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R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 1 R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 2 ÍNDICE NIVEIS DE CONSCIENCIA COMA: caracteriza-se pela perda completa da consciência, reflexos motores voluntários e sensibilidade consciente, podendo estar conservada as funções vegetativas (respiração e circulação). Pode-se representar por hiper ou hipo excitabilidade neural. CLASSIFICAÇÃO: 1. QUANTO AO LCR ● Em relação ao LCR e suas alterações neuronais; alterações que não causam modificações no conteúdo do LCR ou dano focal: o Hiper ou Hipotermia o Colapso circulatório / Shock o Intoxicaçoes por álcool e drogas ● Enfermidades que causam irritação meníngea com presença de sangue ou glóbulos brancos no LCR o Hemorragia sub-aracnoide o Encefalite por vírus o Meningite bacteriana ● Enfermidades que causam dano neurológico focais, com ou sem alterações do LCR o Hemorragia cerebral o Abscesso cerebral o Tumores cerebrais 2. QUANTO A FISIOPATOLOGIA ● Lesoes supra-tentoriais que causam disfunção das vias cerebrais superiores e dos hemisférios. Ex; AVE, tumores, hematomas ● Lesões infra-tentoriais que bloqueiam o sistema reticular ativador ascendente. Ex; tumores do tronco, abscessos cerebelosos, AVE ● Lesões do sistema nervoso e sistema metabólico; comprometendo tanto o sistema reticular ascendente como as vias hemisféricas. Ex; meningite, intoxicações, hipoglicemia, cetoacidose, alterações hidro- eletroliticas e acido-base. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL: ● SHOCK: o paciente apresenta-se em hiperexcitabilidade ● SINCOPE: Estado transitório com palidez, sudorese e hipotensão ● ESTUPOR: diminuição da consciência, sem alterações dos arcos reflexos. ● LETARGIA: também chamado de hipersomnia, é um quadro de sono persistente pelo qual o paciente pode ser recuperado por alguns instantes através de estimulação sensorial. ● SEMI-COMA OU PRÉ-COMA: é o estagio prévio ao coma onde ainda se apresenta reflexos pupilares, plantares e faríngeos. GRAIS DE COMA GRAU 1; quando há resposta aceitável dos reflexos oculares ou osteo- tendinosos R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 3 GRAU 2; ausência de movimentos respiratórios maior que 1 hora fora do respirador GRAU 3: eletro encefalograma com traço lineal por 10-20 minutos, 2 vezes em 24 horas GRAU 4: hipotermia na ausência de emprego de medicamentos que causam depressão do SNC. SHOCK Shock corresponde ao estado generalizado de hipoperfusão tecidual em que a oferta de O2 a nível celular encontra-se inadequada para satisfazer a demanda metabólica, levando ao metabolismo anaeróbico. A perda aguda de sangue, a desidratação ou hemorragia são as principais causas de desbalanço entre o conteúdo e o contingente. Não podendo ser definido como pressão arterial diminuída, pulso rápido, pele fria ou pegajosa. Muito comum no ambiente pré- hospitalar. Ocorre quando há perda de volume ou sangue da circulação, o coração estimula aumento do débito cardíaco (DC), com ativação simpática e liberação de catecolaminas : epinefrina (aumento da força e quantidade das contrações) e da vasoconstrição periférica pela norepinefrina, favorecendo o metabolismo anaeróbico na periferia. Quando os mecanismos compensatórios deixam de ser suficientes ocorre o choque descompensado. I. HEMORRAGICO: por perda de sangue total II. PLASMATICO: por perda extensa de plasma em queimaduras extensas, por exemplo. III. SECUNDARIO a grandes perdas de H2O, ex; desidratação IV. DE OCLUSÃO INTESTINAL com grandes perdas intra-lumiais de liquido podendo culminar com sepse ● Classe I: perda de 15% do volume no adulto (até 750 ml). Poucas manifestações clínicas, com frequência de pulso menor que 100, pressão sanguínea normal, frequência respiratória normal, débito urinário maior que 30 ml/hora (normal) e ansiedade em baixo nível. ● Classe II: perda entre 15% e 30% de volume (entre 750 ml e 1500 ml). A maioria dos adultos é capaz de manter esse estágio compensado, com algumas alterações clínicas: frequência de pulso entre 100 e 120, pressão sanguínea normal, frequência respiratória entre 20 e 30, débito urinário diminuído (20- 30) e ansiedade em nível médio. ● Classe III: perda entre 30% e 40% de volume (entre 1500 ml e 2000 ml). A maioria dos pacientes não é capaz de compensar esse estágio, com frequência de pulso entre 120 e 140, diminuição da pressão sanguínea, frequência respiratória entre 30 e 40, débito urinário entre R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 4 5 e 10, ansiedade e confusão mental. ● Classe IV: perda de mais de 40% de volume (mais de 2000 ml). Apresenta frequência de pulso superior a 140, pressão arterial diminuída, frequência respiratória maior que 35, ausência de débito urinário, confusão e letargia. FISIOPATOLOGIA: a parda de sangue se se reflete em diminuição de volume vascular e HIPOTENSÃO, causando hipóxia tecidual e lesão a órgãos vitais. Essas alterações dependem de: ● MACROCIRCULAÇÃO: retorno venoso, enchimento cardíaco e elasticidade arterial ● MICROCIRCULAÇÃO: esfíncteres pré-capilares, vasoconstrição / vasodilatação. A redução do Debito Cardíaco leva a hipotensão que produz vasoconstrição por estimulação simpática adrenérgica, evitando o colapso vascular. Assim há aumento da resistência vascular periférica com redução do fluxo capilar periférico, esplâncnico e rins, redustribuindo o fluxo a órgãos vitais (coração, cérebro e pulmões) FASE I: caracterizado pela vasoconstrição e anoxia isquêmica, ocorre estreitamento arteriolar com fechamento dos esfíncteres pré e pós capilar com abertura de SHUNT arterio- venoso, o Shunt ocorre por diminuição da pressão hidrostática capilar que por osmose pode arrastar liquido do interstício para o intra-vascular; aumentando o volume circulante e compensando a anoxia. Então pode ocorrer detenção e estancamento com recuperação do volume ou manter-se a anoxia e o paciente evoluir para a 2ª fase. FASE 2: Descompensado / Manifestações do espaço vascular. A necessidade de oxigênio celular determina a abertura dos capilares, assim, determinando menor volume de sangue circulante que leva a diminuição da pressão venosa central e diminuição do Debito Cardiaco. O metabolismo celular passa de aeróbio para anaeróbio; acumulando acido láctico e potássio no interstício celular e como o esfíncter pré-capilar é muito sensível a acidose, abre-se permitindo a formação de edema, acentuando a redução de volume intra-vascular levando a hiperviscosidade sanguínea e lentidão de fluxo. Ainda pode haver recuperação FASE III: Coagulação intravascular disseminada. A acidez do meio + aumento da viscosidade sanguínea favorecem a coagulação intravascular por consumo de fatores de coagulação e liberçao de enzimas líticas que levam a auto-lise celular. FASE IV: SHOCK IRREVERSIVEL. Ocorre secreção de enzimas fibrinolíticas que determinan a lise dos coágulos e necrose tecidual com falhaorgânica Também podemos dividir o SHOCK em 3 fases clinicas 1. COMPENSADA: que se caracteriza por uma má distribuição do volume R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 5 vascular na microcirculação e onde a pressão arterial, frequência cardíaca e gasto cardíaco pode ser normal. 2. DESCOMPENSADA: onde os mecanismos compensatórios se tornam insuficientes e determinam alterações na resistência vascular periférica, alterações metabólicas e produção de substancias toxicas. 3. TERMINAL OU IRREVERSIVEL: onde a isquemia e a hipóxia tissular desencadeiam uma anaerobiose com acidemia, lactasidemia e morte celular. Somente 25-35% da quantidade de isotônicos infundida permanece intravascular nos primeiros 30-60 minutos após a infusão, favorecendo a formação de edema, sendo que o objetivo da reposição com cristaloides não é o retorno da pressão ao normal, mas sim manter a perfusão tissular em níveis suficientes para coração, cérebro e pulmão. OUTROS TIPOS DE SHOCK Hipovolemico: baixa disponibilidade de O2 Cardiogenico: falha de bombeio mecânico ex; cardiopatia, colapso vascular. Septico: sinais infecciosos; febre e vasodilatação generalizada Anaflatico: mediado por reação Ags-Acs, com hipercosidade sanguínea e diminuição do fluxo ex; picada de abelha Obstrutivo: obstrução de fluxo sanguíneo, tamponamento cardíaco, trombose. Neurogênico: também chamado de morte súbito, pois ocorre uma situação surreal em que há vasodilatação generalizada mesmo em quantidade de volume vascular ideal. Causado por lesão neurológica, TCE, anestesia e etc. HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA PRINCIPAIS CAUSAS 1. Ulcera Peptica: 30-60% 2. Varizes esofágicas: 7-20% 3. Mallory-Weiss: 4-8% 4. Lesão aguda de mucosa gastro- duodenal: 2-7% 5. Neoplasia: 2-7% 6. Ectasia vascular: 1-6% ULCERA PEPTICA: as etiologias mais comuns são; infecção por H. Pylori que aumenta a secreção acida e o uso contínuo de AINES que aumentam a fragilidade da mucosa. A eliminação do fator causal promove cura efetiva e impede a recorrência. FISIOPATOLOGIA: consiste em uma ulceração que rompe os limites da mucosa e se estende por toda a muscular da mucosa do esôfago, estomago e duodeno, com insucesso na cicatrização da ferida. DUODENAL: aumento da acidez, e diminuição da neutralização acida pelo bulbo duodenal, por fixação local do H. Pylori com colonização e inflamação crônica produzindo circulo vicioso, ulceração e metaplasia epitelial GASTROESOFAGIICA; acredita-se que ocorra a partir de um processo mal sucedido de cicatrização com cura lenta R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 6 e recidiva. O uso de anti-scretores acelera a cura e reduz as recidivas. USO DE AINES: produz inibição da PGE2 por inibição da COX_1 que catalisa a formação do endoperoxido a partir do acido aracdonico. VARIZES ESOFAGICAS: culminam em pacientes com insuficiência e cirrose hepática, onde há hipertensão Porta com desvio de fluxo para o sistema cava inferior ( circulação colateral porto-sistêmica ). A hipertensão porta ocorre quando a pressão portal (10mmHg) excede a pressão da veia cava em 5mmHg, desenvolvendo vasos sistêmicos com a finalidade de equilibrar as 2 pressoes. Se essa pressão excede de 10-12 mmHg; produz as varizes esofágicas. Como mecanismo compensatório a hipertensão cava produzida, ocorre vasodilatação esplâncnica, principalmente no esôfago e no baço que sequestra sangue podendo produzir esplenomegalia, congestão e pancitopenia. A longo prazo, a vasodilatação esplâncnica pode ativar o sistema renina-angiostensina- aldosterona por desvio do fluxo sanguíneo aos órgãos, interpretando isso como uma hipovolemia porem aumentando e agravando ainda mais a hipertensão Portal. As varizes esofágicas ocorrem em 30% dos cirróticos, com mortalidade de 50% e 70% em dois anos, manifestando-se principalmente por melena e hematêmese associadas à instabilidade hemodinâmica, palidez cutaneomucosa, encefalopatia hepática. Ocorre em casos de pressão portal maior que 12 mmHg. Deve-se estabilizar o paciente em UTI, realizar hemograma e análise bioquímica, administrar drogas vasoativas, realizar antibioticoterapia. O sangramento pode ser causado principalmente por úlceras pépticas gastroduodenais, VEG, gastropatia hipertensiva. Lesões agudas da mucosa gastroduodenal, com úlceras de estresse, queimados com mais de 35% de superfície. Deve-se realizar hemograma, Rx de tórax e abdômen, além de EDA (mais importante) e colocação posterior de sonda esôfago gástrica. SINDROME DE MALLORY-WEISS: caracteriza-se por laceração da cárdias esofagogástrica, que deve ser considerada como diagnostico diferencial de hemorragia digestiva alta. Histologicamente, consiste em lesão da mucosa e sub-mucosa com ruptura de vaso e tecidos. Se desencadeia a partir de esforços súbitos, aumentando a pressão intra-abdominal e contraindo o hiato diafragmático sob a região da cardias. Macroscopicamente pode-se observar; edema e sangramento ativo com formação de coagulo e deposito de fibrina. A cura ocorre de 2-5 dias. LESÃO AGUDA DE MUCOSA GASTRO- DUODENAL: basicamente causada por; isquemias que propiciam a quebra da barreira mucosa em virtude da redução no aporte de HCO3, e no fornecimento energético necessário para a R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 7 neutralização dos ions H+, também podem ser causadas por drogas que agridem a mucosa gástrica (AINES, Alcool, corticoides e sais biliares). NEOPLASIA: tumores em crescimento com ruptura de vasos ou alterações bioquímicas do sangue com alterações do fatores de coagulação ECTASIA VASCULAR: caracteriza-se como um sangramento por má formação vascular CIRROSE HEPATICA E O COMA HEPATICO Caracteriza-se por uma alteração fisiopatológica com anormalidade da arquitetura do parênquima hepático, com desequilíbrio entre morte e regeneração celular, levando a uma fibrose e lesão da matriz. Ocorrem alterações endoteliais, funcional das células de Kupffer e das células perissinusoidais no espaço de Disse, aumentando a deposição de laminina (prejudicando a passagem sinusoidal) e de colágeno IV, além de produção de IL-1, TNF-α, PG e radicais livres. CLASSIFICAÇÃO: ● Micronodular: com pouca variação de tamanho e septos finos (até 3 mm); ● Macronodular: com nódulos entre 3-30 mm e septos de tamanhos variados; ● Mista; Pode ocorrer por causas metabólicas, autoimunes, obstrutivas (vias biliares), farmacológica, vasculares, alcoólicas. ● Alcoólica: genética + hipermetabolismo hepático centrolobular com acúmulo de acetaldeído, deposição de colágeno IV por células de Ito, formação de radicais livres, peroxidação lipídica. Ocorre necrose focal, com inflamação e acúmulo de proteínas celulares, além de esteatose, fibrose e regeneração. FISIOPATOLOGIA: no alcoolismo há hipermetabolismo hepático com acumulo de acetaldeido, um produto da decomposição do etanol, que não se converte em acetil coenzima A. esse acumulo de acetaldeido leva a fibrose e regeneração nodular, levando ahipertensão portal (mais que 5 mmHg acima da pressão da VCI), favorecendo a formação de circulação colateral, com retorno cardiopulmonar e formação de VEG (varizes esôfago-gastricas), levando ao aumento do DC, diminuição da resistência esplâncnica e aumento da resistência colateral, favorecendo a formação de anastomoses arteriovenosas (ázigo-pulmonar, portocavas). As cicatrizes constituem-se de colágeno tipo I e tipo III, glicoproteínas e proteoglicanos, que se acumulam no espaço de Disse, levando a capilarizaçao dos sinusoides com diminuição da função hepática. As células de ITO também chamada de células estreladas, cujo a função é reservar vitamina A, perde sua função e se transforma em célula proliferativa e fibrogênica, produtora de matriz celular sob estímulos de citocinas inflamatórias R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 8 e fatores de crescimento (PDGF, TGF_b) que induzem a fibrose. Podendo também contraírem-se e remodelar a ferida Como mecanismo compensatório, para preservar o fígado, há liberação de NO2 com vasodilatação sistêmica para redução do volume arterial, porem , no sistema renal, ocorre vasoconstrição da arteríola aferente, diminuindo a Taxa de filtração glomerular e levando a ativação do sistema RAA, com síndrome hepatorrenal e acentuação da hipertensão Portal. COMPLICAÇOES: anemia, leucopenia, plaquetopenia, hipoalbuminemia e susceptibilidade a infecções bacterianas. COMPENSADA: com poucos sinais e sintomas clínicos. Hepatoesplenomegalia, alterações nas transaminases, astenia, epistaxe, lentidão de raciocínio, perda ponderal. DESCOMPENSADA:, com hemorragias, encefalopatia hepática por acumulo de amônia, infecções, febre, dedo hipocrático com unhas esbranquiçadas, telangiectasias aracniformes, flapping e equimoses. Hepatomegalia com fígado duro ou fígado diminuído e esplenomegalia. DIAGNOSTICO: A Biopsia é o padrão outro para identificação da lesão parenquimatosa. Ultra-som e TC podem delinear características típicas e padrões nodular, tamanho, varizes, esplenomegalia. CLASSIFICAÇÃO E PROGNOSTICO HEMATURIA CLASSIFICAÇÃO MICRO-HEMATURIA: Hemaceas > 2 por campo, detectadas por microscopia. MACRO-HEMATURIA: coloração da urina sugestiva de hemaceas ● Assintomática / sintomática ● Episódica / continua / intermitente (durante o dia) ● Persistente / transitória (> 3 meses) ● Recorrente (intervalada meses/anos) A micro-hematuria pode ainda se caracterizar como: INICIAL (uretra) / TOTAL (bexiga e trato urinário superior) /terminal (uretra prostática). GLOMERULAR (nefropatia) ou NÃO- GLOMERULAR (Infecçao do trato urinário, litíase, hiperplasia prostática, etc). A Macro-hematuria: pode ser mais associada com tumores, como o tumor de bexiga mais comum, sendo assintomática na maioria das vezes. R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 9 INVESTIGAÇÃO ● SUSPEITA: reconhecer e confirmar o achado. ● Procurar na historia clinica e exame físico possível causa glomerular ou extra-glomerular ● Caracterizar: transitória / persistente, fatores de risco para doenças significativas e tumores. Se fatores de risco, solicitar: Tomografia, cistoscopia e exame citopatologico de urina. ● Avaliar função renal e achados sugestivos de dano renal. GLOMERULOPATIAS O glomérulo é a unidade básica do rim. Consiste em um tufo de capilares anastomosados formados pelas ramificações da arteríola aferente. Há aproximadamente um milhão de glomérulos, representando 5% do peso do rim e proporcionando uma superfície de filtração de aproximadamente 2m2. A membrana basal glomerular atua como barreira seletiva na passagem de macromoléculas circulantes através do tamanho das partículas ou de variações nas suas cargas. As afecções glomerulares podem ser difusas ou generalizadas, enquanto que podem também ser focais. Quando se considera apenas o glomérulo, considera-se global ou segmentar. A fibrose do tecido entre os túbulos e glomérulos (fibrose intersticial) é fator de prognóstico grave. Os achados de doença glomerular incluem a presença de cilindros hemáticos e/ou hemácias dismórficas no sedimento urinário e grau significativo de albuminúria. A excreção de mais de 500-1000 eritrócitos por mililitro é anormal, enquanto que a alteração na conformação dos eritrócitos ocorre em sua passagem pela parede capilar glomerular e túbulos, indicando lesões. As hemaceas, geralmente, quando não-glomerulares, também chamadas de pós-glomerulares ou extraglomerulares, as hemácias são provenientes dos túbulos, ductos ou de todo o trato urinário restante, apresentando-se na forma isomórfica. R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 10 Quando se originam nos glomérulos, também chamadas de hemorragias glomerulares, as hemácias variam em forma, dimensão e conteúdo de hemoglobina, apresentando-se dismórficas. O traumatismo mecânico o possível causador do dismorfismo. Ao atravessarem a membrana basal glomerular pelos hiatos existentes entre seus capilares, os eritrócitos urinários sofreriam uma compressão importante, com conseqüentes deformação de sua membrana celular e redução de volume. A liberação de mediadores químicos e de enzimas digestivas, após lesão celular, na vigência de quadros infecciosos ou de processos inflamatórios glomerulares, e as eritrofagocitoses, pelas células tubulares renais, também foram apontadas como possíveis fatores de deformidade das hemácias. Os cilindros hemáticos se formam quando os eritrócitos atravessam a barreira capilar glomerular e ficam emaranhados em uma matriz proteinácea na luz dos túbulos. A lesão glomerular corresponde a causa mais comum de proteinúria (principalmente albuminúria). Hematúria de origem glomerular: presença de cilindros hemáticos, dismorfismo eritrocitário (pelo menos quatro tipos e mais de 80% do total): deve-se sempre dosar o complemento – lesão imunomediada. Ocorre então hipertensão glomerular ocorre em virtude da diminuição da TFG provocada por alterações no endotélio capilar (crescência), promovendo aumento do volume intravascular, retenção de sais e manifestações pró-inflamatórias. As glomerulopatias secundárias são principalmente de origem: ● Viral: hepatite, CMV, EBV, HIV ● Bacteriana: endocardite, TB, lidumpneumonia, treponema pai ● Protozoária: malária. ● Neoplasias: linfoma, leucemia, mieloma múltiplo, câncer de mama, cólon. ● Comorbidades: obesidade mórbida, HAS, LES, AR. ● Farmacológica: captopril. GLOMERULOPATIAS SÍNDROME NEFRÓTICA POR LESÃO MÍNIMA: É o tipo mais comum de síndrome nefrótica em crianças, 80%, e corresponde de 5% a 10% dos casos de síndrome nefrótica idiopática em adultos. ● Pode ocorrer em associação a medicamentos, como AINES e lítio ou a tumores (leucemias, linfomas). ● Tipicamente apresenta edema periorbitário e periférico relacionado a proteinúria. Em adultos apresenta também hipertensão e hematúria microscópica. ● Não há sedimento urinário ativo com cilindros hemáticos. R O D R I G O S . A U G U S T O –M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 11 ● Pode haver azotemia de discreta a moderada, que pode estar relacionada a hipoalbuminemia e a depleção do volume intravascular. FISOPATOLOGIA: acumulo de lipídios nos túbulos e degeneração lipoide com apagamento dos processos podocitarios devido a produção de uma citocina especifica. IMUNOFLUORESCENCIA: não revela qualquer depósito imune MICORSCOPIA ELETRONICA: observa- se apagamento ou fusão dos processos podocitários. Caracteriza-se por remissões e recidivas. Quando tratadas com corticoesteróides durante oito semanas 90-95% das crianças apresentam remissão da síndrome nefrótica. GLOMERULOESCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL: Corresponde a 20-25% das causas de síndrome nefrótica em adultos. Pode ser idiopática ou secundária (heroína, HIV, anemia falciforme, obesidade, refluxo vésico- uretral, rim único). Tipicamente apresenta-se com proteinúria assintomática ou edema. Pode apresentar hipertensão, hematúria microscópica e diminuição da TFG. FISIOPATOLOGIA: Ocorrem interações Ags-Acs com depósitos glomerulares de imunoglobulinas, oxidação celular e liberação de sub produtos do acido aracdonico, proteases e fatores de crescimento; IL_1, TNF_a que induzem adesão leucocitária, MCP_1, PDGF, TGF_b, FGF que estimulam formação da matriz extra-celular e disfunção renal. Os responsáveis pela ocorrência da glomeruloesclerose segmentar focal são os linfócitos T. Nessa doença, eles acabam por secretar uma citocina que não é conhecida ainda, mas que é responsável pela lesão característica desses pacientes. Tanto os podócitos como a arquitetura das fendas de filtração são lesados. Esta última é responsável pela barreira de tamanho dos glomérulos, portanto nos casos de GESF ocorre proteinúria não seletiva. Como foi dito antes, menos de 50% dos glomérulos do rim são acometidos nessa patologia, sendo os restantes portadores de leão mínima (alteração nos podócitos). Os primeiros glomérulos a serem atingidos na GESF são os justamedulares (os mais próximos à região medular) e, neles, a esclerose se dá na região próxima aos túbulos contorcidos proximais. É nessa fase mais inicial que as melhores respostas aos tratamentos são obtidas. Posteriormente os glomérulos corticais e a região do hilo vão sendo paulatinamente atingidos. Uma informação importantíssima para se ter em mente é que, devido a natureza focal do processo patológico, uma biópsia pode não acusar glomeruloesclerose segmentar focal (a região biopsiada pode ter sido apenas de glomérulos sãos). IMUNOFLUORESCENCIA: nota-se a presença de depósitos de IgM e C3, R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 12 comumente retidos na área de esclerose glomerular. MICROSCOPIA OTICA: apenas alguns glomérulos exibem área de fibrose segmentar no início, com declínio da função renal e aumento do numero de glomérulos com esclerose global. MICROSCOPIA ELETRONICA: observa- se apagamento dos processos podocitários. A maioria dos pacientes evolui para doença renal terminal (DRCT) 5 a 20 anos após a manifestação inicial da doença, se não tratados. NEFROPATIA MEMBRANOSA: Representa uma das principais causas de síndrome nefrótica idiopática em caucasianos, ocorrendo também em associação com infecções, como a sífilis, hepatites, LES, medicações, tumores. Manifesta-se com proteinúria e edema. Hipertensão e hematúria microscópicas não são raras, com a função renal e a TFG normais. FISIOPATOLOGIA: É o padrão mais comum de síndrome nefrótica associada a hipercoagulabilidade e à trombose da veia renal, com início súbito de dor em flanco, deterioração aguda da função renal ou aparecimento de sintomas pulmonares em virtude de embolia pulmonar. MICROSCOPIA OTICA: depósitos imunes densos, sub-epiteliasi. Deposito de material eletro-denso (fibrina, amiloide e proteínas anormais ou espessamento propriamente dito da membrana basal). GLOMERULONEFRITE MEMBRANOPROLIFERATIVA: É uma doença glomerular primária incomum. MICROSCOPIA OTICA: apresenta padrões semelhantes de lesão glomerular associados a hepatite C, LES e doenças de coagulação intra- glomerular (aumento de células nos tufos glomerulares por proliferação de mesangio ou endotélio e infiltração leucocitária). Acredita-se que todos esses agente estimulem a proliferação de células mesangiais, com fragmentação da MBG. A maior parte das glomerulopatias idiopáticas ocorre em crianças ou adultos jovens. GLOMERULONEFRITE AGUDA: Desencadeada por agentes infecciosos, como estreptococos e bactérias que causam endocardite, deposição de imunocomplexos em doenças auto- imunes, como no LES, ou na presença de anticorpos circulantes dirigidos contra a MBG. Caracteriza-se por hematúria e proteinúria isolados podendo manifestar hipertensão FISIOPATOLOGIA: Neutrófilos, monócitos e células residentes podem lesar o glomérulo por meio de mediadores inflamatórios. Com frequência apresentam quadro nefrítico, com redução da TFG e R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 13 uremia, oligúria, hipertensão e sedimento urinário ativo. MICROSCOPIA OTICA: caracteriza-se por hipercelularidade do glomérulo, que pode ser secundária à infiltração de células inflamatórias, à proliferação de células glomerulares residentes ou ambos. NEFROPATIA POR IGA: Corresponde a Síndrome de Berger, sendo a causa mais comum de glomerulonefrites (cerca de 30%), acometendo crianças e adultos jovens. Representa uma doença crônica, que possui pouca alteração na função renal, sendo estável e de bom prognóstico. Manifesta-se mais comumente por hematúria microscópica assintomática, proteinúria isolada ou ambos, podendo também ocorrer após IVAS ou exercícios físicos. Os níveis séricos de complemento são normais. FISIOPATOLOGIA: estimulação antigênica anormal da produção de IgA da mucosa e subsequente deposição de imunocomplexos nos glomérulos. Com frequência encontra-se depósitos de C3 e IgG. O quadro varia de proliferação mesangial discreta até a presença de glomerulonefrite crescêntica. IMUNOFLUORESCENCIA: tem-se o achado de depósitos glomerulares de IgA, sendo essa imunoglobulina dominantes ou codominante. MICROSCOPIA ELETRONICA: são observados depósitos densos do tipo imune nas áreas mesangiais e paramesangiais. Fatores de mau prognóstico: idade avançada, ausência de hematúria macroscópica, hipertensão, proteinúria persistente de mais de 1g/dia, sexo masculino, elevação dos níveis séricos de creatinina e características histológicas de proliferação e esclerose intensas, lesão túbulointersticial e formação de crescentes. SINDROME DE ALPORT: Corresponde a uma nefrite hereditária, sendo a forma progressiva de doença glomerular, comumente associada à alterações do cristalino e perda da audição. É mais frequente em homens (que apresentam pior prognóstico que mulheres). Casos de macro-hematúria persistente são mais graves. FISIOPATOLOGIA: Ocorre em virtude de defeitos do colágeno. É definida como glomérulo- nefrite não-imune hematúria hereditária, caracterizada ultra- estruturalmente pela espessura irregular, adelgaçamento edelaminação da membrana basal glomerular e tubular. DIAGNOSTICO: é suspeitado em familares com história de IR, surdez e perda visual, entretanto em 15% dos casos não há história familiar e o diagnóstico é feito por meio de biópsia renal. Divide-se em seis tipos, com as alterações oculares restritas aos tipos juvenis, mas podem não estar presentes em todos os casos. R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 14 GLOMERULONEFRITE PÓS- ESTREPTOCOCICA: Pode manifestar- se sob a forma de síndrome nefrítica aguda ou como hematúria e proteinúria isoladas. Pode ocorrer em forma epidêmica ou como caso esporádico. Normalmente é uma doença da infância, sendo mais comuns após episódios de faringite, mas pode ocorrer após infecções estreptocócicas em qualquer local (infecções subclínicas podem ocorrer). Tipicamente apresenta-se com hematúria, proteinúria e hipertensão, com apenas alguns achados da síndrome nefrítica detectáveis após um período de latência, que varia de 10 dias a várias semanas. Frequentemente observa-se a presença de anticorpos, como ASLO (antiestreptolisina). Normalmente há diminuição nos níveis do complemento. FISIOPATOLOGIA: doença causada por imunocomplexos, caracterizada pela formação de anticorpos contra estreptococos e pela deposição de imunocomplexos com complemente no rim. Só ocorre após a infecção por cepas nefritogênicas de estreptococos beta hemolíticos do grupo A. IMUNOFLUORESCENCIA: observa-se deposição grosseira de IgG, IgM e complemento (C3) ao longa da parede capilar. MICROSCOPIA OTICA: os glomérulos apresentam-se acentuadamente aumentados, chegando a preencher o espaço de Bowman. Exibem hipercelularidade devido à infiltração de monócitos e polimorfonucleares, causando obliteração da luz dos vasos. MICROSCOPIA ELETRONICA: revela depósitos subepiteliais. Na maioria dos casos é uma doença autolimitada, com recuperação da função renal e desaparecimento da hipertensão em algumas semanas. SINDROME NEFROTICA: Proteinúria, edema e dislipidemia – com ou sem hipoalbuminemia. Síndrome caracterizada pela presença de edema devido à hipoalbuminemia secundária a proteinúria ● Proteinúria de nível > 3,5 g/m2/dia (ou > 3,0 g/dia), associada a hipoalbuminemia e edema ● Proteinúria > 50 mg/kg/dia em crianças, associada a hipoalbuminemia e edema ● Em ambas as situações, podem ou não ser citadas as elevações de colesterol e triglicerídeos, como integrantes das definições Remissão completa de síndrome nefrótica ● Negativação da proteinúria ● Redução da proteinúria para níveis inferiores a 0,3g/dia Remissão parcial de síndrome nefrótica ● Redução da proteinúria para níveis entre 0,3-2,0 g/dia ● Redução da proteinúria para níveis não-nefróticos R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 15 Não são constituintes essenciais da definição: hiperlipidemia e lipidúria, embora estejam, geralmente, presentes. FISIOPATOLOGIA: a retenção de sal e volume pode ocorrer por: ● Teoria clássica: a proteinúria resulta em hipoalbuminemia, em pressão oncótica do plasma diminuída e depleção do volume intravascular, levando a hipoperfusão renal, que estimula o sistema RAA. Nos capilares periféricos com pressão hidrostática normal e redução da pressão oncótica e redução da pressão oncótica, as forças de Starling provocam extravasamento do líquido transcapilar e edema. Estudos epidemiológicos mostram claramente um aumento no risco de complicações ateroscleróticas na síndrome nefrótica. Esses pacientes apresentam níveis elevados de colesterol total e de LDL, com valores baixos ou normais de HDL. Os pacientes apresentam um estado de hipercoagulabilidade e estão predispostos a tromboflebite venosa profunda, embolia pulmonar e trombose da veia renal. HIPOPROTEINEMIA: ao passo que ocorre a perda pela urina, os hepatócitos trabalham na tentativa de manter estável a quantidade dessa proteína, o que não ocorre, revelando uma característica clássica da síndrome nefrótica. A perda de antitrombina III resulta em hipercoagulabilidade, perda de Ig, maior susceptibilidade a infecções, proteínas fixadoras de calciferol, globulina e proteína fixadora de transferrina. HIPERLIPIDEMIA:- Aumento do LDL, a mais aterogênica de todas. O mecanismo consiste no aumento da síntese hepática de lipoproteínas estimulada pela queda da pressão oncótica induzida pela hipoalbuminemia, isto é, o estímulo hepático de aumentar a produção de albumina também aumenta a produção de lipoproteínas, especialmente o LDL. O EAS pode conter corpos graxos ovalados e cilindros graxos. INVESTIGAÇÃO ● Hemograma; ● Glicemia; ● Exame de fezes (pacientes com esquistossomose podem apresentar lesão glomerular); ● Pesquisa de anticorpos antinucleares; ● Sorologia para hepatites B e C; ● Reação sorológica para sífilis; ● Teste de para HIV; ● Exames específicos para outras doenças infecciosas com base na suspeita clínica; ● Avaliação dirigida para neoplasias, particularmente em idosos; O tratamento de primeira escolha para é prednisona VO (Grau A), na dose de 1mg/kg/dia (máximo de 80 mg/dia), por até 16 semanas em adultos (Grau C). R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 16 SINDROME NEFRÍTICA:- HAS + EDEMA + HEMATÚRIA – pode haver proteinúria Síndrome nefrítica: caracteriza- se por início súbito de hematúria, proteinúria, oligúria, HAS e déficit da função renal, embora não seja essencial que todas ocorram simultaneamente. Sempre estarão presentes a hematúria, associada pelo menos uma das outras anormalidades. Edema pode estar presente em grau variável. A hematúria é do tipo dismórfica, quando encontrada no exame de sedimento urinário (ESA) é indicativo de Lesão Glomerular, bem como a presença de cilindros hemáticos. O paciente que desenvolve síndrome nefrítica queixa-se de ● Oligúria ● Hematúria, ● Desenvolve hipertensão arterial e edema por congestão hídrica. ● O sedimento urinário mostra dimorfismo eritrocitário, piúria e cilindros celulares. A retenção volêmica causa aumento da pressão arterial e edema, juntamente com a proteinúria. HEMATÚRIA: Origina-se nos glomérulos comprometidos, sendo o sinal mais característico da síndrome nefrítica. Hemátúria secundária a lesão renal, normalmente é dimórfica em virtude de extravasarem por rupturas ou fendas nos capilares inflamados (lesados). PROTEINÚRIA: por alterações na permeabilidade e ruptura mecânica na parte dos glomérulos comprometidos. OLIGÚRIA: Por diminuição da filtração glomerular por prejuízo das membranas, principalmente por invasão pelas células inflamatórias e contração do espaço mesangial. GLOMERULONEFRITE DIFUSA AGUDA (GNDA): síndrome nefrítica clássica. Corresponde a um professo inflamatório agudo nos glomérulos, que pode ocorrer de forma idiopática (primária) ou secundariamente a outras comorbidades, como infecções ou colagenoses. Tem como protótipo a glomerulonefrite pós-estreptocócica. CAUSAS MAIS COMUNS ● Síndrome pós-infecciosa: ● Pós-estreptocócica; ● Bacterianas, virais ou parasitárias; ●Causadas por doenças multissistêmicas: ● LES; ● Tumores; ● Primárias do glomérulo: ● Doença de Berger; ● Membranoproliferativa; INVESTIGAÇÃO ● Urina tipo I: hematúria macro ou microscópica com dimorfismo eritrocitário. Se proteinúria presente, fazer determinação em 24 horas. Proteinúria pode estar presente se menor que 3 g/24h. R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 17 ● Creatinina sérica; ● Complemento: diminuição de CH50 e C3; ● Pesquisa de doenças de base; ● *Cilindros celulares: as células epiteliais que compõe a alça de Henle secreta um grupo de glicoproteínas denominadas de glicoproteína de Tamm-Horsfall, que segue o fluxo urinário e acaba de depositando nos túbulos contorcidos distais e túbulos coletores, originando uma superfície pegajosa em seu interior. Qualquer situação que determine a presença de elementos celulares no sistema tubular pode promover a formação de cilindros descamáveis. São classificados em: celulares (epitélio tubular/hemácia s/leucócitos) que são sempre patológicos e acelulares (hialinos), que podem ser encontrados em pequenas quantidades em indivíduos sem comorbidades TRATAMENTO SN SEM COMPLICAÇÕES (em caso de diagnóstico presuntivo de glomerulonefrite pós-estreptocócica) • Dieta hipossódica e repouso enquanto houver expansão do volume hídrico corporal. • Sintomáticos: diuréticos, anti- hipertensivos. • Imunossupressão: na maioria das vezes não é necessário; apenas nos raros casos com oligúria prolongada, proteinúria nefrótica com hipoalbuminemia ou insuficiência renal rapidamente progressiva, com crescentes glomerulares à biópsia renal, pode haver indicação (que não é formal) de uso de imunossupressores. NEFROLITIASE: Cálculo renal é uma massa cristalina que se forma nos rins e tem tamanho suficiente para ser clinicamente detectável. Existem diferentes tipos de cálculos renais, sendo que sua composição é determinante na avaliação clínica, no tratamento e no prognóstico da doença. O componente mais comum desses cálculos é o oxalato de cálcio, mas pode-se encontrar ácido úrico, fosfato de cálcio, estruvita e cistina. FATORES DE RISCO: A formação de cálculos é influenciada por fatores alimentares, urinários e genéticos, bem como por enfermidades subjacentes. ● Nutrientes: diversos fatores alimentares parecem aumentar o risco de desenvolvimento de nefrolitíase, incluindo a proteína de origem animal, o oxalato, o sódio, a sacarose e a vitamina C, por outro lado a maior ingestão de cálcio e potássio reduz o risco. ● A baixa ingestão de cálcio aumenta a absorção e a excreção urinária de oxalato, ou seja, o fluxo renal do referido sal. ● A maior ingestão de proteína de origem animal pode aumentar a concentração urinária de cálcio e a excreção de ácido úrico, diminuindo os níveis de citrato na urina e R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 18 elevando o risco de formação de cálculos. ● Maiores de consumos de sódio ou de sacarose aumentam a excreção urinária de cálcio. ● Ingestão de líquidos: a ingestão menor que 1 l/dia aumenta o risco de desenvolvimento de cálculos. ● Histórico familiar ● Doenças sistêmicas FISIOPATOLOGIA: Supersaturação: a formação de cálculos é resultante de um complexo processo físico-químico que leva à cristalização. A eliminação de cristais pela urina (cristalúria) aumenta a probabilidade da formação de cálculos. A maioria dos cálculos é formada por uma mistura de cristais, em que um ou dois tipos são predominantes. Os cálculos contêm materiais orgânicos onde os cristais se depositam. O componente predominante da matriz é de origem proteica. Fatores modificáveis (não litogênicos) influenciam a supersaturação, dentre eles o pH, o volume e os inibidores. A supersaturação de oxalato de cálcio é dependente do volume urinário onde o aumento do consumo para mais de dois litros por dia reduz a supersaturação e a incidência desse tipo de cálculo. Citratos e proteínas urinárias realizam a prevenção contra a cristalização de uma gama de sais que se encontram em concentrações aumentadas nos rins. Porem, os cálculos se formem no interstício medular renal e sejam compostos por fosfato de cálcio, que erodem junto às papilas, formando a placa de Randall, que agem como nichos para a deposição de oxalato de cálcio. Onde se leva em consideração apenas a concentração de sais e não seus valores absolutos. ● HIPERCALCIURIA: Excreção renal de cálcio maior que 300 mg/dia nos homens e 250 mg/dia nas mulheres. Entre 20% e 40% dos pacientes acometidos por doenças decorrentes de cálculos de cálcio serão hipercalciúricos ● HIPEROXALÚRIA: Excreção urinária de oxalato maior que 45 mg/dia. Frequentemente encontrada em pacientes com histórico familiar de nefrolitíase. ● HIPERURICOSURIA: excreção de ureia e creatinina ● HIPOCITRATURIA: redução de excreção do citrato EVENTOS: 1. Concentração excessiva de soluto com excesso de solubilidade urinaria 2. Desequilibrio de modificadores de cristalização urinários 3. Anormalidade epiteliais que permitam a fixação e desenvolvimento destes cristais CÁLCULOS DE ÁCIDO ÚRICO: A excreção de ácido úrico é importante para a formação dos cálculos, conquanto o maior determinante da supersaturação é o pH urinário diminuído. R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 19 O pH urinário deve oscilar entre 6 e 7, abaixo de 6 há favorecimento da formação de cálculos de ácido úrico e acima de 7, de fosfato de cálcio. CÁLCULOS DE ESTRUVITA: São conhecidos como cálculos de infecção ou cálculos de fosfato triplo, sendo formados apenas quanto a porção superior do trato urinário é infectada por bactérias produtoras de uréase, como a klebisiela. A hidrólise da ureia leva a instalação de um pH urinário suprafisiológico, maior que 8 e a formação da estruvita. Se não tratada adequadamente a infecção há formação de cristais de estruvita que podem crescer rapidamente e originar um calculo coraliforme. CÁLCULOS DE CISTINA: Formam-se em indivíduos com uma rara doença autossômica recessiva em que a reabsorção renal tubular proximal dos aminoácidos dibásicos filtrados é deficiente. INFECÇÃO URINARIA: definida como presença de bactéria na urina, acompanhada de: ● Polacúria ● Urgência miccional ● Disúria ● Alterações de cor e aspecto da urina ( hematúria e piúria) ● Dor hipogástrica ● febre A infecção das vias urinarias alta mais comum é a pielonefrite, enquanto das vias urinarias baixa; a cistite. ETIOLOGIA: E. Coli em 70-80% dos casos, seguidos de Stafilococus saprofíticos, proteus, klebsiella e enterococos fecalis. FISIOPATOLOGIA: as infecções podem atingir o trato urinário pelas vias: ● ASCENDENTE: comum em mulheres e crianças por colonização da mucosa vaginal e da uretra com bactérias da flora fecal, quase sempre limitando-se à bexiga (barreira anti-refluxo). Uma vez na pelve renal; ascende até o rim se espalhando para o parênquima (pielonefrite aguda). ● HEMATOGENICA: atingem o parênquima renal pela corrente sanguínea. Sua maior incidência épor S. aureus em lactentes e imunodeprimidos. ● LINFATICA: Forma rara, limitando- se a quadros de obstrução intestinal com comprometimento do estado geral e translocação bacteriana. FATORES BACTERIANOS: Aderência (por receptor manose_sensitivo) aderindo ao receptor de parede celular, uma vez aderidas começam a se multiplicar dependentes de condições e PH. Produzem hemolisina; peptídeo que causa lise de eritrócitos e endotélio, elastase e colagenases que favorecem a invasão. Surgem então Acs específicos no soro (igM e IgG), a imunidade celular produz neutrófilos com importante papel de contenção na luz do trato urinário (piúria). R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 20 EPISTAXE ● EPISTAXE: sangramento de origem da mucosa nasal. ● HEMORRAGIA NASAL: qualquer sangramento (seios, rinofaringe, tuba, etc) que se exterioriza pelas fossas nasais DEFINIÇÃO: sangramento por perda da hemostasia normal do nariz, por anormalidade da mucosa, perda da integridade vascular ou alterações de fatores de coagulação. Podem ser: ● Anterior / Posterior ● Unilateral / bilateral EPIDEMIOLOGIA: mais comum em crianças menores de 10 anos e idosos a partir de 70 anos. A incidência em adultos jovens é menor em relação aos outros grupos. 90 % dos sangramentos ocorrem em fossa nasal anterior, afetando crianças e adultos O sangramento posterior tem menor frequência geral e maior gravidade; mais comum na população de idade avançada. Acredita-se que essa incidência aumenta com a idade devido co-morbidades como; hipertensão e arteriosclerose. 6% de casos necessitam atendimento medico. Pode apresentar complicações como: ● Aspiração ● Anemia ● Hipoxia ● IAM A sazonalidade (temperaturas frias e baixa umidade) levam ao ressecamento da mucosa nasal, aumentando as chances de sangramento ao menor trauma (assoar ou espirrar). ANATOMIA: o suprimento sanguíneo é proveniente das carótidas interna e externa. CAROTIDA INTERNA: emite a nível ocular a Arteria oftálmica, que origina as ETMOIDAIS ANTERIOR E POSTERIOR. CAROTIDA EXTERNA: emite um ramo; ARTERIA MAXILAR que originam a nível da região pterigomaxilar as artérias: ● ESFENOPALATINA (Nasal lateral e septal). ● PALATINA MAIOR ● LABIAL SUPERIOR (rama da facial) AREA DE LITTLE: porção mais anterior do septo, onde ocorre a anastomose do sistema carotídeo interno e externo; formando o plexo de KISSELBACH (ramas ETMOIDAIS, ESFENOPALATINA, PALATINA MAIOR, LABIAL SUPERIOR). AREA DE WOODRUFF: localizada posteriormente a concha media, constitue-se na anastomose de ramos: ● MAXILAR INTERNA ● ESFENOPALATINA ● FARINGEA POSTERIOR R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 21 FISIOPATOLOGIA: a constituição da mucosa de epitélio coluna pseudo estratificado ciliado, aderido a membrana basal e tecido subjacente onde há glândulas, vasos sanguíneos e células inflamatórias. Nesses vasos da submucosa formam-se os seios cavernosos, responsáveis pelo enturgenscimento da mucosa. Traumas e ressecamento levam ao extravasamento de sangue dos seios cavernosos, se houver comprometimento da hemostasia; há perda de grande quantidade de sangue CAUSA LOCAIS ● TRAUMAS DIGITAIS, muito comum, há pouco tecido subcutâneo para absorção do impacto. Também pode haver lesões adjacentes de seios, orbita e ouvido médio. Fratura de crânio. ● PROCESSOS INFLAMATORIOS: alteram o muco protetor, favorecendo a invasão da mucosa e expondo os vasos. ● CORPOS ESTRANHOS: frequentes em pacientes pediátricos e pacientes com déficits neurológicos ● TUMORES: o sangramento pode se manifestar como um sintoma, geralmente unilateral e posterior. Ex; NASOFIBROMA JUVENIL. ● ALTERAÇÕES ANATOMICAS: levam ao sangramento principalmente quando a mucosa se expõe a fluxo turbulento. Ex: aneurismas intra e extra nasais, irritantes químicos, descongestionantes e drogas. CAUSAS SISTEMICAS: alteram o funcionamento dos vasos ou da cascata de coagulação ● DOENÇA DE OSLER-WEBER-RENDU: formação de teleangectasias hemorrágicas, independente de tratamento ● DISCRASIAS SANGUINEAS: causa de epistaxe espontânea, recorrente, podendo também ser cutânea ou vaginal. Exemplos: o Doença de VON WILLERBRAN: aumento do tempo de sangria por deficiência do fator VIII e redução da adesividade plaquetária. o HEMOFILIA: deficiência de fatores de coagulação: mais comum; deficiência de fator VIII e IX (80%), fator IX e XI (13%), protrombina, fibrinogênio, V, X e VII (6%) o OUTRAS DISCRASIAS; leucemias, mieloma, purpura trombocitopenica. ● MÁ FORMAÇÃO VASCULAR; 25% dos sangramentos posteriores ● HAS CRONICA: principalmente associada a aterosclerose (vasos em alta pressão + mucosas atróficas e ressecadas), causa de epistaxe posterior severa ● PACIENTE ANTICOAGULADO: apresenta maior risco para epistaxe ● DROGAS ● CORTICOIDES NASAIS: sangramento anterior. Apresentam mucosa mais friável associada a aplicação incorreta R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 22 ● FATORES DIVERSOS: desnutrição, déficit de vit. C e Vit. K, associação com hepatopatias e Nefropatias. CONDUTA: Tranquilizar o paciente, mantendo flexão da cabeça e nunca em hiperextensão cervical, o que favorece o acúmulo de sangue e coágulos na orofaringe. O médico deve proteger-se de forma adequada, com avental, óculos, máscara e luvas para manipular as fossas nasais. EXAME FISICO GERAL: avaliação fr pulso e pressão arterial. Nos casos graves está indicada a realização de exames laboratoriais (dosagem de hemoglobina e hematócrito, coagulograma). EXAME DE FOSSAS NASAIS: paciente deve assoar o nariz com a finalidade de remover os coágulos da fossa nasal e comprima a região da asa nasal para exercer pressão sobre o septo. Com essas medidas o sangramento pode diminuir, principalmente com vasoconstritor. Se não; o uso de uma boa fonte de luz, um espéculo nasal e aspirador facilitam a remoção dos coágulos, permitindo a localização do sangramento. A identificação do local e do volume do sangramento determinarão quais as medidas que deverão ser adotadas a seguir. EXAMES COMPLEMENTARES Em caso de duvida no diagnostico e mais severos, para se localizar o foco do sangramento pode-se solicitar: ● Nasofibroscopia ● Broncoscopia ● Endoscopia Em caso de suspeita de doenças associadas, diagnostico diferencial ou casos especiais, pode-se solicitar ● Tomografia de seios e face ● Angiografia em suspeita de aneurismas e má formações. TRATAMENTO: reposição volêmica e transfusão sanguínea somente quando necessário. Epistaxe inativa; lavar com solução fiologica 0,9% + compressa simples de região anterior ou gaze; suficientes para controle do sangramento CAUTERIZAÇÃO: se após vasoconstrição, o ponto de sangramento ainda é visível: cauterização indicada, 10-20 segundos evitando cauterizar os dois lados do septo (evitar necrose). TAPONAMENTO NASAL: sangramento difuso e não localizado; indicação de tamponamento (dedo de luva, preservativo com esponja, gelfoam, gaze). Complicações : reflexovagal, R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 23 rinosinusite e síndrome do choque toxico. Permanência de até 48 horas, necessidade maior; introduzir antibioticoterapia. Em caso de tamponamento antero-posterior; pode se utilizar gaze ou sonda de Foley. CIRURGIA: indicada em sangramento persistente mesmo após tamponamento correto ou recorrência após retirada do tampão. A mais comum é a ligadura de artéria esfenopalatina via endoscópica. EMBOLIZAÇÃO: tratamento de escolha para epistaxe posterior. A artéria femoral é cateterizada, chega-se na artéria maxilar onde seus vasos podem ser obliterados formando um embolo. O método é limitado para controlar sangramento da artéria etmoidal e em pacientes com aterosclerose em carótida. ATEROSCLEROSE: Refere-se ao espessamento e perda da elasticidade das paredes arteriais Existem 3 padrões de modificações: ● ATEROSCLEROSE: lesão na túnica intima arteriolar com formação da placa de ateroma. ● ESCLEROSE MEDIAL CALCIFICADA DE MONCKEBERG: caracterizada por formação de depósitos calcificados nas artérias musculares em indivíduos maiores de 50 anos. ● ARTERIOSCLEROSE: ocorre nas pequenas arteriais/arteríolas com espessamento das paredes vasculares e estreitamento do lumem, podendo provocar isquemia dos vasos. ATEROGENESE: de acordo com a American Heart Association, as lesões ateroscleróticas obedecem 6 fases em 6 estagios: 1. CELULAS ESPUMOSAS ISOLADAS: derivadas de macrófagos: pequenas lesões em pessoas com menos de 30 anos evoluindo por vários anos. Podendo apresentar-se Tipo I, II ou III 2. ESTRIAS GORDUROSAS; por acumulu de lipídios extra-celular na intima da artéria: alto conteúdo lipídico, inflamação aumentada e capa fibrosa fina. 3. INTERMEDIARIO: reservatório de lipídios extra celular 4. ATEROMA: formação de placas de núcleos lipídicos extra-celular. Nas fases 3 e 4, agudamente complicadas na forma de trombose mural repetitiva. Cerca de dois terços das síndromes coronarianas agudas são relacionadas com trombose oclusiva fase 4 ou lesão complicada do tipo VI 5. FIBRO ATEROMA: núcleos lipídicos com camada fibrotica, calcificada. Podendo originar angina coronariana e síndrome isquêmica. 6. AVANÇADA: Defeitos de superfície levando a hematomas – hemorragias – trombose: Dois mecanismos diferentes, ruptura e erosão de placa, podem dar origem a trombose arterial oclusiva das síndromes coronarianas agudas R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 24 NAS ARTERIAS PEQUENAS; as placas se desprendem, formando trombos que podem obstruir o fluxo sanguíneo arterial distal; levando a LESOES ISQUEMICAS. NOS VASOS MAIORES: o ateroma invade a media causando enfraquecimento e favorecendo a formação de aneurismas. FATORES DE RISCO: ● Idade; 40-60 anos ● Sexo: maior frequência em homens ● Genetica, alimentação e estilo de vida ● Hiperlipidemia ● HAS ● Tagagismo ● Diabetes Mellitus PATOGENESE: É uma lesão crônica da parede arterial, iniciada por lesão do endotélio; aumentando a permeabilidade vascular com adesão leucocitária e formação de trombos. Acumulam-se lipídios e proteínas (LDL) na parede, que sofrem modificações por oxidação ao mesmo tempo em que estimulam a adesão de monócitos; macrófagos e formação de células gigantes de espumas (Macrofago saturado de lipídio), com isso há liberação de fatores de crescimento; IL_1, TNF_a e MCP_1 que provocam a migração de células musculares lisas da media para a intima e adesão de plaquetas. Há então, deformação vascular por acumulo de macrófagos e células musculares lisa A HIPERTENSAO: acelera a aterogenese e a arteriosclerose. Há vazamento de componentes plasmáticos pelo endotélio, que produz matriz celular de forma excessiva pelas células musculares lisa. Assim há uma disfunção do suprimento renal e perda de nefrons com atrofia bilateral. SINDROME ISQUEMICA: tradução de doença arterial oclusiva periférica, cujo principal etiologia é a aterosclerose Ocorre decréscimo da perfusão sanguínea gerando sinais e sintomas: ● DOR EM REPOUSO, se persistente: isquemia critica ● Analgesia regular maior que 2 semanas ● Ulceração e gangrena no pé ● Pressão arterial elevada acima do membro afetado e abaixo do ponto de oclusão entre 50 ou 30 mmHg. R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 25 ● PATOGNOMONICO: claudicação intermitente traduzida pelo paciente como dor em câimbra melhorando ao repouso. ● Palidez do membro afetado ● Hipotermia ● Áreas necróticas 75% dos pacientes são de etiologia aterosclerótica de variados grais de insuficiência arterial, podendo inclusive produzir quadros de: ● IAM ● AVE PLACA VULNERÁVEL RICA EM LIPÍDIOS E SUA RUPTURA: O primeiro mecanismo relacionado com ruptura da placa esta associado a forças físicas e ocorre com maior frequência onde a capa fibrosa é mais fina, mais densamente infiltrada por células de espuma e, portanto, mais fraca, além das características do fluxo sanguíneo, particularmente o impacto sobre a área proximal da placa, dependente de sua configuração e angulação. ● Ausência de fluxo sanguíneo laminar faz com que as plaquetas fiquem em estreita proximidade com a parede do vaso; ● Estase inibe o fluxo de sangue novo no leito vascular, onde fatores de coagulação ativados na região não são removidos e nem diluídos; ● Fluxo sanguíneo anormal promove ativação das células endoteliais, resultando em um estado pró- trombótico. O segundo mecanismo envolve um processo ativo dentro da placa, com áreas ricas em macrófagos e células T, capazes de degradar a matriz extracelular por fagocitose ou secreção de enzimas proteolíticas, que enfraquecem a cobertura fibrosa: IFN- gama, TNF-α e IL-1 ativam a apoptose de macrófagos, que, após a tentativa de proteger a parede vascular do acumulo de lipoproteínas, sofrem apoptose e eliminam micropartículas da membrana, favorecendo a trombose após ruptura. ● Ativação de plaquetas por meio da exposição do colágeno; ● Exposição do FT, desencadeando a cascata de coagulação; ● Substâncias antitrombóticas naturais, como tPA, PGI2. OCORRENDO: ● TROMBOSE AGUDA, OCLUSIVA OU MURAL: O FT (liberado pelos macrófagos) inicia a cascata de coagulação, culminando com a formação de trombina. O trombo mural residual é, por si só, bastante trombogênico, com a geração de mais trombina pela interação m,onocito/FT. ● TROMBOSE: essas alterações aumentam a deposição de plaquetas, enquanto o crescimento súbito do trombo no local da lesão pode originar estenose adicional e oclusa trombótica. EVOLUINDO PARA DOENÇA ARTERIAL ATEROSCLEROTICA PERIFERICA ● EMBOLIA: bloqueio de um vaso sanguíneo por um coágulo de R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 26 sangue transportado pela corrente sanguínea. ● TROMBOSE: formação, desenvolvimento ou presença de um trombo. Ocorrendo aumento descontrolado do coágulo, causando oclusão da luz do vaso sanguíneo. PREDISPOSIÇÃO PARA A TROMBOSE: TRIADE DE VIRSHOW: ● Lesão endotelial ● Fluxo sanguíneo anormal ● Hipercoagulabilidade COMPLICAÇOES: ● NECROSE ● GANGRENA DIAGNÓSTICO: CLINICO; avaliar a presença de HAS, sopros arteriais ou arritmias cardiacas. ● Pele: Palidez, ulcerações, infecções ou traumas. ● Pulsos arteriais incongruentes ● Musculatura das panturrilhas atrófica, perda de pelos e as unhas dos pés tornam-se espessadas. Uma atrofia avançada confere uma aparência “brilhante”. ● Lesões necróticas em seguimentos distais ● O pé pode estar edemaciado ISQUEMIA ARTERIAL AGUDA: Os pacientes podem apresentar início súbito de claudicação, dor em repouso ou uma extremidade fria, até mesmo gelada. Frequentemente o membro encontra-se pálido e frio à palpação, com pulsos ausentes (deve-se palpar femorais e pediosos). A menos que os pulsos pediosos estejam evidentes, deve-se utilizar o Doppler, caso haja pulso, avaliar pressão no tornozelo para o calculo do ITB. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ● Artrite do quadril ou do joelho. ● Estenose da coluna. ● A insuficiência venosa. ● Neuropatias periféricas. TRATAMENTO: O principal problema do paciente claudicante não é a limitação à deambulação e sim a mortalidade por complicações cardiovasculares em comparação à população não ● A prioridade, portanto, é o tratamento para modificação dos fatores de risco de progressão da aterosclerose. Os fatores de risco, em ordem de importância, são: tabagismo, obesidade, diabetes mellitus, hipertensão familiar, hiperlipidêmia, hipertensão arterial e trombofilias. ● Recomenda-se manter o colesterol LDL abaixo de 100 mg/dl e triglicerídeos abaixo de 150 mg/dl16. ● Estatinas são recomendadas como drogas iniciais. ● O ácido nicotínico é uma opção para redução de triglicerídeos em pacientes com dificuldade de controle da glicemia, com a R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 27 vantagem de elevar os níveis séricos de colesterol HDL. ● Antagonistas beta-adrenérgicos podem levar à piora dos sintomas da claudicação, especialmente em graus avançados. ● O uso de inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) reduz os eventos cardiovasculares. ● Há redução de 18% de morte devido a causas vasculares nos pacientes recebendo aspirina, a aspirina de 75 a 325 mg/dl, reduz o risco de morte por causas vasculares, O clopidogrel reduz morte por eventos cardiovasculares em relaça a aspirina e outros ● O controle da glicemia, dos níveis de colesterol LDL e triglicerídeos e o uso de antiagregantes (aspirina ou clopidogrel) fazem parte do tratamento do claudicante, visando a redução dos eventos cardiovasculares fatais que ao tratamento específico da claudicação. DROGAS PARA TRATAMENTO DA CLAUDICAÇÃO O cilostazol é o medicamento de escolha para tratamento com objetivo de melhora da distância de deambulação. O uso de outros medicamentos para tratamento da claudicação não se mostrou eficaz, incluindo os vasodilatadores, anticoagulantes, buflomedil, naftidrofuril e ginko biloba. TRATAMENTO ENDOVASCULAR DA CLAUDICAÇÃO: Pacientes que não houve melhora com exercício físico. Pode-se usar a angioplastia isolada com balão, uso de stents metálicos e endopróteses. O tratamento endovascular habitualmente é reservado para o salvamento de membro, não usado para tratamento da claudicação devido à baixa perviedade. TRATAMENTO GERAL Ações de Intensidade Baixa: atividade física regular de intensidade moderada a intensa/ 30 minutos, ● Dieta saudável; abandono do tabagismo; e manutenção de peso e cintura nas faixas consideradas saudáveis. ● Indivíduos hipertensos, controlar a partir de medidas não farmacológicas. Se farmacoterapia, usar diurético tiazídico. ● Adultos com idade maior do que 60 anos devem receber vacinação anual contra influenza. Ações de Intensidade Moderada: Anteriores mais: ● Uso de álcool em moderação ● Aumentar quantias ingeridas de fitosteróis, grãos e feijões. ● Intervenções farmacológico destinadas à cessação do tabagismo caso aconselhamento não efetivo ● O uso de antiplaquetários (aspirina, se possível) está indicado, especialmente naqueles com risco maior e com um nítido interesse em prevenir doença. R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 28 Ações de Intensidade Alta: Moderadas mais: uso de fármacos como estatinas e inibidores da ECA. ● O uso de beta-bloqueadores é indicado em pacientes pós-infarto do miocárdio, bem como insuficiência cardíaca. ● O manejo da HAS deve ser intensificado em pacientes que apresentam diabete melito, evidência de proteinúria e perda de função renal. ● A vacinação anual contra a influenza, por ser uma medida com benefícios não cardiovasculares adicionais, indicado em pacientes menores de 60 anos com doenças cardíacas. COAGULAÇÃO HEMOSTASIA: Resposta à lesão de um vaso sanguíneo com objetivo de deter a hemorragia. Completa interação de proteases que culminam com a gênese da trombina que por proteólise; converte o fibrinogênio solúvel em fibrinogênio insolúvel Apresenta 2 vias: EXTRINSECA: desencadeada por elementos usualmente não presentes no sangue que ativam o fator VII + cofator; ativando o fator X até ativação do fator II e formação do coagulo INTRINSECA: desencadeia-se por componentes intravasculares, progredindo através de contato, iniciando com o fator 12 até a via comum. HEMOSTASIA PRIMARIA: Processo inicial da coagulação, desencadeado pela lesão vascular. Inicia-se com a vasoconstrição, alteração da permeabilidade vascular com produção de edema, vasodilatação dos vasos tributários da região em que ocorreu a lesão e adesão das plaquetas. Assim, a vasoconstrição diminui o fluxo sanguíneo no sítio de sangramento, tornando preferencial o fluxo pelos ramos colaterais dilatados, enquanto o edema intersticial diminui o gradiente de pressão entre o interior do vaso, lesão e a região adjacente, produzindo um tamponamento natural. ENDOTELIO: além de secretar PGI2 (vasodilatador e antiagregante plaquetário) é responsável pelas características não trombogênicas da superfície interna dos vasos sanguíneos. A remoção do endotélio expõe o sangue ao contato com o colágeno subendotelial, o que promove a adesão plaquetária na presença do fator de vonWillebrand, que ativam as plaquetas e liberam grânulos citoplasmáticos, que contem, entre R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 29 outras substâncias, ADP, serotonina e TxA2. O ADP é responsável pela ativação de outras plaquetas e alteração de sua forma (que passa a ser esférica e com pseudópodos). As plaquetas ativadas vão se agregar umas as outras (receptores IIa e IIIb), por meio do fibrinogênio, formando um tampão primário e instável, que servirá de substrato para que o processo de coagulação forme um tampão estável. Nesse estágio, as plasquetas exteriorizam uma lipoproteína denominada PF3, que desempenha papel de superfície fosfolipídica (ativadora) que participa de inúmeras reações na coagulação. ADJUVANTES NA ATIVAÇÃO PLAQUETARIA: ● Fosfolipase C:aumentam os níveis de proteína quinase C elevando as concentrações de cálcio importante para o processo de emissão de espículos e pesudópodes, bem como liberação dos grânulos ● TROBOXANO A2: amplifica a ativação plaquetária e auxilia a agregação – feedback positivo. ● SEROTONINA: vasoconstritor; recrutamento e ativação plaquetária . ● FATOR III PLAQUETARIO: participa da ativação da cascata de coagulação – via instrínseca . ● FATOR DE VON WILLERBRAND: Sintetizado na célula endotelial e armazenado nos corpos de Weibel– Palade. Também é sintetizado no megacariócito e armazenado nos grânulos alfa plaquetário. Sendo responsável pela adesão e agregação plaquetária. Estabilizam o FVIII, evitando sua proteólise no plasma. São secretados quando houver estímulos por stress, trombina, fibrina, hipóxia e histamina. PLAQUETAS: são provenientes da fragmentação citoplasmática do megacariócito. Anucleadas. Vida média de 10 dias. GLICOPROTEINAS Gp VI: adesão Complexo Gp Ia e Gp IIa :adesão ao colágeno subendotelial Complexo GPIb/IX/V: adesão plaquetária ao FVW Complexo GPIIb e GP IIIa: agregação HEMOSTASIA SECUNDARIA: Perda excessiva de sangue e formação de trombos intravasculares de fibrina. INICIAÇÃO: se inicia com a exposição do fluxo sanguíneo a células que expressam o FT (fator tecidual), que é expresso quando há lesão vascular ou ativação endotelial através de substâncias químicas, citocinas ou processos inflamatórios. Uma vez combinado com o FT, o fator VII é ativado, formando o complexo tenase intrínseco, que ativa o fator X e IX. O fator X pode ativar o fator V ou dissociar-se da superfície celular e ser inativado pela AT III e pelo TFPI. O fator Xa permanecendo na superfície celular R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 30 juntamente com o fator V converte uma pequena quantidade de protrombina em trombina, que participa ativamente da fase de amplificação. AMPLIFICAÇÃO: a adesão plaquetária ao colágeno subendotelial é mediada pelo receptor de colágeno plaquetária específica (glicoproteína Ia/IIa) e FvW. A pequena quantidade de trombina da fase de ativação amplifica o processo da coagulação e proporciona ativação de mais plaquetas, aumentando sua adesão e ativando os fatores V, VIII e XI. Plaquetas ativadas liberam fator V na sua forma parcialmente ativada, que é completamente ativada pela trombina ou fator Xa. O FvW é partido pela trombina para liberar o fator VIIIa. Nesse momento plaquetas tem em sua superfície os fatores Va, VIIIa e IXa. PROGAGAÇÃO: é caracterizada pela produção de complexos tenases e protrombinases, que são agrupados na superfície das plaquetas ativadas. O complexo tenase intrínseco, fatores VII e IXa, é formado quando o fator IXa move-se da célula expressadora de FT, onde é ativado, para ligar-se ao receptor expressado nas plaquetas ativadas. O referido complexo ativa o fator X, que juntamente com o fator Va formam o complexo protrombinase, que intensifica a produção de trombina, que promove a formação de fibrina e ativa o fator estabilizador de fibrina, fator XIII, para formar o coágulo de fibrina hemostático. O SISTEMA É DIVIDIDO EM: ● VIA EXTRINSECA (envolvendo componentes do sangue e elementos que usualmente não estão presentes no espaço vascular). O fator VII plasmático (na presença de seu cofator, o fator tecidual –tromboplastina, ativa diretamente o fator X. ● VIA INTRINSECA (iniciada por componentes intravasculares). A ativação do fator XII ocorre quando o sangue entra em contato com uma superfície contendo cargas elétricas negativas (ativação por contato). O fator XIIa ativa o fator IX, que na presença do fator VIII ativa o fator X. R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 31 Ambas as vias convergem no ponto de ativação do fator X (via final comum), sendo que a separação é inadequada do ponto de vista fisiológico, tendo em vista que a divisão não ocorre in vivo. Os fatores intrínsecos não tem importância primária na geração do fator IXa durante o processo hemostático normal que sucede a injúria vascular. A deficiência do fator XI é associada a distúrbio hemorrágico leve e deficiência de fator XII, pré-calicreína e cininogênio de alto peso molecular, não resultam em quadro hemorrágico. A deficiência de fator XII está associada a quadro hemorrágico similar à Hemofilia (deficiência de fatores VIII e IX). Em conjunto, esses dados demonstram que a ativação do fator IX não depende exclusivamente da via intrínseca e indicam que a coagulação do sangue é iniciada principalmente pela via do fator tecidual (extrínseca), sendo que ambas as vias não atuam de forma independente. Para adequanda hemostasia é necessário o funcionamento de 3 complexos procoagulantes, que envolvem serinoproteases dependentes de vitamina K (fatores II, VII, IX e X) associadas a cofatores (V e VIII), todos localizados em uma superfície de membrana contendo fosfolipideos. As enzimas da coagulação convertem seus substratos procofatores em cofatores, os quais localizam as proteases sobre as superfícies celulares (em especial das plaquetas) contendo fosfolipideos. Os componentes que contribuem para o componente de fosfolipideos da coagulação incluem os tecidos vasculares lesados, células inflamatórias e plaquetas ativadas. O principal contribuinte, em termos de números de sítios, são as plaquetas, que expressam sítios de ligação para os complexos fator IXa/fator VIIIa (complexo tenase) e fator Xa/fator Va (complexo protrombinase). Adicionalmente, íons cálcio são necessários em diversos passos da reação de coagulação. O inicio da coagulação de faz mediante a ligação do fator VIIa ao FT, com ativação dos fatores IX e X, sendo que o complexo tenase intrínseca ativa o fator X com sua eficiência ainda maior, favorecendo a formação do complexo protrombinase, que converte o fator II (protrombina) em fator IIa (trombina). O FT é uma proteína de membrana que funciona como receptor do fator VII da coagulação. Normalmente não é expresso em células em contato direto com o sangue (endoteliais e leucócitos), mas apresenta expressão constitutiva em fibroblastos subjacentes ao endotélio vascular, bem como queratinócitos, células epiteliais do trato respiratório e trato gastrintestinal, cérebro, células musculares cardíacas e glomérulos renais. Na presença de endotoxinas e citocinas (TNF-α, IL-1) células R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 32 endoteliais e macrófagos podem expressa-lo. O complexo fator VIIa-FT exibe função enzimática ativa, sendo capaz de auto-ativação. Tem como substratos principais o fator IX e o fator X, cuja clivagem resulta na subsequente formação de trombina e fibrina. A trombina ativada por meio do complexo protrombinase extrínseco é capaz de ativar o fator V e o fator VIII, que ativam o complexo tenase intrínseca. O complexo tenase intrínseca (IXa/VIIIa) ativa o fator X com eficiência 50 vezes maior que o complexo tenase extrínseca (VIIa/FT). O produto principal de ambas as reações, a trombina (IIa), exibe atividadesprocoaqgulantes, convertendo o fibrinogênio em fibrina, promovendo ativação plaquetária e ativando o fator XIII da coagulação, que por sua vez, estabiliza o coágulo de fibrina. REGULAÇÃO DA COAGULAÇÃO: Deve ser regulada de modo a evitar a ativação excessiva do sistema, formação inadequada de fibrina e oclusão vascular. Os principais anticoagulantes naturais são: ● TFPI (inibidor do fator tecidual): proteína que produzido pelo endotélio que inibe o fator tecidual ● Proteína C (PC): A PCa inibe a coagulação clivando e inativando os fatores Va e VIIIa, processo que é potencializado pela OS, que atua como um cofator não enzimático das reações de inativação. ● Proteína S (PS) ● Antitrombina (AT): é o inibidor primário da trombina e também exerce efeito inibitório sobre diversas outras enzimas da coagulação, como os fatores IXa, Xa e XIa, além de acelerar a dissociação do complexo fator VIIa/FT e impedir sua reassociação. Logo, a AT inibe qualquer atividade enzimática procogulante excessiva ou indesejável A identificação do sistema PCa elucida o papel da trombina no sistema hemostático, pois além de função procoagulante, quando em excesso, representa um potente anticoagulante em pequenas quantidades, tendo em vista que sua ligação à TM endotelial representa o evento-chave para a ativação da via inibitória PC. A molecular de heparan sulfato, um proteoglicano presente na membrana das células endoteliais, acelera as reações catalisadas pela AT. – Via de atuação da heparina. As vias atuam sinergicamente, de modo que a AT inibe a ativação do fator VII, mediada pelo fator Xa, no complexo VII/FT, enquanto que o TFPI inibe o excesso da ativação do fator X pelo completo fator VII/FT. Além de que o TFPI, em conjunção com o sistema PCa, inibe potentemente a gênese da trombina. Em condições fisiológicas há predomínio dos mecanismos anticoagulantes sobre os procoagulantes, mantendo-se, desta R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 33 forma, a fluidez do sangue e preservando-se a vasculatura. SISTEMA FIBRINOLÍTICO (PLASMINOGENIO/PLASMINA): é composto por diversas proteínas que regulam a geração de plasmina, que degrada a fibrina e ativa metaloproteinases da matriz extracelular. As enzimas do sistema fibrinolíticos são todas serinoproteases, enquanto que as inibidoras da fibrinólise são as serpinas. O plasminogênio é ativado pelo tPA (ativador de plasminogênio tecidual) e o uPA (ativador de plasminogênio do tipo uroquinase), convertendo-se em a plasmina. A plasmina degrada o fibrinogênio, a fibrina, o fator V e o fator VIII. A inibição do sistema fibrinolítico ocorre em nível dos ativadores do plasminogênio mediante ação de inibidores específicos (PAIs), cuja principal função é exercida pela antiplasmina. O complexo tenase intrínseco, fatores VIII e IXa ativa o fator X, que juntamente com o fator Va formam o complexo protrombinase, que intensifica a produção de trombina promove a formação de fibrina e ativa o fator estabilizador de fibrina, fator XIII, para formar o coágulo de fibrina hemostático. Representando um ponto de conexão entre os sistemas de coagulação e fibrinolítico: INIBINDO TAMBEM a fibrinolise LABORATORIO: Os exames tradicionais utilizados para avaliação da coagulação devem ser interpretados em conjunto, associados aos eventos clínicos. ● COAGULOGRAMA: determina os elementos envolvidos no processo de coagulação. ● Dosagem dos fatores de coagulação e a contagem das plaquetas determinam se os diversos componentes da hemostasia estão dentro de limites compatíveis com a coagulação normal. Plaquetas. O valor normal médio é de aproximadamente 240.000/mm, porém raramente ocorre sangramento até que a diminuição do número de plaquetas atinja 50-70.000/mm. Tempo de Sangramento segundo Duke (TS). Requer um número suficiente de plaquetas com função normal. NORMAL; menor que 3 minutos. Está aumentado quando a resposta vascular é alterada, na plaquetopenia e na disfunção plaquetária. TESTES DE FATORES DE COAGULAÇÃO VIA INTRINSECA Tempo de Tromboplastina Parcial (TTP). O tempo normal varia entre 60 a 110 segundos. Como as plaquetas foram substituídas pela suspensão de fosfolipídios, o alargamento do TTP estará relacionado com alterações dos fatores XII, XI, IX ou VIII. Deve-se descartar a presença de anticoagulante (por exemplo, heparina). R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 34 Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado (TTPa): Normalmente este tempo é menor que 35 segundos, podendo variar entre 25 e 39 segundos. É particularmente útil no acompanhamento dos efeitos da heparina e na determinação de deficiências dos fatores IX e VIII. Tempo de Coagulação Ativado (TCA). Os valores normais estão situados entre 90 e 120 segundos. É de grande utilidade na monitoração da administração de heparina e para guiar sua neutralização pela protamina. VIA EXTRINSECA Tempo de Protrombina (TP). O valor normal está situado entre 10 e 14 segundos. Exclui a participação dos fatores XII, XI, IX e VII, fazendo com que o resultado seja reflexo da ativação da via extrínseca e da via comum final. Determina a atividade dos fatores II (protrombina), V, VII e X, cuja deficiência é acompanhada pelo alargamento do tempo necessário à formação do coágulo. Tempo de Trombina (TT). o tempo de formação do coágulo é cronometrado. Este teste mede a velocidade de conversão de fibrinogênio em fibrina. Valores normais estão situados entre 9 e 12 segundos. Dosagem do Fibrinogênio. Valor normal entre 200 a 450mg/L. Os níveis estão aumentados nas doenças inflamatórias, neoplásicas, infecções, gravidez e pós-operatório. A principal condição clínica em que os níveis plasmáticos sofrem queda aguda e intensa é a CIVD. FARMACOLOGIA ANTICOAGULANTES: Inibem diretamente ou indiretamente a cascata de coagulação Possui ação principal formando um complexo com a AT III, fazendo com que se aumente a velocidade de formação de complexo com a trombina, interrompendo o processo de coagulação. ● HEPARINA: inibição direta da cascata de coagulação. O complexo heparina-ATIII aumenta a velocidade de neutralização dos fatores X, XII e IX, da plasmina e da calicreína. Neutralizada pela protamina. ● VARFARINA E CUMARÍNICOS: inibição indireta da cascata, interagindo com outras proteínas ou outra via metabólica, alterando o funcionamento da cascata Os fatores II, VII, IX e X devem passar por uma reação química mediada pela vitamina K para que funcionem normalmente. Assim, os cumarínicos bloqueiam o sistema de carboxilação da reação (resultado semelhante ao da carência de vitamina K), que então diminui os níveis de protrombina funcional R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 35 REAÇOES ADVERSAS: Alopécias, hemorragias e teratogenese em gestantes INDICAÇOES: ● Prevençao secundaria de TVP e embolia pulmonar ● Pacientes com fibrilação auricular ou válvula cardíaca mecânica, pode ser usado para prevenir embolização sistemica ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS Plaquetascirculantes não interagem com o endotélio integro então quando há lesão do endotélio; ocorre adesão e ativação plaquetária, devido a produção de fator de VON WILDERBRAND que atua como ponte plaqueta-colageno, formando uma massa gelatinosa (tapão) que se reforça com fibrina liberando: ● Adenosina di-fosfato (ADP) ● Prostaglandinas da degradação do acido aracdonico ● Tromboxano A2 Induzindo trombogenese e vasoconstriçao Exercem seus efeitos antitrombóticos inibindo IRREVERSIVELMENTE a ativação das plaquetas pela inibição do TxA2 ou pelo antagonismo do receptor ADP da plaqueta. O mecanismo alternativo da inibição da agregação plaquetária é pelo bloqueio da ativação do receptor da glicoproteína IIb/IIIa da plaqueta O efeito antiagregante durará por toda a vida das plaquetas (7-10 dias) ● ACIDO ACETIL SALICILICO: inibição da COX_plaquetaria (deixando de produzir prostaglandinas e TxA2). Duração 7-10 dias EFEITO ADVERSO: hemorragias ● CLOPIDOGREL: Necessita ser convertido em substancia ativa, então atua como inibidor seletivo dos ADP_receptores, impedindo ativação e agregação plaquetária. EFEITOS ADVERSOS: dor abdominal, dispepsia, gastrite, prisão de ventre, diarreia, alterações de pele. INDICAÇOES: profilaxia cardiovascular; trombose arterial, risco de IAM e AVE, etc. TROMBOLITICOS OU ANTIFIBRINOLÍTICOS Converter o plasminogenio em plasmina, dissolvendo coágulos com efeito local. INDICAÇOES: Estados de trombose instalada ● ESTREPTOQUINASE E UROQUINASE: proteína bacteriana isolada (estreptococos), promovendo indução indireta de plasmina ao formar um complexo estrptoquinase_plasminogenio_plas mina ● ALTEPLASE: glicoproteína ativadora do plasminogenio tissular. R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 36 ● APROTININA: atua na produção de calicreína, logo, na ativacao de plasminogênio pelo fator XIIa, indiretamente inibindo a liberação de tPA pela inibição da bradicinina. É um poderoso agente anti- plasmina direta. COMPLICAÇOES CIRURGICAS PÓS-OPERATORIAS E PREVENÇÃO DE TVP E TEP CLASSIFICAÇÃO: ● Leves ou graves ● Locais ou Sistemicas DILATAÇÃO GASTRICA AGUDA; frequente em pós-operatório imediato, quando o paciente ainda esta sobre sedação de anestesia geral. QUADRO CLINICO: epígastralgia e vomito. Podendo haver bronco- aspiração devido a sedação do paciente. TRAMENTO: sondagem nasogastrica aspirativa 24-48 horas, ou até recuperação anestésica SEPARAÇÃO DE PLANOS SUPERFICIAIS E/OU PROFUNDOS: pode se apresentar em qualquer ferida, aumentando o risco para infecções, provocando herniaçoes de vísceras e má cicatrização. Tambem pode decorrer de má técnica cirúrgica, suturas incorretas, pouco espaçamento ou excesso de material. QUADRO CLINICO: edema com drenagem de liquido sero-hematico no local da sutura. TRATAMENTO: realizar nova sutura asséptica ou se não possível, manter a ferida limpa e esperar que cicatrize por 2ª ou 3ª intensão. INFECÇAO: principal limitante cirúrgica no passado e até os dias de hoje. Causa frequente, ganhando os meios internos durante os procedimentos invasivos ● INFECÇAO DA FERIDA: infecção do sitio; pele ou planos superficiais, podendo atingir planos profundos, órgãos e músculos. QUADRO CLINICO: manifestações locais e sistêmicas de 4-6 dias após a cirurgia: dor local, calafrios, taquicardia, febre > 38°C, flogismo da ferida. TRATAMENTO: Profilaxia com técnica asséptica Após infecção; drenar o pus, limpar a ferida e fazer antibiótico terapia INFECÇÃO DE CAVIDADES: ● EMPIEMA: infecção da pleura ● PERITONITE: infecção do peritoneo Pode haver perfuração de cavidade durante técnica cirúrgica e infecção. QUADRO CLINICO: (febre, taquicardia, taquipnéia) podendo evoluir para sepse DIAGNOSTICO: raio X (radiopacidade) TRATAMENTO: drenagem da cavidade + antibiótico terapia sistêmica R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 37 ABSCESSOS: coleção purulenta da serosa, retendo pus no espaço. Produz febre intermitente, calafrios e taquicardia DIAGNOSTICO: raio X e Tomografia DIAGNOSTICO: clinico TRATAMENTO: antibiótico + drenagem INFECÇOES DO APARELHO RESPIRATORIO: infecções mais comuns: ● BRONQUITE E PNEUMONIA: mais comum em paciente aciaos ou cirurgia de urgência com focos sépticos. QUADRO CLINICO: 4-5º dia; dispneia, cianose e febre. DIAGNOSTICO: Imagem; condensação única ou dispersa em um ou ambos hemi-torax. TRATAMENTO: antibioticoterapia oral ● ATELECTASIA: colapso alveolar, 1- 80% de todas as complicações pulmonares. Predisposta por anestesia geral e antecedentes de bronquite crônica; aumentando a secreção respiratória e diminuindo o reflexo da tosse, favorecendo estado congestivo do brônquio. Tambem pode haver baixa perfusão do brônquio com isquemia e redução na produção de surfactante QUADRO CLINICO: 24 horas após cirurgia; febre e taquicardia, não há necessariamente dispneia ou cianose. Estertores e M.V diminuídos. DIAGNOSTICO: raio X (radiopaco) TRATAMENTO; profilaxia; evitar fumo e melhorar capacidade vital com exercícios aeróbicos 2-3 semanas antes da cirurgia. Pos-operatorio; estimular deambulação precoce e fisioterapia respiratória. Em caso de doença instalçada: broncoaspiração. INFECÇAO DO APARELHO URINARIO: 40% dos pacientes. Por cateterizaçao ou sonda estável vesicular por período prlongado QUADRO: febre maior 40°C DIAGNOSTICO: EAS e urocultura TRATAMENTO: eliminar fator causal e antibioticoterapia HEMORRAGIA: comum em cirurgias grandes, de grandes vasos e prolongadas. Pode ocorrer associada ao uso de heparina e em coagulopatias COMPLICAÇOES CARDIOVASCULARES: ● Parada cardíaca, em casos extremos ● IAM ● Arritimia ● Tromboflebite dos membros (TVP) ● Embolia pulmonar TROMBOFLEBITE (TVP); formação de coagulo venoso por alterações do endotélio. Inicia-se por inflamação ou por outros fatores (hipercoabilidade). As piores complicações são os trombos das veias profundas dos membros inferiores e pelve R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 38 Durante as cirurgias de grande porte tem-se aumentado os fatores de coagulação, enquanto que a atividade fibrinolítica está diminuída e há imobilidade no leito, provocando estase venosa. FATORES DE RISCO: ● Gravidez e puerpério ● Idade avançada ● Varizes ● Neoplasia ● Historico familiar ● Trombofilias ● Tabagismo ● Terapia de reposição hormanal ● Obesidade ● etlismo ● Pacientes acamados, sem movimentação ● Insuficiência cardíaca ● Anciões por perda de mobilidade e tônus muscular ● Administração de anestésicos gerais: causando lentidão de circulação, favorecendo agregação plaquetária, com acumulo de leucócitos e fibrina, organizando-se e não aderindo nas paredes vasculares (trombo viajente), podendo embolizar a distancia. QUADRO CLINICO: febre entre 2-4° dia edemaciando a panturrilha e ocasionando dor a compressão de massas musculares. A dor provocada na panturrilha pela dorso-flexão ativa ou passiva do pé é definida como o sinal deHomans. A compressão dolorosa da panturrilha caracteriza os sinais de Babcock (manualmente) e Lowemberg (manguito). DIAGNOSTICO: Ultra som com doppler + clinica TRATAMENTO: ● pré-operatorio: Adm anticoagulantes (heparina) ● Pós-operatorio: deambulação precoce, ativando circulação e evitando estase. o Compressão elástica (meia elástica): já comprovado em alguns estudos na Europa e EUA. o Estimulação dos músculos da panturrilha o Anticoagulante oral: pouco utilizado em virtude do risco de hemorragias. o Dextran: ação sobre a viscosidade sanguínea e agregação plaquetária. o AAS: utilizado, mas sem comprovação. ● Em caso de doença instalada: Heparinização 50mg, EV, 4/4 horas + Repouso do membro para evitar desprendimento do trombo EMBOLIA PULMONAR: consequência da trombose de membros inferiores Se o paciente não padece e a pressão pulmonar não excede 30-50% de aumento não se produz manifestações Caso contrario: ocorre hipertensão venosa sistêmica, redução do debito cardíaco e queda da pressão arterial sistólica sistêmica, podendo evoluir para parada cardíaca. R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 39 FISIOPATOLOGIA: Hemodinâmica, a partir de 30- 50% de obstrução do leito arterial pulmonar em oclusão, devido a embolização maciça ou múltipla; aumentando abruptamente a pressão na artéria pulmonar até níveis não tolerados pelo VD; ocasionando parada cardíaca e morte por dissociação eletro-mecanica. Se obstrução não maciça: o paciente pode apresentar sincope e hipotensão devido ao baixo debito cardíaco, secundário a falência do ventrículo direito. Tambem se manifesta hipoxemia sistêmica e dispneia Pacientes crônicos, ocorre compensação por estimulação simpática: ionotropismo associado aos mecanismo de Frank Starling (produzindo contração do miocárdio equivalente ao volume do retorno venoso), com vasoconstrição periférica, podendo melhorar o fluxo e estabilizar o paciente. Porem, nova embolização pode ocorrer desestabilizando e piorando o quadro clinico. QUADRO CLINICO: dispneia brusca, edema de pulmaonecrose e infarto pulmonar por hipóxia, cianose generalizada. Ausculta variável quanto a ruídos adventícios DIAGNOSTICO: Exames de sangue: Teste do D dímero circulante (derivado específico da fibrina na ligação cruzada) tem acurácia superior a 95% para EP aguda. ELETRO CARDIOGRAMA: - anormalidade no segmento ST, alterações de onda T e desvio do eixo para a direita ou esquerda. Auxilia no diagnostico diferencial de IAM ou pericardite. RAIO X: anormal mas quase sempre inespecífico. Os achados incluem derrame pleural, atelctasia, infiltrados pulmonares e elevação discreta de um do hemidiafragmas. Uma radiografia de tórax normal na vigência de dispneia e hipoxemia sem evidência de broncoespasmo ou shunt cardíaco anatômico é evidência de EP. Auxilia no diagnostico diferencial de pneumonia, pneumotórax ou fratura de costela. TOMOGRAFIA: Possui alta sensibilidade e especificidade. Possui como vantagens a capacidade de definir causas não vasculares, como linfadenopatias, tumores, enfisema ou outras anormalidades parenquimatosas, além de ser de rápida realização. R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 40 Apresenta como desvantagem não encontrar coágulos em pequenos vasos, não ser de fácil mobilidade e não ser utilizada largamente em pacientes com IR. Cintilografia de ventilação-perfusão: se normal, exclui o diagnostico de embolia pulmonar. ARTERIOGRAFIA PULMONAR:- PADRÃO OURO para diagnóstico de embolia pulmonar aguda. Utilizada quando EP deve ser diagnosticada ou excluída e os demais exames não foram conclusivos TRATAMENTO: Pacientes hemodinamicamente instáveis (P.A diminuída, dispneia): deve-se primeiramente fornecer suporte: ● SUPLEMENTAÇÃO O2: manter saturação de O2 acima de 90% e PaO2 maior que 70 mmHg, com ventilação mecânica ou mascara de venturia. ● HEMODINAMICA: avaliar necessidade de Dubutamina (catecolaminas) e reposição volêmica com cautela REALIZAR ANTICOAGULAÇÃO PLENA: via parenteral: HEPARINA + ANTAGONISTAS DA VIT. K até alcançar INR entre 2.0-3.0. ADM TROMBOLITICOS: estreptoquinase. ● Manter tratamento por no mínimo 3 meses com anticoagulantes, se fator reversível ou sem fator causal aparente ● Recorrência com fator causal irreversível/genético; manter anticoagulaçao plena por período indeterminado Pacientes com contra indicações de troboliticos e anticoagulaçao: Fazer terapia alternativa: filtros de veia cava TROMBOFILIAS E HIPERCOABILIDADES: Englobam um grupo de conjunto de condições hereditárias ou adquiridas que causam uma tendência trombótica patológica ou risco de trombose. ● PRIMARIAS: Normalmente envolve fatores hereditários, com produção aumentada de fatores pró- coagulantes ou diminuída de fatores anticoagulantes naturais. ● SECUNDARIAS: O fator desencadeador de um evento trombótico clínico, frequentemente ocorre após o desenvolvimento de um estado adquirido sobreposto a um estado de hipercoagulabilidade hereditária. HIPERCOABILIDADE PRIMARIA R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 41 DEFICIÊNCIAS: Diagnosticada através da dosagem de proteína no plasma. 1. DEFICIÊNCIA DE ANTI-TROMBINA III: É o principal inibidor da trombina e dos fatores de coagulação IX, X, XI e XII. Leva a um acúmulo de fibrina e uma propensão vitalícia à trombose. A incidência trombótica de causa isolada é baixíssima, é detectada em apenas 1% desse subgrupo, mas é encontrada em 2,5% dos pacientes selecionados com trombose recorrente em idade mais jovem. ● Deficiência de ANTI-TROBINA-I caracteriza deficiência de síntese, secreção disfuncional ou a instabilidade da AT nesses indivíduos; causadas por deleções genéticas. Em geral, tem afinidade reduzida pela heparina ● Deficiência de ANTI-TROMBINA II indica uma molécula funcionalmente defeituosa. É causada por uma deficiência, levando a substituição de um único aminoácido que produz uma proteína disfuncional. 2. DEFICIÊNCIA DE PROTEÍNA C: Leva ao comprometimento da inativação dos fatores VIIIa e Va, dois cofatores essenciais na cascata de coagulação, culminando com uma produção descontrolada de fibrina Encontra-se com uma frequência de 3- 4% dos pacientes com tromboembolismo venoso. 3. DEFICIÊNCIA DE PROTEÍNA S: Sua deficiência mimetiza a deficiência da proteína C, já que é o principal cofator da proteína C, causando a perda da regulação da produção de fibrina por inativação defeituosa dos fatores VIIIa e Va. Incidencia: 2- 3% em pacientes com tromboembolismo venoso. As deficiências do tipo I e II são, respectivamente, do tipo quantitativa e qualitativa (para proteína C e S). Já a deficiência do tipo III representa baixa quantidade de proteína S livre (forma ativa – 35-40% da proteína S total). RESISTÊNCIAS: Diagnosticada por TTPA ou PCR ( Reaçao polimerase em cadeia) 4. RESISTÊNCIA À PROTEÍNA C ATIVADA (Fator V de Leiden): Incidencia de 3-7% da população branca sadia. Ocorre uma mutação no fator V ativado que o tornaincapaz de ser inativado pela proteína C. MUTAÇÕES: Diagnosticada com PCR 5. MUTAÇÃO DO GENE DA PROTROMBINA: Incidência de 6-8% dos pacientes com TEV. Ocorre produção aumentada de protrombina. QUADRO CLINICO: ● Trombofilia estão associados a complicações de Trombo Embolismo Venoso. ● TVP e TEP são as manifestações clínicas mais frequentes. R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 42 ● A trombose arterial envolvendo as circulações coronárias, cerebrovascular e periférica não estão associada a estados de hipercoagulabilidade primária, embora possa ocorrer em caso de comunicações do sistema arterial e venoso. TROMBOFILIAS ADQUIRIDAS ● Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide ● Hemoglobinúria paroxística noturna ● Doenças mieloproliferativas ● Neoplasias ● Gravidez e puerpério ● Síndrome nefrotica ● Uso de anticoncepcional oral e TRH ● Medicaçoes ● Traumas ● Imobilização prolongada SINDROME ANTICORPO ANTIFOSFOLIPIDIOS: A causa mais comum dentre as adquiridas. É caracterizada por manifestações de trombose arterial e/ou venosa recorrentes, abortamentos de repetição e trombocitopenia, além de anemia hemolítica autoimune, alterações cardíacas, neurológicas e cutâneas. Associa-se a evidencias de acorpos-antifosfolipide / anticorpo- anticardiolipina (IgG, IgM, IgA) relacionados a fosfolípides de membrana ( B2_glicoproteina, protrombina, proteína_C, S, fator 10 e 11), por método de ELISA. Analises de teste de coagulação elevados (TTPA, TCK, TIT), sem correção após administração de plasma normal.: evidencia de um inibidor denominado anticorpo-lupico (pois foi descoberto pela primeira vez no lúpus). Apresentam uma grande diversidade de quadros clínicos, particularmente a trombose, a perda fetal e a trombocitopenia, que podem ocorrer em associação com os antifosfolípides. Assim, são necessários apenas 1 criterio clinico + 1 criterio laboratorial para diagnostico PRIMARIA ou idiopática é a que ocorre contra os fosfolipídios de membrana e rugem sem nenhuma doença subjacente. SECUNDARIA ocorre em associação com uma doença previamente existente, sendo comum a associação com LES, neoplasias (leucemias, linfomas), doenças infecciosas (virais e bacterianas) ou drogas (clorpromazina, hidralazina, fenitoína, cocaína). FISIOPATOLOGIA: o mecanismo mais aceito é de que Acs-antifosfolipides interfiram sobre propriedades R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 43 coagulantes da B2_glicoproteina; inibindo também prostaciclinas endoteliais com redução da fibrinólise e anticoagulaçao dependente de antitrombina e da proteína_C_reativa. Porem com ativação da coagulação dependente de FT (fator tecidual) e liberação de fator de Von Willerbrand pelas células endoteliais; ativando plaquetas. HEMOPTISE DEFINIÇÃO: Quantidade variável de sangue que passa pela glote oriunda das vias aéreas e dos pulmões. No inicio do século passado, a hemoptise era patognomônica de tuberculose pulmonar avançada. Hoje, o câncer de pulmão e as doenças inflamatórias crônicas pulmonares são suas causas mais frequentes nos países desenvolvidos devido o efetivo controle da tuberculose pulmonar. CLASSIFICAÇÃO: Maciça (volumosa)- entre 100 e 600 ml/24hrsou maior. E Não maciça, baseado no volume de sangue eliminado. Ou; leve, moderado e grave LEVE (menos de 100 mL/24 h) 30% dos pacientes MODERADO (entre 100-600 mL/24 h) 56% dos pacientes GRAVE (> que 600 ml/24hrs) 14% dos pacientes As causas principais da hemoptise moderada/maciça dos trabalhos publicados são as bronquiectasias, câncer de pulmão, pneumonia necrosante e tuberculose, sendo essa e a hemorragia por câncer de pulmão de controle mais difícil e, consequentemente, de alta taxa de mortalidade, ao contrário da hemoptise trivial (de grau leve), que tem como etiologia principalmente a bronquite e, novamente, o câncer de pulmão. Nessa situação, o doente deve ser imediatamente admitido em UTI. O perigo recai na asfixia e morte por sangramento na árvore traqueobrônquica. O risco de morte permanece, mesmo após a cessação do episódio de hemorragia, porque a recidiva da hemoptise é imprevisível. Portanto, a hemoptise maciça é uma emergência médica associada a 30-50% de mortalidade relatada nos últimos 20 anos. O sangramento pode se originar do sistema vascular bronquial ou pulmonar. O sangramento do sistema brônquico, da arvore brônquica, é resultado da neoformação vascular sistêmica (sistema de alta pressão por fazer parte da circulação arterial sistêmica), a qual é induzida por doença inflamatória pulmonar ou por defeito no sistema arterial pulmonar, rompendo por erosão ou rompimento da parede muscular. A árvore arterial pulmonar (de baixa pressão, proveniente da circulação menor), de origem alveolar, ocorre por necrose do vaso, como, por exemplo, na pneumonia necrosante, no câncer de pulmão e na aspergilose intracavitária. Não responde bem ao tratamento com soro ou drogas na árvore brônquica. R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 44 Em crianças, a associação entre a aspiração de corpo estranho e hemoptise é muito comum. Em adultos, o câncer de pulmão, a bronquite, as bronquiectasias, a tuberculose e a pneumonia são as causas mais comuns . A hemoptise também se relaciona com os meses frios (outono/inverno) do ano, portadores de doenças respiratórias crônicas inflamatórias (bronquite, bronquiectasias) tendem a sangrar mais nesses meses devido à irritação da mucosa das vias aéreas pelo ar frio e seco. SEMIOLOGIA: as hemoptises proveniente das artérias brônquicas são volumosas, recente ou não, saturado, com ou sem catarro ( bronquiectasias, cavernas tuberculosas, fissuras arteriovenosas). Quando o sangue vem da artéria pulmonar; apresenta volume menor; (pneumonias, broncopneumonias, abscessos, infarto pulmonar, C.A de pulmão) Deve-se iniciar o diagnostico diferencial partindo das vias aéreas superiores. Epistaxe (realizando rinoscopia anterior e posterior), hematêmese (sangue vermelho vivo ou em borra de café, contendo ou não resto de alimentos, não arejado, quase sempre precedido de náusea e vomito), avaliar historia pregressa (causas de ulcera péptica, varizes de esôfago, histórico de hematêmese e etc.) A expectoração hemóptica traz presença de sangue + secreção mucosa ou mucopurulenta Paciente adulto, sexo masculino, tabagista de longa data com primeiro episódio de sangramento tende a ter prognóstico grave, com principal hipótese de lesão brônquica maciça. ETIOPATOGENIA Em paciente submetido a procedimentos cirúrgicos, pode-se suspeitar de TEP. Bronquite e bronquiectasias: promovem inflamação crônica das vias aéreas, causando hipertrofia e tortuosidade das artérias brônquicas, que acompanham todo o trajeto dos brônquios segmentares, com aumento submucoso e peribrônquico dos vasos. Essa circulação encontra-se sob pressão sanguínea sistêmica. As bronquiectasias ocorrem em virtude de infecções prévias, fibrose cística, TB, doenças imunológicas, discinesia mucociliar. Neoplasia: carcinomabroncogênico primário, metástases pulmonares (mama, melanoma, cólon, carcinoma de células renais) e tumores carcinóides brônquicos. O carcinoma pulmonar é causa infrequente de sangramento, mas pode ser a manifestação inicial em até 10% dos pacientes. O carcinoma de células escamosas tem maior risco de causar hemoptise. R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 45 Tumor carcinóide brônquico: é um câncer com baixo grau de malignidade, originando-se nos brônquios de grande calibre. São hipervascularizados, de cor vinhosa, com grande chance de sangramento importante na realização de biópsia endoscópica. Deve ser lembrado no paciente jovem, não-tabagista, com quadro de hemoptises recorrentes. Fístulas arteriobrônquicas (aneurisma de aorta torácica); Aneurisma de Rasmussen: originado na artéria pulmonar, se expande lentamente pela erosão inflamatória da parede externa do vaso em direção a uma cavidade pulmonar adjacente. Sequelas pulmonares de TB: desarranjo arquitetural. Cavitações colonizadas por aspergilos. Infecções fúngicas: aspergilos em imunodeprimidos. Estenose mitral: formam-se varizes brônquicas submucosas que podem romper, podendo causar apoplexia cardíaca. FLUXOGRAMA DE INVESTIGAÇÃO HEMOPTISE NÃO-MACIÇA: Anamnese e E. Fisico + Radiografia Tórax e avaliação laboratorial (hemograma, eletrólitos, ureica / creatinina, coagulograma, função hepática, tipagem sanguínea), sedação da tosse, antibioticoterapia= encaminhamento para especialista. MACIÇA: Proteção das vias aéreas (decúbito lateral para lado do sangramento – proteger o pulmão sem sangramento), garantir ventilação, estabilização hemodinâmica (expansão volêmica, drogas vaso ativas, hemoderivados). A realização de exame broncoscópico é obrigatório, mesmo durante o episódio de sangramento, atendendo-se as características particulares de cada caso. Achados clínicos da anamnese e exame físico: R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 46 Doença pulmonar, cardíaca ou renal prévias; Tabagismo; Sintomas pulmonares ou infecciosos; Antecedentes familiares de hemoptise ou aneurisma; Viagem recente; Coagulopatias, uso de AAS, anticoagulantes orais; Baqueteamento digital; MV aumentado na inspiração; Sopros cardíacos; TVP; Síndrome consumptiva; A Broncoscopia: se realizada precocemente apresenta grandes chances de encontrar-se o local exato do sangramento. Deve ser realizada nas primeiras 12-18 horas no paciente hemodinamicamente estável. Deve ser realizada em todos os pacientes com hemoptise que tenham Rx de tórax normal. TC: é indicada em pacientes estáveis, podendo diagnosticar bronquiectasias, abscesso pulmonar, massas pulmonares e malformações arteriovenosas. É complementar à broncoscopia. Arteriografia: É superior à broncoscopia no controle imediato e a curto/médio prazo (até um mês) do sangramento. Diminui consideravelmente a necessidade de uma cirurgia de urgências. 90% dos eventos hemorrágicos maciços originam-se da circulação brônquica, assim permite localizar exatamente o local de sangramento e realizar embolização terapêutica. A recidiva do sangramento ocorre em 10-20% dos casos, sendo que a terapêutica inicial é eficiente em 90- 95% dos casos. Desvantagens: dificuldade em canular algumas artérias. ABORDAGEM: Objetivos ● Cessar sangramento ● Prevenir aspiração ● Tratar causa de base Quantificar o volume de sangue expectorado Observar tosse Raias de sangue merecem mesma consideração Volumes > 100 ml nas 24 h prévias: hospitalizar Maciça requer investigação imediata Diferenciar hemoptise, pseudohemoptise, hematêmese HEMOPTISE MODERADA: ● Hospitalização para observação e diagnóstico ● Repouso no leito em posição semi- sentada se a radiografia é normal. ● Manter o decúbito sobre o lado afetado quando a radiografia de tórax está alterada. ● Sedação da tosse involuntária – Codeína (opióide) ● Evitar sedação – risco de aspiração ● Manter adequada oxigenação. ● Acalmar o paciente. ● Broncoscopia HEMOPTISE MACIÇA: Emergência médica 5 a 10% dos casos ● Elevada taxa de mortalidade: 30% a 58% ● Principal preocupação: aspiração, asfixia e hipoxemia ● UTI = equipe com pneumologista, cirurgião torácico, broncoscopista, R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 47 radiologista intervencionista e/ou cir. vascular ● Candidatos à cirurgia: sangramento localizado, doença focal, reserva funcional adequada, bom prognóstico da doença de base As prioridades iniciais do tratamento são: ● manter as vias aéreas protegidas; ● garantir a ventilação; ● garantir a função circulatória Localização do sangramento Intubação s/n - agravo da hipoxemia, instabilidade clínica, rebaixamento NC, proteção de vais aéreas Broncoscopia rígida e intubação seletiva para ventilação do pulmão não sangrante TC de Tórax (se paciente estável) Arteriografia Cirurgia TRATAMENTO CLINICO EM UTI ● Repouso no leito em decúbito lateral com o lado sangrante pendente, reduzindo a tosse e também prevenindo a aspiração e a asfixia. ● Acesso venoso central – permite corrigir alterações hemodinâmicas com sangue ou expansores plasmáticos ou solução salina. O hematócrito deve ser mantido em torno de 30%, ● Suspender anticoagulação/corrigir coagulopatia ● Monitoração dos gases arteriais- com suplementação de O 2 se PaO2<60 mmHg. ● Sedação com diazepinicos- diminui a ansiedade e evita a elevação da pressão arterial e o sangramento. ● Codeína- em pequenas doses pode ser usada para diminuir a tosse excessiva ● Antibióticos- devem ser usados na profilaxia da pneumonia e da sepse, resultantes da aspiração de sangue, evitando futuros sangramentos . Na ● Colocação seletiva do cateter de Fogarty – cateteres de 4-7 Fr podem ser colocados através do canal do broncofibroscópio. Em nosso meio não dispomos de cateteres com válvula removível, o que permitiria deixa-los por mais tempo para manter o tamponamento no sítio de sangramento. CONTROLE RADIOLOGICO: Nos pacientes com hemoptise maciça a terapêutica ideal é a ressecção do parênquima pulmonar comprometido. Muitos deles tem doença difusa bilateral ou estão em más condições e a cirurgia deverá ser adiada, priorizando o controle da hemorragia e a melhora das suas condições clínicas. A broncoscopia e a arteriografia brônquica permitem identificar o local do sangramento. Quando o sítio do sangramento é obscuro, cateterizam-se as artérias brônquicas direita e esquerda. Complicações como dano da irrigação medular e lesão de outros vasos por refluxo de contraste com agente embolizante R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 48 BAQUETEAMENTO DIGITAL: Manifestação inicial de neoplasia pulmonar associada ao carcinoma bronquogenico. Há 2400 anos Hipocrates descreveu como manifestações de enfisema pulonar. Hoje em dia associa-se a varias doenças cardio-pulmonares, caracterizando-se pelo aumento do diâmetro das falanges distais. Classificando-seem 5 estagios I- Aumento e flutuação do leito ungueal II- Perda do ângulo natural da unha (15°) III- Acentuação da convexidade do leito ungueal IV- Aparência de baqueta da extremidade distal V- Aumento da extremidade com espessamento e estriaçoes distais da unha. PATOGENESE: acredita-se que ocorra por uma síndrome para- neoplasica por vasodilatação das veias das extremidades das falanges, aumentando a pressão hidrostática capilar e movimentando fluidos para o interstício; resultando em aumento das partes moles. É relatada juntamente com elevação do ACTH (indutor de gliconeogenese) e fator ativador de plaquetas. No carcinoma broncogênico, os ossos geralmente não estão alterados, salvo em casos de osteoartropatia hipertrófica pulmonar (síndrome paraneoplásica mais comum nos tumores de pulmão). C.A DE PULMÃO BRONCOGÊNICO DEFINIÇÃO: Origina-se do epitélio respiratório, sendo dividido em dois grupos principais: câncer pulmonar de células não pequenas e o câncer pulmonar de células pequenas, sendo o primeiro responsável por 85% de todos os cânceres pulmonares. O CPCNP incluem: ● Adenocarcinoma de células glandulare (40%) ● Carcinoma de células escamosas (30%) ● Carcinoma de células grandes (15%): É o mais comum de todos os tumores malignos, aumentando 2% ao ano sua incidência mundial. Em 90% dos casos está associado ao uso de tabaco. Estima-se o surgimento de 27.320 novos casos para o ano de 2012, sendo 63% em homens e 37% em mulheres. FATORES DE RISCO: R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 49 ● Tabaco: Responsável por 85-90% dos cânceres de pulmão, sendo 90% em homens e 80% em mulheres. Fumantes de um-dois pacotes por dia tem um risco aumentado de 42 vezes para o desenvolvimento de câncer de pulmão. ● Fumaça de cigarro no ambiente; ● Hereditariedade; ● Infecção pelo HIV; FISIOPATOLOGIA- ocorre uma sequencia de lesões; os carcinógenos promovem alterações sequenciais genéticas, resultando na perda do controle normal dos mecanismos de crescimento celular. Essas alterações afetam os oncogenes, que são homólogos aos genes normais e, quando mutados, resultam na ativação e ganho de função; atuam nos genes supressores de tumor; nos genes reguladores do ciclo celular; em genes que regulam os fatores de crescimento. A oncogênese ocorre em virtude de alterações gênicas que levam a superexpressão de protooncogenes, deleção de genes supressores de tumor, expressão de genes antiapoptóticos, menor expressão de genes pró-apoptóticos ou deleção de genes de reparo. Protooncogenes: são os genes que atuam no sentido de promover a proliferação celular. O MYC: é induzido quando células quiescentes, em G0, recebem sinal para divisão, atuando em oposição a quantidade de RNAm produzido. Caso haja superexpressão do gene, ocorre ativação de maiores quantidade de fontes de sinais para multiplicação, superando a capacidade dos pontos de checagem, promovendo acúmulo de mutações. Genes supressores de tumor: atuam inibindo o ciclo celular. Gene RB: se hipofosforilada, liga-se a E2F, impedindo sua liberação, quando fosforilada, libera E2F, que inicia a replicação celular. Caso esteja ausente/inativo, não há essa ligação com E2F, permitindo que a replicação ocorra indeterminadamente. Genes antiapoptóticos:- BCL-2 e BCL-x são os principais representantes desse grupo. Fatores de crescimento: São secretados pelas células cancerígenas, podendo refletir nas células regionais por meio de estimulação parácrina ou autócrina. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 15% dos pacientes com câncer de pulmão são assintomáticos Os principais sinais e sintomas são: causados pela lesão pulmonar propriamente dita (crescimento local do tumor, invasão ou obstrução); intratorácicos (disseminação regional do tumor para linfonodos e estruturas adjacentes); extratorácicos (disseminação à distância do tumor); síndromes paraneoplásicas. Mais de 80% dos pacientes tem três ou mais sintomas em decorrência do câncer de pulmão (febre, fadiga, anorexia, perda de peso, anemia). ● Tosse, ocorre em 45% dos casos, sendo inespecífica, por ser comum em fumantes e DPOC. R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 50 ● A hemoptise ocorre em 30% dos pacientes, mas é mais comum em pacientes com bronquite e bronquiectasias. ● Dispnéia e sibilos também são comuns. ● Disseminação intratorácica: - Podem estar relacionados à expansão direta do tumor ou às metástases para linfonodos regionais. ● Disseminação extratorácica: Em torno de 40% dos cânceres de pulmão se disseminam por via hematogênica, com metástase óssea em 30-40% dos casos, envolvendo vértebras, costelas e ossos pélvicos. ● Podem haver metástases hepáticas, adrenais, cerebral, epidural. ● Síndromes paraneoplásicas DIAGNÓSTICO: exames citológicos de amostras de biópsia tecidual, escarro, lavado brônquico, escovação brônquica de lesões suspeitas, lavado broncoalveolar e aspirado traqueobrônquico e transtorácico com agulha, Radiografia: detecta nódulo de 3-4mm, mas é inespecífica, não sendo possível diferenciar linfadenopatia hilar ou mediastinal. Para os estágios I e II, a conduta inicial é a ressecção cirúrgica; estágio III, ressecável + quimio, ou irressecável + quimio; IV-quimio. COMUNICAÇÃO DO DIAGNOSTICO: A comunicação do diagnóstico ao paciente é dever do médico e está prevista em seu código de ética profissional. A não comunicação só é permitida em casos de pacientes pediátricos, ou quando suas condições físicas ou psicológicas não permitam uma correta compreensão de sua doença, devendo nesse caso ser o diagnóstico comunicado à família ou responsável. É, pois, uma conduta de exceção e exige do profissional discernimento e envolvimento suficientes para saber reconhecer para quais pacientes a verdade pode ser omitida. TRATAMENTO: A prevenção primária é primordial, pelo combate sistemático ao tabagismo, como a principal ação de saúde pública. A baixa eficácia do tratamento, tem como um dos problemas identificados o fato de a grande maioria dos casos apresentar-se com doença avançada ao diagnóstico e de somente de 25% a 30% de todos os casos de câncer inicial de pulmão serem curáveis pelo tratamento cirúrgico. A RADIOTERAPIA PÓS- OPERATORIA: diminua a ocorrência da recidiva local e controle da neoplasia, porem nenhum estudo randomizado demonstrou impacto positivo na sobrevida dos pacientes operados. Em relação à quimioterapia neoadjuvante, demonstrou-se significante na sobrevida dos pacientes que receberam quimioterapia pré- operatória. (diminuindo a chance de formação de células pequenas que passam despercebidas na remoção). Pacientes com doença localmente avançada (T4 ou N3). É R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 51 provável que a quimioterapia concomitante à radioterapia melhore a sobrevida desses pacientes (como em outro estágio tumoral). A quimioterapia paliativa melhora a sobrevida de doentes com carcinoma avançado de pulmão, mas esse benefício parecer ser restrito a doente com capacidade funcionaligual ou maior do que 70% CIRURGIA: O procedimento cirúrgico recomendado é a lobectomia ou pneumectomia acompanhada de linfadenectomia hilar e mediastinal. Outra ressecção possível é a lobectomia com broncoplastia, que poderá ser empregada em situações específicas e em pacientes com estadiamento N0. Ressecções menores que a lobectomia (segmentectomias ou cunha) poderão ser utilizadas em pacientes com reserva pulmonar limítrofe. A ressecção em bloco compreenderá a ressecção pulmonar juntamente com a linfadenectomia associada à ressecção das estruturas adjacentes (parede torácica, pericárdio e diafragma). DIAGNOSTICOS DIFERENCIAIS TUBERCULOSE Bacilo Gram+; Mycobacterium tuberculose. Maior incidência no gênero masculino, 45-59 anos A probabilidade de infecção evoluir para doença tuberculosa é regida por características do bacilo e fatores imunológicos do organismo. A resistência adquirida é produto de infecção tuberculosa anterior ou imunização, onde a estrutura antigênica do bacilo passa a ser conhecida pelo sist.. imune, capacitando-o a agir de forma rápida e eficaz. INFECÇÃO: inalatória; o individuo doente pode emitir carga bacilar diluída num aerossol no ar ambiente, passiveis da atingirem o pulmão de pessoas no ambiente. Se ocorre a inalação; os indivíduos passa a ser chamados infectados (comprovado pelo teste PPD positivo após 2- 10semanas). A probabilidade de doença depende de fatores imunes e carga, sendo o risco maior nos 2 primeiros anos de infecção. Assim o foco devem ser os portadores de doença cavitaria fonte de infecção e disseminação: ● bacilíferos (B+) - a baciloscopia do escarro é positiva. Nestes casos, o doente elimina uma quantidade de bacilos superior a 5.000 por ml de escarro; ● não-bacilíferos - a baciloscopia do escarro é negativa. A cultura pode ser positiva (C+) ou negativa (C-). R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 52 Em 3-4 semanas, pode surgir o foco pulmonar, em geral único, pequeno e arredondado, com 1 a 2 mm de diâmetro. A partir do foco (foco de Gohn), há uma disseminação linfática até o gânglio satélite (foco ganglionar), de onde poderá haver uma disseminação hematogênica para todo o organismo. Formando um complexo (complexo de Ranke), podendo vir a causar formas extrapulmonares da doença. Dado o pulmão ser o primeiro órgão a ser atingido e possuir condições ideais para o crescimento bacteriano, em cerca de 90% das vezes a doença localizar-se-á nele. O processo infeccioso evolui com aqueles bacilos que passaram pelas defesas inespecíficas do trato respiratório. Nos primeiros dias o organismo ainda não desenvolveu uma resposta imunológica específica que possa bloquear o processo. Uma produção de TGF_b dininui a ativação de macrófagos e linfócitos T; diminuindo a respota citolitica e reduz as defesas contra o bacilo levando produção de il_4, IL_6, IL_8 que ativam o linfócito T CD4 para desenvolvimento de resposta TH2 e a formação de ACS. FATORES QUE REDUZEM PROBABILIDADE DE PARTICULAS INFECTANTES: ● Correntes de ar; dispersando partículas no ambiente ● Luz ultra-violeta (sol) ● Radiação gama (destruição do bacilo) FORMAS: 1. PRIMO-INFECÇÃO: formas em que as defesas imunes são vencidas após a primeira infecção e o paciente adoece, de forma insidiosa e lenta. A forma mais grave são: ● TUBERCULOSE MILIAR de disseminação hematogenica, atingindo vários órgãos. ● MENINGO-ENCEFALITE TUBERCULOSA que acomete o SNC Nessa forma, o paciente, comumente uma criança, apresenta-se irritadiço, com febre baixa, sudorese noturna, inapetência e exame físico inexpressivo. Quando é conseqüente à disseminação hematogênica, geralmente a doença é grave. 2. REINFECÇÃO ENDOGENA: Defesas eficazes com detenção e foco latente. Formando cavitações e fibroses em ápices devido a maior concentração tecidual de O2, formando necrose caseosa e caverna tuberculosa. FORMAS EXTRA-PULMONARES: regiões/órgãos com maior suprimento sanguíneo e O2. ● Córtex renal e cerebral ● Ossos longos ● Vértebras e as adrenais ● Pleura ● Sistema linfático As formas extrapulmonares são resultado da disseminação do BK pelo organismo através de quatro vias possíveis: ● via linfohematogênica - maioria uma vez que é o caminho natural do bacilo após sua entrada no organismo ● via hematogênica - ruptura da lesão diretamente no vaso, R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 53 podendo ocasionar formas dis- seminadas agudas da doença ● por contigüidade - responsável pelas formas pleural, a partir do pulmão; pericárdica, a partir de gânglios mediastinais; peritoneal, a partir de gânglios mesentéricos, alças intestinais ou trompas (por ruptura de pequenos divertículos) ● intra-canalicular - comprometimento de diferentes locais do pulmão, através da árvore brônquica; trato urinário inferior e sistema genital masculino, a partir do rim; endométrio e peritôneo, a partir das trompas. DIAGNOSTICO: ● Radiografia de tórax: PRIMARIA: opacidade do parênquima; unifocal, tuberculomas circulares e calcificação de lifonodos. Linfonodomegalia, atelectasia, padrão miliar; pequenas opacidade 1-3mm, derrame pleural em forma tardia POS-PRIMARIA: alterações parenquimatosas tênues, nodulares, agrupadas, em ápices. Cavidade única ou múltiplas que após a cura tornan-se fibroticas e calcificadas. ● Pesquisa BAAR no escarro. Deve ser coletada 2 amostras (uma pela manha e outra no momento da procura pelo serviço) A cultura em meio sólido tem como limitação o tempo do resultado (2-8 semanas). Por isso, quando possível, deve ser utilizado o meio líquido através de sistemas automatizados não radiométricos (resultados em 10-40 dias). Indicações da realização de cultura: • Suspeita clínica de TB e pesquisa negativa de BAAR • Suspeita de TB pulmonar na radiografia de tórax • Casos de retratamento • Pacientes HIV positivos • Populações vulneráveis (detentos, profissionais da área de saúde, moradores de rua e populações institucionalizadas em albergues, hospitais psiquiátricos e asilos) • Suspeitos de resistência • Suspeita de TB extrapulmonar PROVA TUBERCULINA E INFECÇÃO LATENTE Consiste na inoculacao intradermica de um derivado proteico do M. tuberculosis para medir a resposta imune celular a estes antigenos em adultos e criancas, para o diagnostico de infeccao latente pelo M. tuberculosis (ILTB). Na crianca tambem e muito importante como método coadjuvante para o diagnostico da TB doença TECNICA: No Brasil, a tuberculina usada e o PPD-RT, aplicada por via intradermica no terco medio da face anterior do antebraco esquerdo, na dose de 0,1ml, que contem 2UT – unidades de tuberculina. A solucao da tuberculina deve ser conservada em temperatura entre 2-8°C e não deve ser exposta a luz solar direta. ● A leitura deve ser feita por profissionais treinados R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 54 ● A leitura deve ser realizada 48 a 72 horas apos a aplicacao, podendo ser estendido para 96 horas caso o paciente falte a leitura nadata agendada. ● O maior diametro transverso da area do endurado palpavel deve ser medido com regua milimetrada transparente e o resultado, registrado em milimetros. O resultado da PT deve ser registrado em milímetros. A classificação isolada da PT em: não reator, reator fraco e reator forte não está mais recomendada, pois a interpretação do teste e seus valores de corte podem variar de acordo com a população e o risco de adoecimento. Reacoes falso-positivas podem ocorrer em individuos infectados por outras micobactérias ou vacinados com a BCG, principalmente se vacinados (ou revacinados) após o primeiro ano de vida, quando o BCG produz reacoes maiores e mais duradouras. A interpretacao e a conduta diante do resultado da PT depende de: • probabilidade de infeccao latente pelo M. tuberculosis (ILTB) – criterio epidemiologico; • risco de adoecimento por TB; • tamanho do endurado; e • idade. Reacoes falso-negativas (individuo com ILTB e PT negativa) podem ocorrer nas seguintes circunstancias INDICAÇÕES: • na investigacao de infeccao latente no adulto. • na investigacao de infeccao latente e de TB doenca em criancas. O tamanho da enduração cutânea do TT com o PPD orienta a necessidade de tratamento da TBL nos diferentes contextos epidemiológicos. Um estudo recente em nosso meio demonstrou que contatos recentes com idade ≥ 12 anos, HIV negativos e com TT ≥ 5 mm tem um risco seis vezes maior de apresentar TBL do que contatos com TT <5 mm; além disso, os autores demonstraram que o ponto de corte do TT de 5 mm pode ser utilizado mesmo em regiões com alta prevalência de TB. Pacientes imunodeprimidos, pacientes curados da doença sem tratamento com medicamentos, pacientes com indicação de cirurgia pulmonar com suspeita ou evidência de doença anterior ou candidatos a transplantes devem ser incluídos nesse grupo. O tratamento da TBL em grávidas e em populações indígenas obedece às mesmas regras. • a repetição periódica do TT nos indivíduos com TT inicial negativo deve ser feita nos grupos de risco (por exemplo, pacientes em uso de drogas anti-TNF-α ou com infecção pelo HIV). ● contatos recentes que apresentem TT negativo (< 5 mm) devem ser submetidos a um novo teste após 6- 12 semanas para avaliação de viragem (conversão) tuberculínica. • candidatos ao uso de bloqueadores de TNF-α devem completar pelo menos um mês de tratamento para TBL antes do início da terapia. • a proteção do tratamento da TBL nos R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 55 contatos se estende por praticamente toda a vida (exceto em caso de reinfecção), embora seja mais marcante nos primeiros anos. TRATAMENTO: INDIVIDUOS NÃO INFECTADOS: que tenham contato com o paciente infectado; fazer quimioprofilaxia com ISONIAZIDA. GOTA E ARTRITE GOTOSA Os depósitos articulares de cristais; endógenos e exógenos produzem doença por desencadear a cascata que resulta na destruição cartilaginosa mediada por citocinas. A gota é o ponto terminal da hiperuricemia. Ela é marcada por ataques transitórios de artrite aguda iniciados pela cristalização dos uratos dentro e ao redor das articulações, eventualmente levando a uma artrite gotosa crônica e à deposição de massas de uratos nas articulações e em outros sítios, criando tofos. Os tofos consistem em grandes agregados de cristais de urato cercados por reação inflamatória. Níveis plasmáticos de urato acima de 7 mg/dl são considerados elevados por exceder o valor de saturação para o urato em temperatura corporal e pH normais. PATOGENESE: O acido úrico é o produto final do metabolismo das purinas. A hiperuricemia não leva necessariamente a gota. Muitos fatores contribuem para a conversão de uma hiperuricemia assintomática em gota primária, incluindo os abaixo: ● Certas drogas predispõem ao desenvolvimento da gota; Hiperuricemia (com ou sem sintomas) Pirazinamida Etambutol Orientação dietética (dieta hipopurínica) HIPERURICEMIA E ARTRALGIA A hiperuricemia é causa de graves problemas renais: nefrolitíase, nefropatia por uratos ou por ácido úrico que podem evoluir com insuficiência renal. A hiperuricemia assintomática é um efeito adverso, freqüente durante o uso da pirazinamida e em menor freqüência com o uso do etambutol, sendo, nestes casos, a gota uma manifestação rara. As artralgias, quando não relacionadas à hiperuricemia, são freqüentemente associadas ao uso da pirazinamida. A artrite é descrita com uso de isoniazida, no entanto não se caracteriza como efeito adverso comum. Conduta Na presença de hiperuricemia, deve-se fazer orientação dietética (dieta hipopurínica). A artralgia e a R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 56 artrite costumam responder ao uso de antiinflamatórios não hormonais. O centro para a patogênese da artrite é a precipitação dos cristais de urato monossódico nas articulações. O liquido sinovial é um solvente inadequado para o urato monossódico quando comporado ao plasma, e consequentemente na hiperuricemia, os uratos no liquido articular ficam supersaturados, particularmente nas articulações periféricas, que podem apresentar temperaturas inferiores a 20ºC. Com a hiperuricemia prolongada, os cristais e os microtofos de urato surgem na sinóvia e na cartilagem articular. Algum evento desconhecido, possivelmente trauma, inicia a liberação dos cristais para o líquido sinovial, o que inicia uma cascata de eventos. Os cristais liberados são quimiotáticos para os leucócitos e também ativam o complemento, com a geração de C3a e C5a, levando ao acumulo de neutrófilos e macrófagos nas articulações e membranas sinoviais. A fagocitose dos cristais induz à liberação de radicais livres tóxicos e leucotrienos (LTB). Os neutrófilos ativados liberam enzimas lisossomais destrutivas e os macrófagos e sinoviócitos secretam uma variedade de mediadores, que intensificam ainda mais a reação inflamatória e aumentam a lesão nas estruturas articulares. A artrite crônica e à formação de tofos nas membranas sinoviais inflamadas no tecido periarticular e outros locais. Com o tempo, se desenvolve um dano severo da cartilagem, gerando uma diminuição da função articular. Não se sabe porque a artrite crônica é assintomática durante intervalo de dias a meses, mesmo na presença abundante de cristais sinoviais na articulação. DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÕNICA – DPOC Obstrução lenta e progressiva das vias aéreas, geralmente associada ao tabagismo, Não reversível, não secundaria a outra causa especifica. Com graus variados de 3 processos: ● Bronquite crônica ● Obstrução de vias aéreas pequenas ● Efisema A obstrução e o enfisema podem não ser notáveis como na bronquite, podendo melhorar com tratamento, mesmo com descompensaçao por infecções agudas ou exposição a fatores agravantes. Os índices mais utilizados para avaliar a obstrução das vias aéreas é o volume expiratório forçado em 1 segunda VEF, paciente com queda de até 100ml/ano desenvolvem DPOC com incapacidade por dispneia. A interrupção do habito de fumar pode prevenir o inicio da doença grave. PATOGENESE:● BRONQUITE CRONICA: tosse e produção de escarro crônico por pelo menos 3 meses em pelo R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 57 menos 2 anos consecutivos na ausência de outra doença. Há hipertrofia das glândulas secretoras de muco, com inflamação neutrofilica de baixo grau e aumento dos músculos lisos das vias aéreas ● DOENÇA DAS VIAS PERIFERICAS: ocorre aumento na resistência do fluxo aéreo nos brônquios por fibrose, espessamento das paredes e estreitamento da luz. ● ENFISEMA: há dilatação dos espações aéreos distais de condição (bronquíolo respiratório e alvéolo), secundário a destruição das paredes: podendo ser centrolobar ou paracinar. Os exames para o diagnóstico da bronquite incluem: Raio X torácico Testes de funcionamento dos pulmões fornecem informações úteis para o diagnóstico e o resultado do tratamento Oximetria do pulso auxilia a determinar a quantidade de oxigênio no sangue. Esse exame rápido e indolor é feito com um aparelho que é posto na ponta do dedo. O gás do sangue arterial é quase de mesma medida dos níveis de oxigênio e dióxido de carbono, mas requer uma agulha e é mais doloroso Amostras de expectoração podem ser extraídas para verificar sinais de inflamação ou infecção bacteriana. Assim a DPOC caracteriza-se por hiperinsuflação pulmonar, com perda da retração e limitação do volume expiratório, e a capacidade de difusão do CO2 esta reduzida no efisema devido a perda de superfície alveolar, com hipoxemia artéria DISPNEIA: principal causa da incapacidade na DPOC, surgindo de um esforço muscular aumentado em relação ao nível de ventilação atingido. Incapacidade de músculos inspiratórios e limitação de fluxo expiratório. EXAME FISICO: aumento da FR acima de 20 IRPM, tórax em tonel, diafragma baixo e bulhas cardíaca hipofoneticas. Pacientes graves utilizam musculatura infra-hioidea acessoria. EXAMES RADIOLOGICOS: em casos avançados; diafragma retificado, espaço retro-esternal aumentado e um coração aparentemente pequeno, plenitude do hilo pulmonar e evidencias de C.A de pulmão como diagnostico diferencial. PARACOCIDIOIDO MICOSE Paracoccidioides Brasiliensis. No adulto predomina forma crônica enquanto nas crianças e adolesce; forma aguda e sub- aguda. Se não tratada, pode levar a forma graves e letais com rápido e progressivo envolvimento dos pulnoes, tegumento, gânglio, baço, fígado e órgãos linfoides no tubo digestivo. Uma proporção pequena de indivíduos expostos desenvolve alguma manifestação clinica da micose. Podendo provocar morte prematura em gestantes, acometendo indivíduos R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 58 30-50 anos sendo 90% dos casos no sexo masculino, de maior incidência em zona rural e com desmatamento. CONTAMINAÇÃO: o fungo apresenta filamentos contendo propágulos infectantes (conídios). Quando inalados darão origem a forma leveduriforme (forma parasitaria). As profissão relacionadas ao manejo de solo contaminado com o fungo é fator etiológico. IMUNOPATOGENIA: o controle depende de resposta imune celular efetiva, tipo TH1; com ativação de macrófagos, APC- Linfocitos CD4 e ativação de linfócitos TCD8 resultando na formação de granulomas compactos, controlando a replicação do fungo. Pacientes que evoluem para doença apresentam depressão de resposta TH1 com predomínio de resposta TH2 e ativação de linfócitos B, hipergaglobulinemia e títulos de ACS específicos com disseminação da doença e agravamento do quadro. A queda do numero de CD4 nos pacientes também corrobora com estas formas graves. Classificação das formas clínicas da PCM ● Paracoccidioidomicose infecção ● Paracoccidioidomicose doença ● Forma aguda/subaguda: 3-5% dos casos, evolução rápida onde o paciente procura atendimento entre 4-12 semanas, apresentando linfadenomegalia, manifestações digestivas, hepatoesplenomegalia, lesões cutâneas e osteo-articular. ● Forma crônica: 90%, entre 30-60 anos, predominando no sexo masculino, lenta e silenciosa até sei diagnostico podendo acometer vários orgaos (geralmente pulmão e mucosas) ● Unifocal ● Multifocal ● Forma residual ou sequelar: grau de cicatrizes EXAMES: Raio X simples de tórax (PA e Perfil) o Ultrassonografia abdominal o Hemograma completo o Velocidade de hemossedimentação o Provas bioquímicas hepáticas: ALT, AST, gGT, fosfatase alcalina o Eletroforese de proteínas o Avaliação renal e metabólica: creatinina, Na e K EXAMES LABORATORIAIS PARA DIAGNOSTICO ESPECIFICO: o padrão ouro é o encontro de elementos fungicos sugestivos em exame a fresco de escarro, raspado de lesão ou aspirado de linfonodo ou biopsia de órgão suspeito. Para fins de notificação: CONDUTAS EM SUSPEITA DE CO- MORBIDADES: 1. Solicitar pesquisa de BAAR em 3 amostras de escarro em pacientes com quadro de PCM pulmonar, particularmente naqueles com febre e sudorese noturna; 2. Investigar a possível infecção por HIV em pacientes com epidemiologia sugestiva, bem como em casos de PCM com formas disseminadas graves; R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 59 3. Fazer acompanhamento otorrinolaringológico de pacientes com lesão laríngea e que persistam com disfonia, para diagnóstico diferencial com tuberculose ou malignização; 4. Em pacientes com envolvimento pulmonar e piora da função respiratória, apesar do tratamento adequado, devese considerar a possibilidade de infecção bacteriana e/ou tabagismo, TB ou neoplasia associados ou evolução para forma sequelar. PRINIPIOS DE TRANSFUSÃO SANGUINEA RISCOS DA TRANSFUSÃO: ● Transmissao do HIV ● Transmissao do vírus hepatite B e C ● Transmissao de outro vírus (hepatite G, hepatite A, parvovirus, HTLV 1 e 2) ● Reaçoes hemolíticas ● Contaminação de concentrado de hemaceas (yersínia e gram -) SANGUE TOTAL: Como componente OBSOLETO, abandonado praticamente. PRODUZ: Aporte excessivo de volume; Conservando apenas as propriedades funcionais dos Glóbulos Vermelhos; lise dos Glóbulos Brancos em 24 a 48 hs; perda das propriedades funcionais das plaquetas; Perda dos fatores lábeis da coagulação; CONCENTRADO DE HEMÁCIAS (CH) EM ADULTOS: O CH constitui-se nos eritrócitos remanescentes na bolsa coletada, após a centrifugação do Sangue Total, e extração do Plasma. ● Hematócrito entre 65% a 75%. ● Armazenamento 4°C, ● Validade de 35 a 42 dias ● Uma unidade de CH deve elevar o nível de Hb em 1,0 g/dl em um receptor de 70 Kg e que não esteja com sangramento ativo. O objetivo da transfusão de CH é o de melhorar a liberação de oxigênio. 1- Perda de até 15% da Volemia (Hemorragia Classe I): SEM NECESSIDADE TRANSFUSIONAL, a não ser que paciente for incapaz de compensar a sua perda por doença cardíaca ou respiratória prévia. 2- Perda de 15 a 30% da Volemia (Hemorragia Classe II): Infundir cristalóides e colóides; a necessidade de transfundir hemácias é pouco provável, a não ser que o paciente tenha doença pré-existente, ou perda sangüínea for contínua. 3- Perda de 30 a 40% da Volemia (Hemorragia ClasseIII): Reposições rápidas com cristalóides e colóides; a transfusão de hemácias está provavelmente indicada. 4 -Perda > 40% da Volemia (Hemorragia Classe IV): Rápida reposição volêmica, inclusive com transfusão de hemácias R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 60 PERDA AGUDA SANGUINEA (nível de Hemoglobina) RECOMENDAÇÕES: ● A transfusão não está indicada quando Hb > 10 g/dl. ● A transfusão está habitualmente indicada quando Hb < 7 g/dl. ● A transfusão deve ser administrada conforme a velocidade de perda. até que se atinja 7 e 10 g/dl assim como a estabilidade hemodinâmica. ● Em pacientes acima de 65 anos é aceitável transfundir quando Hb < 8-10 g/dl. ● Em coronariopatas, na vigência ou com história de doença coronariana instável, é aceitável transfundir quando Hb < 11 g/dl. ● Em pacientes urêmicos com sangramento, transfundir se Hb < 10g/dl. Anemia Hemolítica auto imune Transfundir somente na vigência de Instabilidade Hemodinâmica ou de Lesão Orgânica. INDICAÇÃO DE USO DA ERITROPOIETINA: Hb < 12 g/dl para melhorar a qualidade de vida; acima deste nível, está indicado nos pacientes predispostos a sintomas ou com outras patologias como ICC, hipertrofia ventricular esquerda. PLAQUETAS TRANSFUSÃO DE PLAQUETAS: PLAQUETAS RANDÔMICAS: Prazo de validade é de 5 dias; o cálculo de dose é de 1 Unidade / 10 Kg de peso do receptor. INDICAÇÃO: ● Pacientes com sangramento e contagem plaquetária inferior a 50.000 / mm3. ● Pacientes com sangramento em SNC ou Oftálmico e contagem plaquetária inferior a 100.000 ● CIRURGIA CARDÍACA. ROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS INVASIVOS: R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 61 CONTRA INDICAÇÕES: ● PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA TROMBÓTICA (PTT). ● TROMBOCITOPENIA INDUZIDA POR HEPARINA. ● PÚRPURA PÓS-TRANSFUSIONAL. PLASMA FRESCO CONGELADO: O Plasma Fresco Congelado é obtido através da separação de uma unidade de Sangue Total por centrifugação e totalmente congelado até 8 horas após a coleta. Validade de 12 meses. Uma vez descongelado, deve ser utilizado em até 4 horas. O produto contém níveis hemostáticos de todos os fatores de coagulação, inclusive F V e F VIII. É administrado para corrigir sangramentos por anormalidade ou deficiência de um ou de vários fatores da coagulação, quando os concentrados de fatores específicos não estiverem disponíveis; a dose inicial deve ser de 10 a 15 ml/kg. O TAP e o TTPA devem ser mensurados antes e após a transfusão, com controle a cada 6 horas. INDICAÇÕES: quando não exista concentrado . ● Coagulopatia intravascular disseminada (CIVD) grave com sangramento ativo e grande diminuição na concentração sérica de múltiplos fatores. ● Hemorragia em Hepatopatia com déficit de múltiplos fatores da coagulação e com TAP, TTPA e/ou INR no mínimo de 1,5 x o controle (se disponível, o complexo protrombínico* deve ser a primeira escolha). ● Transfusão maciça, desde que haja manifestação hemorrágica associada à alteração laboratorial com TAP, TTPA e/ou INR ● Tratamento da Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT), em especial na plasmaférese. ● Na reversão de dicumarínicos, em vigência de sangramento com risco de vida (se disponível, o complexo protrombínico* deve ser a primeira escolha). ● Trombose por déficit de Anti- Trombina III, quando não houver concentrado específico. ● Hemorragia por déficit de Fatores de Vitamina K dependentes em Recém- Nascidos. CONTRA-INDICAÇÕES FORMAIS À TRANSFUSÃO DE PLASMA: ● Expansor Volêmico ● Hipovolemia aguda (com ou sem hipoalbuminemia) ● Sangramentos sem coagulopatia ● Imunodeficiências** ● Septicemias** ● Grandes Queimados* ● Complemento de alimentação parenteral ● Manutenção da Pressão Oncótica do Plasma* ● Tratamento de Desnutrição ● Prevenção da hemorragia intraventricular do recém nascido R O D R I G O S . A U G U S T O – M Ó D U L O P E R D A D E S A N G U E 2 0 1 4 Página 62 ● Reposição de volume nas sangrias terapêuticas de recém nascido com Poliglobulias ● Fórmula de reposição nas transfusões maciças ● Acelerar processos de cicatrização ● Fonte de Imunoglobulina* CRIOPRECIPITADO: É a fração insolúvel em frio do PFC; contém o Fator VIII, Fibrinogênio, Fator de Von Willebrand, Fator XIII e Fibronectina. Cada Unidade tem de 10 a 20 ml de volume; deve ser armazenado em temperatura inferior a – 20°C. Validade de 1 ano. A dose é 1 para cada 10 Kg de peso. Quando se tratar de sangramento por perda sangüínea aguda, deve-se mensurar o Fibrinogênio antes e após o tratamento. INDICAÇÕES: ● Repor Fibrinogênio em pacientes com hemorragias e déficits isolados, quando não se dispuser do concentrado de Fibrinogênio Industrial. ● Repor Fibrinogênio em pacientes com coagulação intravascular disseminada (CIVD) e Graves Hipofibrinogenemias (dosagem < 80 mg/dl). ● Repor Fator Von Willebrand em pacientes portadores da Doença de Von Willebrand que não tenham indicação de DDAVP ● Compor a fórmula da Cola de Fibrina autóloga para uso tópico. VELOCIDADE DE INFUSÃO: AQUECIMENTO DE HEMOCOMPONENTES: aquecimento em temperatura controlada de hemocomponentes através de equipamentos especiais. INDICAÇÕES POSSÍVEIS: ● Paciente adulto que irá receber sangue ou plasma em uma velocidade superior a 50 ml/min por mais de 30 minutos. ● Paciente pediátrico que irá receber sangue ou plasma em uma velocidade superior a 15 ml/kg/hora. ● Transfusões maciças (troca de uma volemia em período menor ou igual há 24 horas). ● Pacientes com altos títulos de anticorpo hemolítico frio com alta amplitude térmica, que reage a 37ºC. ● Em pacientes portadores do Fenômeno de Reynaud. CONTRA-INDICAÇÃO: Os Componentes Plaquetários NÃO devem ser aquecidos devido a Alteração da Função.