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Equilíbrio · Processo pelo qual o corpo é estabilizado para um dado propósito; · Habilidade de controlar a massa corporal ou o centro de gravidade; · Pertence a uma “família de ajustes”, que têm 3 objetivos principais: · Sustentar o corpo e a cabeça contra a gravidade e contra forças externas; · Manter o centro de massa alinhado e equilibrado sobre a base de apoio; · Estabilizar as partes do corpo enquanto outras partes do corpo estão em movimento. · A habilidade de equilibrar-se e manter-se numa postura estável é fundamental para execução da maior parte dos movimentos. · Componentes fundamentais: · Manutenção de uma postura; · Ajuste postural antes e durante um movimento auto iniciado; · Ajustes posturais feitos em resposta a um distúrbio externo. Equilíbrio – Ajuste postural · Chama-se ajuste postural as ativações musculares que ocorrem durante o movimento: · Antes – na preparação de um movimento auto iniciado; · Durante – segmentos se mantém estáveis enquanto outros se movimentam. · O equilíbrio é limitado pela dinâmica do corpo, incluindo mobilidade das articulações, comprimento e força dos músculos, ambiente físico e experiência prévia. · Integração dos sistemas sensorial e musculoesquelético. Equilíbrio dinâmico na marcha · Necessário ajuste postural contínuo; · Tropeços, passos em falso e quedas; · O tropeço normalmente é causado por um piso desnivelado, passo mal calculado ou obstáculo inesperado; · Nas ações frente à perturbações inesperadas, na queda para frente, os músculos utilizados são bilaterais (gastrocnêmico de uma perna e tibial anterior da outra); · Um tropeço na fase de balanço pode ocorrer se a elevação dos dedos for insuficiente. Disfunção do movimento · Qualquer inabilidade de controlar o alinhamento segmentar e de ativar, coordenar e cronometrar a atividade muscular de forma eficaz deve comprometer a estabilidade postural; · Algumas deficiências podem contribuir, incluindo fraqueza muscular, em consequência do recrutamento insuficiente e/ou lento de neurônios motores, dificuldades na regulação temporal das ativações musculares, restrições da ADM (perda da extensibilidade), além de deficiências sensoriais e de percepção. Mudanças por desuso · Afetam os sistemas cardiovascular, musculoesquelético e neurológico. · Podem ocorrer como resultado de um prolongado período acamado, ou relativa inatividade sentado. · Diminuição do VO2máx, da força muscular e da receptividade sensorial; · Aumento de lesões neurológicas e de perturbações do equilíbrio. · Fraqueza muscular e alterações pelo desuso ocorrem principalmente nos músculos da panturrilha e afetam diretamente os padrões de ajuste postural; · Comportamentos adaptativos: · Base de sustentação alargada; · Usando as mãos como apoio; · Transferência para perna não afetada / menos afetada; · Enrijecimento do corpo. Equilíbrio – Problemas Motores Mais Comuns · Inabilidade de gerar força suficiente para suportar o corpo; · Inabilidade de fazer ajustes antecipatórios quando sentado ou em pé; · Dificuldade de ajuste contínuo da postura – insuficiência na regulação das contrações musculares; · Inabilidade de juntar, de forma coordenada, as rotações segmentares. Equilíbrio – Treinamento · Na avaliação do equilíbrio, os ajustes posturais são analisados, inicialmente, nas posturas sentada e em pé, durante os movimentos auto iniciados; · Para muitos pacientes, deve-se treinar o equilíbrio com ações da vida diária: ficar em pé e sentar, andar, subir escada, alcançar objetos além do comprimento dos braços, etc... Metas concretas no treinamento · Olhando para o teto – ações musculares antecipatórias dos MMII para que o centro de massa não se mova quando a cabeça é inclinada para trás; · Virando o olhar para trás; · Alcançando à frente, aos lados e atrás para pegar objetos; · Abaixando para tocar um banquinho ou o chão. Metas progressivas do treinamento · Atividades na posição sentada e de pé; · Mudar a forma da base de apoio; · Pedir maior flexão e extensão de MMII; · Aumentar a distância dos objetos do corpo; · Aumentar o peso e o tamanho do objeto para que ambas as mãos possam ser usadas; · Mudar a localização do objeto (lateral é mais difícil do que à frente); · Aumentar a demanda de velocidade, como por exemplo, pegar uma bola. · Exercícios de força são indispensáveis (apesar de nem sempre percebido) na preservação do equilíbrio. · Isquiotibiais, reto femoral, gastrocnêmicos, tibial anterior, sóleo, glúteos, vastos. Metas progressivas avançadas do treinamento · Posição em pé, subindo uma escada rolante; · Andando em uma esteira rolante; · Em pé em superfície instável; · Andando em uma sala cheia; · Entrando e saindo de um elevador; · Pode-se iniciar com a cinta de sustentação (o paciente experimenta a instabilidade sem cair). Treinamento – interferências externas · Usar um suporte externo em pé (mão como apoio ou ser mantido pelo fisioterapeuta) deve ser evitado. · Ativações musculares são diferentes se outras partes do corpo, e não os pés, são usados para estabilidade. · O mecanismo do paciente para a manutenção da estabilidade muda; · O terapeuta deve ficar por perto (mas não tocando), pois pode fornecer alguma estabilidade emocional. Treinamento – considerações · Ajustes de postura são específicos da tarefa e do contexto – são antecipatórios e contínuos em resposta a movimentos auto iniciados e responsivos. · O comportamento motor adaptativo pode evitar a recuperação do equilíbrio efetivo; · A visão fornece informação e ajuda no controle da ação; · Modificações no ambiente podem ser usadas para “forçar” uma ação desejada ou simplificar as exigências de equilíbrio; · Mudanças nas condições mecânicas das diferentes tarefas em diferentes contextos, requerem diferentes ativações de músculos e padrões motores; · Fatores cognitivos podem influenciar a habilidade de equilíbrio; · O medo por parte da equipe de que o paciente possa cair é um dos fatores que limitam o treinamento intensivo que ajudaria o paciente a recuperar o equilíbrio independente; · Trabalhar a força de MMII é fundamental para uma reabilitação efetiva do equilíbrio. Marcha · A marcha é tão essencial como ficar de pé; · A principal substituição da marcha é a cadeira de rodas, que faz com que indivíduos percam uma considerável versatilidade de experiências associadas à marcha; · É uma das ações mais consistentes e flexíveis que desempenhamos; · O padrão do uso muscular pode variar, não só de um indivíduo para o outro, mas também dependendo da velocidade e da fadiga de um indivíduo em particular; · Existe uma ação de cooperação entre grupos musculares envolvidos na marcha, se, por acaso, algum músculo não pode realizar a ação, outros músculos assumem o comando da função. Requisitos para uma marcha bem sucedida · Produção de ritmo locomotor básico; · Suporte de propulsão do corpo na direção pretendida; · Controle de equilíbrio dinâmico do corpo em movimento; · Habilidade de adaptar o movimento às mudanças das demandas do ambiente e das metas; · Tolerância ao exercício (capacidade aeróbica). Fases da marcha · Fase de apoio – 60%: · Toque do calcanhar. · Apoio plantar; · Apoio médio; · Elevação do calcanhar; · Desprender do pé do solo; · Fase de balanço – 40%: · Aceleração; · Balanço médio; · Desaceleração. Atividade muscular na marcha · A principal função dos músculos é prover a explosão adequada de potência no tempo apropriado, dentro do ciclo; · Força adicional é requerida quando de anda rápido ou se sobe uma ladeira ou escada; · Tibial anterior e flexores longos dos dedos têm grande atividade no começo da fase de apoio; · No suporte único, a dorsiflexão do tornozelo é responsável pela progressão a frente do corpo / perna sobre o pé. Disfunções motoras na marcha · As principais deficiências após lesão do neurônio motor superior (AVE, PC, TCE, lesão medular, etc) são fraqueza ou paralisia, hiperreflexia, perda da destreza e da capacidade de fracionar o movimento. · Fraqueza á uma perda da força de ação voluntária do músculo, isto é, depressão da função motora.· Uma das diferenças mais relatadas nos estudos é a velocidade da marcha; · Os indivíduos com hemiparesia apresentam redução do comprimento da passada e do tempo de apoio, aumento da fase de oscilação do membro afetado, além de aumento da duração do suporte duplo. · Problemas na fase de apoio: · Interferem na progressão para frente; · Dificuldade de suportar o peso sobre a perna afetada (AVE); · Diminuição da extensão de quadril; · Excessiva transferência lateral (fraqueza de glúteo médio); · Ausência de flexão de joelho no início da fase de apoio; · Flexão plantar diminuída. · Problemas na fase de oscilação: · Diminuição da flexão de quadril e de joelho; · Dorsiflexão diminuída no tornozelo; · Diminuição na extensão do joelho para o contato com o calcanhar; · Dificuldade de se equilibrar sobre o pé de apoio e medo de cair – aumento da base de sustentação. · Adaptações secundárias: · Diminuição da ADM; · Diminuição do comprimento do passo e da passada; · Comprimento do passo e passadas desiguais; · Aumento da largura do passo; · Aumento do tempo de suporte duplo; · Diminuição da velocidade da marcha; · Uso dos MMSS para suporte e equilíbrio (ajuda para andar). Treinamento relacionado à tarefa · Uso das mãos para suporte deve ser desencorajado – dentro do possível; · Prevenir encurtamento adaptativo; · Aumentar força, controle muscular, propulsão e fornecimento de apoio; · Treinar ritmo e coordenação; · Exercícios de descarga de peso, alongamentos e prática da marcha. · Exercícios de descarga de peso e fortalecimento: · Ênfase nos extensores de quadril, joelho e tornozelo; · Ações de cadeia cinética fechada devem ser praticadas repetidas vezes, com frequência e sob diferentes situações e condições de velocidade; · Marcha em esteira: · Evidências mostram que o treino em esteira é eficaz para promover marcha vigorosa rítmica e parece ser um meio útil de treinamento relacionado à tarefa. · Pode ser utilizada com cinta de suporte parcial de peso · Modificação no ambiente: · Prevenir adaptações indesejáveis e não funcionais se tornem habituais; · Ex: se um indivíduo tem dificuldade em flexionar o quadril e o joelho, pode-se colocar um caminho com alguns obstáculos. · Se a base está muito alargada, pode-se sugerir um caminho mais estreito com limites demarcados no chão. · Pistas visuais para treino de marcha aumentam a ritmicidade e o tempo. Velocidade da marcha · A velocidade normal é cerca de 1,2 m/s (a rápida é de 1,1m/s a 1,5m/s); · A velocidade que interessa aos pacientes é aquela necessária para atravessar um semáforo, subir uma esteira rolante, entrar e sair de um elevador e o ambiente interfere neste processo; · Os treinos usuais de marcha realizados por fisioterapeutas subestimam o tempo necessário para tais atividades; · O aumento na velocidade da marcha pode mudar um padrão de marcha lento, assimétrico para um padrão mais vigoroso e efetivo. Órtese · Auxílios para a marcha se baseiam em apoio dos MMSS, podendo, em alguns casos, não trabalhar adequadamente a musculatura; · Deve-se avaliar o uso da órtese sob uma perspectiva muscular e mecânica, já que a adaptação pode reduzir a necessidade de contração muscular no tempo e intensidade adequados durante o ciclo da marcha.
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