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DESCRIÇÃO As bases de poder e sua relação com a autoridade nas organizações. Teorias e tipos de liderança. Práticas da liderança transformadora. PROPÓSITO Aprender sobre a liderança e o contexto em que ela ocorre permitirá ao gestor identificar estratégias de intervenção para o alinhamento dos objetivos pessoais aos organizacionais. OBJETIVOS MÓDULO 1 Relacionar as bases do poder corporativo com a autoridade dele decorrente MÓDULO 2 Explicar os principais pressupostos teóricos dos tipos de liderança MÓDULO 3 Identificar as práticas da liderança transformadora MÓDULO 1 Relacionar as bases do poder corporativo com a autoridade dele decorrente INTRODUÇÃO Neste módulo, analisaremos diversos aspectos sobre liderança – sobretudo, a capacidade de desenvolver tal competência. Você sabe o que significa ser líder e o que torna uma pessoa capaz de influenciar outras? Relembre situações que já viveu. De forma mais específica, pense nas pessoas capazes de inspirar outras a agir de determinada maneira. Líderes influenciam o comportamento dos outros de forma: Foto: Shutterstock.com NEGATIVA Foto: Shutterstock.com POSITIVA Apresentaremos várias situações nas quais a liderança é exercida a partir do conceito de poder. PODER E AUTORIDADE Você já parou para pensar na palavra organização? Organizações são sistemas sociais formalmente organizados que buscam alcançar objetivos para colher resultados. Alcançar estes resultados, no entanto, não é algo tão simples quanto parece. Para entendermos melhor o motivo, precisamos detalhar o conceito de organização. Foto: Shutterstock.com SISTEMAS SOCIAIS Toda organização é um sistema social, já que ela é formada por uma reunião de pessoas que compõem a sua força de trabalho. Este grupo se relaciona e interage para realizar as atividades inerentes ao cargo que ocupam. Foto: Shutterstock.com FORMALMENTE ORGANIZADO Leia o exemplo abaixo: João chega para trabalhar na hora que decide, desenvolve as atividades da sua maneira, não precisa responder a determinado gestor e não tem nenhuma meta ou objetivo pra alcançar. Tal exemplo ilustra um modelo de organização do trabalho que definitivamente não é adequado. É imprescindível organizar o funcionamento da estrutura interna de um negócio ou de uma instituição para que os resultados possam ser atingidos. ALCANÇAR OBJETIVOS E COLHER RESULTADOS Todos nós trabalhamos diariamente para alcançar os objetivos propostos. Quando estes objetivos são atingidos, todos os envolvidos ganham: Pessoas, Clientes, Sociedade e Acionistas. Foto: Shutterstock.com Foto: Shutterstock.com PESSOAS: Recebem sua contrapartida salarial pelo trabalho realizado. Foto: Shutterstock.com CLIENTES: Ganham o produto ou o serviço desejado dentro do padrão de qualidade prometido. Foto: Shutterstock.com SOCIEDADE: Beneficia-se pelo pagamento de impostos que serão transformados em serviços para atender às suas necessidades. Foto: Shutterstock.com ACIONISTAS: Recebem o retorno do capital investido. Tornar isso uma realidade não é uma tarefa fácil. Afinal, há muitas pessoas, variáveis, processos e interesses que, se não estiverem alinhados, impedem a realização dos objetivos pretendidos. Quando uma organização não define uma estrutura adequada, a informalidade se sobrepõe à formalidade e os problemas começam a aparecer. Quem nela trabalha, possui naturalmente um modelo mental próprio construído desde a sua infância. Tal modelo depende dos seguintes fatores: Imagem: Shutterstock.com Educação Imagem: Shutterstock.com Religião Imagem: Shutterstock.com Profissão escolhida Imagem: Shutterstock.com Valores consolidados durante a vida Imagem: Shutterstock.com Locais nos quais já trabalhou Quando, em um mesmo espaço, reunimos pessoas com visões de mundo tão diferentes, os conflitos tendem a aparecer. Além disso, os interesses dos empregados nem sempre são os mesmos de quem faz parte da gestão. Muitas vezes, falta habilidade gerencial para alinhá-los. A relação entre a organização e seus grupos externos (governo, clientes e sociedade) também é permeada por conflitos. Vemos todos os dias na mídia problemas dessa natureza em relação à poluição, ao desrespeito ao consumido, à sonegação de impostos, etc. PODER Relação entre os homens e os grupos dos quais eles fazem parte. Trata-se da capacidade de agir de um indivíduo e de determinar o comportamento de outra pessoa Até pela sua natureza, a organização é um palco de lutas entre interesses divergentes. Tais interesses são geradores de conflitos que precisam ser resolvidos pelo uso do poder. Foto: Shutterstock.com 1 Foto: Shutterstock.com O poder é uma forma de controle social, estabelece a ordem e enfatiza o predomínio da vontade de uns sobre os outros. 2 Foto: Shutterstock.com Ele é considerado mais efetivo quando consegue evitar ou minimizar o conflito. 3 Foto: Shutterstock.com Por isso, é muito importante estudarmos as bases do poder nas organizações; entendendo-as, poderemos gerenciar melhor essa coalizão de interesses distintos com os quais, enquanto gestores, precisamos lidar diariamente. Tudo aquilo que eu controlo e me permite manipular o comportamento de alguém pode ser considerado uma base de poder. Cada poder emana um tipo de autoridade, o que não implica necessariamente o uso da força ou uma obrigação. Robbins e Judge (2014) elencaram os tipos mais conhecidos e discutidos pela literatura especializada no assunto: COERÇÃO A base do poder coercitivo é o uso da força e da capacidade de uma pessoa para punir ou recomendar sanções a outra. LEGITIMIDADE Decorre da posição hierárquica que se detém, estando, em geral, registrada no organograma da organização. RECOMPENSA Provém da capacidade de reconhecer os outros, seja por meio de recompensas materiais ou sociais. É o reconhecimento de determinado comportamento ou meta atingida. COMPETÊNCIA Resulta de competências, conhecimentos e atitudes distintivas que alguém possui. Passa-se a ser respeitado por elas. CARISMA Tipo de poder associado a uma imagem altamente favorável, fazendo com que os outros acreditem e admirem suas ideias. Possui relação direta com a devoção pessoal. Mas será que as pessoas sabem o que é poder e como ele se manifesta nas organizações? SABRINA PETROLA Mestre em Administração pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV); MBA em Gestão Empresarial – FGV Management; e administradora de empresas pela Universidade da Amazônia. Atua como docente na área de gestão em cursos de graduação, pós-graduação e produção de conteúdo digital. Tem como linhas de pesquisa os aspectos comportamentais da gestão de pessoas e educação corporativa. Coordena o curso de Administração da Estácio FAP e a realização de concursos públicos e processos seletivos do Centro de Extensão e Treinamento Empresarial. Fomos à rua ouvir a opinião da população e a explicação da professora Sabrina Petrola sobre os tipos de poder. MAX WEBER Sociólogo alemão que escreveu inúmeras obras de sucesso, como Economia e sociedade (1922), além de ter institucionalizado a burocracia. TIPOS DE SOCIEDADE E AUTORIDADE Max Weber categoriza as sociedades e as relaciona com suas respectivas autoridades, criando uma tipologia que nos permite entender ainda melhor a relação entre poder e autoridade. Segundo Weber, as sociedades se dividem em: Sociedade Tradicional, Sociedade Burocrática e Sociedade Carismática. Imagem: Shutterstock.com SOCIEDADE TRADICIONAL O sistema e sua regulação baseiam-se no conservadorismo.A autoridade tradicional é o poder legitimado pela tradição, pelos costumes e pelos hábitos de um povo. Ela deriva da crença nas tradições do passado. A sociedade típica desta autoridade é a medieval, na qual o servo obedece ao senhor feudal. SOCIEDADE BUROCRÁTICA Nas sociedades burocráticas, o tipo de autoridade que prevalece é o racional- legal. As ordens e as normas são justificadas em lei. Os procedimentos são formais e concretos, estando todos normatizados. Além disso, prevalece a obediência dentro de uma rigorosa e sistemática disciplina de comando e controle pautada na superioridade técnica. As organizações públicas são um bom exemplo da burocracia. Fundamentalmente, a administração burocrática significa o exercício de poder baseado no saber. Este é o traço que a torna especificamente racional. SOCIEDADE CARISMÁTICA Prevalece o modelo de autoridade pautado no carisma. A obediência deve-se à influência ideológica e à devolução efetiva, que se manifestam por meio da identificação com valores, ideias e propósitos comuns. Surge então a figura do herói, aquele que respeitamos e adoramos a qualquer preço. Gandhi é um excelente exemplo de autoridade carismática. GANDHI Este líder pacifista foi a principal personalidade mundial na luta pela independência da Índia, até então uma colônia britânica. Destacou-se no enfrentamento dos ingleses por causa de seu projeto de não violência. SAIBA MAIS Para conhecer um exemplo de sociedade tradicional, sugerimos que você assista ao filme Cruzada . Direção: Ridley Scott. EUA, Reino Unido, Espanha: Twentieth Century Fox Film Corporation, Scott Free Productions, 2005. 144 minutos. NOVOS MODELOS DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Foto: Shutterstock.com As conquistas das organizações são um efeito da ação de grandes líderes, sejam elas públicas, privadas ou do terceiro setor. Foto: Shutterstock.com A ação humana é imprescindível para o alcance dos resultados Foto: Shutterstock.com Ambientes nos quais o poder coercitivo é visto como o único meio exequível para alcançá-los estão ficando para trás. O mundo no qual vamos viver, nas próximas décadas, aponta uma direção completamente oposta. Foto: Shutterstock.com A tendência é que haja uma maior distribuição do poder entre as pessoas que fazem parte dos processos de tomada de decisão. À medida que existe uma maior autonomia para definir os objetivos a serem alcançados e a forma de realizar as atividades cotidianas, a coletividade passa a estar presente em todos os níveis hierárquicos. Atualmente, um dos modelos em maior consonância com tal filosofia é aquele baseado na holocracia. Holocracia: Neste sistema, a autoridade e o poder são distribuídos; logo, o empoderamento torna-se o núcleo da organização. A cadeia comando-controle deixa de ter sentido sob essa perspectiva, já que as decisões são tomadas pelas equipes, e não por um gestor que ocupa o topo de uma estrutura piramidal, como ocorria no passado. Na Holocracia, temos: Imagem: Shutterstock.com, Adaptado por: Gian Corapi VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. JOÃO NÃO ENTENDE O MOTIVO PELO QUAL PEDRO, SEU COLEGA DE TRABALHO, AINDA QUE NÃO SEJA O GESTOR DA EQUIPE, EXERCE PODER SOBRE OS DEMAIS MEMBROS. FATO É QUE PEDRO TEM UMA IMAGEM ALTAMENTE FAVORÁVEL ENTRE OS COLEGAS, O QUE FAZ COM QUE OS OUTROS ADMIREM SUAS IDEIAS E OPINIÕES. O PODER EXERCIDO POR PEDRO PODE SER CHAMADO, CORRETAMENTE, DE: A) Poder de competência. B) Poder legítimo. C) Poder carismático. D) Poder de recompensa. 2. UMA EXECUTIVA DO MERCADO FINANCEIRO EXERCE O CARGO DE VICE-PRESIDENTE EM UMA CORRETORA DE VALORES MOBILIÁRIOS. SUAS DECISÕES SE REFLETEM NAS ATIVIDADES DE TODAS AS PESSOAS QUE ESTÃO SOB SUA LIDERANÇA. DE ACORDO COM O CASO NARRADO, O PODER EXERCIDO POR ELA BASEIA-SE NA(O): A) Dependência que ela possui com os acionistas. B) Posição que a executiva ocupa na organização. C) Experiência vivida em outras organizações. D) Carisma demonstrado pela executiva. GABARITO 1. João não entende o motivo pelo qual Pedro, seu colega de trabalho, ainda que não seja o gestor da equipe, exerce poder sobre os demais membros. Fato é que Pedro tem uma imagem altamente favorável entre os colegas, o que faz com que os outros admirem suas ideias e opiniões. O poder exercido por Pedro pode ser chamado, corretamente, de: A alternativa “C” está correta. O tipo de poder carismático tem relação direta com a devoção pessoal, fundamentando-se na influência e na devoção efetiva por meio da identificação com valores, ideias e propósitos. Para saber um pouco mais sobre isso, reveja o item “Poder e autoridade”. 2. Uma executiva do mercado financeiro exerce o cargo de vice-presidente em uma corretora de valores mobiliários. Suas decisões se refletem nas atividades de todas as pessoas que estão sob sua liderança. De acordo com o caso narrado, o poder exercido por ela baseia-se na(o): A alternativa “B” está correta. O poder de legitimidade tem como base o cargo ou a posição ocupada por alguém dentro de uma estrutura hierárquica. Para saber um pouco mais sobre isso, reveja o item “Poder e autoridade”. MÓDULO 2 Explicar os principais pressupostos teóricos dos tipos de liderança INTRODUÇÃO Os processos de liderança se estabelecem nas mais diversas relações pessoais que construímos no: Trabalho Família Amigos Esporte Vida pública Os espaços sociais, afinal, são os campos nos quais é exercida a influência de uma pessoa sobre a outra. É difícil dizer o que torna uma pessoa capaz de exercer uma liderança; reconhece-la, contudo, é bem mais fácil. Com certeza, você já ouviu falar da história destas pessoas e de seus grandes feitos: JOANA D’ARC 1412 A 1431 Esta mulher ousada e destemida liderou o exército francês na Guerra dos 100 Anos. ZUMBI DOS PALMARES 1655 A 1695 Grande símbolo da luta contra a escravidão no Brasil, ele liderou milhares de pessoas e as organizou no Quilombo dos Palmares. QUILOMBO DOS PALMARES Comunidade livre que reunia escravos fugidos de grandes fazendas do Nordeste MARTIN LUTHER KING 1929 A 1968 Lutando por direitos iguais, King combateu a desigualdade racial nos Estados Unidos nos anos 60. BARACK OBAMA 1961 ATÉ OS DIAS DE HOJE Advogado e político norte-americano, Obama se tornou o 44° presidente dos Estados Unidos. Com dois mandatos (de 2009 a 2017), ele é o primeiro afro- americano a ocupar o cargo. O que tais figuras históricas poderiam ter em comum que lhes permitia influenciar grandes multidões em torno de uma causa? Seriam características físicas, habilidades de relacionamento ou a energia que emanavam? Para responder a estas questões, abordaremos a seguir as teorias sobre a liderança. TEORIA E TIPOS DE LIDERANÇA 1° - TEORIA DOS TRAÇOS DE LIDERANÇA Na introdução deste módulo, destacamos quatro grandes líderes de diferentes momentos da história mundial. Eles eram homens e mulheres que, à sua maneira, mudaram o curso dos acontecimentos nos locais onde viviam graças à influência que exerciam em outras pessoas. Esta teoria defende que as pessoas já nascem com certos atributos que lhes conferem a capacidade de liderar. Segundo Vergara (2005), os traços estão divididos em: 1 FÍSICOS Análise de aparência, estatura, energia e força física. 2 SOCIAIS Envolvem as habilidades interpessoais e administrativas, além da cooperação. 3 RELACIONADOS COM AS TAREFAS Englobam a persistência, a persuasão, o grau de iniciativa e o impulso de realização. 4 INTELECTUAIS Tanto o QI (quociente de inteligência) quanto o grau de adaptabilidade, autoconfiança e entusiasmo têm potencial para determinar a capacidade de liderar. EXEMPLO Alguém pode demonstrar motivação, energia, autoconfiança, desejo de liderar e ambição (algunsdos traços mais comuns nos líderes), mesmo sem exercer uma liderança sobre outras pessoas. Estes traços indicam a capacidade de liderar, mas não a determinam. 2° - TEORIA DOS ESTILOS DE LIDERANÇA Uma das teorias mais conhecidas afirma que existem três estilos de liderança: 1 AUTOCRÁTICA 2 DEMOCRÁTICA 3 LIBERAL Você já parou pra pensar em qual estilo de liderança você se encaixa? 1 AUTOCRÁTICA Influencia pessoas pelo poder coercitivo que exerce, pela imposição e pela força. Adolf Hitler – O político alemão foi líder do Partido Nazista desde 1921. 2 DEMOCRÁTICA Centrado nas pessoas, busca a participação da equipe na tomada de decisões. Trata-se de um líder agregador. Luiza Helena Trajano – Empresária brasileira que comanda a rede de lojas de varejo Magazine Luiza e outras empresas integradas a sua Holding. 3 LIBERAL (LAISSEZ-FAIRE) Líder que dá plena autonomia aos liderados, o que pode ser confundido com permissividade. Sergey Brin e Larry Page – Após terem se conhecido na Universidade de Stanford, apresentaram ao mundo, em 1998, o site de busca mais famoso do mundo: o Google. Após analisar os estilos de liderança, qual você acha que seria o ideal? AUTOCRÁTICA DEMOCRÁTICA LIBERAL AUTOCRÁTICA Talvez você tenha pensado que a liderança autocrática é a ideal em todas as situações. Afinal, em momentos de crise iminente ou de urgência, como uma evacuação do prédio onde você trabalha, exigem uma postura autocrática. O líder ordena, os outros obedecem. É preciso colocar ordem no caos, e não gerar pânico. Entretanto, isso não é necessariamente verdade para todos os casos. Nós temos inclinações para exercer a liderança de determinada forma, mas isso não quer dizer que precisamos agir da mesma maneira em todas as situações possíveis. Por exemplo, equipes experientes, e já automotivadas, demandam uma liderança liberal que confere maior autonomia de trabalho aos colaboradores. DEMOCRÁTICA Talvez você tenha pensado que a liderança democrática é a ideal em todas as situações. Afinal, as outras duas são muito extremas: uma impõe medo (autocrática), enquanto a outra é tolerante demais, ausente até. Entretanto, isso não é necessariamente verdade. Nós temos inclinações para exercer a liderança de determinada forma, mas isso não quer dizer que precisamos agir da mesma maneira em todas as situações possíveis. Por exemplo, momentos de crise iminente ou de urgência, como uma evacuação do prédio onde você trabalha, exigem uma postura autocrática. O líder ordena, os outros obedecem. É preciso colocar ordem no caos, e não gerar pânico. LIBERAL Talvez você tenha pensado que a liderança liberal é a ideal em todas as situações, pois confere maior autonomia de trabalho aos colaboradores. A liderança liberal é adequada para equipes experientes e automotivadas. Entretanto, isso não é necessariamente verdade para todos os casos. Nós temos inclinações para exercer a liderança de determinada forma, mas isso não quer dizer que precisamos agir da mesma maneira em todas as situações possíveis. Equipes com pouca experiência demandam uma liderança mais presente. Nesse caso, uma liderança democrática tende a criar a motivação e o engajamento necessários. A idealização do estilo democrático levou algumas organizações a confinarem diretores, gerentes e supervisores em salas de treinamento para que eles pudessem, de alguma forma, mudar seu estilo de liderança. ATENÇÃO Embora a teoria dos estilos de liderança não se sustente por ter bases frágeis, ela não foi descartada por completo, já que ressalta a existência de variações de possibilidade de ação em situações diferentes. 3° - TEORIA SITUACIONAL Com base nos estudos de Hersey e Blanchard (apud BATEMAN; SNELL, 2012), a teoria situacional concentra sua atenção nos liderados, afirmando que o sucesso de um líder se baseia na escolha de um estilo adequado para a condução de cada equipe. São os liderados que aceitam ou rejeitam um líder; portanto, o estilo de liderança deve adaptar-se para atender às necessidades de cada equipe, assim como à sua habilidade e à disposição para realização das tarefas. As equipes são diferentes em seus níveis de habilidade e disposição. Quanto mais autônomas para realizar as tarefas e mais motivadas elas estiverem, menos o líder precisará interferir. Por outro lado, quanto menor for a capacidade para realizá-las, bem como a motivação delas, maior será a necessidade de orientação e acompanhamento dele. Foto: Shutterstock.com Imagem adaptada de: Modelo de Hersey y Blanchard Imagem adaptada de: Modelo de Hersey y Blanchard Chegamos então à conclusão de que o grau de maturidade da equipe e a situação encontrada definem o estilo de liderança a ser adotado. Críticos desta teoria, porém, afirmam que ela tem um apelo intuitivo e que suas bases não são sólidas para sustentar resultados em longo prazo. Apesar de nenhuma teoria ter sustentação por si só para explicar a liderança, a união das descobertas de cada uma delas possibilitou termos um conhecimento sobre alguns aspectos da liderança. A professora Sabrina Petrola irá comentar sobre a teoria e os tipos de liderança concentrando-se em suas principais contribuições. TENDÊNCIAS As relações entre as pessoas e a organização mudaram. Neste novo cenário, no qual a transparência das informações, a busca de propósitos que encantem e o respeito às diferenças são valorizados, o papel exercido pelas lideranças é decisivo para o engajamento de seus colaboradores. Foto: Shutterstock.com Em um ambiente tão complexo e mutável, a atuação dos gestores deve ser pautada por relações baseadas na confiança, na colaboração e no apoio entre líderes e liderados. Foto: Shutterstock.com Hoje em dia, as pessoas não planejam passar a vida toda trabalhando em um emprego de que não gostam e fazendo atividades que detestam para um dia – quem sabe? – se aposentarem, podendo finalmente curtir a vida e serem felizes. Foto: Shutterstock.com As gerações mais novas, que já representam metade da força de trabalho no mundo, acreditam que o momento de ser feliz é agora. Foto: Shutterstock.com Elas encaram a vida pessoal e profissional sob a mesma ótica: a busca pelo prazer e pela satisfação deve ser feita (e alcançada) nos dois âmbitos. Imagem: Shutterstock.com Seria uma utopia, contudo, afirmar a existência de uma nova teoria sobre a liderança capaz de revolucionar tudo aquilo que já se sabe sobre o assunto: não temos verdades absolutas. O fato é que não há fórmula mágica nem receitas especiais para isso. DICA Olhe com atenção as pessoas que estão ao seu redor e tenha interesse verdadeiro em torna-las mais realizadas. Dessa forma, você promove um impacto positivo na sua equipe e contribui para um ambiente de trabalho mais atrativo – feito que somente grandes líderes são capazes de alcançar. Um dos grandes líderes da atualidade citado neste módulo é o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama. A seguir, o professor Luís Vabo Jr. Resume algumas lições de sua palestra ocorrida no Brasil em 2019: Foto: Shutterstock.com “Use seus desafios como um motor para você crescer. Você pode ser o que você quiser! Traga para a mesa pessoas com diferentes perspectivas, experiências e disciplinas. Desafie constantemente suas premissas. Você deve sempre tirar seu ego da frente, independentemente das oportunidades que tiver. É preciso que tenhamos a mentalidade de servir! O líder deve ser medido pela sua capacidade de servir e empoderar os outros e de fazer as pessoas acreditarem que elas são capazes de conquistar seus sonhos. Você é tão bom quanto o time que você construiu.” VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. LEIA O CASO HIPOTÉTICO A SEGUIR: JOÃO NÃO PROMOVE A PARTICIPAÇÃO EFETIVA DA EQUIPE NOSPROJETOS, TOMA SOZINHO TODAS AS DECISÕES NECESSÁRIAS E COSTUMA OPRIMIR SEUS SUBORDINADOS, ENXERGANDO NELES CONCORRENTES EM VEZ DE COLABORADORES. ELE DIFICILMENTE VALORIZA AS COMPETÊNCIAS, OS CONHECIMENTOS E OS RESULTADOS DOS SUBORDINADOS, ALÉM DE DEFENDER UM AMBIENTE DE TRABALHO NO QUAL OS PROFISSIONAIS SÃO COBRADOS EXCESSIVAMENTE. COM BASE NO CASO DESCRITO, O TIPO DE LIDERANÇA EXERCIDO POR JOÃO É: A) Democrática. B) Situacional. C) Autocrática. D) Liberal. 2. A LIDERANÇA É UM PROCESSO SOCIAL NO QUAL SE ESTABELECEM RELAÇÕES DE INFLUÊNCIA ENTRE AS PESSOAS, UM TEMA EXTRAORDINÁRIO QUE REMETE ÀS QUESTÕES MAIS SUBJETIVAS DOS SERES HUMANOS. NÃO É POR ACASO, PORTANTO, QUE A LITERATURA SOBRE O TEMA SEJA TÃO VASTA, UMA VEZ QUE ELA SE TORNOU UMAS DAS PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS REQUERIDAS NOS NOVOS TEMPOS. O QUE NÃO SE PODE DISCORDAR, NO ENTANTO, É QUE O LÍDER: I.TEM ASSUMIDO NOVOS PERFIS, DEIXANDO DE SER CONTROLADOR E PASSANDO A SER FACILITADOR; II.PRECISA CULTIVAR A DISCIPLINA E OBEDIÊNCIA ÀS ORDENS NA SUA EQUIPE; III.DEVE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO O NÍVEL DE MATURIDADE DA EQUIPE PARA DECIDIR COMO DEVE AGIR. A) I apenas B) I e II C) I e III D) I, II e III GABARITO 1. Leia o caso hipotético a seguir: João não promove a participação efetiva da equipe nos projetos, toma sozinho todas as decisões necessárias e costuma oprimir seus subordinados, enxergando neles concorrentes em vez de colaboradores. Ele dificilmente valoriza as competências, os conhecimentos e os resultados dos subordinados, além de defender um ambiente de trabalho no qual os profissionais são cobrados excessivamente. Com base no caso descrito, o tipo de liderança exercido por João é: A alternativa "C" está correta. A liderança autocrática caracteriza-se pela centralização da autoridade e do processo de tomada de decisão. O líder a toma por conta própria e a anuncia sem abrir espaço para a discussão de ideias e opiniões, impondo-a aos demais membros do grupo. Para saber um pouco mais sobre isso, reveja o item “Teoria dos estilos de liderança”. 2. A liderança é um processo social no qual se estabelecem relações de influência entre as pessoas, um tema extraordinário que remete às questões mais subjetivas dos seres humanos. Não é por acaso, portanto, que a literatura sobre o tema seja tão vasta, uma vez que ela se tornou umas das principais competências requeridas nos novos tempos. O que não se pode discordar, no entanto, é que o líder: I.Tem assumido novos perfis, deixando de ser controlador e passando a ser facilitador; II.Precisa cultivar a disciplina e obediência às ordens na sua equipe; III.Deve levar em consideração o nível de maturidade da equipe para decidir como deve agir. A alternativa "C" está correta. O modelo de liderança situacional recomenda a análise das caraterísticas dos empregados para determinar o comportamento de liderança mais adequado. Cabe ao líder analisar a maturidade, a experiência, a atitude de trabalho e as competências dos liderados para definir como ele deve agir. Para saber um pouco mais sobre isso, reveja o item “Teoria situacional”. MÓDULO 3 Identificar as práticas da liderança transformadora INTRODUÇÃO “O mais importante ingrediente na fórmula do sucesso é saber como lidar com as pessoas.” - Theodore Roosevelt THEODORE ROOSEVELT Ocupou a presidência dos Estados Unidos em dois mandatos: 1900 e 1904. Seu primeiro período no cargo foi notável pelas concessões feitas ao movimento progressista. No segundo, reivindicou para o país o direito de cobrar dívidas latino-americanas consideradas insolúveis. Em 1906, recebeu o Prêmio Nobel da Paz por sua intermediação, um ano antes, na guerra entre a Rússia e o Japão. Fonte: (FRAZÃO, 2018). A seguir, o depoimento de uma antiga funcionária da empresa XYZ Comunicações, Nathalia Freitas. Você pode ouvir este conteúdo na versão online. “Lembro-me até hoje do dia em que assumi minha primeira equipe como líder. Se, alguma vez na vida, senti medo, pavor e angústia ao mesmo tempo, posso afirmar que foi no momento em que recebi a notícia da minha promoção. Em nenhum momento, imaginei que não fosse capaz de conduzir a equipe para alcançarmos nossas metas e objetivos; afinal, eu sabia realizar as tarefas e ela era muito qualificada. O que me amedrontava, sem dúvida, era o tamanho da responsabilidade que eu assumiria com vinte e poucos anos de idade. A partir daquele momento, eu seria a referência para aquelas pessoas – e eu não poderia nunca as decepcionar. Se você já assumiu um cargo de gestão e não sentiu nada parecido com isso, certamente é porque a ‘‘ficha ainda não caiu’’. O líder exerce influência sobre todas as atividades da unidade que comanda e todas as pessoas que fazem parte de uma equipe. O papel da liderança está intimamente ligado ao caminho que elas, juntas, vão seguir e aos feitos que vão ou não realizar. Eu me perguntava se seria capaz de inspirá-las a agir de forma íntegra e verdadeira, mantendo a garra e a determinação necessárias para o alcance dos nossos objetivos comuns. Eu me preocupava com a forma como eu seria lembrada após ter saído da vida daquelas pessoas anos mais tarde. Seria como a chefe implacável, que superava todas as metas e não tinha limites morais para chegar a um resultado almejado, ou como uma líder corajosa, capaz de inspirar e envolver pessoas em torno de objetivos comuns alcançados legitimamente com o apoio de toda a equipe? Quando olho para trás, sinto orgulho das decisões que tomei e do caminho que trilhei como líder. Errei inúmeras vezes, mas aprendi com meus erros. Tive sabedoria e discernimento para diferenciar os conselhos sábios das tentativas de manipulações vindas de pessoas sem caráter. Por fim, entendi que minha maior conquista não foram as medalhas e troféus que ganhei representando as pessoas com as quais trabalhei, mas a marca que deixei na vida de cada uma delas e o que elas se tornaram como profissionais.” O que você acredita que levou Nathalia Freitas a se tornar uma líder de sucesso? Neste módulo, vamos apresentar algumas práticas da liderança transformadora. O DESAFIO DA LIDERANÇA E O PAPEL DO LÍDER COMO AGENTE DE MUDANÇAS NA DINÂMICA ORGANIZACIONAL Liderança, dom ou virtude? Foto: Shutterstock.com Observe que algumas pessoas nascem com alguns dons e habilidades especiais que podem ser observados por todos. Foto: Shutterstock.com A liderança, no entanto, não é nata como os dons: ela pode, assim como qualquer outra virtude, ser desenvolvida. Afinal, é possível estuda-la, aprendê- la e coloca-la em prática no dia-a-dia, transformando-a em uma competência. Este é o desafio de qualquer gestor. Apresentaremos a seguir as definições de alguns autores sobre liderança: 1 – CORTELLA E MUSSAK Cortella e Mussak (2009) a entendem como uma competência construída a partir de um horizonte positivo como interação. Trata-se, portanto, de uma atitude capaz de inspirar alguém, “recreando ou divertindo o espírito”. “O líder comprometido é aquele que traz a alegria para o mundo do trabalho sem que essa alegria se transforme em descompromisso, em frouxidão daquilo que precisa ser feito”. - CORTELLA E MUSSAK, 2009. Para ambos, inspirar é um verbo comum no exercício da liderança. INSPIRAR De acordo com o Dicionário Aurélio da língua portuguesa, trata-se de “inserir ar nos pulmões: inspirar o ar”, o que significa encher de vida, animação, vontade. Fonte: (FERREIRA, 2010). O que isso significa? Que os líderes precisam ser uma fonte de energia, vida, direcionamento e orientação para seus liderados. Afinal, um trabalho sério não precisa ser triste, sem alegria, ou muito menos representar uma falta de compromisso. Da mesma forma, em relação aos líderes, os autores também defendem: Foto: Shutterstock.com- A posição de estabelecer limites, definindo comportamentos e objetivos aceitáveis que devem ser observados por todos. - Tais limites devem ser negociados e compartilhados para que as pessoas não os interpretem como uma ordem ou uma imposição. 2 – BENNIS “O líder sabe o que quer, comunica essas intenções, posiciona-se corretamente e transfere poder à sua equipe de trabalho.” - BENNIS apud CARVALHAL; FERREIRA, 2001 A definição deste autor contém pontos essenciais que fortalecem a prática da liderança: EMPREENDER Empreender para o futuro: O líder deve apontar o futuro, identificando oportunidades de negócios. Precisa ser, portanto, um visionário. COMUNICAR Comunicar a intenção: O líder deve indicar o caminho a ser seguido pelos membros de sua equipe. Você não gostaria de ter um líder que transmitisse a confiança de que as decisões tomadas levam a organização para um lugar seguro? Provavelmente, você deve ter dito sim. Diversos livros apresentam as características desejáveis em um líder. Quando as analisamos em um primeiro momento, percebemos que são muitas: dificilmente, alguém seria capaz de demonstrar tal perfil em todas as situações às quais fosse exposto. Essa constatação pode nos levar a uma triste conclusão: é impossível ser um líder! Mas isso não é verdade: NINGUÉM consegue representar um papel de super-herói o tempo inteiro. A competência da liderança deve ser aprimorada a todo momento, constituindo um aprendizado diário. Afinal, líderes não nascem prontos. Ao contrário: eles estão em um constante processo de aperfeiçoamento. Além disso, ainda que você não reúna todas as características listadas na maior parte da bibliografia que discute o assunto, pode muito bem reconhecer e aplicar, no dia a dia, práticas fundamentais para legitimá-lo como um excelente líder. ATENÇÃO Cargo não é liderança! Você não precisa promover uma pessoa para que ela exerça influência sobre as demais. PRÁTICAS DA LIDERANÇA TRANSFORMADORA Kouzes e Posner (2018) realizaram uma pesquisa cujo objetivo, a princípio, era avaliar o perfil de liderança das empresas que possuíam uma excelente performance. As respostas encontradas foram agrupadas e categorizadas em cinco práticas que formam a liderança transformadora: 1. Desafiar permanentemente o processo; 2. Inspirar uma visão e compartilhá-la; 3. Permitir que os outros possam agir; 4. Mostrar o caminho sendo um exemplo; 5. Encorajar a vontade. 1. DESAFIAR PERMANENTEMENTE O PROCESSO É preciso compreender que o mundo está em constante processo de mudança, mantendo-se atualizado para identificar novas oportunidades no mercado. É importante abrir-se para um processo de aprendizado contínuo, levantando espaços para a dúvida e questionando tanto os processos existentes quanto a relação da organização com os seguintes grupos de interesse: CLIENTES Foto: Shutterstock.com EMPREGADOS Foto: Shutterstock.com SOCIEDADE Foto: Shutterstock.com A ideia é liberar a mente para o conflito construtivo, a diversidade de ideias e o debate entre perspectivas diferentes. Isso abre espaço na organização para a inovação e muda a lógica da execução das atividades. Trata-se, enfim, de um processo disruptivo. DISRUPTIVO Provoca ou causa a disrupção, interrompendo o andamento normal de um processo. Pessoas disruptivas têm a capacidade de romper ou alterar padrões consagrados. O que isso significa? Pense fora da caixa. Imagem: Shutterstock.com Aprenda com as experiências dos outros e os próprios erros, estimulando a conexão com conhecimentos já existentes dentro ou fora da organização. DICA A experiência não tem relação apenas com a idade, e sim com a intensidade: é tudo aquilo que aprendemos e praticamos, além de indicar como melhoramos nossos processos. Você sabia que a inovação é favorecida nas empresas que estimulam a descoberta? Por isso, exponha-se ao risco calculado! É assim que a economia gira, a inovação acontece e o emprego é gerado. SAIBA MAIS Para conhecer um exemplo de liderança transformadora, sugerimos que assista ao filme A teoria de tudo. Direção: James Marsh. Reino Unido: Universal Pictures, 2014. 123 minutos. 2. INSPIRAR UMA VISÃO COMPARTILHADA “As pessoas acreditam no líder antes de acreditar na ideia.” - John Maxwell JOHN MAXWELL Este autor best-seller escreve para publicações como o New York Times, o Wall Street Journal e a Business Week. Além disso, Maxwell já vendeu mais de vinte e quatro milhões de livros. Fundou ainda a EQUIP e a John Maxwell Company, organizações que ajudaram a formar mais de cinco milhões de líderes por todo o mundo. Fonte: (WOOK, 2020). Você já deve ter usado estas duas expressões em seu dia a dia, mas já pensou no significado delas? VISÃO A palavra visão significa o estado futuro mental desejado: algo que se pretende alcançar no futuro. COMPARTILHAR O verbo compartilhar indica partilhar com alguém. Ao defendermos que líderes devem inspirar uma visão, estamos dizendo que eles precisam: Imagem adaptada de: Círculo Dourado de Simon Sinek CÍRCULO DOURADO Modelo desenvolvido pelo autor britânico-americano e palestrante motivacional Simon Sinek para sistematizar um novo método de pensar, agir e comunicar. Em seu livro Comece pelo porquê, ele apresenta este modelo e explica por que algumas organizações e líderes são capazes de nos inspirar, enquanto outros não o fazem. De acordo com Sinek, os líderes e as organizações que nos inspiram precisam pensar, agir e se comunicar de dentro para fora do círculo. Fonte:(MIGRE SEU NEGÓCIO, 2018). APONTAR DIREÇÕES PARTILHAR ESSA VISÃO COM SEU TIME CONTAGIAR A TODOS DESCREVER UM FUTURO QUE TODOS POSSAM SEGUIR NA MESMA DIREÇÃO. EXEMPLO A campanha da rede de lojas Reserva sobre a gratidão é muito interessante. Rony Meisler inspirou em seu time tal postura, compartilhando-a não apenas internamente, mas também com toda a sociedade. Isso indica liderança, consciência visionária e influência social. RONY MEISLER Fundador e CEO da marca Reserva, ele, em 10 anos, a transformou em um grupo com outras três marcas (Reserva, Eva e Reserva Mini), 36 lojas próprias e 1500 clientes multimarcas em todo o país. Fonte:(RESERVA, 2020). 3. PERMITIR QUE OS OUTROS POSSAM AGIR Atualmente, já é indiscutível o papel de uma liderança educadora que fomenta a aprendizagem da sua equipe e a torna capaz de enfrentar as mudanças. É preciso estimular verdadeiramente a participação das pessoas em programas de treinamento, desenvolvimento e educação, pois são os líderes que promovem o espírito de um eterno aprendiz em colaboradores. EXEMPLO A empresária Luiza Helena Trajano, que comanda a Magazine Luiza, reuniu em um auditório 120 vendedores. Cada um deles foi escolhido para liderar, por quatro meses, a seção de brinquedos de suas lojas. Durante sua palestra, ela convocou a plateia a se manifestar, lançando uma pergunta: “O que devemos fazer para que a Magazine Luiza venda mais brinquedos neste ano?”. Respostas chegaram de todos os cantos do auditório. Ela pediu que cada sugestão fosse anotada, discutindo todas elas. Em seguida, passou a falar de coisas como valores, ética, atitude no trabalho, família, legado espiritual, felicidade, liderança e sucesso. “Este é o primeiro ensaio de liderança de cada um de vocês”, afirmou. “E só há uma forma de ter sucesso: tragam toda a equipe para o seu lado, sejam empreendedores, peçam ajuda, ajudem, acreditem em vocês. Nós acreditamos. É por isso que vocês estão aqui hoje.” Favorecer e criar espaços que estimulem a aprendizagem em qualquer hora e lugar faz parte da agenda de um líder educador. Afinal, uma atitude proativa de aprendizado permanente torna as pessoas preparadas para receberpoder, tomar decisões e assumir novas responsabilidades. PERGUNTE-SE Estou aprendendo de forma rápida, acompanhando as mudanças do mercado e cuidando do aprendizado daqueles que trabalham comigo? 4. MOSTRAR O CAMINHO SENDO UM EXEMPLO Leia o diálogo a seguir: A que conclusão você chegou? Determinados comportamentos são socializados pelos membros que compõem uma equipe. Eles são aprendidos por meio da observação. Por isso, é tão importante praticar o que se diz. A maneira como você age pode ser um modelo para outras pessoas – entre elas, seus liderados. Foto: Shutterstock.com Um ditado diz: “Palavras convencem, mas exemplos arrastam”. Modelar o caminho dos outros pelo nosso exemplo é ter um discurso coerente e alinhado com nossas ações Não se trata de apenas informar os valores que direcionam o comportamento de uma equipe ou empresa, mas também de agir de acordo com eles. HONESTIDADE É um dos principais valores reconhecidos pelos membros de uma equipe. Posicionar-se como exemplo, incentivando as melhores práticas de trabalho, fará, sem dúvida, a diferença em seu comportamento como líder. Como você pode ser um exemplo? 1. COLOQUE A MÃO NA MASSA; 2. CUIDADO COM O QUE VOCÊ DIZ; 3. RESPEITE A CADEIA DE COMANDO; 4. OUÇA A EQUIPE; 5. ASSUMA RESPONSABILIDADES; 6. DEIXE SUA EQUIPE TRABALHAR; 7. CUIDE DE SI MESMO. 5. ENCORAJAR A VONTADE Foto: Shutterstock.com O reconhecimento é uma das necessidades do ser humano. Em estudos sobre motivação e liderança, vários autores, como Vergara (2005), Bergamini (2013), Robbins e Judge (2014), o apontam como um fator essencial para o engajamento das pessoas em seu trabalho. Portanto, cabe ao líder ser criativo a fim de desenvolver ações que, de forma autêntica e genuína, reconheçam as contribuições das pessoas, estimulando- as a entregar mais resultados. ELEVAR A EQUIPE ACOMPANHAR OS RESULTADOS CORRIGIR OS ERROS DE PERCURSO DIVULGAR AS CONQUISTAS ADQUIRIDAS Esse encorajamento, sem dúvida, vai aumentar o comprometimento das pessoas ao permitir que elas também consigam alcançar seus objetivos e sonhos individuais. O crescimento deve ser coletivo para que os empregados não sintam que estão sendo usados. Além disso, com os estímulos corretos, as recompensas também servem para reforçar valores e comportamentos alinhados com as demandas da organização. BOAS PRÁTICAS DE RECONHECIMENTO: RECONHECIMENTO NAS MÍDIAS SOCIAIS Utilize as mídias sociais (Facebook, Twitter ou LinkedIn) para reconhecer seus funcionários em um ambiente público. Destaque quem eles são, o que eles fizeram e por que sua ação foi importante. PRÊMIOS POR TRÁS DAS CÂMERAS Parabenize as pessoas envolvidas em projetos e ações que não tiveram tanta visibilidade, mas que foram essenciais para o seu sucesso. O prêmio pode ser uma nota de destaque no jornal interno e/ou no mural da empresa. BÔNUS COMO PREMIAÇÃO Os colaboradores que se destacarem no alcance das metas ganham uma viagem como premiação. É importante deixar os critérios bem estabelecidos no lançamento da campanha. ATENÇÃO Toda política de reconhecimento deve correlacionar as recompensas às metas estabelecidas. Esse processo precisa ser claro e transparente. Por isso, o diálogo é fundamental, gerando credibilidade e abertura para comportamentos colaborativos e comprometidos com os resultados. TENDÊNCIAS Chefes considerados ditadores fazem parte de diversas empresas, o que leva muitas pessoas a desenvolverem, inclusive, doenças no ambiente de trabalho. Miranda Priestly é uma personagem de ficção do romance The devil wears Prada, escrito por Lauren Weisberger. O sucesso do livro de 2003 deu origem à película O diabo veste Prada, exibida nas telas de cinema três anos depois. Interpretada por Meryl Streep, Miranda é mostrada como uma líder autocrática que impõe sua vontade de maneira coercitiva. Sem mais spoilers, pode-se afirmar que este filme oferece uma verdadeira aula de liderança. Alguns fatores realmente desencadeiam sentimentos negativos e, consequentemente, infelicidade. São eles: DESAFIOS DESESTRUTURADOS; FALTA DE TRANSPARÊNCIA; AUSÊNCIA DE INCENTIVO AO APRENDIZADO; AUTONOMIA EM EXCESSO SEM QUALIFICAÇÃO NECESSÁRIA, O QUE GERA ANSIEDADE E ESTRESSE; INEXISTÊNCIA DE PROGRAMAS DE RECONHECIMENTO POR MÉRITO. Foto: Shutterstock.com Essa melancolia corporativa é uma consequência de líderes incapacitados para conduzir seus times da forma correta. Clima também vem de cima. Há ainda questões que não podem mais passar despercebidas, como a falta de significado no trabalho e a ausência de propósito. A crise identitária e moral, além do vazio que assola as pessoas, é um problema de propósito, ou melhor, da falta dele. Uma das grandes descobertas da vida é encontrar o significado em nosso trabalho. Surge então, no meio corporativo, o líder que desenvolve em seu liderado os níveis de confiança essenciais: a técnica, a ética e a emocional, direcionando-as em torno de um propósito. Segundo Erlich (2018), estes níveis são: CONFIANÇA TÉCNICA O liderado percebe que o líder tem conhecimento e habilidade no que faz e é capaz de desenvolver o liderado em seu campo de ação. CONFIANÇA ÉTICA Confiança na integridade do líder, que segue um conjunto de princípios que o liderado considera aceitável CONFIANÇA EMOCIONAL O liderado nota que o líder deseja fazer o bem para ele sem a intenção de obter qualquer vantagem. Uma liderança inspiradora que nos guie nesse caminho aumenta consideravelmente o nosso compromisso. O futuro é criado por pessoas entusiasmadas e motivadas que queiram muito fazer algo – e o fazem por acreditar nisso. Lembre-se de que a liderança deste milênio exige: ALINHAMENTO O que fazer? PROPÓSITO Qual é o motivo da missão? EMPODERAMENTO Por que você? RESPONSABILIZAÇÃO Qual é o seu papel, sua responsabilidade e seu compromisso com o trabalho que realiza? SAIBA MAIS Sugerimos que assista à conferência Como grandes líderes inspiram ação (2011). Neste evento da TEDGlobal, que é considerada uma referência para empreendedores de todo o mundo, Simon Sinek explica a importância do alinhamento entre ação e propósito. Como ele mesmo afirma, “com paixão e propósito, eu vou lhe mostrar toda a minha energia, meu esforço e cuidado para realizar o que tiver que ser feito”. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. PESQUISAS RECENTES REVELAM A IMPORTÂNCIA DA LIDERENÇA TRANSFORMACIONAL NOS AMBIENTES ORGANIZACIONAIS. DIVERSAS CARACTERÍSTICAS COMPÕEM O SEU MODELO. ENTRE ELAS, DESTACAM-SE: I. O LÍDER COMO UM AGENTE DE MUDANÇAS E SEU PAPEL PARA CRIAR UMA ORGANIZAÇÃO ADPTATIVA, EMPREENDEDORA E INOVADORA. II. A MANUTENÇÃO DOS PROCESSOS EXISTENTES II. OS LÍDERES SÃO SENSÍVEIS ÀS NECESSIDADES DA EQUIPE DE TRABALHO EM VEZ DE ASSUMIREM UM PAPEL DE DITADORES. IV. A ORIENTAÇÃO POR VALORES QUE SERÃO OS NORTEAODRES DE COMPORTAMENTO. V. NA APRENDIZAGEM CONTÍNUA, OS LÍDERES TENDEM A VISUALIZAR OS ERROS COMO EXPERIÊNCIAS DE APRENDIZADO. SÃO CORRETAS, APENAS, AS AFIRMATIVAS: A) I, II e III B) I, II e IV C) I, III, IV e V D) II, IV e V 2. O EXERCÍCIO DA LIDERANÇA EXIGE A CAPACIDADE DE ENERGIZAR PESSOAS, OBTENDO ADESÃO E RESULTADOS POR PARTE DOS LIDERADOS, SENSIBILIZANDO-OS PARA A LUTA POR UM PROJETO INDIVIDUAL... PORQUE LÍDERES ALIAM INTERESSES COLETIVOS AOS INTERESSES PESSOAIS POR MEIO DA VISÃO ISOLADA DOS OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS. ANALISANDO AS DUAS AFIRMAÇÕES, CONCLUI-SE QUE: A) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. B) As duas afirmações são falsas. C) A primeira afirmação é verdadeira; a segunda, falsa. D) A primeira afirmação é falsa; a segunda, verdadeira. GABARITO 1. Pesquisas recentes revelam a importância da liderança transformacional nos ambientes organizacionais.Diversas características compõem o seu modelo. Entre elas, destacam-se: I. O líder como um agente de mudanças e seu papel para criar uma organização adaptativa, empreendedora e inovadora. II. A manutenção dos processos existentes. III. Os líderes são sensíveis às necessidades da equipe de trabalho em vez de assumirem um papel de ditadores. IV. A orientação por valores que serão os norteadores de comportamento. V. Na aprendizagem contínua, os líderes tendem a visualizar os erros como experiências de aprendizado. São corretas, apenas, as afirmativas: A alternativa “C” está correta. A liderança transformadora exige a capacidade de ser flexível para rever e melhorar os processos existentes, trazendo inovação para o ambiente de trabalho. O aprendizado contínuo permite a aquisição de novos conhecimentos, habilidades e atitudes com o objetivo de atender aos desafios que se impõem, à definição e à manutenção dos valores que devem ser adotados por todos. Para saber um pouco mais sobre isso, reveja o item “Práticas da liderança transformadora”. 2. O exercício da liderança exige a capacidade de energizar pessoas, obtendo adesão e resultados por parte dos liderados, sensibilizando-os para a luta por um projeto individual... PORQUE Líderes aliam interesses coletivos aos interesses pessoais por meio da visão isolada dos objetivos organizacionais. Analisando as duas afirmações, conclui-se que: A alternativa “B” está correta. Os líderes devem procurar alinhar os objetivos individuais aos organizacionais. Cabe a eles inspirar uma visão, transformando-a em coletiva para que todos possam caminhar na mesma direção. Para saber um pouco mais sobre isso, reveja o item “Práticas da liderança transformadora”. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Novas arquiteturas organizacionais, em que o poder é diluído e descentralizado, têm caracterizado os cenários contemporâneos e o ambiente de negócios. Em decorrência dessas mudanças, o papel de um líder torna-se essencial para que os resultados possam ser alcançados. A liderança requerida nesse contexto exige a formação de valores e crenças dignificantes. Além disso, líderes devem apresentar um propósito claro e uma habilidade para a solução de problemas, investindo no desenvolvimento das pessoas que estão ao seu redor e reconhecendo o trabalho daqueles que efetivamente contribuem para o sucesso de todos. CONTEUDISTA Elaine Cristina Grecchi Gonçalves Currículo Lattes REFERÊNCIAS BATEMAN, T. S.; SNELL, S. A. Administração. 2. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. BERGAMINI, C. W. Motivação nas organizações. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2013. CARVALHAL, E.; FERREIRA, G. Liderança e desenvolvimento de equipes de alto desempenho. Rio de Janeiro: FGV Management. jan. 2001. CORTELLA, M. S.; MUSSAK, E. Liderança em foco. Campinas: Sete mares, 2009. ERLICH, P. A força transformadora do líder mentor. ERLICH – pessoas e organizações, mentoring e liderança, 2018. FERREIRA, A. B. de H. Dicionário Aurélio da língua portuguesa. 5. ed. Rio de Janeiro: Positivo, 2010. FRAZÃO, D. Biografia de Mahatma Gandhi. eBiografia. 2019. FRAZÃO, D. 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