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TEORIA-DA-PERSONALIDADE-E-TEMPERAMENTO

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1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 TEORIAS DA PERSONALIDADE ............................................................... 4 
2.1 Abordagens da Personalidade ............................................................. 5 
2.2 Perspectiva Psicanalítica ...................................................................... 6 
2.2.1 Freud .............................................................................................. 7 
2.3 Perspectiva Neo-Analítica .................................................................... 9 
2.3.1 Jung................................................................................................ 9 
2.3.2 Adler ............................................................................................. 10 
2.3.3 Horney .......................................................................................... 10 
2.3.4 Sullivan ......................................................................................... 11 
2.3.5 Erikson ......................................................................................... 11 
2.3.6 Fromm .......................................................................................... 11 
2.4 Perspectiva Humanista....................................................................... 12 
2.4.1 Rogers .......................................................................................... 12 
2.4.2 Maslow ......................................................................................... 13 
2.5 Perspectiva da Aprendizagem ............................................................ 13 
2.5.1 Skinner ......................................................................................... 13 
2.5.2 Bandura ........................................................................................ 13 
2.5.3 Rotter ............................................................................................ 13 
2.6 Perspectiva Cognitiva ......................................................................... 14 
2.6.1 Kelly.............................................................................................. 14 
2.6.2 Mischel ......................................................................................... 15 
2.6.3 Beck ............................................................................................. 15 
2.7 Perspectiva das Disposições .............................................................. 15 
2.7.1 Allport ........................................................................................... 15 
 
 
2 
 
2.7.2 Cattell ........................................................................................... 15 
2.7.3 Eysenck ........................................................................................ 16 
2.8 Perspectiva Psicobiológica ................................................................. 17 
2.8.1 Gray.............................................................................................. 17 
2.8.2 Tellegen ........................................................................................ 18 
2.8.3 Zuckerman ................................................................................... 18 
2.8.4 Cloninger ...................................................................................... 18 
3 TEMPERAMENTO .................................................................................... 20 
3.1 Temperamento de Galeno .................................................................. 21 
3.2 Teorias Contemporâneas do Temperamento ..................................... 23 
3.2.1 Carl Gustav Jung .......................................................................... 23 
3.2.2 Adler ............................................................................................. 24 
3.3 Temperamento na Visão Empírica ..................................................... 25 
3.3.1 Gerard Heymans .......................................................................... 25 
3.3.2 Ernst Kretschmer .......................................................................... 26 
3.3.3 Ivan P. Pavlov .............................................................................. 27 
3.4 Estudos Contemporâneos .................................................................. 29 
3.4.1 Eysenck ........................................................................................ 29 
3.4.2 Teplov ........................................................................................... 30 
3.4.3 Thomas e Chess .......................................................................... 31 
3.4.4 Goldsmith ..................................................................................... 32 
3.4.5 Buss e Plomin .............................................................................. 33 
3.4.6 Rothbart ........................................................................................ 33 
3.4.7 Windle e Lerner ............................................................................ 34 
3.4.8 Strelau .......................................................................................... 34 
4 REFERÊNCIAS ........................................................................................ 39 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
4 
 
2 TEORIAS DA PERSONALIDADE 
 
Fonte: revistamedicinaintegrativa.com 
Desde os primórdios, o conceito de Personalidade vem sofrendo significativas 
mudanças, o que leva a perceber que esta temática bem como de todas as 
componentes intimamente relacionadas é bastante complexa. 
Diante inúmeras definições, segundo Carver et Scheier (2000, apud 
HANSENNE, 2003) de forma resumida destacam alguns pontos: 
I. A personalidade não corresponde a uma justaposição de peças, mas 
sim representa uma organização; 
II. A personalidade não se encontra num local específico. Ela é ativa e 
representa um processo dinâmico no interior do indivíduo; 
III. A personalidade corresponde a um conceito psicológico cujas bases 
são fisiológicas; 
IV. A personalidade é uma força interna que determina como o indivíduo se 
comportará; 
V. A personalidade é constituída por padrões de respostas recorrentes e 
consistentes; 
 
 
5 
 
VI. A personalidade não se reflete apenas numa direção, mas sim em 
várias, à semelhança dos sentimentos, pensamentos e 
comportamentos. 
É importante destacar de forma superficial as noções de temperamento, de 
caráter e de traços da personalidade, tendo em vista que o temperamento é definido 
como “traços inatos” da personalidade, onde sua origem iminentemente genética, 
enfatizando também o fato que os temperamentos podem ser modificados através da 
experiência, independentemente da base hereditária que apresentam (BUSS & 
PLOMIN, 1984 apud HANSENNE, 2003). Por sua vez, o caráter segundoo modelo 
de Cloninger et al. (1993, apud HANSENNE, 2003) é definido por disposições 
duradouras, aparecendo tardiamente na vida do indivíduo, e que modificam os 
temperamentos base. 
É claro que esta noção nada tem a ver com a ideia do senso comum, cuja 
palavra “carácter” é empregada para realizar algum tipo de apreciação como 
“Este sujeito possui um carácter forte”, e quer seja uma expressão positiva 
ou negativa, constitui sempre um juízo moral. Quanto ao traço de 
personalidade, representa uma característica durável, a disposição do 
indivíduo para se comportar de uma determinada forma em diversas 
ocasiões, e deste modo a noção de traço substitui afavelmente a noção de 
carácter (BAPTISTA, 2008). 
Os traços habituais, são por exemplo, a impulsividade, a generosidade, a 
timidez, a sensibilidade, a empatia ou honestidade (HANSENNE, 2003). 
2.1 Abordagens da Personalidade 
Segundo Baptista (2008) existem duas grandes vias de abordagem relacionada 
ao estudo da personalidade: abordagem idiográfica e a nomotética. 
 A abordagem ideográfica (1), julga o indivíduo como uma pessoa inteira e 
única e seu processo consiste na concentração de um indivíduo e na análise das suas 
características em diferentes situações. 
 
 
 
6 
 
 
Fonte: psicologia.com.pt 
Já a abordagem nomotética (2) visa que as regras sejam aplicadas a vários 
indivíduos, estudando as características de um vasto número de indivíduos, 
comparando-os entre si (Hansenne, 2003). 
 
Existem muitas teorias que estudam a personalidade: 
2.2 Perspectiva Psicanalítica 
 
Fonte: www.vittude.com 
 
 
7 
 
 A Perspectiva Psicanalítica tem Freud como autor. 
 
2.2.1 Freud 
 
Os elementos mais importantes da teoria de Freud são: 
*Personalidade é um conjunto dinâmico constituído por componentes em 
conflito, dominadas por forças inconscientes; 
*A sexualidade tem um papel crucial nesta teoria. 
Ainda traz a primeira tópica e a segunda tópica, sendo o inconsciente, o pré-
consciente, consciente e o Id, Ego e Superego, respectivamente. 
De acordo com o trabalho de Bock, Furtado & Teixeira (2001), no livro "A 
Interpretação dos Sonhos", Freud discutiu o conceito de estrutura e funcionamento da 
personalidade. Na teoria da Psicanálise, ele propôs o conceito de divisão do aparelho 
psíquico: 
1. Inconsciente – Diz respeito ao conjunto de conteúdos reprimidos que não se 
fazem presentes no campo da consciência. Tais conteúdos reprimidos não estão 
acessíveis pelos sistemas pré-consciente e consciente, pois são crivados por 
censuras internas. 
 2. Pré-Consciente – Concebido como o sistema, cujos conteúdos permanecem 
acessíveis ao consciente em algum momento. 
3. Consciente – Sistema que recebe tanto as informações do mundo exterior, 
quanto do mundo interior, apresentando-se a percepção acerca deste mundo, como 
também a atenção e o raciocínio (BOCK, FURTADO & TEIXEIRA, 2001). 
Freud introduziu os conceitos de id, ego e superego em sua teoria do aparelho 
psíquico. Esses conceitos envolvem o sistema de personalidade. 
Freud apud Bock, Furtado & Teixeira (2001) afirma que: 
 Id – Se constitui enquanto um reservatório da energia de ordem psíquica, lócus 
das pulsões de vida e de morte. O id é regido pelo prazer. 
Ego – Responsável por equilibrar as exigências do id com as exigências da 
realidade e as ordens advindas do superego, regulando e alterando o princípio do 18 
prazer para conseguir a satisfação, possuindo as seguintes funções: percepção, 
memória, sentimentos e pensamento. 
 
 
8 
 
Superego – Origina do complexo de Édipo, por meio da internalização das 
proibições, dos limites e da autoridade. O superego tem as funções de regular a moral 
e os ideais, baseado nas exigências sociais e culturais. 
Segundo Freud (1964 apud HANSENNE, 2003), existem 5 fases no 
desenvolvimento da personalidade, sendo estas a oral, a anal, a fálica, o período de 
latência e a fase genital. 
Freud descobriu que o indivíduo se desenvolve por meio de um processo 
denominado psicossexual cuja função está relacionada à sobrevivência e encontra 
prazer no próprio corpo. Nesse corpo foi encontrada excitação sexual, o que levou 
Freud a especular sobre as seguintes etapas do desenvolvimento sexual: 
– Fase oral (a zona de erotização é a boca); 
– Fase anal (a zona de erotização é o ânus); 
– Fase fálica (a zona de erotização é o órgão sexual) (BOCK, FURTADO e 
TEIXEIRA, 2001). 
De acordo com Freud (apud BOCK, FURTADO e TEIXEIRA, 2001, p. 97), após 
essas etapas, ocorre o período de latência, que se estende até a puberdade e se 
caracteriza pela diminuição da atividade sexual. A puberdade é o estágio final do 
desenvolvimento sexual: o estágio genital. A característica desse estágio é que o 
objeto de desejo não está no corpo em si, mas fora do indivíduo. 
 
 
9 
 
2.3 Perspectiva Neo-Analítica 
 
Fonte: pt.vecteezy.com 
Na Neo-Analítica, destaca-se entre os autores: Jung, Adler e Erickson 
 
2.3.1 Jung 
 
O autor Jung rejeitando a teoria da sexualidade de Freud, construiu a 
interpretação dos sonhos de forma diferente. Em sua teoria destaca-se que o 
inconsciente é dividido em duas entidades diferentes, o inconsciente pessoal e o 
inconsciente coletivo, sendo este último constituído por arquétipos. 
Jung, ainda considerou duas atitudes distintas, a introversão e a extroversão e 
paralelamente a isto, definiu 4 funções psicológicas: 
1- Pensamento; 
2- Impressões; 
3- Sensações, 
4- Intuições. 
Fomentou também que o desenvolvimento da personalidade é encarado 
segundo 4 fases: 
Infância; 
 
 
10 
 
Juventude; 
Middle age, 
Old age. 
 
2.3.2 Adler 
 
O autor Adler (1927 apud HANSENNE, 2003), considerou que o indivíduo 
sendo uma pessoa inteira, passa da imaturidade para a maturidade. O autor refere 
que os indivíduos é quem decidem sobre suas vidas e independentemente dessa 
decisão, buscam alçar a perfeição naquilo que estabelecem para si mesmos. 
Em sua teoria, um dos tópicos fundamentais se atrela a ideia de que o homem 
deve cumprir 3 tarefas na vida: 
I- Inserir-se na sociedade; 
II- Consagrar tempo a um trabalho, 
III- Desenvolver relações amorosas. 
 É através destas 3 tarefas que a criança desenvolve os seus interesses 
sociais. 
 
2.3.3 Horney 
 
Para Horney (1945 apud HANSENNE, 2003), a personalidade não é 
exclusivamente determinada por pulsões inconscientes, nem a libido constitui fonte 
energética das pulsões. A autora argumenta ainda, para que a criança adquira um 
desenvolvimento normal da personalidade é necessário que o ambiente social da 
mesma permita que ela adquira confiança em si mesmas e nos outros. Se o ambiente 
não oferecer essas evidências, poderá desenvolver ansiedade e apresentar 
necessidades neuróticas. 
De acordo com Baptista (2008), Horney descreveu 3 disposições que os 
indivíduos verificam perante si próprios e diante dos outros para reduzir a ansiedade. 
Essas 3 maneiras de viver, pensar e comportar constituem 3 tipos de personalidade: 
1) Submisso, 
2) Agressivo 
3) Desligado. 
 
 
 
11 
 
2.3.4 Sullivan 
 
Conforme Sullivan (1953 apud HANSENNE, 2003) escreveu, a personalidade 
é instituída pela configuração duradoura das situações interpessoais recorrentes que 
caracterizam uma vida humana. O conjunto destas relações a “dois” começa com a 
relação com a mãe e termina com a escolha do parceiro. Relatou também que existem 
dois tipos de tensões provenientes das experiências que vivemos: 
I. Necessidades Físicas, 
II. Ansiedade Interpessoal. 
Baptista (2008) acrescentou que Sullivan considerava que a personalidade se 
desenvolve conforme 6 estágios do desenvolvimento da infância à adolescência, se 
encontrando cada um centrado numa relação interpessoal única. 
 
2.3.5 Erikson 
 
O autor Erikson (1968 cit in Hansenne, 2003), elaborou a teoria que 
compreende que o desenvolvimento da personalidade ocorre em 8 estágios 
psicossociais (relaçãoexistente entre o desenvolvimento psicológico do indivíduo e o 
contexto social). As referidas etapas compreendem 4 fases na infância, 1 durante a 
adolescência e 3 no decorrer da vida adulta (BAPTISTA, 2008). 
 
2.3.6 Fromm 
 
Segundo o autor Fromm (1976 apud HANSENNE, 2003), a personalidade 
deriva da interação dinâmica entre necessidades inerentes à natureza humana e as 
forças exercidas pelas normas sociais e pelas instituições. Nesse entendimento 
acredita-se na existência de 8 necessidades e atribuída relativa importância aos 
caracteres, que podem ser do tipo individual ou do tipo social. 
 
 
12 
 
2.4 Perspectiva Humanista 
 
Fonte: amenteemaravilhosa.com.br 
Na abordagem Humanista é citado os autores Rogers e Maslow. 
 
2.4.1 Rogers 
 
Rogers (1961 apud HANSENNE, 2003), considerou o sujeito na sua totalidade, 
conferindo grande importância à criatividade, intencionalidade, livre-arbítrio e 
espontaneidade. Rogers atribui um lugar importante à noção de “si”, definindo a forma 
como as experiências são vividas e a forma como se apreende o mundo. Dentro dessa 
base, foi criado o Q-sort, e conforme o autor, a personalidade é desenvolvida no 
ambiente que conste com 3 fatores primordiais: 
1. Empatia; 
2. Visão Positiva, 
3. Relações Congruentes. 
 
 
 
 
 
13 
 
2.4.2 Maslow 
 
 Maslow (1962 apud HANSENNE, 2003), ao considerar os indivíduos como 
fundamentalmente bons, racionais e conscientes, entendia que estes eram os atores 
dos seus próprios destinos e evolução. O autor também concedeu a existência de 
fatores motivacionais que sustentam a personalidade. É através dessa base que 
Maslow elaborou uma hierarquia das necessidades, que são organizadas em função 
da sua importância. 
2.5 Perspectiva da Aprendizagem 
Nessa perspectiva há Skinner, Bandura e Rotter como autores. 
 
2.5.1 Skinner 
 
Na visão de Skinner o ambiente determina a maior parte das respostas do 
indivíduo e que em função das suas consequências, as mesmas serão, ou 
reproduzidas ou eliminadas. Referiu-se ainda, que os comportamentos respondem a 
leis, onde é possível controla-los através de manipulações do ambiente (Skinner, 1971 
apud HANSENNE, 2003). 
 
2.5.2 Bandura 
 
Bandura compreende que os fatores mais importantes são os sociais e 
cognitivos. Ele defendeu que maioria dos reforços são de natureza social, como a 
atenção dos outros, a aprovação, os sorrisos, o interesse e a aceitação. Ponto vital da 
teoria da aprendizagem de Bandura é o fato que baseado na observação do 
comportamento do outro, constrói-se uma ideia de como os novos comportamentos 
são produzidos (Bandura, 1971 apud HANSENNE, 2003). 
 
2.5.3 Rotter 
 
Na teoria de Rotter (1966 apud HANSENNE, 2003), um dos aspectos 
fundamentais de sua teoria é que o ambiente pode controlar os comportamentos, ou 
 
 
14 
 
seja, uma situação idêntica não ter o mesmo entendimento por dois indivíduos. Assim, 
o autor explicou que “os indivíduos manifestam dois tipos de expectativas gerais que 
se podem qualificar como duas formas de representar a relação entre 
comportamentos e reforços: trata-se do locus of control” (HANSENNE, 2003). 
2.6 Perspectiva Cognitiva 
 
Fonte: google.com 
Na perspectiva Cognitiva, o autor Beck é quem se destaca, entretanto, outros 
autores também apresentaram sua teoria. 
2.6.1 George Kelly 
 
Kelly (1955 apud HANSENNE, 2003), afirmou que os processos cognitivos 
representam a característica dominante da personalidade, e assim o indivíduo formula 
expectativas às quais nomeou de construtos pessoais. E é no intuito de apreendê-los 
que o REP Test foi criado. 
 
 
 
15 
 
2.6.2 Walter Mischel 
 
Mischel (1995 apud HANSENNE, 2003), sempre rejeitou a noção de traço de 
personalidade, sugerindo assim, que uma teoria adequada da personalidade devia 
considerar 5 categorias de variáveis cognitivas: 
1. Competências, 
2. Estratégias de Codificação; 
3. Expectativas; 
4. Valores Subjetivos 
5. Sistemas de Autorregulação. 
 
2.6.3 Aaron Beck 
 
De acordo com Beck (1972 apud HANSENNE, 2003) indivíduos doentes 
deprimidos têm distorções cognitivas, e assim eles decodificam a realidade de 
maneira inadequada. Foi através desse entendimento que o autor elaborou sua 
terapia cognitiva para ajudar as pessoas a modificarem as distorções cognitivas. 
2.7 Perspectiva das Disposições 
Allport, Eysenck e Cattel são autores dessa perspectiva. 
 
2.7.1 Gordon Allport 
 
O autor Allport (1937 apud HANSENNE, 2003), foi o primeiro que utilizou a 
noção de traço de personalidade e para ele, cada indivíduo é único em função de uma 
configuração específica de traços. Deste modo, “o autor distingue traços comuns de 
traços individuais, definindo 7 fases que terminam no final da adolescência” 
(HANSENNE, 2003) 
 
2.7.2 Raymond Cattell 
 
Cattell (1965 cit in Hansenne, 2003) fundamentou sua teoria na observação na 
predição da personalidade como foco principal. Em sua teoria, os traços constituem a 
 
 
16 
 
dimensão de base da personalidade, estes são herdados e desenvolvem-se ao longo 
da vida do indivíduo. O autor desenvolveu um questionário 16-PF objetivando 
apreender a personalidade. 
 
2.7.3 Hans J. Eysenck 
 
Segundo Eysenck (1990 apud HANSENNE, 2003), bastam 3 super traços ou 
dimensões para descrever a personalidade: 
I. Extroversão versus Introversão; 
II. Neuroticismo versus Estabilidade Emocional, 
III. Psicoticismo versus Força do Eu. 
 
O autor faz também referência a 4 níveis: 
1. Os Tipos; 
2. Os Traços; 
3. As Respostas Habituais, 
4. E as Respostas Específicas. 
 
Eysenck, desenvolveu assim, o EPQ que possibilita medir as três dimensões 
desta teoria. 
Hansenne (2003), comentou que o questionário NEO PI foi desenvolvido 
visando avaliar as 5 dimensões fundamentais da personalidade, tendo em vista à 
extensa discussão de um grande número de psicólogos da personalidade, que 
consideravam que as diferenças individuais podem ser determinadas por 5 fatores 
(Big Five), que são: 
1- Extroversão; 
2- Agradabilidade; 
3- Conscienciosidade; 
4- Neuroticismo, 
5- Abertura à Experiência. 
 
 
17 
 
2.8 Perspectiva Psicobiológica 
 
Fonte: psicoadapta.es 
Os autores Gray, Tellegen, Zuckerman e Cloninger defenderam a perspectiva 
Psicobiológica 
 
2.8.1 Jeffrey Alan Gray 
 
De acordo com Gray (1982 apud HANSENNE, 2003), sua teoria foi concebida 
mediante observações de comportamentos animais, inseridos em condições 
particulares de recompensa e de punição. Dessa forma, essa teoria é fomentada em 
três fatores: 
I. Ansiedade; 
II. Impulsividade, 
III. Sistema fight/flight. 
 
 
 
 
 
18 
 
Therese A.Tellegen 
 
O modelo proposto por Tellegen (1985 apud HANSENNE, 2003), compreende 
três dimensões preponderantes: 
A. Emoção Positiva; 
B. Emoção Negativa, 
C. Constrangimento. 
Essa teoria evidencia que “a emoção positiva está relacionada ao sistema de 
facilitação comportamental, a emoção negativa está associada com a atividade do 
locus coeruleus e o constrangimento com a serotoninérgica” (HANSENNE, 2003). 
Para apreender estas dimensões foi desenvolvido o Questionário 
Multidimensional da Personalidade. 
 
2.8.2 Zuckerman 
 
 Zuckerman (1994 apud HANSENNE, 2003), em substituição ao modelo dos 5 
fatores, criou um modelo alternativo, que compreende 3 fatores: 
1. Sociabilidade; 
2. Emocionalidade, 
3. Procura Impulsiva de Sensações De Caráter Anti-Social. 
 
2.8.3 Claude Robert Cloninger 
 
Cloninger (1988 apud HANSENNE, 2003), propôs um modelo biossocial da 
personalidade, que se articula com temperamentos e caráteres. Nesse modelo os 
temperamentos são geneticamente determinados, estão associados a variáveis 
biológicas específicas, e os caráteres condizem à aprendizagem e aos efeitos do 
ambiente. 
Dessa forma os temperamentos são: 
1. Procura da Novidade (Ativação); 
2. Evitamento do Perigo (Inibição); 
3. Dependênciada Recompensa (Manutenção), 
4. Persistência. 
 
 
 
19 
 
Por outro lado, os caráteres são: 
1. A Autodeterminação (Maturidade Individual); 
2. A Cooperação (Maturidade Social), 
3. A Transcendência (Maturidade Espiritual). 
HANSENNE (2003) citou que o questionário TCI com 226 itens foi criado 
visando medir as 7 dimensões do modelo e que atualmente este questionário foi 
substituído pelo TCI-R para diagnosticar perturbações da personalidade. 
A partir dessas contribuições, pode-se perceber que a ideia da personalidade 
é um conjunto de processos cognitivos e automáticos que faz com que o indivíduo 
reaja sobre determinada forma, mediante os diversos contextos. 
Baptista revelando seu entendimento acerca da personalidade, afirmou pensar 
que “a personalidade deve ser entendida como um misto de fatores biológicos e 
ambientais, estando ambos intimamente relacionados” (BAPTISTA, 2008). Hansenne 
(2003), ressaltou que decorrido o tempo, a importância da personalidade começou a 
ser reconhecida em outros domínios da Psicologia, a exemplos, na inteligência e nas 
emoções. 
(BUSS & PLOMIN, 1984 apud HANSENNE, 2003) mencionaram que o 
temperamento é definido como “traços inatos” da personalidade, dessa forma é 
necessário entendê-lo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
3 TEMPERAMENTO 
 
Fonte: mamtra.com.br 
O estudo das diferenças individuais sempre despertou o interesse de teóricos, 
pesquisadores e não profissionais. De acordo com o enfoque teórico e o interesse, 
diferentes dimensões, traços ou características são identificadas no indivíduo. 
Na Grécia antiga, Hipócrates (século IV - V A.C.), o pai da medicina, elaborou 
sua teoria dos Humores Corporais para justificar os estados de saúde e doença. Em 
sua dissertação intitulada "On the Nature Man", deduz dos quatro elementos primários 
do universo, terra, ar, fogo e água, quatro qualidades: 
1. Calor; 
2. Frio; 
3. Úmido, 
4. Seco. 
Hipócrates relacionou essas qualidades à quatro humores corporais: 
Sangue; 
Fleuma; 
Bile Branca, 
Bile Negra. 
 
 
21 
 
Em seu entendimento, Hipócrates, afirmou que o “equilíbrio adequado entre 
estes humores determinaria a saúde, e o desequilíbrio causaria a doença” (STRELAU, 
1998). 
3.1 Temperamento de Galeno 
Galeno, baseado na teoria de Hipócrates, desenvolveu a primeira Tipologia do 
Temperamento descrita em sua monografia "De Temperamentis", onde distinguiu e 
apresentou nove temperamentos: quatro temperamentos primários relacionados à 
dominância de uma das quatro qualidades descritas por Hipócrates; quatro 
temperamentos secundários, derivados do pareamento entre as qualidades, e um 
temperamento resultado da mistura estável das quatro qualidades, considerado como 
temperamento ideal (STRELAU, 1998). 
Os quatro temperamentos primários estabelecidos e descritos por Galeno, são 
conhecidos entre teóricos e leigos, sendo nomeados de acordo com os humores 
predominantes no corpo, conforme (AIKEN, 1991): 
1) Tipo Sanguíneo - caracterizado por indivíduos atléticos e vigorosos, nos 
quais o humor corporal predominante era o sangue; 
2) Tipo Colérico - indivíduos facilmente irritáveis, nos quais predominava a bile 
amarela; 
3) Tipo Melancólico - indivíduos tristes e melancólicos que exibiam excesso de 
bile negra; 
4) Tipo Fleumático - indivíduos cronicamente cansados e lentos em seus 
movimentos, que possuíam excesso de fleuma 
 
 
 
22 
 
 
Fonte: meubiz.com.br 
Esta Tipologia do Temperamento operou forte influência em teóricos da 
Alemanha, Estados Unidos, França, Itália e Polônia, que demandaram desde períodos 
tão antigos que as diferenças percebidas no comportamento poderiam ser explicadas 
por mecanismos fisiológicos e bioquímicos (ITO & GUZZO, 2002). 
De acordo com Ito & Guzzo (2002), nos finais do Século XVIII e meados do 
Século XIX, é perceptível influências da tipologia estabelecida pelos antigos gregos, 
nas teorias de temperamento de estudiosos alemães como Immanuel Kant e Wilhelm 
Wundt: 
Immanuel Kant, em 1798, publicou sua "Anthropology", na qual descrevia sua 
teoria de temperamento. Considerava este constructo como um fenômeno 
psicológico, compreendido por traços psíquicos determinados pela 
composição do sangue, que estaria relacionada a facilidade ou dificuldade da 
coagulação sanguínea e também sua temperatura (ITO & GUZZO, 2002). 
Kant, através da composição sanguínea e empregando critérios de energia de 
vida, oscilantes da excitabilidade à sonolência, além de características do 
comportamento dominante como emoção versus ação, caracterizou quatro tipos de 
temperamento: 
1. Sanguíneo, caracterizado pela força, rapidez e emoções superficiais; 
 
 
23 
 
2. Melancólico, designado pelas emoções intensas e vagarosidade das 
ações; 
3. Colérico, rapidez e impetuosidade no agir; 
4. Fleumático, caracterizado pela ausência de reações emocionais e 
vagarosidade no agir (STRELAU, 1998). 
Já Wilhelm Wundt, ao estudar, em seu laboratório, emoções e tempo de reação 
se deparou com a constatação da existência de diferenças individuais nas reações 
emocionais, denominadas temperamento. Wundt, as definiu como disposições 
aplicadas às direções das emoções. Partindo de dois fatores emocionais, força e 
velocidade da mudança, Wundt distinguiu quatro tipos de temperamento: 
1) coléricos e melancólicos, caracterizados pela força das emoções; 
2) sanguíneos e fleumáticos, designados pela fraca emoção; 
3) sanguíneos e coléricos, caracterizados pelas mudanças emocionais rápidas, 
4) melancólicos e fleumáticos, caracterizados por mudanças emocionais lentas 
(STRELAU, 1998). 
No início do Século XX, psicólogos e psiquiatras buscaram desenvolver 
estudos mais efetivos sobre temperamento. Na opinião de Ito & Guzzo (2002) autores 
como Carl Gustav Jung e Alfred Adler, desenvolveram teorias mais especulativas, já 
Gerard Heymans, Ernst Kretschmer e Ivan Pavlov baseados em diferentes 
abordagens teóricas e provenientes de diferentes países, conduziram estudos mais 
empíricos. 
3.2 Teorias Contemporâneas do Temperamento 
As formulações teóricas mais especulativas que influenciaram as teorias mais 
contemporâneas de personalidade eram as de: 
 
3.2.1 Carl Gustav Jung 
 
Jung afirmou que os indivíduos eram qualificados por dois tipos de atitude, a 
extroversão e a introversão. Essas sendo de origem biológica, refletindo a direção em 
que a energia psíquica era expressa. 
 
 
 
 
24 
 
A extroversão, segundo o autor, era direcionada por expectativas e 
necessidades sociais, orientada para a adaptação e reações exteriores, enquanto a 
introversão teria sua energia dirigida para os estados subjetivos e processos 
psíquicos. 
 
 
Fonte: avipae.org.br 
Esses dois tipos de atitudes tornaram-se populares e as dimensões de 
personalidade e temperamento, foram incorporadas em teorias de personalidade, 
como as de Cattell, Guilford e Hans J. Eysenck e pesquisas de temperamento, como 
as de Kagan e seu temperamento inibido e desinibido (STRELAU, 1998). 
 
3.2.2 Adler 
 
Em suas postulações, Adler, defendia a existência de quatro tipos de 
temperamento, baseados na tipologia de Galeno, e definidos de acordo com o 
interesse social e nível de energia manifesto pelos indivíduos: 
a) tipo governante (ruling type) - caracterizado por indivíduos com certo nível 
de agressividade, tiranos, enérgicos e dominantes, estando os mesmos relacionados 
ao tipo colérico por apresentarem características temperamentais semelhantes às 
encontradas neste tipo; 
 
 
25 
 
 b) tipo dependente (leaning type) - pessoas sensíveis, que desenvolvem em 
torno de si uma concha para protegerem-se dos eventos externos, possuem baixos 
níveis de energia e são caracterizados como dependentes, constituindo o tipo 
fleumático, exemplificado por indivíduos cronicamente cansados e pouco dispostos; 
c) tipo de evitação (avoiding type) - indivíduos que apresentam como padrão 
de vidao afastamento do contato direto com pessoas e circunstâncias, mantêm baixos 
níveis de energia, e são caracterizados pelo tipo melancólico, predominantemente 
tristes; 
d) tipo socialmente útil (socially useful type) - pessoas saudáveis, que 
apresentam interesse social e energia, estando relacionadas ao tipo sanguíneo, 
caracterizando indivíduos atléticos e vigorosos (BOEREE, 1998b). 
3.3 Temperamento na Visão Empírica 
Entre os pesquisadores empiricistas do início do século, é possível destacar 
Heymans, Kretschmer e Pavlov: 
 
3.3.1 Gerard Heymans 
 
Gerard Heymans foi o primeiro autor que trabalhou em uma pesquisa 
sistemática de temperamento usando a abordagem experimental, psicométrica e 
biográfica. Sua pesquisa objetivou descrever as dimensões básicas do temperamento 
e determinar em que grau, hereditariedade e ambiente contribuem para o 
desenvolvimento dos traços temperamentais. 
 Essa pesquisa de Heymans, que fora realizada em 1905 contou com a 
colaboração de Wiersma. Consistiu na distribuição de um questionário de 90 
itens para mais de 3000 médicos, no qual lhes era solicitado que avaliassem 
o comportamento e características psíquicas de famílias (incluindo pais, mães 
e filhos) que conhecessem bem. Retornaram os questionários de mais de 400 
médicos, totalizando dados de 437 famílias, somando 2415 sujeitos (437 pais, 
437 mães e 1541 crianças). Heymans distinguiu três dimensões de 
temperamento baseando-se nas considerações teóricas de Kant, Gross e 
Wundt, além de dados de seu estudo empírico sobre percepção sensorial 
(ITO & GUZZO, 2002). 
São essas as dimensões de temperamentos distinguidas através da pesquisa 
de Heymans: 
a) emocionalidade, relacionada a sensibilidade ou excitabilidade das emoções; 
 
 
26 
 
b) atividade, diz respeito ao comportamento operante; 
c) funcionamento primário e secundário, que se refere ao aspecto temporal do 
comportamento e do processo psíquico. 
Segundo Strelau (1994, 1998) estas dimensões, consideradas também em 
seus polos opostos, deram origem à tipologia de temperamento de Heymans, 
composta por oito tipos de temperamento: 
1- Amorfo; 
2- Apático; 
3- Nervoso; 
4- Sentimental; 
5- Sanguíneo; 
6- Fleumático; 
7- Colérico, 
8- Apaixonado, 
Heymans é considerado um teórico importante na área de temperamento, 
pois além de desenvolver o primeiro estudo empírico, suas dimensões de 
temperamento, principalmente atividade e emocionalidade, ganharam alta 
popularidade e estão incluídas na estrutura de temperamento de muitos 
teóricos contemporâneos, embora com significados diferentes. Sua 
notoriedade também é devida, ao envolvimento de famílias (pai, mãe e filhos) 
inteiras em sua pesquisa, que possibilitaram informações sobre a 
hereditariedade do temperamento (ITO & GUZZO, 2002). 
Seu estudo é considerado precursor das pesquisas em genética 
comportamental, na área do temperamento e personalidade (Strelau, 1998). 
 
3.3.2 Ernst Kretschmer 
 
Kretschmer, foi um Psiquiatra alemão, que desenvolveu sua teoria de 
temperamento baseado em estudos e pesquisas, onde correlacionou o biotipo físico 
a propensão a certo tipo de doença e temperamento. 
 
 
 
27 
 
 
Fonte: maestrovirtuale.com 
A partir de seus dados, distinguiu três tipos temperamentais: 
a) esquizotímico, caracterizado por indivíduos astênicos, reservados, 
apresentando emoções que oscilam da irritabilidade à indiferença, rígidos nos hábitos 
e atitudes, com dificuldades de adaptação e propensos à esquizofrenia; 
 b) ciclotímico, caracterizado por indivíduos rotundos, com emoções que 
variavam da alegria a tristeza, facilidade de estabelecer contato com o ambiente, 
realísticos em suas visões e propensos ao distúrbio maníaco depressivo; 
 c) isotímico, indivíduos atléticos, tranquilos, com pouca sensibilidade, 
modestos nos gestos e imitações, com dificuldade de adaptação ao seu ambiente, 
propensos à epilepsia. 
Esta tipologia constitucional ficou conhecida na Europa, principalmente na 
década 30 (STRELAU, 1998). 
 
3.3.3 Ivan P. Pavlov 
 
Pavlov iniciou seus estudos no início do século XX. Foi o primeiro teórico a 
realizar estudos sobre o temperamento em laboratório e a propor uma tipologia do 
sistema nervoso, explicando as diferenças individuais como respostas de processos 
de condicionamento (ITO & GUZZO, 2002). Este autor, através dos seus estudos 
experimentais com cães, distinguiu quatro tipos de sistema nervoso 
 
 
28 
 
a) Sistema nervoso forte, equilibrado e móvel; 
b) Forte equilibrado e inerte; 
c) Forte e não equilibrado 
d) Sistema nervoso fraco, 
Estes sistemas são resultantes de diferentes configurações das quatro 
propriedades fundamentais do sistema nervoso central: força de excitação, força de 
inibição, equilíbrio e mobilidade do processo nervoso (STRELAU, 1997; STRELAU, 
ANGLEITNER & NEWBERRY, 1999). 
Pavlov (apud STRELAU, 1998) acreditava que o tipo de sistema nervoso era 
uma característica inata e relativamente imune às influências ambientais, e que os 
quatro tipos de sistema nervoso poderiam ser relacionados aos tipos clássicos de 
temperamento propostos na tipologia de Hipócrates-Galeno, conforme esquema 
abaixo: 
 
Fonte: Ito e Guzzo (2002) 
Apesar da tipologia de sistema nervoso de Pavlov ter sido estabelecida em 
experimentos e observações de cachorros, ou autor acreditava que estes tipos 
poderiam ser estendidos ao homem. Para o autor, os tipos de sistema nervoso 
estabelecido em animais, quando referentes ao homem, são chamados de 
temperamento (STRELAU, 1998, STRELAU, ANGLEITNER & NEWBERRY, 1999). 
Pavlov apresentou o vínculo entre características temperamentais e tipos de 
sistema nervoso. Utilizando o paradigma do condicionamento reflexo, 
introduziu medidas objetivas e psicofisiológicas em estudos experimentais de 
temperamento, proporcionando a primeira evidência de que as diferenças 
individuais na velocidade e na estabilidade dos condicionamentos reflexos 
estariam relacionadas ao temperamento. Ito e Guzzo (2002) 
 
 
29 
 
Pavlov admitiu a significância funcional do temperamento e o papel das 
propriedades do sistema nervoso central na adaptação do indivíduo ao ambiente. 
Suas observações influenciaram as teorias de personalidade e os estudos sobre 
temperamento mais contemporâneos (STRELAU, 1997). 
3.4 Estudos Contemporâneos 
Em meados aos anos de 1950, houve um crescente interesse pelo 
temperamento, surgindo assim, os estudos contemporâneos, cujos principais 
representantes são Hans J. Eysenck do Maudsley Hospital, Universidade de Londres; 
Boris M. Teplov do Instituto de Psicologia, da Academia de Ciências Pedagógicas em 
Moscou; e Alexander Thomas e Stella Chess, psiquiatras do New York University 
Medical Center (STRELAU, 1998). 
 
3.4.1 Eysenck 
 
Eysenck, foi um distinto estudioso no campo da personalidade. Considerou as 
diferenças individuais como sendo produzidas pela herança genética e seu principal 
foco de interesse era o temperamento (BOEREE, 1998a). 
Para este teórico, o temperamento tem origem biológica, e seus traços são 
universais. A partir de exaustivos estudos de análise fatorial conduzidos durante várias 
décadas, com várias populações, assim como resultados de técnicas psicométricas e 
experimentações de laboratório, concluiu que a estrutura de temperamento consistia 
de três fatores básicos, que ficaram conhecidos entre teóricos da personalidade como 
PEN (STRELAU, 1998), que são: 
A. Psicoticismo (P), 
B. Extroversão (E) 
C. Neuroticismo (N), 
 
 
 
30 
 
 
Fonte: google.com 
3.4.2 Teplov 
 
Teplov juntamente com os seus colaboradores, influenciados pelas ideias de 
Pavlov, consideravam que o temperamento era a expressão comportamental e 
psicológica das propriedades do sistema nervoso central, sendo relacionado às 
características dinâmicas do comportamento expresso nas diferenças individuais na 
velocidade e intensidade das reações (ITO & GUZZO, 2002). 
Dentrodesta perspectiva, Nebylistsyn apresentou uma visão mais elaborada 
do temperamento em seu escrito publicado na "Enciclopédia Pedagógica", na qual 
este autor descreveu o temperamento como uma característica individual, expressa 
em aspectos do comportamento tais como: 
Tempo; 
Velocidade, 
Ritmo. 
Consistindo em três componentes maiores: 
Atividade; 
Movimento, 
Emocionalidade. 
Conforme descrito por Teplov e Nebylistsyn, os traços de temperamento não 
são suscetíveis a mudanças e o fato do temperamento ser considerado inato, mas 
 
 
31 
 
não necessariamente herdado, era usado por Teplov e seus colaboradores como 
principal argumento em favor da estabilidade temperamental (STRELAU, 1998). 
 
3.4.3 Thomas e Chess 
 
Thomas e Chess realizaram um importante estudo longitudinal, e ficaram 
reconhecidos como importantes teóricos do temperamento. Os autores influenciaram 
diversos estudiosos, eles igualavam este construto à ideia de estilo comportamental. 
Segundo Thomas, Chess & Korn (1982): 
 a) o temperamento é um atributo psicológico que interage com outros atributos, 
mas é independente dos mesmos; 
b) apesar do temperamento interagir com outros atributos é importante que 
cada um deles seja identificado separadamente, devendo-se analisar a situação em 
que o comportamento ocorre; 
c) o temperamento pode ser considerado um atributo mediador entre influência 
do ambiente e a estrutura psicológica do indivíduo. 
Em 1956, Thomas e Chess iniciaram importante estudo, que teve 
continuidade por mais de 30 anos, sendo conhecido na literatura como "New 
York Longitudinal Study" (NYLS), o qual envolvia bebês a partir dos dois ou 
três meses de vida. Através deste estudo longitudinal distinguiram nove 
categorias de temperamento: ritmicidade de funções biológicas; nível de 
atividade; aproximação ou afastamento frente a novos estímulos; 
adaptabilidade; limite sensorial; qualidade predominante de humor; 
intensidade de expressões de humor; distração e persistência. Análises 
qualitativas da significância funcional das nove categorias de temperamento, 
apoiadas pela análise fatorial, levaram os autores a distinguir três 
constelações temperamentais: crianças de temperamento fácil, de 
temperamento difícil e de aquecimento lento (ITO & GUZZO, 2002). 
Intrínseco a estas constelações temperamentais, os autores inseriram o 
conceito de "goodness of fit" (adaptação excelente), em cuja condição as capacidades 
individuais, temperamento e outras características individuais estão de acordo com as 
oportunidades, demandas e expectativas do ambiente, especialmente de pais, 
professores e pares (CHESS E THOMAS, 1991). 
Através da conceitualização de Eysenck, Thomas & Chess e Teplov e 
Nebyllitsyn muitos pesquisadores se sentiram estimulados a desenvolverem novas 
teorias sobre temperamento, bem como modificar aquelas já existentes. 
 
 
32 
 
Entre estes novos pesquisadores, é possível destacar as contribuições teóricas 
de Goldsmith e colaboradores (1987), Buss & Plomin (Buss, 1995), Rothbart (1986a, 
1986b), Strelau (1991, 1994, 1995, 1998) e Lerner e Windle (Lerner, Lerner, Windle, 
Hooker, Lerner e East, 1986). 
 
 
Fonte: alquimiaoperativa.com 
3.4.4 Goldsmith 
 
Goldsmith e seus colaboradores, conceituaram o temperamento como 
"diferenças individuais na probabilidade de experienciar e expressar as emoções 
primárias" (Goldsmith e Col., 1987). Para eles o temperamento é "emocional em sua 
natureza, pertence às diferenças individuais e se refere mais as tendências de 
comportamento que as ocorrências atuais de comportamento emocional" (Goldsmith 
e Col., 1987). 
As autoras, Ito e Guzzo, acrescentou sobre a teoria de Goldsmith e seus 
colaboradores: 
Os autores consideram o temperamento como um fator relativamente estável, 
que se apresenta independente de outros fatores, e que as dimensões 
temperamentais (representadas pelas emoções primárias: raiva, medo, 
alegria, prazer, interesse e atividade motora, esta última refletindo 
ativabilidade emocional) formam a base emocional do desenvolvimento da 
personalidade, a qual é composta por diversos fatores que interagem com as 
características temperamentais (ITO & GUZZO, 2002). 
 
 
33 
 
Nessa perspectiva, também são considerados complementares ao 
temperamento os aspectos receptivos, a habilidade de reconhecer e decodificar as 
expressões emocionais de outros. 
 
3.4.5 Buss e Plomin 
 
Buss e Plomin definem temperamento como traços de personalidade herdados 
que aparecem durante os primeiros dois anos de vida e permanecem como 
componentes básicos, sendo compostos por quatro categorias, conforme afirma 
(BUSS, 1995): 
A. Emotividade; 
B. Atividade; 
C. Sociabilidade, 
D. Impulsividade. 
 
3.4.6 Rothbart 
 
Rothbart (1986a, 1986b) definiu temperamento como "diferenças individuais 
biologicamente baseadas na reatividade e auto - regulação", onde a reatividade está 
se referindo à intensidade e a aspectos temporais dos comportamentos ligados ao 
sistema nervoso central, autônomo e endócrino; e a autorregulação representa os 
processos que modulam as reações, incluindo comportamentos como aproximação, 
imitação e atenção. 
Para a autora é clara a distinção entre temperamento e personalidade, 
conforme explana Ito & Guzzo: 
O temperamento seria considerado como a base biológica para a 
estruturação da personalidade e um dos fatores que influenciam o 
comportamento, enquanto a personalidade seria um termo mais amplo que 
inclui outras estruturas importantes além dessas, tais como as estruturas 
cognitivas, e autoconceito (ITO & GUZZO, 2002). 
A autora propõe algumas dimensões que podem sofrer alterações ao longo do 
tempo, e são consideradas como elementos de temperamento: 
a) reatividade negativa (aversão à aproximação e expressão de sentimentos 
negativos); 
b) reatividade positiva (aproximação e expressão de sentimentos positivos); 
 
 
34 
 
c) inibição comportamental para estímulos novos e intensos; 
d) capacidade de fixar a atenção. 
 
3.4.7 Windle e Lerner 
 
De acordo com Windle e Lerner (1984 apud LERNER, LERNER, WINDLE, 
HOOKER, LERNER E EAST, 1986) os autores consideraram que as características 
temperamentais podem influenciar o tipo de interação que será estabelecido entre a 
pessoa e seu ambiente. Estes autores (Windle e Lerner, 1984) sugerem em suas 
investigações que a avaliação do temperamento pode ser realizada através das 
dimensões: 
a. Aproximação - retração; 
b. Flexibilidade - rigidez, 
c. Nível de atividade no sono, 
d. Ritmicidade, 
e. Humor 
f. Persistência. 
 
3.4.8 Strelau 
 
Strelau (1991, 1994, 1998) desenvolveu seus pressupostos teóricos sobre 
temperamento embasados nas concepções de funcionamento do sistema nervoso de 
Pavlov, bem como pesquisas e teorias desenvolvidas no período de 1950 e 1960 na 
Europa Ocidental e nos Estados Unidos, as quais deram origem à Teoria Regulativa 
do Temperamento - RTT. O autor considera que: 
"o temperamento se refere a traços básicos, relativamente estáveis, 
expressos principalmente nas características formais de reações e 
comportamento. Estes traços estariam presentes desde o início da vida na 
criança. Primariamente determinado por mecanismos de origem biológica, o 
temperamento estaria sujeito a mudanças causadas pela maturação e pela 
interação indivíduo - genótipo específico - ambiente" (STRELAU, 1998). 
Nesta perspectiva, a estrutura do temperamento seria descrita a partir de seis 
traços: 
I. Ativação; 
II. Perseveração; 
 
 
35 
 
III. Sensibilidade Sensorial; 
IV. Reatividade Emocional; 
V. Resistência, 
VI. Atividade. 
Como é possível perceber, os estudos sobre temperamento têm sido 
realizados desde há muito tempo, desenvolvidos por estudiosos de diferentes 
abordagens e envolvendo os mais diferentes métodos de investigação. Ainda 
assim, um consenso sobre sua definição e dimensões parece estar longe de 
acontecer (ITO & GUZZO,2002). 
Embora vários estudiosos foram influenciados pela tipologia de Galeno, os 
pesquisadores contemporâneos fundamentaram suas teorias em diferentes 
abordagens com ênfase em diferentes aspectos. 
 
 
Fonte: psicologaportoalegre.com.br 
Dessa forma, de acordo com a abordagem teórica adotado pelo autor, a 
conceituação do temperamento e suas dimensões variam, bem como seus 
instrumentos de medida deste fenômeno ou construto. 
Na busca de alcançar um consenso sobre a conceituação do temperamento, 
Goldsmith e Rieser-Danner (1986) destacaram os principais pontos de divergência e 
acordo entre as principais teorias. 
 
 
36 
 
As contestações teóricas estão relacionadas a: 
1) número diferenciado de dimensões do temperamento; 
2) diferentes ênfases dadas ao fator biológico; 
3) função da motivação no temperamento; 
4) definições de temperamento, que em alguns casos dizem respeito ao 
aspecto comportamental, mas em outros se referem ao aspecto psicofisiológico; 
5) alguns teóricos enfatizam a regulação e o controle de componentes do 
comportamento como aspecto do temperamento, enquanto outros se referem a estilos 
de comportamento; 
6) diferentes concepções relacionadas às influências do contexto e das 
relações interpessoais no temperamento; 
7) diferentes limites são estabelecidos entre personalidade e temperamento 
Os pontos em conformidade entre os diversos teóricos atribuem-se a: 
1) temperamento como dimensões gerais de comportamento, as quais 
caracterizam diferenças individuais, representando padrões universais de 
desenvolvimento; 
2) características temperamentais aparecem durante a infância e representam 
parte da fundamentação da personalidade posterior; 
3) as dimensões temperamentais são relativamente estáveis ao longo do 
tempo; 
4) os traços temperamentais apresentam substrato biológico; 
5) a expressão das características temperamentais podem sofrer influências de 
fatores do contexto (Goldsmith e Rieser-Danner, 1986). 
Ito & Guzzo (2002) mencionaram que existe ainda um outro aspecto 
controverso relacionado ao temperamento, está relacionado a sua diferenciação de 
personalidade. 
Teiglasi escreveu a esse respeito: 
 
O contraste entre estes conceitos é obscuro, pois eles apresentam um 
vocabulário descritivo comum, chegando a ocorrer em alguns casos a 
superposição de conceitos, uma outra dificuldade está relacionada a carência 
de dados empíricos capazes de diferenciar estes conceitos com base nos 
fatores biológicos (TEIGLASI, 1995). 
 
 
37 
 
Para Strelau (apud HOFSTEE, 1991) há três modos pelos quais temperamento 
e personalidade relacionam-se nas diferentes abordagens teóricas: 
1) temperamento pode ser considerado um dos elementos da personalidade, 
2) pode ser considerado sinônimo de personalidade, 
3) um fenômeno não pertencente a personalidade. 
O mesmo autor constitui ainda cinco divergências entre temperamento e 
personalidade, e dizem respeito à: 
1) o temperamento é biologicamente determinado, e a personalidade é um 
produto do ambiente social; 
2) os traços temperamentais podem ser identificados desde cedo na criança, e 
a personalidade é compartilhada em períodos posteriores do desenvolvimento; 
3) diferenças individuais nos traços de temperamento, como ansiedade, 
extroversão - introversão e busca de estimulação, são também observadas em 
animais, enquanto a personalidade é prerrogativa do humano; 
4) o temperamento apresenta aspectos estilísticos, se referindo a 
características formais de comportamento, já a personalidade contém aspectos 
relativos a conteúdos do comportamento; 
5) ao contrário de temperamento, que se refere principalmente a traços ou 
mecanismos, a personalidade está relacionada ao funcionamento integrativo do 
comportamento humano (STRELAU, 1998). 
Para Strelau (1991, 1994, 1998) a personalidade consiste em um conceito mais 
amplo que temperamento, incluindo o próprio temperamento e outras características 
que são comumente determinadas pelo ambiente social, moldadas pelos estágios de 
desenvolvimento do indivíduo e envolve ainda fenômenos como motivação, valores e 
interesses. 
As autoras Ito & Guzzo comentou sobre a discussão que surgiu em torno desse 
assunto: 
A este respeito, na última década, ganhou destaque a discussão realizada 
sobre a relação dos fatores de personalidade do "Big Five", considerado a 
taxonomia das características de personalidade, e o temperamento. Vários 
fatores relacionados pelo "Big Five" (extroversão, agradabilidade, 
conscienciosidade, estabilidade emocional e cultura) são também 
relacionados pelos teóricos como dimensões ou traços de temperamento. O 
primeiro estágio de pesquisas relacionadas a este aspecto, consiste 
principalmente em especulações e hipóteses (ITO & GUZZO, 2002). 
 
 
38 
 
Os teóricos do desenvolvimento ponderam que as características 
temperamentais infantis podem ser precursoras dos fatores do "Big Five" encontrados 
em adolescentes e adultos, porém há a necessidade de maiores estudos para 
comprovação deste fato (STRELAU, 1998; STRELAU & ANGLEITNER, 1991). 
O temperamento tem atraído interesse e é disso que Ito & Guzzo expuseram: 
Tópicos relacionados ao temperamento têm recebido especial atenção no 
meio científico internacional. Um aspecto importante a ser considerado no 
estudo deste construto é o de que seja adotada uma abordagem teórica 
consistente e que fundamente instrumentos com reconhecidas qualidades 
psicométricas, para que estes possam ser utilizados na avaliação de 
indivíduos (ITO & GUZZO). 
 
 
Fonte: ibccoaching.com.br 
Esse cuidado na busca de uma abordagem teórica e reconhecimento de 
qualidade psicométricas, bem como esse aumento de interesse está relacionado ao 
fato de que o temperamento influencia o desenvolvimento psicológico, ele é o 
resultado de interações entre temperamento, outras características do indivíduo e o 
ambiente social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
4 REFERÊNCIAS 
AIKEN, L.R. Psychological testing and assessment. (7th ed). Massachusetts: Allyn 
and Bacon. 1991 
BAPTISTA, N. J. M. Teorias da Personalidade. Trabalho realizado no âmbito do 3º 
ano da licenciatura em Aconselhamento Psicossocial no ISMAI (Portugal). 2008 
Bernaud, J. Métodos de avaliação da personalidade. Lisboa: Climepsi. 1998 
BOCK, A. M. B.; FURTADO, O. e TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: Uma Introdução 
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