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RADIOLOGIA FORENSE BREVE HISTÓRIA E SUAS APLICAÇÕES NA MEDICINA LEGAL1 DEMINSKI, G.2 RAMPI, G.3 RESUMO O presente artigo trata sobre a Radiologia Forense e possui como objetivo principal fazer com que se conheça mais sobre a utilização das técnicas radiológicas no âmbito das ciências forenses, sobretudo na Medicina Legal e mostrar a atuação do profissional da área radiológica nessa ciência. A metodologia escolhida para a realização deste estudo foi a pesquisa bibliográfica. Após a descoberta da Radiologia, o diagnóstico por imagem e a maneira como se tratam as doenças sofreu uma gigantesca revolução. A aplicação de suas técnicas na área forense permitiu que, não apenas o universo médico, mas também o jurídico e social pudessem ter enormes avanços. A Radiologia Forense pode ser considerada um método prático, rápido e objetivo. É importante ressaltar que a Radiologia assume proporções diferentes definidas pelo campo de estudo que se propõe. Palavras chave: Radiologia. Medicina Legal. Tecnologia. Forense. Investigação. Criminal. INTRODUÇÃO A medicina legal tem como finalidade estudar e resolver casos de mortes que podem ter sido violentas ou não, mostrando desta maneira a diferença entre uma morte de origem criminal, natural ou que possa ter sido acidental. A identificação de cadáveres humanos constitui uma tarefa minuciosa e complexa, mas também é uma das mais dignas no ramo das ciências forenses. Usando uma metodologia de trabalho baseada na pesquisa e análise bibliográfica este artigo deseja mostrar que dentre as tantas especialidades da Medicina Legal, a Radiologia Forense é uma de especial importância. A Radiologia Forense teve início um ano após a descoberta dos raios-X em 1895 pelo físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen, quando o mesmo identificou a presença de balas de chumbo alojadas na cabeça de uma vítima. 1 Artigo científico apresentado à disciplina Pesquisa em Radiologia da Escola de Educação Profissional ICSEC. 2 Gabriela Deminski – Aluna do curso Técnico em Radiologia da Escola de Educação Profissional ICSEC. 3 Grazieli Rampi – Aluna do curso Técnico em Radiologia da Escola de Educação Profissional ICSEC. 2 No período atual e com o avanço tecnológico, a Radiologia surge como um excelente suporte que dispõe de procedimentos que contribuem de maneira substancial para a eficácia da área forense no alcance de seu objetivo de identificar seres humanos e explicar mortes descobrindo sua real causa. Além de revolucionar o diagnóstico por imagem e a maneira como se tratam doenças e, principalmente de fraturas, com a descoberta dos raios X também permitiu a aplicação da tecnologia radiológica no universo jurídico e social. 1 Breve história da Radiologia Forense A Medicina Legal é uma especialidade da Medicina que surgiu na Itália em 1525, que abrange áreas de Direito e Medicina. Essa ciência em como finalidade estudar e resolver mortes, sendo elas casos violentos ou não, mostrando assim a diferença entre uma morte de origem criminosa, natural ou acidental. Com o avanço tecnológico, a Radiologia possui algumas modalidades que são de importante auxílio para a eficácia da área forense. A Radiologia Forense engloba o trabalho de averiguação, interpretação e avaliação dos exames e procedimentos radiológicos efetuados numa investigação criminal (KAHANA; HISS, 1999 apud FURTADO et al., 2018). As atividades de Radiologia Forense podem ser agregadas a trabalhos nas áreas de atuação da Antropologia forense, Traumatologia, Asfixiologia, Sexologia, Obstetrícia Forense, Antropologia Física Forense e Dactiloscopia. De acordo com o Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER, 2014), a Radiologia Forense é uma área pertencente ao radiodiagnóstico. A Radiologia Forense é considerada um método prático, rápido e objetivo que pode servir de auxílio para o poder judiciário como prova para a resolução de diversos tipos de crimes. É importante ressaltar que a Radiologia ganha delimitações diferentes definidas pelo campo de estudo que se propõe e, de certo modo, qualquer exame realizado com fins de embasamento jurídico pode ser compreendido como uma prática forense. Mesmo a Radiologia Forense sendo classificada como pertencente ao radiodiagnóstico, ela no âmbito do IML segue parâmetros muito específicos que a diferencia do contexto da Radiologia de clínica geral. Para realizar suas atividades com sucesso e atender aos objetivos da profissão, a Radiologia Forense envolve 3 diversos conhecimentos de ramos técnicos científicos como a física, ciências biologicas, ciências químicas, entre outras. O conhecimento sobre várias áreas da ciência possibilitam ao profissional desenvolver um bom trabalho de perícia. A Radiologia Forense pode ser dividida em estudos ante-mortem ou post- mortem. No estudo ante-mortem a Radiologia Forense é praticada em regiões de fronteira e de aeroportos na inspeção de cargas, bagagens e veículos para tornar mais difícil o tráfico de drogas e de pessoas, também em presídios para descobrir a ação de “mulas humanas”. Já os estudos post-mortem se concentram naqueles realizados junto à Medicina Legal, dentro dos Institutos Médicos Legais (IML). Na execução dos trabalhos em um Instituto de Medicina Legal (IML), a Radiologia entra como auxílio na recuperação de diversas provas que podem ser usadas em processos jurídicos e criminais. Todos esses processos são recorrentes nos IML’s onde a atuação do Radiologista Forense é indispensável. As atividades desenvolvidas pelo profissional de Radiologia são executadas junto ao legista (FURTADO et al., 2018). Como explica Andrade (2016, citado por FURTADO et al., 2018), são várias as possíveis áreas de atuação, desde examinar as causas da morte, reconstituindo a provável cena da morte, através do exame dos ossos e das lesões, com o auxílio de criminalistas e médicos forenses; investigar as lesões corporais resultantes de traumatismos de ordem física; identificar perturbações provenientes da privação de oxigênio, sendo ela completa ou incompleta, rápida ou lenta, externa ou interna; até atuar em processos de identificação humana, em casos de acidentes em massa, crimes e demais situações onde os corpos se encontram carbonizados, em avançado estado de decomposição ou já esqueletizados. Quando a Radiologia entra em cena em casos como mortes suspeitas de homicídio, devem ser realizadas radiografias do corpo inteiro, antes da autópsia ser realizada pelo legista. Essas radiografias devem ser analisadas para saber se existe a presença de doença pré-existente, trauma recente e antigo, ou se há a existência de corpos estranhos, como balas por exemplo (HILTON; EDWARDS, 1996 apud ANDRADE, 2016). Em um processo de identificação, existem critérios de imutabilidade importantes que precisam ser considerados e que se expressam por “características que não mudam ao longo dos anos” (FRANÇA, 2011 apud FURTADO et al., 2018). 4 Esse conjunto de fatores permitem a identificação devido a individualidade do esqueleto de cada ser humano. 1.1 Métodos de identificação forense – Radiologia Os corpos que chegam aos IMLs devido às circunstancias da morte e/ou estado de decomposição, muitas vezes não podem ser identificados levando em conta apenas características visíveis externamente, como a cor dos olhos, cor do cabelo, cor da pele, tatuagens etc. É de grande importância atribuir uma identidade a estes cadáveres. A resolução de possíveis crimes se inicia pela identificação correta e sem dúvidas da vítima. Atribuir a identidade de um cadáver não é tarefa fácil, trata-se de um trabalho que pode incluir diversos conhecimentos técnico-científicos. A identificação dos corpos pode ser definida como O processo pelo qual se determina a identidade de uma pessoa ou de uma coisa...identificar uma pessoa é determinar uma individualidade e estabelecer caracteres ou conjunto de qualidades que a fazem diferente de todas as outras e igual apenas a si mesma (FRANÇA, 2011 apud SÁ; KABAD, 2018, p. 4). Nos casos em que os corpos não podem mais ser reconhecidos utilizando características externas, passam a ser envolvidos neste trabalho os indicadores biológicos. Como relata Sá e Kabad (2018) estes indicadores baseiam-se nas características que são únicas de cada corpo, as chamadas assinaturas biológicas que podem confirmar ou excluir com determinada certeza a identidade, inclusive após a morte são características que continuam presentes. São exemplos de assinaturas biológicas o DNA, as impressões digitais, o tipo sanguíneo e também a morfologia do esqueleto, nesse ponto podem também ser reconhecidos radiologicamente. 1.2 Rastreamento radiográfico – localização de projéteis O Rastreamento Radiográfico tem como objetivo principal localizar projéteis de arma de fogo em vítimas de PAF (perfuração por arma de fogo) ou qualquer outro corpo estranho que possa estar relacionado com a causa da morte. 5 Nos casos de PAF ocorre que os orifícios de entrada destes projéteis muitas vezes não coincidem com o local exato onde acabar por se alojar. Uma vez que penetra no corpo o projétil tende a mudar sua trajetória dificultando sua localização sem o estudo radiográfico. Eles geram lesões perfuro contusas, que são aquelas “produzidas por um mecanismo de ação que perfura e contunde ao mesmo tempo. Na maioria das vezes, esses instrumentos são mais perfurantes que contundentes” (FRANÇA, 2011 apud SÁ; KABAD.,2018, p.7).Como ressaltam Sá e Kabad (2018), a recuperação destes projéteis alojados em locais diferentes de sua trajetória imaginada é importante, pois a necropsia de um cadáver baleado sem a realização de um Rastreamento Radiológico e consequente, a localização e coleta dos projéteis torna-se incompleta e passível de no futuro existirem questionamentos judiciais, o que leva a exumação do cadáver e gastos desnecessários, porém nem todos os estados brasileiros dispõem destes recursos ou quando dispõe possuem equipe pouco capacitada e ou equipamentos desatualizados, sem manutenção e consequentemente, sem condições de uso. 1.3 Posicionamento, incidências e fatores de exposição Sem sombra de dúvida, o exame de um cadáver impõe um desafio extra quando se trata do posicionamento, das incidências e fatores de exposição. Contudo um dos objetivos centrais da aplicação da Radiologia Forense em casos de homicídio é a localização do projétil de arma de fogo, sendo assim, o fato de uma pequena rotação ou inclinação inadequada da área a ser examinada não traz grandes implicações à análise. De modo geral, nos exames que tem como objetivo a localização de projéteis trabalha-se com imagens panorâmicas que são as radiografias que abrangem grandes áreas anatômicas (BOISSON, 2007 apud SÁ; KABAD., 2018). A lógica de usar a maior extensão do receptor de imagem, mesmo para áreas pequenas, é justamente para conduzir um rastreamento e evitar que algum projétil não seja visualizado por se encontrar encoberto ou alojado nos tecidos moles, por exemplo. Os obstáculos associados à dificuldade de um correto posicionamento podem ser superados uma vez que o profissional de Radiologia esteja focado na localização do projétil. Algumas vezes é necessário repetir o exame e em alguns casos o projétil não é localizado mesmo como os recursos disponíveis da 6 Radiologia. A utilização de fatores de exposição adequados, pico de quilovoltagem (Kv), miliamperagem (mA) e tempo, são de extrema importância sobretudo em sistemas convencionais. Bontrager (2003) descreve quatro variáveis que influenciam a qualidade das imagens, sendo eles densidade, contraste, detalhe e distorção. Os fatores de exposição se associam aos dois primeiros, a densidade se refere ao grau de enegrecimento da imagem que é ajustado principalmente através do mAs. Já o contraste tem como objetivo tornar detalhes mais visíveis tendo o KV como principal fator de controle. 1.4 Avanços tecnológicos na radiologia forense Os avanços da Radiologia Forense aplicada à Medicina Legal estão associados, de certa forma, à utilização de equipamentos mais caros e de tecnologia mais avançada como os tomógrafos. A Virtópsia tem, por definição, a investigação não invasiva realizada por um exame radiológico anatômico de um cadáver. Como exemplificam os autores Sá e Kabad (2018), seu objetivo é fornecer à justiça respostas sobre as condição da pessoa ou as causas que levou à sua morte. Hoje já é possível, com o enorme desenvolvimento dos métodos de imagem a aplicação desse método para fins forenses na reunião documentação consistente de maneira não invasiva. As autópsias convencionais são invasivas, mas graças aos Raios X não há necessidade de cortar o corpo. Portanto, é especialmente útil para certas religiões que não permitem a mutilação post-mortem dos corpos. Diferentemente dos métodos convencionais, como comenta Barbosa et al. (2017), a Virtópsia utiliza técnicas da tomografia computadorizada e ressonância magnética abrindo horizontes para novas perspectivas na área forense. Outras técnicas de imagem estão sendo amplamente utilizadas, técnicas essas que oferecem muitas vantagens como a reconstrução facial digital. Como os mesmos ainda exemplificam, “a ideia é permitir, ampliar informações que ajudem e melhorem as chances de reconhecimentos dos familiares quando são encontrados restos mortais sem identificação” (BARBOSA et al., 2017, p.6). Estes métodos permitem identificar pontos craniométricos nos esqueletos e demonstrar características físicas que se demorariam meses para serem 7 identificadas. Estes pontos, associados com softwares avançados podem conseguir chegar a reconstruções faciais em 3D, ajudando a aumentar informações para melhorar o reconhecimento pelos familiares quando são encontrados apenas restos mortais sem identificação (SILVESTRE, 2014; CARVALHO, 2009 apud BARBOSA et al., 2017). Figura 1. Reconstrução facial a partir da tomografia do crânio. Fonte: BARBOSA et al., 2017 A Radiologia Forense, sendo assim também está sendo utilizada na identificação, estimativa de idade e para estabelecer uma causa da morte. Quer se trate de um único caso ou de mortes em massa. 2 RESULTADOS E DISCUSSÕES A Radiologia Forense é uma área de atuação dentro da Medicina Legal que dispõe de procedimentos que contribuem de maneira satisfatória para que se possa identificar seres humanos, explicar mortes e descobrir sua real causa. Baseando-se na literatura estudada percebe-se que, como explica Andrade (2016, citado por FURTADO et al., 2018), as possíveis áreas de atuação do profissional de Radiologia são diversas, podendo transitar desde examinar as causas da morte, reconstituir a provável cena da morte, investigar as lesões corporais resultantes dos traumas de ordem física; identificar perturbações causadas pela falta de oxigênio, até atuar em processos de identificação de restos mortais humanos, em casos de acidentes, crimes e situações onde os corpos se encontram carbonizados ou em um estado de decomposição muito avançado. 8 Corroborando com Andrade, França (2011, citado por FURTADO et al., 2018) explica que em um processo de identificação, existem critérios que não se alteram e que são muito importantes, que precisam ser considerados e que se expressam por “características que não mudam ao longo dos anos” Esse conjunto de fatores permitem a identificação devido a individualidade do esqueleto de cada ser humano. Ainda com o auxilia dessa área da Radiologia, pode-se localizar corpos estranhos nos corpos, como por exemplo, projéteis de arma de fogo, que tenham relação com a causa da morte; pode-se também encontrar eanalisar ferimentos ósseos que possam ajudar a esclarecer as circunstancias da morte. CONSIDERAÇÕES FINAIS As áreas forenses causam, naturalmente, curiosidade por terem como objeto de estudo cadáveres humanos e suas causas de morte. Seu objetivo pode ser resumido como a reconstrução de fatos, usando para isso diversas ciências para conseguir alcançar a identificação de um corpo e a descrição das circunstâncias do óbito. A escolha deste assunto teve como uma de suas finalidades mostrar a utilização das técnicas radiológicas junto das ciências forenses, sobretudo seu auxílio na Medicina Legal. Analisando a história e as aplicações da Radiologia Forense, focando na sua atuação nessa área da Medicina, tem-se claro que sua contribuição é de extrema importância. Seus procedimentos tornam a área forense cada vez mais eficaz e precisa no alcance de seu objetivo maior: identificar seres humanos e explicar a causa e circunstância de suas mortes. Após a descoberta da radiologia, o diagnóstico por imagem e a maneira como se tratam as doenças sofreu uma gigantesca revolução, principalmente quando se fala de fraturas. Sua aplicação na área forense permitiu que, não apenas o universo médico, mas também o jurídico e social sofressem enormes progressos. REFERÊNCIAS ANDRADE, Simone Aparecida Fernandes de. A atuação do técnico e do tecnólogo em radiologia na área forense. 2016. Disponível em: <http://revista.lusiada.br/index.php/ruep/article/view/698>. Acesso em: 10 maio 2019. http://revista.lusiada.br/index.php/ruep/article/view/698 9 BARBOSA, Jaqueline dos Santos; DIAS, Silvana de Souza; ROCHA, Glauber; JUNIOR, Paulo Roberto Buzo. Radiologia Forense. 2017. Rev. Conexão Eletrônica, Três Lagoas: v. 14, n. 1, p. 1966-1975. Disponível em http://revistaconexao.aems.edu.br/wp-content/plugins/download- attachments/includes/download.php?id=1570>. Acesso em: 02 jun. 2019. BONTRAGER, Kenneth Lampignano. Tratado de técnica radiológica e base anatômica. 5. ed., Guanabara, Rio de Janeiro: Guanabara, 2003 CONTER (Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia). Radiologia forense: história, aplicações e mercado de trabalho. 2014. Disponível em: <http://www.conter.gov.br/site/noticia/profissao-rx>. Acesso em: 26 maio 2019. FURTADO, Gil Dutra; SOBRAL, Felipe Eduardo da Silva; SILVA, Aleudson dos Santos; QUIRINO, Ádrya Hybia de Lima; SAMPAIO, Ana Carolina Assis. Radiologia Forense e sua Atuação: Uma Breve Revisão. 2018. Disponível em: <http://www.environmentalsmoke.com.br/index.php/EnvSmoke/article/view/29/33>. Acesso em: 15 maio 2019. SÁ, Leanderson Luiz de; KABAD. M.C.S. Radiologia forense: fundamentos e aplicação na medicina legal. 2018. 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