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Introduçao a Geriatria e o envelhecimento dos sistemas respiratorio, imune e hematologico

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Geriatria .
Senescência x Senilidade .
Senescência: constitui um grupo de alterações �siológicas já esperadas para o organismo, sendo o
resultado do processo de envelhecimento natural e que é inevitavelmente inerente a uma certa
idade. Mantém o máximo possível de funcionalidade e de autonomia.
Ex. alteração na marcha, alterações visuais,fraqueza muscular,etc.
Senilidade: envelhecimento patológico, associado às fragilidades no idoso, que é o quanto ele se
afasta do envelhecimento �siológico pela presença de doenças.
Grandes síndromes geriátricas = 7I
Imobilidade
Instabilidade
Incontinência
Iatrogenia
Insu�ciência cognitiva
Incapacidade comunicativa
Insu�ciência familiar
O envelhecimento pode ser explicado por fenômenos que levam a redução da capacidade de
adaptação a sobrecargas funcionais e por isso pode ser de�nido como uma série de mudanças
morfofuncionais ao longo da vida que comprometem a capacidade de resposta dos indivíduos ao
estresse ambiental e a manutenção da homeostasia.É um processo dinâmico, progressivo, individual
e irreversível.
O processo de envelhecimento ocorre devido a atuação de fatores internos e externos.
Internos = são aqueles inevitáveis, ou seja, são decorrentes das mudanças �siológicas do
organismo,como os Mecanismos de morte, regeneração e divisão celular, Reações bioquímicas,
Oxidação,etc.
Externos = são aqueles que influenciam e aceleram o processo de envelhecimento, e podem ser
modi�cados quando se atua sobre mudanças comportamentais. Entre os principais,
temos:Temperatura do ambiente, Ingestão de água,Exposição a radiação
solar,Traumatismos,Microorganismos,Insetos,Alimentação,etc.
Autora: Dayane Santos, estudante de Medicina.
Aspectos fisiológicos gerais da senescência
Toda a celularidade diminui, reduzindo a função dos órgãos, continuamente.
✓ Composição corporal - altera-se, tendo perda de músculos e ganho de gordura.
✓ Peso e altura
✓ Musculatura - perde-se em número de células, volume de células e quantidade de proteína.
✓ Marcha, postura e equilíbrio - alterados pela perda muscular e óssea. A pessoa tende a alargar a
base, se encurvar e andar mais arrastado em busca de manter o equilíbrio perdido.
✓ Sono e repouso - quantidade de sono REM diminui.
✓ Pele - perde colágeno, �ca mais �na, mais �ácida e mais frágil.
✓ Olhos, ouvidos e nariz - perda da acuidade visual, �acidez palpebral, auditiva (espessamento da
membrana timpânica), perda de olfato.
✓ Cavidade oral - alterações na gengiva (retração), perda dos dentes, perda de células
gustativas,redução da quantidade de saliva,etc.
✓ Estômago - redução da quantidade de ácido estomacal produzido por perda de células parietais.
✓ Intestino - perda das microvilosidades intestinais, redução da �ora intestinal, aumento da
constipação.
✓ Sistema Endócrino - redução de hormônios.
✓ Sistema Imune e termorregulação - imunossenescência e perda da capacidade de
termorregulação (calor = movimento, o idoso tende a ter uma movimentação reduzida).
✓ Função neurológica - reduz por perda de neurônios.
✓ Função Cardíaca - coração com musculatura mais espessa, menos efetiva, maior pressão
sanguínea devido a arteriosclerose,etc.
✓ Função respiratória - complacência pulmonar aumenta, alteração na musculatura do tórax que
di�culta sua expansão,etc.
✓ Função Renal - os rins estão afetados pelos anos de �ltração realizada tendo sua função reduzida
na velhice.
✓ Função sexual - reduz.
✓ Sistema hematológico - demora no início da eritropoiese, substituição da medula óssea vermelha
por medula amarela, maior quantidade de plaquetas reativas (maior risco de trombose), menor
quantidade de eritropoetina sendo liberada pelos rins,etc.
Senescência do sistema respiratório .
Durante o envelhecimento ocorrem algumas alterações funcionais no sistema respiratório, na
maioria das vezes por sofrer impacto do envelhecimento do sistema ósseo e muscular.
Considerando as alterações naturais que ocorrem no processo de envelhecimento, a maioria delas se
relaciona a três principais eventos �siológicos desse sistema:
Autora: Dayane Santos, estudante de Medicina.
1) Redução progressiva da complacência da parede torácica
- Complacência = capacidade do órgão adaptar seu volume a uma pressão.
- Com o envelhecimento a parede torácica se torna mais rígida, visto que o sistema músculo
esquelético sofre com a diminuição no comprimento, elasticidade e número de �bras, bem como a
notável perda de massa muscular = Sarcopenia (perda da força e da massa muscular).
2) Redução do recolhimento elástico do pulmão
- A elasticidade pulmonar é a capacidade que os pulmões têm de resistir à força externa e retornar à
sua conformação. Com a idade, a retração elástica do tecido pulmonar diminui devido a perda de
elastina e acúmulo de colágeno, isso facilita a expansão pulmonar durante a respiração profunda.
Essas alterações poderiam aumentar a capacidade pulmonar total, contudo, devido à rigidez da
parede torácica durante o envelhecimento, o esforço inspiratório máximo não é capaz de alcançar
alto volume pulmonar.
- De forma geral há um acúmulo de volume no pulmão (por redução do recolhimento que di�culta a
expiração, além do aumento do espaço morto por alterações estruturais nos brônquios que
aumentam seu diâmetro) e consequente aumento do volume residual, assim como elevação da
capacidade residual funcional e maior trabalho respiratório.
3) Redução da força dos músculos respiratórios
- Sarcopenia
GERAL
↓ Complacência torácica
↑Complacência pulmonar
↓ Força dos músculos respiratórios
↓ Capacidade vital (volume máximo forçadamente expirado)
↑ Volumes residuais
↓ VEF1(1ºsegundo de respiração forçada)/CVF (capacidade vital forçada)
↓ Fluxo expiratório
↓ Capacidade de limpeza mucociliar (perda do tecido alveolar)
↓paO2 (Pressão pulmonar de oxigênio arterial) - a hematose é reduzida por conta da redução da área
de superfície alveolar fazendo com que a saturação de O2 seja mais baixa, consequentemente uma
redução da pressão do oxigênio arterial.
↓Difusão pulmonar CO2 - aprisionamento de ar.
↓Sensibilidade respiratória (hipóxia:baixa concentração de O2 no sangue; hipercapnia: alta
concentração de CO2 no sangue)
↓ E�cácia da tosse - musculatura.
Autora: Dayane Santos, estudante de Medicina.
OBS: Essas alterações se intensi�cam quando associadas a fatores agravantes como tabagismo,
poluição e doenças pregressas.
Alteração do epitélio respiratório - característico do processo de senescência.
O epitélio respiratório é classi�cado como pseudoestrati�cado cilíndrico ciliado, pois apresenta
células cilíndricas altas que possuem em sua superfície apical cílios, que se movimentam na solução
sol para realizar o transporte mucociliar.
Suas células possuem núcleos em diferentes alturas o que dá impressão de ter mais de uma camada
celular e por isso o nome pseudoestrati�cado.
Além das células cilíndricas também possuem células caliciformes produtora que ajudam a �ltrar o
ar pois retém partículas que adentram o sistema respiratório para que essas depois sejam degradadas
pelo transporte mucociliar.
Possui células basais que são células tronco de extrema importância para a renovação do epitélio que
sofre agressão constante pelas partículas que penetram com o ar.
- Fase Sol/Líquido Periciliar: produzida pelo epitélio respiratório;
- Fase Gel/Camada Mucosa: muco produzido pelas células caliciformes;
As partículas que se encontram nas regiões entre os bronquíolos terminais e os alvéolos pulmonares
são depuradas de forma independente ao transporte mucociliar. Nessa área o processo ocorre por
fagocitose efetuada pelos Macrófagos Alveolares (destroem as partículas no local ou as conduzem
para os bronquíolos terminais onde os macrófagos podem aderir ao transporte mucociliar).
Com o envelhecimento ocorre perda de células ciliadas, aumento no número de glândulas
mucosas aumentando assim a produção de muco, e redução no número de células basais o que
reduz a capacidade de renovação do tecido.
Autora: Dayane Santos, estudante de Medicina.
Senescência do sistema imune .
O sistema imunetem as funções de:
- Reconhecer (o agente estranho)
- Neutralizar (por meio da produção de mediadores da in�amação, agentes antibactericidas -
enzimas , etc)
- Metabolizar
- Eliminar ou reagir exageradamente a qualquer substância estranha (Fagocitose, formação de
granuloma - tuberculose)
- Tornar-se resistente a reinfecção (memória imunológica)
O sistema imunológico é composto por:
I. Barreiras não imunológicas: atua antes mesmo do sistema imune, auxiliando a imunidade
inata e impedindo que a infecção se instale.
BARREIRAS ESTRUTURAIS/FÍSICAS:
Normal - A pele íntegra forma uma barreira impermeável à maioria dos agentes infecciosos, agindo
como a primeira linha de defesa contra invasores. Além disso, o epitélio da sofre descamação diária
o que ajuda na remoção de bactérias e outros agentes que estejam aderidos ao local.
Envelhecimento - com o envelhecimento a pele perde essa característica de impermeabilidade
devido a perda de sua elasticidade (perde colágeno e elastina),perda do número de células e
diminuição da renovação celular (faz com que a pele se torne mais �na e frágil a lesões).
A aderência entre as diferentes camadas da pele também reduz.
Autora: Dayane Santos, estudante de Medicina.
Normal - No trato respiratório também há a presença de cílios que ajudam na retenção de
partículas junto ao muco produzido.
Envelhecimento - Com o envelhecimento as células ciliadas tem sua função e número reduzido (vai
ocorrendo uma metaplasia, ou seja, uma substituição do epitélio respiratório por um epitélio mais
resistente devido às agressões recebidas com os anos) deixando o sistema respiratório mais suscetível
a infecções.
BARREIRA MECÂNICA:
Normal - transporte mucociliar para expulsão de partículas e outros agentes agressores ,tosse,
espirro, enxágue lacrimal -olho enche de água com poeira por exemplo-, peristaltismo
intestinal, descamação da pele, etc.
Envelhecimento - O transporte mucociliar é reduzido , o reflexo da tosse e do espirro são
comprometidos devido a alteração na musculatura torácica (a parede torácica se torna mais rígida,
visto que o sistema músculo esquelético sofre com a diminuição no comprimento, elasticidade e
número de �bras). A xeroftalmia (olho seco) também é bastante comum nos idosos,
principalmente por falta de vitamina A que prejudica a produção lacrimal.O peristaltismo fica mais
lento (perda celular faz com que as células atuem no local de forma mais lenta e necessite de um
movimento mais devagar, além de redução na atividade física, diminuição da percepção anorretal e
redução do tônus muscular).
OBS: no inverno o batimento ciliar é mais lento o que facilita a invasão do trato respiratório.
BARREIRAS QUÍMICAS:
Normal - Os ácidos graxos liberados no suor inibem o crescimento de bactérias que estejam
aderidas à pele, assim como a presença de lisozimas no local que degrada a parede de bactérias (há
lisozimas na lágrima, saliva e secreção nasal).O baixo PH do suco gástrico previne o crescimento
das bactérias. A presença de muco no sistema respiratório impede que os agentes agressores
cheguem até os pulmões e se instalem no local. Os alvéolos pulmonares ainda possuem o líquido
surfactante, produzido pelos pneumócitos II, que é misturada ao muco dos brônquios formando
Autora: Dayane Santos, estudante de Medicina.
o líquido bronco-alveolar que facilita a saída dos agentes e a atuação das células fagocitárias.
Envelhecimento - a produção de lipídeos liberadas no suor diminui, o que faz com que a pele esteja
mais exposta. Ocorre também uma redução na produção de saliva e de lágrimas, consequentemente
reduzindo a produção de lisozimas, e também da produção de ácido estomacal (devido a redução das
células parietais responsáveis pela produção). Embora ocorra alterações no epitélio respiratório há
um aumento no número de glândulas produtoras de muco e esse se acumula facilitando as
infecções (partículas permanecem retidas).Também há menos líquido surfactante (produzido pelos
pneumócitos tipo 2).
BARREIRAS BIOLÓGICAS:
Normal - A �ora bacteriana normal da pele, do trato gastrointestinal do trato urogenital
pode prevenir a colonização de bactérias patogênicas pela secreção de substâncias tóxicas ou pela
competição por nutrientes ou pela ligação à superfície da célula.
Envelhecimento - a quantidade de bactérias presentes nas nossas �oras diminui.
II.Barreiras imunológicas:
Imunidade Inata:
> Baixa especi�cidade (ataca todos os organismos da mesma forma)
> Já nascemos com ela
> Atua de forma rápida sem a necessidade de estímulo prévio
> As células que participam dessa imunidade são:
- Granulócitos = Neutró�los (células circulantes, são as primeiras a chegar no local da in�amação e
são continuamentes substituídas pois tem um curto período de vida, morrem assim que atuam),
Eosinó�los (células circulantes,possuem grânulos com enzimas digestivas.Participam das reações
alérgicas e do combate a parasitas -aderem aos patógenos revestidos por IGE ou IGA e liberam os
grânulos que causa a degranulação de mastócitos e basó�los), Basó�los (possuem grânulos de
heparina-anticoagulante- e histamina -vasodilatador-, possuem muitos sítios ativos para IGE e ao
chegar no tecido se transformam em Mastócitos).
- Agranulocitos = Monócitos (células circulantes e fagocitárias que ao chegar no tecido se
transformam em macrófagos e células dendríticas) ,Macrófagos (células fagocitárias muitos
e�cientes, são residentes e continuam atuando após fagocitar um antígeno - M1 atuam na defesa e
M2 atuam na regulação da in�amação- realizam a limpeza do local removendo os restos teciduais e
estimulando a reparação do local), Células Dendríticas (células residentes e fagocitárias que
orquestram a migração de outros tipos de células imunes dentro dos linfonodos e regulam a
diferenciação, maturação e a função de LT ).
> Suas células são conhecidas como APC (células apresentadoras de antígenos).
> Muitas das vezes consegue proteger o corpo sozinho, mas quando necessário ela se comunica com
a imunidade adaptativa.
> As células da imunidade inata possuem receptores Tool Like (TLRs),também chamados de
Autora: Dayane Santos, estudante de Medicina.
PRRs / PRMs (receptores para reconhecimento de padrão) que reconhecem os PAMPs (padrões
moleculares associados a patógenos) e os DAMPs (padrões moleculares associados ao dano de
células próprias). A exemplo dos PAMPs ,moléculas que apenas os microorganismos produzem,
temos LPS (lipopolissacarídeo- substância estrutural das bactérias gram negativas), Resíduos de
Manoses (presentes na parede bacteriana) ,RNA dupla hélice (não é encontrado no organismo
humano apenas em agentes invasores), envelope viral,etc.
> Além disso há outros receptores presentes nessas células como os NLRs (nod like receptors) que
reconhecem padrões de organismos intracelulares, RIG ( reconhecem internamente PAMPs virais).
EX - macrófago >> realiza a fagocitose do antígeno >> expressa MHC2 em sua superfície >>
apresente ao LT
MHC1 - reconhecimento de células próprias. É a identidade das células nucleadas (por isso as
hemácias não tem). Sua ausência ou expressão incorreta é reconhecida por células NK (tipo de
linfócito citotóxico) e por LTCD8 Citotóxicos.
MHC2 - expresso pelas células da imunidade inata a partir do reconhecimento de antígenos.
> Sistema Complemento = conjunto de proteínas sanguíneas inativas que quando ativadas
causam uma cascata enzimática que auxilia na resposta imunológica.
Imunidade adaptativa:
> Possui alta especi�cidade, reagindo com diferentes anticorpos de acordo com o agente agressor.
> Realizado por células altamente especí�cas para determinado patógeno.
> Torna-se mais e�ciente a cada encontro com o mesmo agressor devido a memória imunológica
que produz no primeiro contato.
> As principais características são memória, especificidade, diversidade (capaz de reconhecer
milhares de tipos de microorganismos e desencadear uma resposta adequada), sensibilidade (mesmo
diante de pequenas quantidades de antígenos as células se excitam desencadeando a resposta
imune).
> As célulasque participam dessa imunidade são: Mastócitos e Linfócitos
- Mastócitos (células granulocíticas e residentes, originadas pelos basó�los. Possuem grânulos de
Histamina e Heparina e distribuem-se junto a vasos sanguíneos, nervos e sob o epitélio da pele e de
mucosas, sendo abundantes em áreas de contato com o meio ambiente desempenhando um
importante papel nas reações in�amatórias agudas).
- Linfócitos B - se diferenciam em plasmócitos e realizam a produção de anticorpos (opsonização
do antígeno facilitando seu reconhecimento pelas células de defesa e também neutralizam alguns
por meio da ocupação dos receptores celulares).Os LB podem ainda atuar como APC por meio do
reconhecimento de alguns antígenos.
- Linfócitos T -
Autora: Dayane Santos, estudante de Medicina.
> LTCD4 +: AUXILIARES/HELPERS São ativados a partir dos APC por meio do MHC2.
Esses linfócitos se dividem em diversas células , de acordo com as citocinas que produzem, como
por exemplo as Th1 (atua na imunidade celular auxiliando e ativando outras células ) e Th2 (age na
imunidade humoral auxiliando os linfócitos B na divisão, diferenciação e produção de anticorpos.
Além disso auxilia eosinó�los e mastócitos tendo importante papel no combate a parasitas.Caso
ache necessário pode inibir as Th1).
> LTCD8 +: CITOTÓXICOS que atuam na destruição de células infectadas por vírus, bactérias,
etc, que não são reconhecidas pelos fagócitos.
Também reconhecem e destroem células neoplásicas.
Atua a partir da veri�cação do MHC1 presente nas células (em células infectadas ou neoplásicas o
MHC1 não é expresso da forma correta-antígenos intracelulares).
Liberam substâncias que causam a autodestruição da célula.
> LTCD8: SUPRESSORES/REGULADORES:ativados por APCs em associação ao MHC1
controlam o sistema imune para que a in�amação não persista após a destruição do antígeno, já que
com a morte celular no local mediadores in�amatórios são produzidos (Produzem citocinas
imunorreguladoras).
> LT DE MEMÓRIA
> LINFÓCITOS TREGS: constituem uma subpopulação de LTCD4+ cuja função é suprimir as
respostas imunes e manter a autotolerância.
As TREGS são geradas principalmente pelo reconhecimento de autoantígenos no timo (TREGS
naturais) e pelo reconhecimento de autoantígenos e antígenos estranhos em órgãos linfóides
periféricos (TREGS adaptativas ou induzidas).
Imunosenescência
O envelhecer do SI está associado ao progressivo declínio da função imunológica que torna o
indivíduo mais suscetível a infecções, doenças autoimunes e câncer, além de redução da resposta
vacinal.
A Imunossenescência afeta diferentes tipos celulares na medula óssea (MO), no timo, os linfócitos
maduros presentes no sangue periférico e nos órgãos linfóides secundários, além dos elementos do
sistema imunológico inato (monócitos, células NK-Natural Killer-, e células dendríticas-DCs-) e o
adaptativo que é representado pelos linfócitos B e T.
- Alterações quantitativas e/ou qualitativas dos componentes celulares e moleculares do sistema
imune.
- In�ammaging: estado de in�amação leve, sistêmico e crônico no idoso. Contribui para o
aumento da suscetibilidade para infecções e doenças auto-imunes, bem como doenças não
transmissíveis (crônicas).
- O envelhecimento do sistema imunológico também tem grande impacto no envelhecimento do
sistema respiratório. Estudos mostram que o envelhecimento das células imunológicas residentes e
Autora: Dayane Santos, estudante de Medicina.
sistêmicas leva a um ambiente pró-in�amatório no trato respiratório e a uma capacidade reduzida
de combater doenças infecciosas.
- IL1,IL6 e TNF alfa: citocinas pró-in�amatórias.Em pequenas quantidades causa vasodilatação
local, aumento da permeabilidade - permite a migração de células de defesa- e in�amação
localizada. Quando ocorre um aumento na concentração dessas citocinas causa aumento da
produção de prostaglandinas que atuam no hipotálamo, alterando nosso termostato e causando
febre, estímulo da produção de leucócitos pela MO e aumento da produção de proteínas de fase
aguda pelo fígado (como PCR,Fibrinogênio,etc). No idoso, esse excesso de citocinas pró
in�amatórias então vai reduzir a síntese de albumina (responsável pelo controle coloidosmótico -
segura água nos vasos sanguíneos-fazendo com que essa se acumule no tecido e cause edema.
Diminui por causa da produção de proteínas de fase aguda pelo fígado), causar uma resistência à
insulina (TNF alfa induz uma diminuição na expressão de receptores para a insulina o que reduz a
captação e oxidação de glicose pelos músculos que também leva a uma perda de massa muscular),
aumentar o risco de osteoporose (ativam os osteoclastos -macrófagos presentes no sistema ósseo
responsáveis pela remodelação óssea - para liberar Cálcio para a corrente sanguínea - é usado pelo
sistema imune na via do complemento, no sistema de coagulação,etc).
OBS- tecido adiposo secreta TNF alfa.
- O excesso de citocinas também causa danos no SNC diminui a produção de fator neurotró�co do
cérebro (responsável pela plasticidade que é o aumento da quantidade de axônios e de sinapses
realizadas), aumenta a ativação glutamatérgica (reduz o recolhimento de glutamato -principal
neurotransmissor excitatório - esse em excesso permite a entrada de muito cálcio nos neurônios o
que , pelo excesso, leva a ativação da apoptose, tendo perda de substância cinzenta).
- O excesso de citocinas também impacta no sistema circulatório = interfere no processo de
coagulação sanguínea (estimula o endotélio a produzir o fator tecidual que ativa a via extrínseca da
produção de �brina, podendo causar um trombo/coágulo).
- Neutró�los: seu número não diminui, no entanto há uma redução na sua capacidade de
fagocitose e uma redução nos seus receptores para quimiocinas (são elas que atraem os neutró�los
para o local da in�amação -quimiotaxia).
- Células NK: aumenta em quantidade porém tem sua ação citotóxica diminuída (reduz a
produção de interferon gama -ativa e potencializa a atividade de outras células imunes- e de
quimiocinas-realiza quimiotaxia).
- Monócitos: aumentam na quantidade porém tem sua capacidade de diferenciação em
macrófagos e células dendríticas reduzida.
- APC: redução na quantidade (por causa dos monócitos) e as que existem tem uma desregulação
na ativação de TLR (receptores toll like) o que reduz a capacidade de fagocitose e de expressão de
Autora: Dayane Santos, estudante de Medicina.
MHC 2 para apresentação aos LT.
- Aos 80 anos, aproximadamente cerca de 15% das células T periféricas e 60% das células CD8,
perdem a expressão do CD28 (molécula presente no LT que reconhece B7 -proteína que mostra
que a substância reconhecida do MHC2 é estranha ativando os linfócitos. A ligação de CD28 com
B7 estimula a produção da telomerase - permite a replicação celular - mitose dos linfócitos).
- Célula senescente: para de realizar mitose, isso ocorre pelo encurtamento do telômero que faz
com que a célula entre em G0.
- No idoso há um aumento de Th2 (imunidade humoral) e uma diminuição de Th1 (imunidade
celular), tendo portanto pouco interferon Gama, responsável por ativar outras células
imunes.Também há uma diminuição de TREG (regula o processo in�amatório) e um aumento
de Th17 (estimula o processo in�amatório devido a antígenos extracelulares) - um dos motivos
para o estado de in�ammaging pois gera um desequilíbrio entre a resposta imune pró-in�amatória e
anti-in�amatória.
- Há falta de TREG também aumenta a chance do desenvolvimento de doenças autoimunes
(ataque contra as próprias células).
- Com o envelhecimento, também ocorrem muitas alterações endocrinológicas que afetam o
sistema imune como por exemplo o aumento na produção de cortisol que aumenta a quantidade
de citocinas pró in�amatórias, aumenta a quantidade de células NK, embora sua atuação esteja
reduzida,inibe a proliferação de linfócitos e estimula a involução do timo (responsável pela
produção e maturação de LT - causa menor quantidade de células T virgens o que reduz a resposta
a novos antígenos, no entanto há mais células T de memória).
Senescênciado sistema hematológico .
Sistema Hematológico Normal
Hematopoiese: produção das células sanguíneas que ocorre na Medula Óssea Vermelha.
Esse processo é fundamental para a vida humana, já que as células do sangue sofrem degeneração e
morte celular após algum período na corrente sanguínea e devem ser renovadas.Durante o período
gestacional a hematopoiese ocorre no Saco vitelínico do embrião, depois passa a ocorrer no fígado e
por último passa a ocorrer na Medula Óssea, local que a produção permanece até o �m da vida.
Célula Tronco Pluripotentes: capaz de originar vários tipos de células.
Essas são encontradas na MOV e também são chamadas de hemocitoblastos.
- Totipotente - se transforma em qualquer tipo de célula e é encontrada no ser humano apenas no
início do desenvolvimento do óvulo.
- Multipotentes - se transforma em alguns tipos de células, essas também são encontradas na
medula.
Autora: Dayane Santos, estudante de Medicina.
A diferenciação em cada tipo celular se dá através de processos conhecidos como eritropoiese
(produção dos glóbulos vermelhos), granulocitopoiese ou mielopoiese (produção dos glóbulos
brancos) e trombocitopoiese (produção de plaquetas-coagulação sanguínea).
- Quando nascemos todos os nossos ossos possuem a Medula Óssea Vermelha (medula ativa, que
realiza a hematopoiese), porém com o passar dos anos essa vai sendo substituída por tecido adiposo,
Medula Óssea Amarela (tutano) e por isso nos adultos apenas nos ossos axiais (esterno,crista
ilíaca,etc) e nas epí�ses de ossos longos (fêmur,úmero,etc) a vermelha será encontrada.
III- O envelhecimento do Sistema Hematológico
A capacidade geral para renovação dessas células tronco, assim como a quantidade total de tecido
hematopoiético na MOV, diminui com a idade.
•Diminuição da hemoglobina e hematócrito - pode levar a uma anemia;
•Diminuição do número de hemácias;
•Demora no início da eritropoiese;
•Alterações nos fatores de coagulação - estado pró-coagulante, importante fator de risco para
trombose venosa profunda. (caracterizado pelo desequilíbrio entre fatores pró-coagulantes e
pró-�brinolíticos)
As alterações vasculares, renais, hematopoiéticas, o estado pró-in�amatório ligeiro e crônico,
decorrentes do processo de envelhecimento, em associação com comorbilidades e a predisposição
genética favorecem o desenvolvimento de anemia nesta população.
Autora: Dayane Santos, estudante de Medicina.
REFERÊNCIAS
Freitas, Elizabete Viana, D. e Ligia Py. Tratado de Geriatria e Gerontologia, 4ª edição .
Sanar�ix.
Autora: Dayane Santos, estudante de Medicina.

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