos simples como piridina, furano, tiofeno e pirrol não fluorescem. Exemplos de compostos onde ocorre fluorescência são quinolina, isoquinolina, indol e fluoresceína. O que há de comum nestas moléculas? COMPONENTES DE UM FLUORÍMETRO FONTES DE RADIAÇÃO: - Lâmpadas de mercúrio (mais comum para fluorímetros), - Lâmpadas de deutério, tungstênio e xenônio (espectrofluorímetros) - Diodos emissores de luz (450-475nm) - Lasers SELETORES DE : - Filtros de absorção ou interferência - Monocromadores de rede CÉLULAS DE MEDIDA: - Cilíndricas/retangulares (podem ser de vidro, sílica ou quartzo) DETECTORES: - Fotomultiplicadoras Aplicações: Fluorimetria se destaca pela sua elevada sensibilidade. É muito comum que se alcance sensibilidades na faixa de ppb (partes por bilhão). Outro aspecto que diferencia a fluorimetria é a elevada seletividade desta técnica. Um analito, na presença de dezenas de outros pode ser distinguido, visto que raramente outra espécie tem espectro de excitação e de emissão coincidentes. Limitações: Fluorimetria requer baixas concentrações para dar respostas lineares. [ ] requerem cuidados especiais: (evaporação, adsorção, instabilidade do analito, reação com traços de impurezas, com O2 dissolvido, etc) Elevadas [ ], produzem desvio de linearidade (“self-adsorption”). Determinadas espécies presentes na solução podem causar “quenching”. Estas espécies impedem que a fluorescência aconteça. (ex: I- é um quencher extremamente eficiente). Substâncias coloridas podem também atuar como quenchers. Espectros de excitação e de emissão de uma determinada espécie Aplicações: Determinação de espécies inorgânicas - Direta – Form. de complexos fluorescentes - Indireta: Supressão da fluorescência Determinação de espécies orgânicas - Extratos de plantas, esteroides, vitaminas Sensores óticos para determinar metais pesados - Pode-se fazer uso da formação de complexos - Pode ser explorada a supressão de fluorescência Medição de oxigênio - Sensores de oxigênio usando fibra ótica
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