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FACULDADE BAIANA DE DIREITO E GESTÃO Disciplina: Introdução à Filosofia Graduação em Direito Turma: T1A Professor: Jorge Freire Póvoas Carla Pirajá Aquery (71 98767-5469) Beatriz Tourinho Santos Gabriela Portugal Cordeiro Maria Carolina Azevedo Silva Lobo Maria Eduarda Lordello Kerckhof Reina Trabalho de Filosofia AV1 Salvador – Bahia 2022.1 Highlight 1) EXPLIQUE, APROFUNDE E EXEMPLIFIQUE COMO HERÁCLITO E PARMÊNIDES INFLUENCIAM NOS ENTENDIMENTOS FILOSÓFICOS DE PLATÃO E ARISTÓTELES. Os pré-socráticos foram os primeiros filósofos gregos da história e representaram a saída de um pensamento cosmogônico (utilizando do mito e da imaginação para explicar o mundo) para um pensamento cosmológico, que utilizava da razão para o entendimento da origem do universo. Esses filósofos influenciaram com suas ideias o pensamento de seus posteriores e contribuíram para os diversos tipos de conhecimentos adquiridos durante a evolução das sociedades. Nesse contexto, é possível perceber que as contribuições de dois grandes pré-socráticos Heráclito e Parmênides foram essenciais para outros dois importantes filósofos: Platão e Aristóteles. Primeiramente, percebe-se que Heráclito (cerca de 540-570 A.C) foi um dos principais defensores do mobilismo-devir. O filósofo entende o devir como atributo de transformação que modifica o próprio ser (o ser se transforma constantemente e esse movimento de transformação é devir; logo, o devir é ser), ou seja, “tudo é fluxo”, sendo uma das suas frases mais essenciais: “Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio, pois na segunda vez não somos os mesmos, e também o rio mudou”. Isso significa que com o passar do tempo, não apenas as águas do rio mudaram mas nós também mudamos e estamos em constante transformação. Heráclito afirmava, nesse sentido, que o FOGO representava o elemento que dava dinamismo à realidade, pois ele tudo transforma. Por sua vez, Parmênides (Cerca de 500-460 A.C) contraria o pensamento de Heráclito, não acreditando na existência do movimento, portanto foi um defensor de uma concepção monista dos seres, sendo sua frase mais importante: “o ser é, o não ser não é”. Nesse sentido, para o filósofo, o ser é imóvel e tudo no cosmos seria uma unidade, algo puramente imutável. Foi também responsável por introduzir, na Filosofia a diferença entre essência (imutável) e aparência (mutável). Diante dos temas abordados previamente, sobre o desenvolvimento da filosofia e seus principais precursores, sendo esses os pré-socráticos com destaque para Heráclito e Parmênides, introduz-se assim em uma linha contínua, os famosos e reconhecidos Platão e Aristóteles. Logo, é importante ressaltar como tudo está interligado em um só ciclo, tendo Heráclito e Parmênides realizado grande influência nos pensamentos desses reconhecidos filósofos. Dessa forma, analisa-se que Parmênides e Heráclito tiveram um grande impacto na conhecida alegoria do mito da caverna de Platão. No entanto, compreende-se que para se entender tal conexão é necessário, conhecer e se familiarizar com essa teoria. Essa simbologia representa a história de um grupo de homens que estavam aprisionados em uma caverna, presos por meio de mecanismos que só os viabilizava enxergar aquilo que as sombras projetavam, tendo como resultado uma visão quadrada e limitada de mundo, já que para eles só essa verdade existia. Posto isso ,certo dia, um dos homens consegue se desprender e assim alcançar o mundo exterior a caverna, descobrindo que a vida contemplava muito mais do que as sombras mostravam, logo retorna à caverna e tenta contar e convencer os outros companheiros de suas descobertas. Entretanto, os outros estão tão convencidos da realidade que lhes é mostrada e presos em sua ignorância, que não acreditam no rapaz. Baseando-se nessa alegoria, Platão cria a sua mais famosa teoria, sendo essa a do mundo das ideias ou teoria do conhecimento .Visto isso, ele separa o mundo em duas partes: o mundo sensível (dos fenômenos, é uma sombra do verdadeiro mundo e está em constante movimento) e o inteligível (o mundo das ideias e formas, onde tudo permanece na mesma forma ideal ).Portanto, após essa apresentação de ideias de Platão, pode-se concluir que a teoria exposta seria uma “resposta” para a dicotomia entre Heráclito e Parmênides, já que o pensamento do primeiro se relacionaria com o mundo sensível, pois está em constante movimento, está sujeito às ilusões dos sentidos(não se tem uma definição clara da realidade) e à multiplicidade das verdades. Já o pensamento do segundo, se relaciona com o mundo inteligível, pois é defendida uma ideia de que a verdade é imutável e uma só. Tal teoria pode ser exemplificada atualmente, com a chegada da vacina para o Corona vírus. Nesse contexto, a vacina representa algo fundamental para a manutenção da saúde pública e mesmo assim, algumas pessoas se recusam à tomá-la. Analogamente, essas pessoas estariam dentro da caverna e contrariam um pensamento que está no mundo inteligível e implicaria no bem comum. Seguindo essa temática, inicia-se os tópicos sobre Aristóteles e as influências de Heráclito e Parmênides em seus pensamentos. É possível perceber que apesar de ele ter sido discípulo de Platão por muito tempo, o filósofo não concordava com a separação entre os mundos realizadas antes por seu mestre. Acreditava que essa divisão não ocorria e que os dois mundos conviviam em um mesmo plano, sendo importante, na verdade, fazer uma ciência respeitada e entendida por todos. Estabelece então o conceito da lógica formal, que seria a forma correta de se pensar mas não implica a verdade, pois nem tudo que é correto, é verdadeiro. Sendo assim, ocorre uma crítica às ideias propostas anteriormente e uma desvinculação dos pensamentos antes elaboradas por Platão e Heráclito. Porém ainda é perceptível uma influência de Parmênides, pois esse defendia a ideia de um plano único e imutável, tal qual a base da base da teoria de Aristóteles em relação à ciência. 2) EXPLIQUE, APROFUNDE E EXEMPLIFIQUE COMO PATRÍSTICA, ESCOLÁSTICA, RACIONALISMO, EMPIRISMO PENSAM SUAS TEORIAS FILOSÓFICAS. A filosofia das ciências consiste em uma das mais antigas áreas da filosofia, pro-iniciada por Aristóteles. A filosofia medieval começou a ser dividida em duas vertentes, a patrística e a escolásticas, ambas apresentam métodos diferentes mas com os fundamentos iguais baseados na razão e na religião. Já a filosofia moderna consiste em uma visão antropocêntrica da filosofia, no qual coloca o ser humano como o principal objeto de estudo, que os filósofos dessa época tentavam a todo custo entender o conhecimento de modo geral, desse modo, o período moderno da filosofia teve como suas principais teorias etimológicas a do racionalismo e o do empirismo. A patrística é uma corrente filosófica que teve início no período de transição entre a antiguidade e a idade média. Seu nome é dado a presença dos primeiros padres da igreja católica, também conhecidos como os pais da igreja, que buscavam desenvolver uma filosofia que se aproximasse do pensamento cristão e do conhecimento religioso. Essa filosofia impulsionou o cristianismo na Europa e também ajudou a combater as heresias e os pagãos, assim, mostrando a necessidade de sua apologia com o cristianismo. Essa corrente necessitava a compreensão da relação entre a fé divina e o racionalismo científico, que além de gerar a racionalização da fé cristã, defendia que essa seria a essência da vida, e a partir dela, os homens passariam a realizar julgamentos morais, tendo como objetivo adquirir o controle religioso das áreas da ciência, educação e Estado. As ideias dessa corrente eram influenciadas pelo pensamento de Platão e nas suas teses neoplatônicas, mas incrementado uma visão cristã, onde seria adquirido umadefesa para a existência de um Deus onipotente que justificaria essa fé. O principal filosófico foi Santo Agostinho, bispo de Hipona, que explorava temas diferentes do platonismo cristão, buscando na razão a justificativa da fé, trazendo conceitos como o do livre arbítrio e também da teoria da guerra justa. Os principais temas da patrística estavam envolvidos com a vertente do maniqueísmo – a luta entre o bem e o mal-, ceticismo e neoplatonismo, tendo como exemplo a criação do mundo, a ressurreição e encarnação, além da teoria do corpo e alma. Assim, acreditando na fusão da fé com a razão, consequentemente, encontrando a verdade. A escolástica tem como seu apoiador o Santo Tomas de Aquino, que apresenta uma visão mais religiosa do mundo, apontando que o Estado é quem conduz o homem até certo ponto, já que em sua maioria o poder ficar concentrado nas mãos da igreja. Tendo como base teórica a junção entre a fé e a razão, que são utilizados para representar esse período, é inspirada nas ideias de Platão Aristóteles com um visão mais cristã, com base nas teorias da bíblia. Conhecida como uma filosofia em diálogo com a modernidade, ao nos referirmos à escolástica, estamos nos referindo ao método teleológico e filosófico de estudo, além de ter seus fundamentos baseados na razão. O racionalismo teve como seu principal filosofo, Rene Descartes, que acreditava que a razão, por influência matemática e da metafisica, era o principal meio para se alcançar a verdade e o conhecimento. Sendo assim, cria-se um método baseado na exatidão, o ceticismo inicial, a dúvida metódica, colocando a dúvida como um método de estudo. Em seu principal livro “Discurso do método”, Rene afirma a tesa das ideias inata, pensamento que consiste na teoria de que os pensamentos racionais humanos são inatos, ou seja, resultantes exclusivas da capacidade de pensar. Na concepção cartesiana, o ser humano já era criado com todas as ideias e conhecimentos possíveis dentro de sí, porém na medida que o homem vai adquirindo experiências ao longo da vida racional, ele vai descobrindo essas ideias dentro do intelecto. De tal modo, para defender sua tese, Rene cria regras para se alcançar a racionalidade: A evidência (aceitar como verdadeiro apenas o que é claro e distinto), a análise (dividir o problema/objeto de estudo em partes, similar a uma equação matemática), a síntese (resolver o problema do mais simples ao mais complexos) e por fim, a numeração (enumerar as partes do dilema para se ter uma melhor revisão/organização). Diante desse processo, descartes afirma que todas as verdades são questionáveis, seguindo nessa linha de pensamento, ele apresenta a sua famosa frase “Penso, logo existo”, pois a possibilidade de desenvolver ideias logicas e racionais indica a existência de um ser racional real. Um de seus principais estudos foi a comprovação da existência de Deus, para Descartes Deus existe, pois para ele o pensamento já é algo verdadeiro, visto que todo pensamento é a prova da sua existência. Mesmo que haja a dúvida de algo, a própria dúvida em si já é um pensamento, desse modo, o pensamento existe. O empirismo, também conhecido como uma “experiência sensorial”, se baseia na ideia de que o ser humano adquire seu conhecimento através de vivências no mundo externo ao longo de sua vida. Tendo como o seu principal teórico, John Locke, afirma que a mente é como uma “tábua rasa”, na qual nada foi escrito, e assim, adquire-se conhecimento por meio dos sentidos seguidos de um processo de reflexão interna para a absorção dos ensinamentos. Ao contrário do racionalismo, em que suas ideias são inatas, o empirismo enfatiza as experiências sensíveis para se obter conhecimento. Como apresentado na obra de Locke, “Ensaio sobre o Entendimento Humano”, ele apresenta um lado mais “psicológico” do conhecimento – apresentando diferenças entre as duas fontes possíveis para o conhecimento, a sensação e a reflexão - , ao contrário de Descartes que apresenta um caminho mais “lógico”. Dessa forma, conclui-se que a filosofia das ciências, abordadas ao logo do texto, são determinadas por seu contexto histórico, com abordagens de diferentes teóricos e pensadores à uma única ideia. Além de que a filosofia é um instrumento de subjetividade dos pensamentos humanos para trazer explicações ao mundo. Sendo um ramo da filosofia que reflete e questiona o saber científico, usando desse estudo como um complemento para explicar o fenômenos naturais da ciência e humanos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Descartes, René, 1596-1650 – Discurso do método / René Descartes; tradução de Paulo Neves. – Porto Alegre: L&PM, 2008. PENA; Roberto Carlos Amanajás & PENA; Maria do livramento Amanajás, 2013. "O Racionalismo De Descartes: Às Evidências Da Verdade," Contribuciones a las Ciencias Sociales, Servicios Académicos Intercontinentales SL, issue 2013-12, December. DESCARTES, R. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Coleção Os Pensadores). HIRSCHBERGER, Johannes. História da Filosofia na Idade Média. Trad. Alexandre Correia. São Paulo: Herder, 1966. SPINELLI, Miguel. Helenização e recriação de sentidos: a filosofia na época da expansão do cristianismo, séculos II, III, e IV. 2ª Edição Revisada e Ampliada. Caxias do Sul: EDUCS (Editora Universidade de Caxias do Sul), 2015. BOCAYUVA, Izabela. Parmênides e Heráclito: Diferença e Sintonia. Rio de Janeiro, 2011 ARISTÓTELES, Política. Trad. Torrieri Guimarães. São Paulo: Martin Claret, 2003. PLATÃO – A república. MARÍAS; Julián - História da Filosofia
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