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2022 – 3ª SÉRIE / PRÉ-VESTIBULAR 
 
1 
 
 
Profª. Marcela Amaral 
 
LISTA 1 - COMP. 6 E SUAS HABILIDADES 
 
QUESTÃO 1 
Canção do vento e da minha vida 
 
O vento varria as folhas, 
O vento varria os frutos, 
O vento varria as flores… 
E a minha vida ficava 
Cada vez mais cheia 
De frutos, de flores, de folhas. 
[…] 
O vento varria os sonhos 
E varria as amizades… 
O vento varria as mulheres… 
 E a minha vida ficava 
Cada vez mais cheia 
De afetos e de mulheres. 
O vento varria os meses 
 varria os teus sorrisos… 
O vento varria tudo! 
E a minha vida ficava 
Cada vez mais cheia 
De tudo. 
 
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967. 
 
Na estruturação do texto, destaca-se 
a) a construção de oposições semânticas. 
b) a apresentação de ideias de forma objetiva. 
c) o emprego recorrente de figuras de linguagem, como o eufemismo. 
d) a repetição de sons e de construções sintáticas semelhantes. 
e) a inversão da ordem sintática das palavras. 
 
QUESTÃO 2 
O vento varria as folhas, 
O vento varria os frutos, 
O vento varria as flores… 
E a minha vida ficava 
Cada vez mais cheia 
De frutos, de flores, de folhas. 
[…] 
O vento varria os sonhos 
E varria as amizades… 
O vento varria as mulheres… 
 E a minha vida ficava 
Cada vez mais cheia 
De afetos e de mulheres. 
O vento varria os meses 
 varria os teus sorrisos… 
O vento varria tudo! 
E a minha vida ficava 
Cada vez mais cheia 
De tudo. 
 
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967. 
 
Predomina no texto a função da linguagem 
a) fática, porque o autor procura testar o canal de comunicação. 
b) metalinguística, porque há explicação do significado das expressões. 
c) conativa, uma vez que o leitor é provocado a participar de uma ação. 
d) referencial, já que são apresentadas informações sobre acontecimentos e fatos reais. 
e) poética, pois chama-se a atenção para a elaboração especial e artística da estrutura do texto. 
 
QUESTÃO 3 
Diferentemente do texto escrito, que em geral compele os leitores a lerem numa onda linear – da esquerda para a 
direita e de cima para baixo, na página impressa – hipertextos encorajam os leitores a moverem-se de um bloco de 
texto a outro, rapidamente e não sequencialmente. Considerando que o hipertexto oferece uma multiplicidade de 
caminhos a seguir, podendo ainda o leitor incorporar seus caminhos e suas decisões como novos caminhos, 
inserindo informações novas, o leitor-navegador passa a ter um papel mais ativo e uma oportunidade diferente da de 
um leitor de texto impresso. Dificilmente dois leitores de hipertextos farão os mesmos caminhos e tomarão as 
mesmas decisões. 
MARCUSCHI, L. A. Cognição, linguagem e práticas interacionais.Rio: Lucerna, 2007. 
 
No que diz respeito à relação entre o hipertexto e o conhecimento por ele produzido, o texto apresentado deixa 
claro que o hipertexto muda a noção tradicional de autoria, porque 
a) é o leitor que constrói a versão final do texto. 
b) o autor detém o controle absoluto do que escreve. 
c) aclara os limites entre o leitor e o autor. 
d) propicia um evento textual-interativo em que apenas o autor é ativo. 
e) só o autor conhece o que eletronicamente se dispõe para o leitor. 
 
 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
2022 – 3ª SÉRIE / PRÉ-VESTIBULAR 
 
2 
QUESTÃO 4 
Manta que costura causos e histórias no seio de uma família serve de metáfora da memória em obra escrita por 
autora portuguesa 
O que poderia valer mais do que a manta para aquela família? Quadros de pintores famosos? Joias de rainha? 
Palácios? Uma manta feita de centenas de retalhos de roupas velhas aquecia os pés das crianças e a memória da 
avó, que a cada quadrado apontado por seus netos resgatava de suas lembranças uma história. Histórias 
fantasiosas como a do vestido com um bolso que abrigava um gnomo comedor de biscoitos; histórias de 
traquinagem como a do calção transformado em farrapos no dia em que o menino, que gostava de andar de bicicleta 
de olhos fechados, quebrou o braço; histórias de saudades, como o avental que carregou uma carta por mais de um 
mês … Muitas histórias formavam aquela manta. Os protagonistas eram pessoas da família, um tio, uma tia, o avô, a 
bisavó, ela mesma, os antigos donos das roupas. Um dia, a avó morreu, e as tias passaram a disputar a manta, 
todas a queriam, mais do que aos quadros, joias e palácios deixados por ela. Felizmente, as tias conseguiram 
chegar a um acordo, e a manta passou a ficar cada mês na casa de uma delas. E os retalhos, à medida que iam se 
acabando, eram substituídos por outros retalhos, e novas e antigas histórias foram sendo incorporadas à manta mais 
valiosa do mundo. 
LASEVICIUS, A. Língua Portuguesa, São Paulo, n. 76, 2012 (adaptado). 
 
A autora descreve a importância da manta para aquela família, ao verbalizar que “novas e antigas histórias foram 
sendo incorporadas à manta mais valiosa do mundo”. Essa valorização evidencia-se pela 
a) oposição entre os objetos de valor, como joias, palácios e quadros, e a velha manta. 
b) descrição detalhada dos aspectos físicos da manta, como cor e tamanho dos retalhos. 
c) valorização da manta como objeto de herança familiar disputado por todos. 
d) comparação entre a manta que protege do frio e a manta que aquecia os pés das crianças. 
e) correlação entre os retalhos da manta e as muitas histórias de tradição oral que os formavam. 
 
QUESTÃO 5 
Gripado, penso entre espirros em como a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas. 
Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe que disseminou pela Europa, além do vírus propriamente dito, dois 
vocábulos virais: o italiano influenza e o francês grippe. O primeiro era um termo derivado do latim 
medieval influentia, que significava “influência dos astros sobre os homens”. O segundo era apenas a forma nominal 
do verbo gripper, isto é, “agarrar”. Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do 
organismo infectado. 
RODRIGUES, S. Sobre palavras.Veja, São Paulo, 30 nov. 2011. 
 
Para se entender o trecho como uma unidade de sentido, é preciso que o leitor reconheça a ligação entre seus 
elementos. Nesse texto, a coesão é construída predominantemente pela retomada de um termo por outro e pelo 
uso da elipse. O fragmento do texto em que há coesão por elipse do sujeito é: 
a) “[...] a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas.” 
b) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe [...]”. 
c) “O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava ‘influência dos astros sobre 
os homens’.” 
d) “O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper [...]”. 
e) “Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado.” 
 
QUESTÃO 6 
 
Sem acessórios nem som 
Escrever só para me livrar 
de escrever. 
Escrever sem ver, com riscos 
sentindo falta dos acompanhamentos 
com as mesmas lesmas 
e figuras sem força de expressão. 
Mas tudo desafina: 
o pensamento pesa 
tanto quanto o corpo 
enquanto corto os conectivos 
corto as palavras rentes 
com tesoura de jardim 
cega e bruta 
com facão de mato. 
Mas a marca deste corte 
tem que ficar 
nas palavras que sobraram. 
Qualquer coisa do que desapareceu 
continuou nas margens, nos talos 
no atalho aberto a talhe de foice 
no caminho de rato 
FREITAS FILHO, A. Máquina de escrever: poesia reunida e revista. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003. 
 
 
Nesse texto, a reflexão sobre o processo criativo aponta para uma concepção de atividade 
poética que põe em evidência o(a) 
a) angustiante necessidade de produção, presente em “Escrever só para me livrar/ de escrever”. 
b) imprevisível percurso da composição, presente em “no atalho aberto a talhe de foice/ no caminho de rato”. 
c) agressivo trabalho de supressão, presente em “corto as palavras rentes/ com tesoura de jardim/ cega e bruta”. 
d) inevitável frustração diante do poema, presente em “Mas tudo desafina:/o pensamento pesa/ tanto quanto o corpo”. 
e) conflituosa relação com a inspiração, presente em “sentindo falta dos acompanhamentos/ e figuras sem força 
de expressão”. 
2022 – 3ª SÉRIE / PRÉ-VESTIBULAR 
 
3 
QUESTÃO 7 
É água que não acaba mais 
Dados preliminares divulgados por pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) apontaram o Aquífero 
Alter do Chão como o maior depósito de água potável do planeta. Com volume estimado em 86 000 quilômetros 
cúbicos de água doce, a reserva subterrânea está localizada sob os estados do Amazonas, Pará e Amapá. “Essa 
quantidade de água seria suficiente para abastecer a população mundial durante 500 anos”, diz Milton Matta, 
geólogo da UFPA. Em termos comparativos, Alter do Chão tem quase o dobro do volume de água do Aquífero 
Guarani (com 45 000 quilômetros cúbicos). Até então, Guarani era a maior reserva subterrânea do mundo, 
distribuída por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. 
Época. N° 623, 26 abr. 2010. 
 
Essa notícia, publicada em uma revista de grande circulação, apresenta resultados de uma pesquisa científica 
realizada por uma universidade brasileira. Nessa situação específica de comunicação, a função referencial da 
linguagem predomina, porque o autor do texto prioriza 
a) as suas opiniões, baseadas em fatos. 
b) os aspectos objetivos e precisos. 
c) os elementos de persuasão do leitor. 
d) os elementos estéticos na construção do texto. 
e) os aspectos subjetivos da mencionada pesquisa. 
 
 
QUESTÃO 8 
Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, a partir do texto, ser capaz de 
atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer 
nele o tipo de leitura que o seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a essa leitura, ou rebelar-
se contra ela, propondo uma outra não prevista. 
LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1993. 
 
Nesse texto, a autora apresenta reflexões sobre o processo de produção de sentidos, valendo-se da 
metalinguagem. Essa função da linguagem torna-se evidente pelo fato de o texto 
a) ressaltar a importância da intertextualidade. 
b) propor leituras diferentes das previsíveis. 
c) apresentar o ponto de vista da autora. 
d) discorrer sobre o ato de leitura. 
e) focar a participação do leitor. 
 
 
QUESTÃO 9 
Quem procura a essência de um conto no espaço que fica entre a obra e seu autor comete um erro: é muito melhor 
procurar não no terreno que fica entre o escritor e sua obra, mas justamente no terreno que fica entre o texto e 
seu leitor. 
OZ, A. De amor e trevas. São Paulo: Cia. das Letras, 2005 (fragmento). 
 
A progressão temática de um texto pode ser estruturada por meio de diferentes recursos coesivos, entre os quais 
se destaca a pontuação. Nesse texto, o emprego dos dois pontos caracteriza uma operação textual realizada com 
a finalidade de 
a) comparar elementos opostos. 
b) relacionar informações gradativas. 
c) intensificar um problema conceitual. 
d) introduzir um argumento esclarecedor. 
e) assinalar uma consequência hipotética. 
 
 
QUESTÃO 10 
 
LAERTE. Disponível em: http://blog.educacional.com.br. Acesso em: 8 set. 2011. 
 
Que estratégia argumentativa leva o personagem do terceiro quadrinho a persuadir sua interlocutora? 
a) Prova concreta, ao expor o produto ao consumidor. 
b) Consenso, ao sugerir que todo vendedor tem técnica. 
c) Raciocínio lógico, ao relacionar uma fruta com um produto eletrônico. 
d) Comparação, ao enfatizar que os produtos apresentados anteriormente são inferiores. 
e) Indução, ao elaborar o discurso de acordo com os anseios do consumidor. 
 
 
2022 – 3ª SÉRIE / PRÉ-VESTIBULAR 
 
4 
QUESTÃO 11 
De domingo 
 
– Outrossim… 
– O quê? 
– O que o quê? 
– O que você disse. 
– Outrossim? 
– É. 
– O que é que tem? 
– Nada. Só achei engraçado. 
– Não vejo a graça. 
– Você vai concordar que não é uma palavra de todos 
 os dias. 
– Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo. 
– Se bem que parece mais uma palavra de segunda- 
 feira. 
– Não. Palavra de segunda-feira é “óbice”. 
– “Ônus”. 
– “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquício”. 
– “Resquício” é de domingo. 
– Não, não. Segunda. No máximo terça. 
– Mas “outrossim”, francamente… 
– Qual o problema? 
– Retira o “outrossim”. 
– Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás é uma palavra 
 difícil de usar. Não é qualquer um que usa “outrossim”. 
VERISSIMO, L. F. Comédias da vida privada. 
Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento). 
 
No texto, há uma discussão sobre o uso de algumas palavras da língua portuguesa. Esse uso promove o(a) 
a) marcação temporal, evidenciada pela presença de palavras indicativas dos dias da semana. 
b) tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de palavras empregadas em contextos formais. 
c) caracterização da identidade linguística dos interlocutores, percebida pela recorrência de palavras regionais. 
d) distanciamento entre os interlocutores, provocado pelo emprego de palavras com significados pouco conhecidos. 
e) inadequação vocabular, demonstrada pela seleção de palavras desconhecidas por parte de um dos interlocutores 
do diálogo. 
 
QUESTÃO 12 
Pequeno concerto que virou canção 
Não, não há por que mentir ou esconder 
A dor que foi maior do que é capaz meu coração 
Não, nem há por que seguir cantando só para explicar 
Não vai nunca entender de amor quem nunca soube amar 
Ah, eu vou voltar pra mim 
Seguir sozinho assim 
Até me consumir ou consumir toda essa dor 
Até sentir de novo o coração capaz de amor 
VANDRÉ, G. Disponível em: http://www.letras.terra.com.br. Acesso em: 29 jun. 2011. 
 
Na canção de Geraldo Vandré, tem-se a manifestação da função poética da linguagem, que é percebida na 
elaboração artística e criativa da mensagem, por meio de combinações sonoras e rítmicas. Pela análise do texto, 
entretanto, percebe-se, também, a presença marcante da função emotiva ou expressiva, por meio da qual 
o emissor 
a) imprime à canção as marcas de sua atitude pessoal, seus sentimentos. 
b) transmite informações objetivas sobre o tema de que trata a canção. 
c) busca persuadir o receptor da canção a adotar um certo comportamento. 
d) procura explicar a própria linguagem que utiliza para construir a canção. 
e) objetiva verificar ou fortalecer a eficiência da mensagem veiculada. 
 
QUESTÃO 13 
Lusofonia 
rapariga: s.f., fem. de rapaz: mulher nova; moça; menina; (Brasil), meretriz. 
 
Escrevo um poema sobre a rapariga que está sentada 
no café, em frente da chávena de café, enquanto 
alisa os cabelos com a mão. Mas não posso escrever este 
poema sobre essa rapariga porque, no brasil, a palavra 
rapariga não quer dizer o que ela diz em portugal. Então, 
terei de escrever a mulher nova do café, a jovem do café, 
a menina do café, para que a reputação da pobre rapariga 
que alisa os cabelos com a mão, num café de lisboa, não 
fique estragada para sempre quando este poema atravessar o 
atlântico para desembarcar no rio de janeiro. E isto tudo 
sem pensar em áfrica, porque aí lá terei 
de escrever sobre a moça do café, para 
evitar o tom demasiado continental da rapariga, que é 
uma palavra que já me está a pôr com dores 
2022 – 3ª SÉRIE / PRÉ-VESTIBULAR 
 
5 
de cabeça até porque, no fundo, a única coisa que eu queria 
era escrever um poema sobre a rapariga do 
café. A solução, então, é mudar de café, e limitar-me a 
escrever um poema sobre aquele café onde nenhuma 
rapariga se pode sentar à mesa porque só servem café ao balcão. 
JÚDICE, N. Matéria do Poema. Lisboa: D. Quixote, 2008. 
 
O texto traz em relevo as funções metalinguística e poética. Seu caráter metalinguístico justifica-se pela 
a) discussão da dificuldade de se fazer arte inovadora no mundo contemporâneo. 
b) defesa do movimento artístico da pós-modernidade, típico do século XX. 
c) abordagem de temas do cotidiano, em que a arte se volta para assuntos rotineiros. 
d) tematização do fazer artístico, pela discussão do ato de construção da própria obra.e) valorização do efeito de estranhamento causado no público, o que faz a obra ser reconhecida. 
 
QUESTÃO 14 
Um conto de palavras que valessem mais por sua modulação que por seu significado. Um conto abstrato e concreto 
como uma composição tocada por um grupo instrumental; límpido e obscuro, espiral azul num campo de narcisos 
defronte a uma torre a descortinar um lago assombrado em que o atirar uma pedra espraia a água em lentos círculos 
sob os quais nada um peixe turvo que é visto por ninguém e no entanto existe como algas do oceano. Um conto-
rastro de uma lesma também evento do universo qual a luz de um quasar a bilhões de anos-luz; um conto em que os 
vocábulos são como notas indeterminadas numa pauta; que é como bater suave e espaçado de um sino 
propagando-se nos corredores de um mosteiro […]. Um conto noturno com a fulguração de um sonho que, quanto 
mais se quer, mais se perde; é preciso resistir à tentação das proparoxítonas e do sentido, a vida é uma peça 
pregada cujo maior mistério é o nada. 
SANT’ANNA, S. Um conto abstrato. In: O voo da madrugada. São Paulo: Cia. das Letras, 2003. 
 
Utilizando o recurso da metalinguagem, o narrador busca definir o gênero conto pelo procedimento estético que 
estabelece uma 
a) confluência de cores, destacando a importância do espaço. 
b) composição de sons, valorizando a construção musical do texto. 
c) percepção de sombras, endossando o caráter obscuro da escrita. 
d) cadeia de imagens, enfatizando a ideia de sobreposição de sentidos. 
e) hierarquia de palavras, fortalecendo o valor unívoco dos significados. 
 
QUESTÃO 15 
Poema tirado de uma notícia de jornal 
 
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número. 
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro 
Bebeu 
Cantou 
Dançou 
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado. 
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira: poesias reunidas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980. 
 
No poema de Manuel Bandeira, há uma ressignificação de elementos da função referencial da linguagem pela 
a) atribuição de título ao texto com base em uma notícia veiculada em jornal. 
b) utilização de frases curtas, características de textos do gênero jornalístico. 
c) indicação de nomes de lugares como garantia da veracidade da cena narrada. 
d) enumeração de ações, com foco nos eventos acontecidos à personagem do texto. 
e) apresentação de elementos próprios da noticia, tais como quem, onde, quando e o quê. 
 
 
 
GABARITOS 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 
D E A E E C E D D E B A D D E 
 
	Gripado, penso entre espirros em como a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas. Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe que disseminou pela Europa, além do vírus propriamente dito, dois vocábulos virais: o italiano inf...

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