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MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE Internato APS A especialidade no Brasil Anos 70 – origem Até 2000 – sustentada por alguns programas de residência Até 2002 – chamada de Medicina Geral e Comunitária Reativação da SBMFC e oficialização do nome MFC, em 2003 foi reconhecida como especialidade (CFM, AMB, CNRM) APS: Atenção Primária à Saúde – “LUGAR”, primeiro nível de atenção MFC: Medicina de Família e Comunidade – especialidade com foco na APS ESF: Estratégia de Saúde da Família Características da especialidade (WONKA, 2002): 1º contato com o sistema de saúde Utiliza eficientemente os recursos de saúde Abordagem centrada na pessoa, família e comunidade Estabelece uma relação ao longo do tempo Lida com problemas de saúde em dimensões: física, psicológica, social, cultural e existencial Abrange todas as idades, ambos os sexos, cada sistema orgânico e cada doença – continuidade de cuidados longitudinais Trata afecções que se apresentam de forma indiferenciada, numa fase precoce da sua evolução Possui processo próprio de tomada de decisões, determinada pela prevalência e incidência de doença na comunidade Coordena problemas de saúde agudos e crônicos de pacientes individuais Promove a saúde e o bem-estar por meio de uma intervenção apropriada e efetiva Possui responsabilidade específica pela saúde da comunidade PRINCÍPIOS FORMAÇÃO E ATUAÇÃO O MFC é um clínico qualificado (MCCP E MBE) A atuação do MFC é influenciada pela comunidade O MFC é recurso de uma população definida A relação medico-pessoa é fundamental para o desempenho do MFC CAMPO DE ATUAÇÃO Toda especialidade tem um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que definem o seu escopo de atuação O principal campo do MFC é a atenção primária à saúde MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA 1. Explorando a saúde, a doença e a experiência com a doença 2. Entendendo a pessoa como um todo 3. Elaborando um projeto comum 4. Intensificando a relação médico-pessoa DOENÇA (DISEASE) MOLÉSTIA (ILLNESS) Anamnese Exame físico Exames complementares Diagnóstico diferencial Tratamento Idealização sobre o fato Expectativas Sentimentos Por quê? Para quê? SIFE Sentimento: como o paciente se sente com relação a determinada doença ou sintoma Ideia: como a pessoa entende determinada doença ou sintoma, incluindo o que ela acredita que possa estar causando Funcionalidade: pensamento sobre como a doença pode impactar nos hábitos e atividades desenvolvidas Expectativa: desejo que trouxe a consulta, o que o paciente espera obter ao final da consulta Ao longo de todo processo Incorporar prevenção e promoção à saúde Ser realista (recursos, tempo) FERRAMENTAS DO MFC Registro clínico orientado por problemas Áreas fundamentais para o registro das informações clínicas: o Base de dados da pessoa o Lista de problemas o Notas de evolução clínica (SOAP) S- subjetivo O- objetivo: exame físico, laboratoriais A- avaliação P- plano Componente Correspondência do modelo tradicional Objetivos principais Habilidade principal Plano Conduta Plano diagnóstico Plano terapêutico Plano de acompanhamento Plano de estudo/ pesquisa Capacidade de síntese, priorização e raciocínio clínico ABORDAGEM FAMILIAR Ciclo de vida familiar Diferentes estágios do ciclo de vida (ou ciclo vital) Transição dos estágios – dificuldades – tarefas Permite identificar se crises são previsíveis ou não e auxiliar a família em um novo equilíbrio Estágios do ciclo vital: Adulto jovem independente Casamento Nascimento do primeiro filho Família com filhos pequenos Família com adolescentes Saída dos filhos de casa – lançando os filhos e saindo em frente Aposentadoria Família no estágio tardio: velhice Crises normativas: esperadas (casamento, aposentadoria, nascimento do primeiro filho) Crises paranormativas: alguém preso, desemprego, divórcio Genograma Permite identificar de maneira mais rápida a dinâmica familiar e suas possíveis implicações com criação de vínculo entre profissional e família/ indivíduo Quando utilizar? o Sintomas inespecíficos o Utilização excessiva dos serviços de saúde o Doenças crônicas o Isolamento o Problemas emocionais graves situações de risco familiar (violência doméstica, drogadição) o Mudanças no ciclo de vida o Seu valor é diagnóstico e terapêutico o Pelo menos três gerações Ecomapa F.I.R.O - Orientações fundamentais nas relações interpessoais Avalia sentimentos de membros da família nas relações cotidianas Mudanças de papeis na família Inclusão, controle e intimidade Abordagem familiar – P.R.A.C.T.I.C.E. P- Problema R- Papéis e estrutura – roles and structure A- Afeto C- Comunicação T- Tempo – Time of life cycle I- Doenças familiares C- Lidando com o estresse – Coping with stress E- Ecologia A.P.G.A.R FAMILIAR Reflete a satisfação de cada membro da família - estado funcional da família: Adaptation (adaptação) Partnership (participação) Growth (crescimento) Affection (afeição) Resolve (resolução) ATENÇÃO DOMICILIAR VISITAS DOMICILIARES Paciente portador de doença crônica que apresenta dependência física Pacientes em fase terminal Pacientes idosos, com dificuldade de locomoção Pacientes egressos do hospital Pacientes com doença mental Reuniões familiares Várias entrevistas Grupos Balint São médicos que se reúnem para discutir casos angustiantes e difíceis de serem conduzidos Criado por Michael Balint, na Inglaterra, nos anos 1950 Prevenção a saúde Prevenção primária: ação realizada para remover a causa de um problema de saúde antes que ele se manifeste, incluindo atividades de promoção de saúde Prevenção secundária: ação realizada para detectar um problema de saúde em estágio inicial em um indivíduo ou população, facilitando a cura ou prevenindo que se espalhe dentro da população Prevenção terciária: ação realizada para reduzir os efeitos crônicos de um problema de saúde em um indivíduo ou população, minimizando o prejuízo funcional decorrente de um problema Prevenção quaternária: visa prevenir a realização de exames e procedimentos desnecessários.