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SINDROMES RESPIRATORIAS - PEDIATRIA

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Maria Julia Mota 
SINDROMES 
RESPIRATÓRIAS 
DIFERENÇAS ANATOMICAS 
- respiração predominante nasal até 4-6 mês. 
- narina: resistência de cerca de 50% ao fluxo 
do ar. 
- pequenas obstruções podem se tornar 
criticas 
- falta da respiração bual acessória. 
- língua relativamente grande e mandíbula 
relativamente pequena 
- occipício proeminente 
- estreitamento das vias aéreas ao nível 
cricoide logo abaixo das cordas vocais. 
Traqueia em V. 
Nas vias aéreas periféricas: 
- em crianças de até 5 anos a resistência ao 
fluxo de ar é 4-16x maior 
- lei de poiseuille 
- suporte cartilaginoso fraco -> compressão 
dinâmica da traqueia 
- menor quantidade de tecido de 
sustentação pulmonar. 
Diafragma retificado: 
- contração leve das costelas inferiores para 
dentro da caixa torácica. 
- tendência a descer menos durante a 
inspiração. 
- maior complacecia da caixa torácica – 
costestas e esterno não totalmente 
ossificados, músculos intercostais mal 
desenvolvidos -> desperdício de uma parte 
da força do diafragma pela distorção da 
caixa torácica. 
- menor diâmetro dos alvéolos – maior 
tendência ao colapso, numero menor de 
alvéolos – menor área de trocas gasosas 
com metabolismo mais acelerado -> 
tendência a acidose respiratória. 
- poros de Kohn e canais bronquialveolares 
de Lambert se desenvolvem com a idade de 
2 a 6 anos. 
- pouca capacidade de ventilar unidades 
obstruídas ou desfazer atelectasias. 
Fatores fisiológicos: 
- pressão abdominal diminui capacidade 
residual funcional em posição supina 
- pouco controle dos músculos abdominais 
durante fase REM do sono 
- apneia: pouca resposta a elevação do 
CO2, hipoxemia deprime movimento 
respiratórios. 
- fadiga da musculatura: menor massa 
muscular, menos fibras tipo I, frequência 
respiratória aumentada. 
** é bem mais fácil uma criança entrar em 
insuficiência respiratória do que um adulto. 
Sinal de desconforto respiratório: taquipneia. 
SINDROMES CLINICAS 
Podem estar localizadas: 
- pulmão: parênquima (alvéolos) e interstícios 
- vias aéreas: sistema de condução do ar 
superior e inferior. Superior – cavidade nasal, 
seios da face, faringe, laringe, cordas vocais 
e glote, traqueia. Inferior: brônquios direito e 
esquerdo, lobares, segmentares, bronquíolos 
e terminais. 
IVAS – INFECÇOES DAS VIAS AEREAS 
SUPERIORES 
- principal causa de consultas pediátricas na 
emergência 
- doenças benignas e autolimitadas 
- 8-10 episodios de IVAS por ano 
- etiologia viral ou bacteriana 
- rinofaringite agura, rinossinusite agura, otite 
media aguda, faringotonsilite, laringite. 
  Otite media aguda: irritabilidade, febre, 
otalgia, otorreia, vômitos, anorexia. 
 Rinossinusite aguda: inflamação da 
mucosa de um ou mais seios 
Maria Julia Mota 
paranasais; nas crianças causa 
rinorreia hialina e purulent, tosse diurna 
com piora noturna, obstrução nasal, 
febre, halitose, cefaleia. Fatores 
predisponentes: alergias, creche, 
convívio com fumates, ar 
condicionado, imunodeficiências. 
Diagnostico presuntivo: secreção 
nasal persistente, em qualquer 
período do dia, ou tosse com duração 
maior de 10 dias sem sinal de 
melhoria; piora da evolução da 
doença, recidiva da secreção nasal 
ou piora da tosse com aparecimento 
de febre depois de certa melhora; 
instalação do quadro de forma mais 
grave, com febre elevada, secreção 
nasal purulenta por mais de 3 dias 
consecutivos. 
 Laringite viral aguda – Crupe: 
lactentes e pré escolares, pico aos 2 
anos. Coriza, obstrução nasal, tosse 
seca e febre baixa. Evolui para tosse 
rouca, choro rouco, disfonia, afonia, 
estridor, taquidispineia. Inflamação 
subglotica da laringe. Congestão com 
edema que causa ebstrução variável 
da via aérea. Etiologia: parainflueza I 
e II, VSR, adenovitus, influenza. 
Outras causas de estridor em crianças: 
Menores de 6 meses: 
laringotraqueomalacea, paralisia de corda 
vocal, estenose subglotica, hemangioma de 
vias aéreas, anel vascular. 
Maiores de 6 meses: crupe, epiglotite, 
traqueite bacteriana, aspiração de corpo 
estranho, abcesso retrofaringeo. 
INFECÇÕES DAS VIAS AEREAS INFERIORES: 
 Broquiolite viral aguda: episodio de 
sibilancia induzido por infecção viral 
em lactentes. Pacientes menores de 2 
anos, normalmente menores que 6 
meses. Após o 3-4 dia há piora da 
tosse, desconforto respiratório de 
graus variados, sibilancia e expiração 
prolongada, cianose, agitação, 
letargia e insuficiência respiratória. 
Fisiopatologia: edema, descamação 
epitelial bronquiolar, obstrução por 
plugs mucosos, não há 
broncoespasmo. VRS (vírus respiratório 
sincicial) causa 80% das bronquiolites. 
 Asma: doença crônica mais frequente 
na infância, terceira causa de 
internação no brasil. Doença 
inflamatória crônica das vias aéreas, 
caracterizada por episódios 
recorrentes de chiado, falta de ar e 
tosse, geralmente associados a 
obstrução variável ao fluxo aéreo, 
parcial ou completamente reversível 
com tratamento ou 
espontaneamente. Quando suspeitar: 
chiado frequente mais de 1x no mês, 
tosse ou chiado após atividade física 
ou após rir, tosse noturna na ausência 
de ivas, piora com desencadeantes 
típicos, melhora com medicação de 
asma. Outros sintomas típicos são: 
retine, eczema atópico, IgE 
precocemente elevado, eosinofilia, 
parentes atópicos. Inflamação não 
tratada: mudanças estruturais – fibrose 
subepitelial, hiperplasia e hipertrofia 
muscular, neovascularização, 
hipersecretor, na mucosa causa 
remodelamento. 
 Pneumonia: coriza, obstrução nasal, 
tosse seca, febre baixa. Evolução: 
febre, tosse seca ou produtiva, 
coqueluchoide, prostração ou 
gemencia, dispneia e taquipneia. 
Sinais clínicos: dor abdominal e rigidez 
na nuca, estertores, respiração 
soporosa, sinais de DP, MV e ausculta 
da voz abolidos, Signorelli, dor 
torácica – auscultar região inferior 
Estertores finos: ruídos suaves, finas bolhas, 
dentro dos alvéolos, no final da inspiração 
Estertores grossos: inspiratórios e expiratórios, 
mobilizam-se com tosse ou fisioterapia, 
secreção em brônquios e bronquíolos de 
pequeno calibre.

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