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Anna Beatriz Rambaldi | 5° Semestre | Farmacologia 01/04 2022.1 Diabetes Mellitus Homeostase da Glicose Estado de jejum - glicose = faixa de 4,4-5 mM, - ácidos graxos = níveis próximos de 400 μM. - Fonte de glicose = fígado - Fonte de ácidos graxos = tecido adiposo. - Jejum = queda de insulina e aumento de glucagon Estado pós-prandial - Maior ação da INSULINA - Aumento de nutrientes produz uma elevação da glicose plasmática - Tanto a produção de glicose hepática quanto a lipólise são inibidas, e a oxidação corporal total da glicose aumenta. - O encéfalo detecta as concentrações plasmáticas de glicose e fornece impulsos aferentes reguladores que contribuem para a homeostasia energética. Fatores de risco Classificação Etiológica DM tipo 1 (5-10%) ● Tipo 1A - deficiência de insulina por destruição autoimune das células beta comprovada por exames laboratoriais; ● Tipo 1B - deficiência de insulina de natureza idiopática. DM tipo 2 (90-95%) ● Perda progressiva de secreção de insulina combinada com resistência à insulina. DM gestacional (1-14%) ● Hiperglicemia de graus variados diagnosticada durante a gestação, na ausência de critérios de DM prévio Outros tipos de DM ● Monogênicos (MODY); ● Diabetes neonatal; ● Secundário a endocrinopatias; ● Secundário a doenças do pâncreas exócrino; ● Secundário a infecções; ● Secundário a medicamentos. LADA → diabetes autoimune no adulto - muito confundida pela DM tipo 2 - o diagnóstico diferencial ocorre com a detecção de anticorpos anti-GAD e HLA → presentes na LADA e não na DM2 MODY: diabetes familiar com idade de diagnóstico precoce (infância, adolescência ou adultos jovens) e modo de transmissão autossômico-dominante Sintomas comuns entre DM1 e DM2 Poliúria, polidipsia e fadiga - DM1: perda de peso - DM2: tende a ganhar peso Consequências da Diabetes - Doenças cardiovasculares - Doenças cerebrovasculares - Cegueira - Amputações de membros inferiores - Insuficiência renal Métodos de Diagnóstico Teste de glicemia X Teste de Hb glicada - O teste de glicemia indica o nível glicêmico instantâneo - A taxa de HBA1c mostra a glicemia média pregressa dos últimos 2 a 4 meses → saldo médio Farmacoterapia Objetivos: • Diminuir os sintomas da hiperglicemia (fadiga, poliúria, perda de peso, etc) • Prevenir e diminuir as descompensações agudas • Prevenir e diminuir as complicações de órgãos alvo. Diabetes Mellitus tipo 1 ● Insulinoterapia + medidas não farmacológicas Diabetes Mellitus tipo 2 ● Dieta e exercícios ● Antidiabéticos em monoterapia ● Antidiabéticos associados ● Antidiabéticos + insulina Secretagogos de insulina (hipoglicemiantes) ● Sulfonilureias (ex: glibenclamida, glicazida) ● Metiglinidas (ex: repaglinida) ● Inibidores da DPP IV (ex: vildagliptina) ● Incretinomiméticos (ex: liraglutida) Sensibilizadores de insulina (anti-hiperglicemiantes) ● Biguanidas (ex: metformina) ● Tiazolidinedionas (ex: pioglitazona) Moduladores da absorção de nutrientes no TGI ● Inibidores da alfa-glicosidase intestinal (ex: acarbose) Inibidores da SGLT2 (promovem glicosúria) ● Dapagliflozina ● Empagliflozina ● Canagliflozina Secretagogos → estimulam a secreção Secretagogos de Insulina ● Sulfonilureias ● Metiglinidas Processo fisiológico Célula beta-pancreática: receptor GLUT2 Glicose entra → metabolismo → ATP O aumento de concentração de ATP bloqueia o canal de K+, aumentando a concentração de K+ intracelular (muito positivo) → altera potencial de membrana → abre canais de Ca+2 → entra cálcio (aumento de Ca+2 intracelular) O cálcio intracelular mobiliza as vesículas contendo insulina → fusão com a membrana celular → exocitose de insulina Sulfonilureias - Mecanismo de ação Moduladores de canais de K+ ATP 1. Inibição dos canais de K+ sensíveis ao ATP 2. Despolarização e influxo de Ca2+ 3. Liberação de insulina - requer células beta funcionais Bloqueiam canais de K+ → aumenta sua concentração intracelular → despolarização e influxo de cálcio → secreção de insulina Para seu efeito ocorrer as células beta-pancreáticas devem estar funcionantes (50 - 80% funcionante) - indicado para início de diagnóstico Primeira geração: Clorpropamida (Diabinese®) e tolbutamina - longo período de ação: risco de hipoglicemia - não são muito utilizados Segunda geração: glibenclamida, glipizida, glimepirida → Disponibilizados pelo SUS Uso Clínico ● DM2 fases iniciais (presença células beta) com 50-80% de resposta em pacientes selecionados; ● Glibenclamida: risco aumentado de hipoglicemia (disfunção renal), porém pouco atravessa a placenta, sendo uma alternativa à insulina em gestantes; - outras sulfonilureias são contraindicadas ● Controle de glicemia em jejum e de 24h; ● Alto potencial de redução da HbA1C (2%). Contraindicações ● DM1 ● Gravidez e lactação ● Primeira geração - IR e IH ● Não devem ser utilizadas, ou utilizadas com muita cautela, em pacientes com perda significativa de função renal → Como são muito excretados pelos rins, a longo prazo, seus metabólitos podem causar disfunção renal Farmacocinética - Boa absorção VO - Alimento interfere na absorção → deve ser consumido em jejum, pois o alimento retarda a absorção → Clorpropamida: ação de 60h e 100% de excreção pelos rins Interações medicamentosas Reduzem a eficácia - hiperglicemia por interação medicamentosa Potencializam o efeito - pode causar hipoglicemia por interação medicamentosa Contraindicações ● HIPOGLICEMIA (principalmente glibenclamida e clorpropamida; cuidado com idosos e pessoas incapacitantes) → idosos não indicam sinais de hipoglicemia, tornando mais arriscado o uso desses fármacos - aumento potencial da secreção de insulina → comum hipoglicemia no início do tratamento - Cuidado com uso de beta-bloqueador (comum em idosos): mascara a taquicardia causada pela hipoglicemia → não tem taquicardia devido ao uso do b-bloqueador → não indica hipoglicemia ● Aumentam o apetite e ↑massa corporal (cuidado com pacientes obesos); ● 3% com sintomas TGI (náuseas e vômitos); Icterícia colestática, erupções cutâneas; ● Raramente, lesão medula óssea (agranulocitose, anemia aplástica) anemia hemolítica; ● Aumento da mortalidade cardiovascular? - não se sabe se é por efeito do fármaco ou como consequência da própria DM (bula pode relatar como efeito raro, para segurança da indústria) Metiglinidas - Mecanismo de ação → Mesmo mecanismo das sulfonilureias, a diferença está no feito rápido e de curta duração das metiglinidas Moduladores de canais de K+ATP 1. Inibição dos canais de K+ sensíveis ao ATP 2. Despolarização e influxo de Ca2+ 3. Liberação de insulina - requer células beta funcionais. 4. Início de ação rápido e duração mais curta 5. Reguladores glicêmicos pós-prandiais 6. Menos potentes que as sulfoniluréias → Não deve ser associado à sulfonilureia, pois possuem o mesmo mecanismo de ação, com risco de causar hipoglicemia (secreção intensa de insulina) - ação da insulina seria potencializada → Controlam o pico de hiperglicemia pós-prandial - associado a outro fármaco que controle a glicemia ao longo de todo dia (ex: sensibilizadores de insulina - melhora o receptor) + esse antes das refeições para controlar o pico hiperglicêmico → associação benéfica (mecanismos de ação diferentes) - Menor tempo de ação que as sulfoniluréias, cobrindo principalmente o período pós-prandial - Redução de 1% da HbA1c com a nateglinida e de 1,5 a 2% com a repaglinida (tempo de duração maior - até 7h, comparada com a nateglinida) Farmacocinética - Bem absorvidos V.O, adm. antes da refeições (controlam a glicemia pós-prandial) - Metabolização pela CYP3A4 (90%) e renal (10%) - Excreção pela bile Efeitos Colaterais - HIPOGLICEMIA - efeito menor que as sulfonilureias devido à ação rápida e curta duração → menor risco - Aumento de massa corporal Interações medicamentosas Fármacos que inibem CYP3A4: itraconazol, fluconazol, eritromicina e claritromicina - ↑ efeito hipoglicemiante da repaglinida Fármacos que induzem CYP3A4: barbitúricos, carbamazepina e rifampicina (aumentam a atividadeda enzima → metabolização mais rápida → reduz eficácia do medicamento) - ↓efeito hipoglicemiante da repaglinida Incretinomiméticos GLP-1 - Peptídeo semelhante ao Glucagon - Secretado no intestino (íleo, cólon e porções proximais) após as refeições - GLP-1, após a alimentação chega às células pancreáticas antes da glicose ser absorvida nestas células - ↑secreção de insulina antes da glicose ser absorvida e atingir as células da ilhota pelo sangue que circula no sistema porta; - Inibe secreção de glucagon; - ↓esvaziamento gástrico e retarda absorção do alimento → mantém o alimento mais tempo no TGI → favorece absorção de nutrientes → sensação saciedade - Altera o apetite (efeito no SNC) aumentando a saciedade; - Aumenta a sensibilidade das células musculares à insulina - No fígado diminui a gliconeogênese - Efeito cardioprotetor - Efeito do GLP-1 é inibido pela enzima DPP-4 (dipeptidil peptidase-4). - DPP-4 degrada GLP-1, reduzindo seu efeito Mantém célula beta-pancreática mais ativa → pode levar à exaustão das células → causar diabetes em pacientes que utilizam sem ter a patologia, para emagrecer, por ex Miméticos das incretinas - Análogos do hormônio incretina GLP-1 e atuam como agonistas do receptor GLP-1 - Exercem os mesmos efeito do GLP-1 → Bom para pacientes com obesidade e DM (aumenta a secreção de insulina, redução do esvaziamento gástrico, aumenta a saciedade) Exenatida (Byetta®) 1. Mimetiza o efeito da GLP-1; 2. Injeção SC 2x/dia, antes das refeições; 3. Liberação lenta: 1x/semana; 4. Utilizada em associação com metformina, sulfoniluréia ou até insulina basal; 5. Clearance renal; 6. [plasmática] mensurável por aprox. 10 h após injeção. Liraglutida (Victoza®) 1. Agonista GLP-1 2. Injeção SC 1x/dia. 3. Mais eficiente que exenatida; 4. [plasmática] máx. 8-10 h após injeção. Uso Clínico ● Diabetes Mellitus tipo 2; ● Diminuem glicose pós prandial por aumentar insulina, diminuir glucagon, atraso no esvaziamento gástrico, aumenta a saciedade (efeito no SNC); ● Modesta diminuição do peso (2,5-4Kg); ● Reduzem acúmulo de gordura hepática. Contraindicações ● Diabetes Mellitus tipo 1; ● Pode dar hipoglicemia (principalmente se associada a sulfoniluréia); ● TGI (náusea, vômitos); ● Pancreatite é menos comum, mas grave. Inibidores da DPP-4 → DPP-4 inibe GLP-1, logo, ao inibir a DPP-4 aumenta o efeito de GLP-1 sitagliptina saxagliptina linagliptina vildagliptina 1. Inibem a degradação de GLP-1 e GIP (peptídeo insulinotrópico dependente de glicose) 2. Redução de até 95% da atividade enzimática da DPP-4 3. Aumentam concentrações circulantes de GLP-1 e insulina de modo dependente de glicose e diminuem concentrações de glucagon; Uso Clínico ● Diabetes Mellitus tipo 2; ● Utilizados em monoterapia ou em associação (metformina, sulfonilureia; tiazolidinedionas, insulina); ● Diminuem o nível de HbA1c (0,5% → favorável associar a outro fármaco em pacientes com glicemia de difícil controle - pacientes com Hb glicada mais controlado: pode fazer monoterapia Contraindicação ● Diabetes Mellitus tipo 1; ● Cetoacidose diabética; ● Gravidez - categoria de risco B; ● Lactantes; Advertências ● É necessário ajuste de dose em pacientes com doença renal moderada ou grave (dificuldade de excreção do fármaco) ● Podem causar hipoglicemia em associação com sulfonilureias e insulina; ● Os níveis de digoxina plasmáticos (cardiotônico - usado para ICC com janela terapêutica estreita) devem ser monitorados em pacientes em uso de digoxina e sitagliptina → evitar toxicidade por digoxina Farmacocinética ● Bem absorvidos V.O; ● Atinge [plasmáticas] máximas 1-4 h; ● Biodisponibilidade 87%; ● Metabolismo pela CYP3A4 e CYP2C8 → atenção com a interação com outros fármacos ● 79% é excretada inalterada na urina; ● Eliminação: 13% fezes e 87% urina; ● T �⁄� aprox. 12,4 h Efeitos colaterais ● Dor abdominal ● Náusea ● Vômito ● Diarreia ● Pancreatite ● Aumento dos níveis séricos de creatinina; Sensibilizadores de insulina (anti-hiperglicemiantes) Biguanidas Tiazolidinedionas Mecanismo de ação: ativação da AMPK (proteína quinase ativada por AMP) - Melhoram a atividade dos receptores de insulina Biguanidas Metformina → Ativa diretamente AMPK (proteína quinase ativada por AMP) → maior atividade de AMPK - Metformina aumenta a [ATP] intracelular → ATP é degradado em AMP - Interfere na degradação de ATP em AMP - Aumento da concentração de AMP → aumenta a produção de AMPK → Fornecida pelo SUS Efeito partir do aumento da atividade da AMPK 1. Inibição da gliconeogênese (hepática), síntese de ácidos graxos e colesterol; 2. Melhora captação de glicose pelo músculo periférico → aumento da sensibilidade do receptor de insulina (principal problema na DM2) 3. Aumenta atividade do receptor insulina; 4. Reduz níveis séricos de lipídeos (inibição da HMG-CoA) 5. Diminuição do peso corporal; - Aumenta a captação de glicose pelo tecido adiposo e reduz a lipólise → Não afeta a secreção da insulina, mas melhora a sensibilidade à insulina - com isso, inibe ação do glucagon (maior ação nos receptores de insulina) Uso Clínico ● Diabetes Mellitus tipo 2; ● Obesos resistentes à insulina; ● Síndrome do ovário policístico (off label); Contraindicações ● Diabetes Mellitus tipo 1; ● Cetoacidose diabética; ● Insuficiência hepática e renal; ● Contrastes iodados: pelo risco renal, descontinuar; - DM já favorece problemas renais e os medicamentos são muito excretados pelos rins - se precisar de realizar exames com contraste iodado deve-se suspender o uso do fármaco alguns dias antes ● ICC descompensado; ● Pré-coma diabético; ● Gravidez: categoria de risco B; ● Lactantes Farmacocinética ● absorção intestino delgado ● pico de ação 2h, t1/2 4-5h; ● NÃO se liga a proteínas plasmáticas → todo fármaco que chega à circulação será distribuído ● eliminação renal na forma não metabolizada (fármaco intacto) Efeitos colaterais ● Acidose láctica (raramente); ● Diarreia; ● Dispepsia; ● Flatulências; → Sintomas mais comuns, pois a metformina reduz a absorção de carboidratos no intestino, e seu acúmulo é irritativo para a mucosa intestinal ● Náuseas; ● Vômitos; ● Deficiência de cobalamina (vitamina B12) por interferência na absorção de carboidratos - níveis devem ser dosados Tiazolidinedionas Mecanismo de ação: Interage com receptor no citosol (PPARγ) + interação com uma proteína → esse complexo atua no núcleo da célula → aumenta a expressão de genes da GLUT-4 - GLUT-4: principal transportador de glicose dos tecidos ● Tecido adiposo ● Músculo esquelético ● Fígado - produção significativa apenas após meses (1-3m) → efeito glicemiante demora - início de ação lento - risco de alterações hepáticas e cardiovasculares: retirada do mercado pela anvisa - Efeitos colaterais: Edema, ganho de peso, risco de fraturas - Contraindicada: pacientes com IR e IH, ICC, gestantes e lactantes • Depende da presença de insulina • Potencializam a ação da insulina nos tecidos alvo • Diminui a liberação de glicose hepática • Agonista potente e altamente seletivo do receptor PPARγ • PPARγ modula a transcrição de vários genes responsivos à insulina (GLUT-4) envolvidos no controle do metabolismo da glicose e dos lipídeos • Diminui a resistência à insulina diminuindo glicose do sangue • Diminui TG livres (10-15%) e aumenta HDL Pioglitazona Único fármaco ainda no mercado (os outros com risco maior de alterações hepáticas e cardiovasculares). Moduladores da absorção de nutrientes no TGI Inibidores de Alfa-glicosidases Alfa-glicosidases convertem carboidratos complexos em monossacarídeos Acarbose (Glucobay®) Miglitol (Diastabol®) Voglibose → Retarda absorção do carboidrato Diminui absorção de carboidrato → controle da hiperglicemia pós-prandial - retém carboidrato no lúmen do intestino Não controla glicemia a longo prazo, apenas a pós-prandial → efeito diabético fraco → Estímulo de gliconeogênese, lipólise, uma vez que não haverá disponibilidade de glicose pela absorção de carboidrato Contraindicação - Diabetes Mellitus tipo 1; - Gestantes elactantes; - Portadores de doença intestinal inflamatória → aumentaria as cólicas intestinais Efeitos Colaterais - Flatulência, diarreia e dor abdominal → retenção de carboidratos - Efeito antidiabético fraco; Inibidores de SGLT2 SGLT2 - principal transportador responsável pela reabsorção renal de glicose. Canagliflozina (Invokana®) Dapagliflozina (Forxiga®) Empaglifozina (Jardiance®) Dapagliflozina + Metformina (Xigduo XR®) - Cerca de 180g é filtrada pelos rins e cerca de 90% desses 180g reabsorvida pelo transportador SGLT2 e volta para corrente sanguínea - Inibição → eliminação de excesso de glicose na urina → favorece os pacientes com diabetes Uso Clínico ● Aumentam a excreção de glicose (glicosúria); ● Perda calórica e redução de peso devido glicosúria; ● Uso em associação com outras drogas VO ou insulina. ● Combinação com metformina e Inibidores DPP-4 Contraindicações ● Diabetes Mellitus tipo 1; ● Insuficiência Renal Crônica (paciente urina menos) Efeitos Colaterais ● Risco aumentado de infecção genital (3-5%) e do trato urinário (1-2%) → glicose na urina favorece proliferação bacteriana ● Risco de fratura? (metabolismo do Ca2+) → Importante realizar teste de função das células beta-pancreáticas, pois ao longo do tempo o paciente com DM2 pode evoluir com insuficiência dessas células e necessitar de insulinoterapia Insulinoterapia Usada principalmente em pacientes com DM1 DM2 Excesso de glicose aumenta a produção de espécies reativas de oxigênio, principalmente nas células beta-pancreáticas → destruição dessas células - Produção de insulina defeituosa - Doença a longo prazo com glicemia não controlada Picos de secreção de insulina ao longo do dia: - Ocorre após as refeições (café, almoço e jantar) - Paciente diabético: pico ao longo de todo o dia Efeitos fisiológicos da insulina Insulina se liga ao seu receptor → parte intracelular do receptor sofre autofosforilação → fosfatos fosforilam vesículas com GLUT4 → vão para membrana → exposição do GLUT4 na membrana → permite entrada da glicose na célula DM1 se caracteriza por produção insuficiente de insulina, o tratamento medicamentoso depende da reposição desse hormônio, utilizando-se de esquemas e preparações variados e estabelecendo-se “alvos glicêmicos” pré e pós-prandiais para serem alcançados. A reposição da insulina deve tentar atingir o perfil mais próximo possível do fisiológico. Objetivos da insulinoterapia ● Diminuir os sintomas da hiperglicemia (fadiga, poliúria, perda de peso, etc) ● Prevenir e diminuir as descompensações agudas ● Prevenir e diminuir as complicações de órgãos alvo. ● O tratamento com insulina deve ser iniciado o mais rápido possível após o diagnóstico (geralmente dentro das 6 horas, em caso de cetonúria), para prevenir a descompensação metabólica e a cetoacidose diabética (CAD). → Dependendo do serviço, de 25 a 67% dos casos de DM1 na infância ainda são diagnosticados na vigência de CAD Objetivo: reposição da insulina basal (jejum) e controlar a glicemia pós-prandial Vias de administração: - SC, inalatória, IM, IV Dosagem: UI (unidades internacionais) Formulações: → Não apresentam todos os aminoácidos do peptídeo (insulina) apenas uma porção deles, o que origina o nome de cada um Ação ultra-rápida: Lispro, Asparte e Glulisina. - usadas em emergências - hiperglicemia muito elevada - ação quase imediata → Asparte tem uma formulação ainda mais rápida (faster aspart) que a ultra-rápida → Inalável também é mais rápida: Tecnosfera → início de ação em minutos Ação rápida: Insulinas regulares Ação intermediária: NPH Ação longa: Glargina, Detemir Ação ultra-longa: Glargina U300, Degludeca - sem pico, mantêm o nível de ação por um tempo prolongado → Insulinas de ação longa e ultra-longa demoram para fazer efeito mas o mantêm por período prolongado → É possível misturar o uso de insulinas de formulações diferentes (quando não interferem umas na outra) Tipos de insulina - Insulinas prandiais: usadas sempre antes das refeições, para evitar picos de glicemia pós-refeição - Insulina inalatória - prandial: - Insulinas basais: mantêm os níveis basais ao longo do dia Insulinas prandiais Ultra rápida ● Lispro ● asparte ● glulisina - Aplicadas 15 min antes das refeições (ou no momento) - Injeção SC ou infusão contínua SC (podem utilizar implantes) - Causam menos hipoglicemia que a regular: efeito rápido e de curta duração → Realizar teste de glicemia capilar antes da refeição, e de acordo com o valor ajustar a dose de insulina que deve ser administrada para controlar a glicemia pós-prandial Rápida ● Regular - Aplicada: 30-45 min antes da refeição (demoram mais para fazer efeito comparada com a ultra-rápida) - Risco de hipoglicemia tardia - 100UI/ml pode ser aplicada IV ou IM, mas a de 500 UI/ml só SC - Pode ser misturada com a NPH Insulina inalatória - prandial Ultra-rápida ● Tecnosfera - Inalação com dispositivo inalatório próprio. - Menor hipoglicemia e ganho de peso - Pode ser combinada com insulinas de longa ação e têm mais rápido início de ação e duração que as Subcutâneas - Custo mensal R$1300,00 - R$2000,00 - Efeito colateral: Tosse e irritação na garganta - Permitido apenas para maiores de 18a Insulinas basais Intermediária ● NPH - Aspecto turvo - Absorve gradualmente após injeção SC, - Início de ação 2-4 h. - Administrada 2-4x/dia, podendo ser junto com a regular ou ultra-rápidas Longa ● Glargina ● Detemir - Liberação gradual, sem pico, ao longo de 20-24h - Glargina 1x/dia; - Detemir 2x/dia - Menor ganho ponderal - Podem ser administrada em qualquer hora do dia, mas fixando esses horários Ultra-longa ● Glargina U300 ● Degludeca - Absorção lenta por depósito SC - Aplicação 1x/dia - Menor incidência de hipoglicemia: sem pico intenso de insulina → aumenta aos poucos e se mantém em nível basal - Maior flexibilidade de horário - NÃO pode ser misturada com nenhuma outra insulina Garante períodos de principais refeições e ao longo do dia Insulinas disponíveis pelo SUS - Lispro (ultra-rápida) - Regular (rápida) - NPH (intermediária) - Glargina (longa) Efeitos adversos - Hipoglicemia - Leve aumento de peso - Reação alérgica é rara - Lipoatrofia é rara, mais vinculada a preparados mais antigos. - Depressões na barriga - Lipohipertrofia/lipodistrofia - ação anabólica da insulina por aplicações sucessivas no mesmo local → mais comum - Áreas de edema → É necessário alterar o local de aplicação → Realizar prega cutânea antes de aplicar (SC) → precisa ser apenas no tecido subcutâneo (o fármaco não pode ir para região muscular)
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