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Hipertensão portal A hipertensão portal pode ocorrer por causas: - Pré-hepáticas: ● Trombose de veia porta. ● Trombose de veia esplênica. - Intra-hepáticas, que ocorre em 95% dos casos: ● Pré-sinusoidal: na esquistossomose. ● Sinusoidal: na cirrose. ● Pós sinusoidal: na síndrome veno-oclusiva. - Pós hepáticas: ● Síndrome de Budd- Chiari. ● Insuficiência cardíaca direita crônica. ● Obstrução da veia cava inferior É caracterizada por um aumento da pressão no sistema porta > que 5 mmHg e pode desencadear complicações como: - Esplenomegalia. - Circulação colateral abdominal. - Ascite: ● Extravasamento nos sinusóides hepáticos (mais comum). ● Extravasamento nos capilares mesentéricos (menos comum). ● Nos casos com cirrose envolvida ativação do SRAA. Mas principalmente, sangramento do TGI por ruptura das varizes e encefalopatia. Diagnóstico: - USG Doppler. - Endoscopia digestiva alta. Tratamento: - Tratar causa. - Dieta hipossódica. - Se ascite diuréticos (furosemida+espironolactona). - Se encefalopatia avaliar demais distúrbios metabólicos/lactulona. - Avaliação de risco de sangramento de varizes. - Profilaxia primária ligadura ou beta-bloqueador não seletivo. - Beta-bloq geralmente é indicado quando há maior risco de sangramento. - Varizes médio/grande calibre. - Varizes com red spots. - Cirrose descompensada (Child B ou C). - Profilaxia secundária após 1º sangramento, indicado beta-bloqueador e avaliação de ligadura. Ascite É o acúmulo de líquidos na cavidade peritoneal que ocorre como resultado de pressões elevadas nas veias hepáticas, portais e sistêmicas que drenam para o peritônio. A principal causa é a hipertensão portal, mas também pode ocorrer por: - Insuficiência Cardíaca Congestiva. - Neoplasias. - Tuberculose. A ascite de início recente deve ser puncionada. No líquido ascítico é necessário pesquisar: - Aspecto: ● Citrino. ● Turvo. ● Hemorrágico. ● Quiloso. ● Bilioso. - Exames de rotina: ● Albumina para calcular o GASA. ➔ GASA = albumina no soro – albumina no líquido ascético. ➔ GASA > 1,1 → Alto gradiente de albumina (“transudato”): Hipertensão portal e ICC PTN>2,5g/dL ICC. PTN<2,5/dL HP. ➔ GASA < 1,1 Baixo gradiente de albumina (“exsudato”): Doenças do peritônio (inflamatória ou infecciosa) / Carcinomatose peritoneal e tuberculose. ● Proteínas. ● Celularidade é o diferencial. - Demais exames: ● Citologia oncótica. ● Culturas. ● Triglicerídeos, bilirrubinas, amilase, glicose, LDH, proteína total. Cirrose Hepática Pode ser o estágio final de qualquer doença hepática crônica. É um processo difuso caracterizado por fibrose e pela conversão do parênquima normal em nódulos estruturalmente anormais. - Esses nódulos regenerativos perdem a organização lobular normal e são circundados por tecido fibroso. Etiologia - Principais causas: ● Hepatite C crônica. ● Doença hepática alcoólica. ● Doença hepática gordurosa não alcoólica. ● Hepatite B crônica. Fisiopatologia - As células estreladas hepáticas, conhecidas como células de Ito ou células perissinusoidais estão localizadas no espaço de Disse, entre os hepatócitos e as células endoteliais sinusoidais. Normalmente as células estreladas são quiescentes e servem como principal local de armazenamento de retinóides (vitamina A). 1. Em resposta a uma lesão, as células estreladas se tornam ativadas como resultado da perda dos seus depósitos de vitamina A, proliferam, desenvolvem um retículo endoplasmático granular proeminente e secretam matriz extracelular (colágeno tipo 1 e 3, proteoglicanos sulfatados e glicoproteínas). Além disso, se tornam miofibroblastos hepáticos contráteis. 2. Diferentemente de outros capilares, os sinusóides hepáticos normais necessitam de uma membrana basal. As células endoteliais sinusoidais possuem extensas fenestrações que permitem a passagem de grandes moléculas, com peso molecular maior que 250 mil. 3. A deposição de colágeno no espaço de Disse que ocorre na cirrose, leva à perda da defenestração das células endoteliais sinusoidais. 4. Há alteração nas trocas entre o plasma e os hepatócitos, resultando na diminuição do diâmetro do sinusóide, o que é ainda mais exacerbado pela contração das células estreladas. Complicações As duas principais da cirrose são: 1. Hipertensão portal acompanhada de estado circulatório hiperdinâmico. 2. Insuficiência hepática. Também pode tornar-se complicada por infecção, quando é denominada peritonite bacteriana espontânea e pela insuficiência renal funcional, que é chamada síndrome hepatorrenal. As varizes e a hemorragia varicosa são consequências diretas da hipertensão portal. A ascite é resultante da hipertensão portal e pode estar complicada por uma infecção. A encefalopatia é resultante do desvio portossistêmico e da insuficiência hepática já icterícia resulta unicamente da insuficiência hepática. Sinais e sintomas - Inicialmente assintomáticos ou oligossintomáticos: ● Fadiga. ● Náuseas, vômitos. ● Hiporexia. - Na evolução alteração da metabolização de estrógenos: ● Hiperestrogenismo. ➔ Eritema palmar. ➔ Telangiectasias (aranhas vascular). ➔ Redução da libido. ➔ Impotência. ➔ Atrofia testicular. ➔ Atrofia muscular. ➔ Rarefação de pelos. ➔ Ginecomastia. ● Hipoandrogenismo. - Fase descompensada: ● Complicações da hipertensão porta: ➔ Varizes esofágicas/gástricas. ➔ Sangramentos. ➔ Ascite. ➔ Circulação colateral abdominal. ➔ Esplenomegalias. ● Complicações das disfunções hepatocelular: ➔ Icterícia. ➔ Coagulopatias. ➔ Encefalopatia. ➔ Síndrome hepatorrenal. ➔ Síndrome hepatopulmonar. ➔ Ascite Diagnóstico - Clínicos: sinais indiretos de cirrose. - Laboratoriais: ● Enzimas hepáticas (TGO, TGP, GGT, FA). ● Função hepática (BTF, albumina, coagulograma, amônia). ● Hemograma (plaquetopenia). ● Sorologias para hepatite B, hepatite C, HIV, esquistossomose* ● Exames metabólicos: colesterol, triglicerídeos. ● Autoimunidade: FAN, Ac anti-músculo liso, anti-mitocôndria, anti-LKM1. ● Ceruloplasmina, alfa-1-antitripsina, ferritina. - Imagem USG hepático (com doppler): ● Fígado rombo, parênquima heterogêneo. ● Redução do lado direito e aumento do esquerdo. ● Sinais de hipertensão portal no doppler. - Endoscopia varizes gástricas ou esofágicas. - Dúvida diagnóstica? ● Elastografia. ● Biópsia hepática para diagnóstico de cirrose atualmente é menos comum. ● Padrão-ouro, mais usado quando dúvida da etiologia atualmente. Classificação e prognóstico. - Classificação de CHILD - TURCOTTE - PUGH. - Critérios de West-Haven - Manejo: ● Ascite: Orientar dieta hipossódica, diuréticos. ➔ Avaliar paracentese de alívio cuidado se volume >5L fazer albumina! ➔ Casos refratários shunt porto-sistêmico (ex: TIPS), tx hepático ● Acompanhamento com endoscopias para avaliar progressão das varizes ➔ Avaliar necessidade de ligaduras, beta-bloqueador. ● Screening para CHC USG + alfa-fetoproteína seriados ● Listar para tx hepático: Cirrose descompensada (geralmente MELD >15), sintomas refratários. Síndrome hepatorrenal - Insuficiência renal aguda com parênquima renal intacto. - Que não responde a volume! - Comum em paciente com ascite intensa que descompensa. - Vasoconstrição renal intensa desregulação de fatores vasoconstritores e vasodilatadores. Síndrome hepatopulmonar - Vasodilatação intensa do leito pulmonar. - Shunt dentro do pulmão: Sangue passa e não oxigena. - Hipoxemia. - Tratamento: transplante.
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