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Jurisdição e Competência: Conceitos e Aplicações

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COMPETÊNCIA
Situação-Problema
· A concepção de jurisdição foi se modificando ao longo da história, reconhecendo-se hoje o exercício da atividade jurisdicional, enquanto monopólio estatal, como permeado pelas garantias processuais. Porém, encontra-se a máxima que todo juiz, regularmente investido, após aprovação em concurso de provas e títulos, tem jurisdição, mas nem todo juiz tem competência. Com base nos conceitos de jurisdição e de competência, analise o caso a seguir: Mário, brasileiro, foi casado com Mariah, norteamericana, e, durante o casamento, houve a aquisição de bens no Brasil. Porém, após diversas brigas, o casal resolveu se divorciar, tendo Mariah retornado à sua terra natal. Para a sua surpresa, após alguns meses, Mário recebeu uma citação, cujo teor esclarecia a tramitação, nos Estados Unidos, de um processo sobre o divórcio e a partilha dos bens imóveis que adquiriram durante o casamento, todos situados em território brasileiro. Preocupado, Mário procura um advogado, para saber se o que for decidido nos Estados Unidos poderá ter seus efeitos aqui no Brasil. Como o advogado poderá responder à consulta sobre a homologação da sentença estrangeira neste caso? E se a ação fosse ajuizada no Brasil, qual seria o juízo competente? 
· Não é possível a homologação, por se tratar de competência internacional exclusiva do Brasil, conforme artigo 23 do CPC. No Brasil, a competência observando o artigo 53, inciso I, do CPC.
JURISDIÇÃO V. COMPETÊNCIA
· Jurisdição: É exercida em todo o território nacional, mas por questão de conveniência, especializam-se os setores da função jurisdicional. A jurisdição é una, mas exercida por órgãos distintos. A distribuição das causas pelos órgãos jurisdicionais observa critérios previstos em lei.
· Competência: resultado de critérios para distribuir entre os vários órgãos as atribuições relativas ao desempenho da jurisdição. Âmbito dentro do qual juiz pode exercer a jurisdição, “medida da jurisdição”.
FONTES NORMATIVAS DE ATRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIA
· Artigo 44, CPC + normas regimentais + negociais.
· Constituição (Federal e Estaduais)
· Leis
· Regimentos internos
· Foros de eleição
NORMAS FUNDAMENTAIS SOBRE COMPETÊNCIA
· Princípio do juiz natural: deve haver regras objetivas de competência jurisdicional, garantindo a independência e a imparcialidade do órgão julgador. Tal princípio está intimamente ligado à vedação dos tribunais de exceção.
· Inexistência de vácuo de competência: sempre haverá um juízo competente para processar e julgar determinada demanda.
· Princípio da competência adequada: as diretrizes que devem informar a interpretação das normas sobre competência devem considerar a facilitação do acesso à justiça e o exercício do direito de defesa.
· Kompetenz - kompetenz ou Competência - competência: todo juízo tem competência para decidir sobre sua própria competência.
· Perpetuação da jurisdição: a competência, fixada pelo registro ou pela distribuição da petição inicial, perpetua-se até a prolação da decisão, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente. A parte final do art. 43 traz duas exceções à perpetuatio jurisditionis:
a)	Supressão de órgão judiciário; ou
b)	Alteração de competência absoluta.
CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA
· Competência internacional e competência nacional: a primeira se refere ao julgamento em território nacional e a segunda quando o Judiciário brasileiro está autorizado a exercer a atividade jurisdicional. O problema não é ser julgado no exterior, mas se o Brasil reconhecerá, em seu território, o que for decidido no exterior.
· Competência de foro (territorial) e de juízo: Foro é a unidade territorial sobre a qual se exerce o poder jurisdicional. Após a verificação do foro competente, o próximo passo é verificar qual é o juízo competente, segundo as leis de organização judiciária.
COMPETÊNCIA INTERNACIONAL
· Competência internacional concorrente ou cumulativa (arts. 21 e 22 do CPC): pode ser decidido tanto no Brasil como no exterior e, se for decidido no exterior, após a homologação, produzirá efeitos no Brasil.
· Competência internacional exclusiva (art. 23 CPC): apenas pode ser decidido pelo Brasil, não se admitindo que o julgamento estrangeiro aqui produza seus efeitos.
· Litispendência internacional (art. 24 CPC): não é reconhecida pelo Brasil.
· Importante: litispendência – mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido. 
· Cláusula de eleição de foro (art. 25 CPC): admitida, desde que não recaia nos casos de competência internacional exclusiva, prevista no artigo 23 do CPC.
JUÍZO COMPETENTE
1) Justiça brasileira é competente? Veja artigos 21 a 23 CPC.
2) A competência é do Poder Judiciário ou de Poder com o exercício de função jurisdicional atípica? Exemplo: Artigo 51, inciso I, da Constituição – Câmara. Artigo 52, inciso I, da Constituição – Senado.
3) É competência originária de tribunal ou da primeira instância? De justiça especializada ou comum? Veja artigos 92 a 126 da Constituição.
4) Qual o juízo competente? Veja CPC e normas de organização judiciária.
CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA
Matéria – em função do direito material controvertido.
Pessoa – em função da qualidade das pessoas envolvidas, o processo será de um órgão de superposição (Tribunal) ou de primeira instância. Pode, ainda, tramitar em uma vara da Fazenda Pública.
Funcional – competência definida tendo em conta uma das funções a ser exercida pelo juízo no processo. Exemplo: o juízo que conheceu da causa em primeiro grau de jurisdição é competente para o cumprimento e sentença, o segundo recurso interposto no mesmo processo terá como prevento o primeiro relator.
Valor da causa: em função do valor da causa, podem ter um procedimento distinto e um juízo competente. Por exemplo, tramitar em uma vara ou em um juizado especial.
Territorial – o lugar em que o processo é instaurado e irá se desenvolver. Baseia-se em aspectos de natureza geográfica. Veja artigos 46 a 53 do CPC. Como regra, é critério de competência relativa, com exceção do artigo 47, §1º e §2º CPC.
Previsões do CPC, dos artigos 46 a 53 e, também, em leis esparsas – veja, a título de exemplo, o artigo 101, inciso I, do Código de Defesa do Consumidor.
PREVISÃO CPC
· Artigo 42, CPC: todo juiz tem jurisdição mas nem todo juiz tem competência;
· Artigo 43, CPC: perpetuação da jurisdição;
· Artigo 44, CPC: previsão das normas sobre competência;
· Artigo 45, CPC: deslocamento da competência para a justiça federal. Súmula 150, STJ;
· Artigo 46, CPC: ações sobre direito pessoal. Direito real de bem móvel (domicílio do réu);
· Artigo 47, CPC: Direito real sobre bem imóvel (foro da situação da coisa);
· Artigo 48, CPC: inventário, partilha, ações em que o espólio seja réu (foro do domicílio do autor da herança);
· Artigo 49, CPC: quando o ausente é réu (foro do seu último domicílio);
· Artigo 50, CPC: quando o incapaz é réu (no foro do domicílio de seu representante ou assistente);
· Artigo 51 e 52, CPC: quando a fazenda pública é autora (foro do domicílio do réu). Quando a fazenda pública é ré (foro do domicílio do autor);
· Artigo 53, CPC: diversas regras especiais.
CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA
· Originária e recursal: Pode ser atribuída ao juízo singular (é a regra) ou ao tribunal.
· Absoluta e relativa: 
	Absoluta
	Relativa
	Normas cogentes, interesse público
	Normas dispositivas, interesse particular
	Vício insanável
	Vício sanável
	O juízo pode conhecer de ofício, a qualquer tempo e grau de jurisdição (art. 64, §1º CPC)
	Não pode ser conhecida de ofício (Súmula nº 33, STJ)
	Matéria de ação rescisória (art. 966, inciso II, CPC)
	Se não alegado na primeira oportunidade, preclui.
	Alegável pelo réu em preliminar de contestação (art. 64, CPC) ou petição nos autos
	Alegável pelo réu em preliminar de contestação (art. 64, CPC)
	Não pode ser alterada pela vontade das partes 
	Caso não alegada, haverá a prorrogação da competência (art. 65, CPC)
	Critérios: pessoa, matéria e funcional (art. 62, CPC)
	Critérios: territorial e valorda causa (art. 63, CPC).
Atenção: O território é excepcionado como critério de competência absoluta nos artigos 47, §1º e 2º, do CPC e o valor da causa pelas Leis nº 10.259/01 (Juizados Especiais) e 12.153/09 (Juizados da Fazenda Pública).
COMPETÊNCIA
· CAUSAS DA MODIFICAÇÃO: Apenas incidem quando se trata de critério de incompetência relativa (art. 54 CPC).
· São elas: 
1) Conexão;
2) Continência;
3) Inércia;
4) Cláusula de eleição de foro (Artigo 63, CPC).
CONEXÃO
· Requisitos: mesma causa de pedir ou pedido (art. 55). 
· Efeito: reunião dos processos para decisão conjunta, salvo de um deles já houver sido sentenciado (§1º).
· Onde os processos são reunidos? Artigo 58 CPC – juízo prevento, definido no artigo seguinte, o artigo 59 do CPC.
· Exemplos no CPC:
1)A execução de título extrajudicial e a ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico (art. 55, §2º, I);
2)As execuções fundadas no mesmo título executivo (art. 55, §2º, II).
CONTINÊNCIA
· Requisitos: mesmas partes e causa de pedir, mas o pedido de uma ação é mais amplo e abrange o das demais (art. 56).
· Exemplo: na ação a, pede-se a anulação de um contrato e, na ação b, a anulação de uma cláusula do mesmo contrato. a ação a (continente) engloba a ação b (contida).
· Observação: a continência é um exemplo de conexão.
· O CPC disciplina duas situações (art. 57):
1)	Ação continente (maior) proposta antes da ação contida (menor) será proferida sentença sem exame do mérito na ação contida (menor).
2)	Ação contida (menor) proposta antes da ação continente (maior) - as ações serão necessariamente reunidas.
Conexão: só não vai reunir, se uma delas tiver sido julgada, artigo 55, §3º, CPC
	PARTES
	PEDIDO
	CAUSA DE PEDIR
	INSTITUTO
	=
	=
	=
	Litispendência ou coisa julgada
	=
	=
	≠
	Conexão
	=
	≠
	=
	Conexão
Continência: artigos 56 e 57, CPC
	PARTES
	PEDIDO
	CAUSA DE PEDIR
	INSTITUTO
	=
	Pedido de 1 é mais amplo do que outro
	=
	Continência
INÉRCIA E CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO
· Inércia – não havendo a alegação de incompetência (art. 65 CPC), haverá a prorrogação da competência do juízo onde a ação foi ajuizada, ainda que não fosse ele o inicialmente indicado pelas normas.
· Cláusula de eleição de foro – artigo 63 do CPC. Atenção à Súmula nº 33 do STJ diante da redação do artigo 63, §3º do CPC.
Estudo de caso
· Davi, residente no município de Salvador/BA, fazia uma viagem de carro até Ilhéus/BA. Após algumas horas de viagem, quando trafegava em uma rodovia na altura da cidade deValença/BA, seu carro se chocou com o de Luciano (este, por sua vez, residente na cidade deCairu/BA, e estava ali a trabalho). O carro de Davi teve sérios danos materiais, e os motoristas nãochegaram a um consenso sobre quem teve culpa no acidente. Testemunhas (moradores da cidade ondeocorreu o sinistro) presenciaram tudo. Davi pretende ingressar com ação judicial de reparação dedanos em face de Luciano. Como advogado de Davi, onde você explicaria ao seu cliente que a ação deveria ser ajuizada? Art. 53, inciso V, CPC
Atividade verificadora de aprendizagem
· Aurélia, brasileira, é casada com Pedro, estrangeiro de nacionalidade italiana, ambos com residência no Brasil e em Portugal. Em um eventual divórcio, a partilha de bens situados no Brasil, nos termos do Código de Processo Civil: a)Pode ser feita perante a autoridade judiciária da Itália. B)Pode ser feita perante a autoridade judiciária de Portugal. c)É competência da autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra. d)É competência da autoridade judiciária estrangeira, mas depende de homologação da sentença judicial. 
· João Paulo faleceu em Atibaia (SP), vítima de um ataque cardíaco fulminante. Empresário de sucesso, domiciliado na cidade de São Paulo (SP), João Paulopossuía inúmeros bens, dentre os quais se incluem uma casa de praia em Búzios (RJ), uma fazenda emLucas do Rio Verde (GO) e alguns veículos de luxo, atualmente estacionados em uma garagem em Salvador (BA). Neste cenário, assinale a opção que indica o foro competente para o inventário e a partilha dos bens deixados por João Paulo. a) Os foros de Búzios (RJ) e de Lucas do Rio Verde (GO), concorrentemente. 
· b) O foro de São Paulo (SP). 
c) O foro de Salvador (BA). 
d)O foro de Atibaia (SP).
AÇÃO
Situação-problema
· Situaçãoproblema: Pedro pretende comprar um carro para uso pessoal. Ao fazer algumas pesquisas, descobre que a concessionária WWW concede grande desconto para as compras feitas por pessoa jurídica. Como Pedro é sócio de uma empresa, resolve fazer a compra em nome da sociedade empresária da qual tem controle diretivo. Pedro, então, compra o carro da fabricante ZZZ. Dias depois, o carro começa a apresentar defeitos, aparentemente de fabricação. Sem conseguir resolver amigavelmente o problema, Pedro procura advogado para a propositura de ação judicial cabível. A ação é ajuizada apenas em nome de Pedro, apesar de o carro estar em nome da empresa. Diante desta constatação, o juízo preferiu sentença extinguindo o processo, ao fundamento de que faltaria uma condição para o regular exercício do direito de ação. Diante do caso, analise a sentença proferida pelo juiz, à luz das condições para o regular exercício do direito de ação. Legitimidade – carro também em nome da empresa, deveria figurar como autora.
· 
Conceito
· Conceito: direito ao exercício da atividade jurisdicional, de provocar a jurisdição. É exercido através de um complexo de atos denominado processo.
· Direito público, subjetivo, autônomo e abstrato à prestação jurisdicional.
Características
· Subjetividade – ação enquanto direito subjetivo, que geraria conflito de interesses. 
· Público – desempenha o exercício de uma função que é monopólio estatal. Dirigida contra o Estado, produzindo efeitos na esfera jurídica do réu.
· Garantia constitucional – assegura o comando previsto no artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição
· Instrumentalidade – tem por finalidade solucionar uma pretensão de direito material.
Teorias
· Teoria Imanentista, Civilista ou Clássica – ação era o próprio direito material em movimento, a reagir contra a ameaça ou a violação sofrida. Não havia ação sem direito. Tese de imanência do direito de ação ao direito subjetivo. Falhas: 1) ação declaratória; 2) ações infundadas.
· Teoria do Direito Concreto de Ação – o direito de ação é um direito do cidadão contra o Estado, com o objetivo de uma sentença favorável. Dessa forma, esta teoria deixa de enxergar a ação como um direito somente contra o adversário, mas em face deste e também do Estado.
· Teoria da ação como direito potestativo – a ação invade a esfera jurídica de alguém sem que esse possa fazer algo, contudo não consegue novamente explicar a sentença improcedente e, além disso, considera, erroneamente, o juiz como sujeito passivo.
· Teoria da ação como direito abstrato – o direito de ação seria, simplesmente, o direito de provocar a atuação do Estado-juiz. Em outros termos, para essa teoria, a ação é o direito de se obter um provimento jurisdicional, qualquer que seja o seu teor.
· Teoria eclética – o direito de ação constitui direito autônomo reconhecido pelo preenchimento das condições da ação
· Crítica à teoria eclética – não se deve falar em condições da existência do direito de ação, uma vez que esse direito é incondicionado. Há, apenas, condições para o seu regular exercício. Ação hoje é compreendida como abstrata e instrumental.
Condições da ação
· Condições podem ser: i) genéricas; ii) específicas
· Condições genéricas: 1) legitimidade; 2) interesse.
· 1) Legitimidade: pertinência subjetiva da lide. Juiz deve examinar se sujeitos que figuram como autor e réu, considerando os fatos narrados na inicial, realmente deveriam ser. A legitimidade pode ser ativa ou passiva, ordinária ou extraordinária.
· 2) Interesse: necessidade, utilidade e proveito da tutela jurisdicional para que o autor obtenha a satisfação do direito pleiteado.
· Exemplo: STF – dispensa de prévio requerimento administrativo:
i) Recusa de recebimento por parte do INSS;
ii) Resistência naconcessão do benefício, em virtude de: a) notória oposição; b) extrapolação de prazo razoável. 
Possibilidade jurídica do pedido? Fredie Didier (pressupostos processuais de validade) v. Alexandre Câmara (interesse de agir) v. Leonardo Carneiro da Cunha (mérito)
Aferição da presença das condições da ação: in status assertiones
Elementos da ação
· São elementos da ação: i) partes; ii) pedido; iii) causa de pedir
· Partes: sujeitos que figuram como autor e réu na relação processual. São os que pedem e em relação a quem o provimento jurisdicional é pedido. Há a classificação de partes da demanda e do processo.
· Causa de pedir: fato jurídico com suas circunstâncias. Subdivide-se em próxima (fundamentos jurídicos que embasam o pedido do autor) e remota (fatos constitutivos do direito do autor). 
Teoria da substanciação: causa de pedir funda-se nos fatos articulados pelo autor, não a mera qualificação jurídica.
Teoria da individualização: causa de pedir seria qualificação jurídica dos fatos.
· Pedido: objeto da jurisdição, que se divide em imediato (provimento jurisdicional solicitado ao juiz) e mediato (bem da vida pretendido pelo autor com a prestação jurisdicional). Pedido, como regra, deve ser certo e determinado, conforme dispõe o artigo 322 do Código de Processo Civil.
Atividade verificadora de aprendizagem
· Após retornar à situação-problema, identifique no caso: Quem são as partes que deverão figurar no polo ativo e passivo desta ação? Qual(ais) será(ão) o(s) pedido(s) formulado(s) nesta ação? Qual a causa de pedir?
Estudo de caso
· Arnaldo Malbec foi surpreendido em sua residência com a cobrança de fatura de cartão de crédito da empresa Processa Cartão Master exigindo o pagamento de anuidade no valor de R$ 350,00 (trezentos e cinquenta reais). Irresignado, procura a Defensoria Pública mais próxima buscando solucionar seu problema, e relata que almeja apenas a declaração de inexistência da dívida. O Defensor afirma que Arnaldo não poderá se limitar a pedir tal declaração, devendo necessariamente cominar em seu pedido a condenação da empresa no pagamento de indenização. Está correta esta informação do Defensor Público? Justifique. 
Atividade verificadora de aprendizagem
· 1) Jurisdição, ação e processo compõem a tríade do Direito Processual, sendo sua compreensão fundamental. Enquanto estudante de Direito Processual, você já começou a estudar estes institutos. Então, quanto à ação e à jurisdição no direito processual civil, é correto afirmar: 
a) Preenchidas ou não as condições da ação, o juiz sempre deverá dizer quem tem razão, ao proferir uma sentença de procedência ou improcedência. b)A jurisdição é inerte, precisando que o autor ou interessado tome a iniciativa de movimentála, o que se faz por meio do direito de ação, exercido contra o Estado, em face da parte adversa. c)A jurisdição, entre nós, exercida por meio da ação, é um direito subjetivo privado exercido contra o adversário e coordenado pelo Estado. d)A existência do direito de ação é condicionada à ocorrência do próprio direito material postulado. e)Tanto o direito de acesso à justiça como o direito de ação em sentido estrito são incondicionados, devendo o juiz apreciar necessariamente o mérito da causa.
· 2) (TJ/PR - 2019 - Titular de Serviço de Notas e de Registros - Remoção) ação é considerada um direito público, subjetivo e abstrato de provocar a jurisdição. Assim, todos têm o direito de ingressar em juízo, mas só aqueles que preenchem as condições da ação têm direito a uma decisão de mérito. Com relação aos elementos e às condições da ação, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
· ( ) A causa de pedir, um dos elementos da ação, se desdobra em causa de pedir próxima (a descrição dos fatos da causa) e causa de pedir remota (os fundamentos jurídicos da demanda).
· ( ) Interesse e legitimidade são condições para se postular em juízo.
· ( ) Legitimado ordinário para a ação é aquele que pleiteia em juízo, em seu próprio nome, direito de que se considera titular.
· ( ) Entre os elementos da ação está o pedido, que se desdobra em imediato (a providência requerida) e mediato (o bem da vida que se quer tutelar).
· Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
· xa)F – V – V – V.
· b)V – V – F – V.
· c)F – V – F – V.
· d)V – F – V – F.
· e)V – F – F – F.
PROCESSO
Situação-problema
· Situação-problema: Miro é casado com Júlia e sócio da empresa ABC LTDA. Esta pessoa jurídica figura como proprietária de um imóvel localizado no centro urbano da cidade de Guarulhos/SP. Miro negociou com Beto e Caio a locação do imóvel, tendo em vista estes últimos almejarem estabelecer naquele local um pequeno negócio. No contrato firmado, figurou como locatária a empresa de Beto e Caio, chamada DOCE FELIZ LTDA. Houve também a previsão de Maria, uma tia de Beto, como fiadora no contrato de locação. Em razão do insucesso do projeto, Beto e Caio devolveram o ponto, porém não pagaram os alugueis referentes aos últimos 05 meses. Miro, responsável por resolver as questões atinentes ao imóvel em questão, pretende ingressar com ação judicial visando o recebimento dos valores devidos. A partir disso, é possível indagar: Quem deverão ser as partes a figurar nos polos ativo e passivo desta ação judicial que será proposta? E o que acontecerá se o juiz for amigo de infância de uma das partes?
PROCESSO
· Indispensável ao exercício da função jurisdicional
· Processo é diferente de procedimento.
Processo – relação processual, animada pelo respeito aos princípios constitucionais.
Procedimento – meio extrínseco pelo qual o processo é instaurado e desenvolvido.
TEORIAS SOBRE O PROCESSO
· Processo como contrato – partes entabulavam um contrato que permaneceriam em juízo até o fim
· Processo como quase contrato – processo produzia efeitos similares ao contrato, mas não havia acordo de vontades.
· Teoria da relação jurídica processual – processo não é apenas forma e sucessão e atos, mas relação de direitos e obrigações entre as partes e o juiz.
· Teoria do processo como situação jurídica – não há direitos processuais, mas mera expectativa de vantagem
· Processo como instituição – agrupamento de pessoas em torno de ideia, elemento de vontade de toda a sociedade, cuja duração não depende da vontade subjetiva de sujeitos determinados.
· Processo como procedimento em contraditório – normas destinadas a regular a conduta, em contraditório.
· Processo como categoria complexa – aspecto extrínseco – procedimento em contraditório. Intrínseco – relação jurídica processual.
· Processo como categoria jurídica autônoma – processo é processo e simplesmente isso.
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
· Investidura
· Imparcialidade - ser imparcial é não ser impedido (artigos 144 e 146 CPC) ou suspeito (art. 145 CPC)
· Capacidade das partes - A CAPACIDADE PARA SER PARTE é aptidão abstrata para ser sujeito de processo. Capacidade para agir em juízo ou processual - refere-se à aptidão para a prática dos atos processuais. A CAPACIDADE POSTULATÓRIA - capacidade para postular em juízo.
· Coisa julgada/litispendência
· Perempção - art. 486
· Convenção de arbitragem – pactuação da arbitragem
· Demanda
· Petição inicial
· Regularidade formal

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