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AULA 1 RETENÇÃO DE PESSOAS Profª Erika Gisele Lotz 2 INTRODUÇÃO Retenção de talentos O que faz com que pessoas busquem constante aprimoramento e capacitação, mantenham-se engajadas e comprometidas com o sucesso do negócio? O que faz com que, apesar de outras oportunidades ofertadas pelo mercado, escolham permanecer em uma organização? Quais os ganhos para a organização em criar estratégias de retenção de talentos? O que é considerado um talento no contexto organizacional? Será que a retenção de talentos pode ser pensada tendo em vista apenas programas de reconhecimento e recompensa? O que é considerado um talento no contexto organizacional? A análise que tais questionamentos provocam é bastante plural e remete a um conjunto apurado e inteligente de filosofia a respeito do trabalhador e do trabalho, de políticas e práticas de gestão de pessoas. TEMA 1 – GESTÃO DE PESSOAS Seus principais clientes são os seus colaboradores. Olhe antes para os seus colegas de trabalho e depois para os seus consumidores. (Ian Hutchinson) (Sólides, 2020) Pessoas são fontes renováveis e revigorantes energia. Delas emanam toda criatividade, inovação, fatores decisivos para a rentabilidade, competitividade e sustentabilidade do negócio. A gestão de pessoas é análoga a um sistema, constituído por um conjunto de partes, interdependentes, sendo que qualquer alteração em uma das partes promove reflexos e impactos nas outras partes. Tais conjuntos ou subsistemas são processos com objetivos e metodologias específicos para atingir um determinado fim, seja de o atrair, desenvolver, recompensar e manter profissionais engajados e comprometidos com a produtividade, a competitividade e a sustentabilidade do negócio. Por definição, a gestão de pessoas é comporta por um conjunto de ações que podem ser reunidas e classificadas em seis processos: provisão; aplicação; desenvolvimento, recompensa; manutenção e monitoração, como apresenta a figura a seguir. 3 Figura 1 – Framework de processos de gestão de e com pessoas Fonte:Chiavenato, 2014, p. 15. Por meio da gestão de pessoas, a empresa pode: • criar e fortalecer o employer branding1, a marca empregadora da organização; • realizar a gestão da porta de entrada; • promover cultura da aprendizagem por meio de feedbacks apreciativos alicerçados em acompanhamentos de performance formais e informais; • promover a saúde do ambiente psicossocial; • fomentar o crescimento e desenvolvimento do profissional e a ascensão na carreira; • reconhecer e recompensar pessoas; • manter relações cordiais com sindicatos; • reduzir riscos de contatação; • reduzir níveis de turnover; • promover, por diversos caminhos o engajamento, o comprometimento, a satisfação; 1 O employer branding — que, em uma tradução mais livre, significa “marca do empregador” — é um conjunto de técnicas e ferramentas para gerar uma percepção positiva do mercado a respeito de sua empresa como local de trabalho. 4 • criar e fortalecer o sentimento de pertencimento entre outros. Portanto, como se pode observar, para atingir tal objetivo, a gestão de pessoas tem abandonado cada vez mais o papel eminentemente burocrático e assumido protagonismo estratégico na organização. É aí que entra em cena a gestão estratégica de pessoas. • Leia o artigo científico intitulado Temas emergentes em Gestão de pessoas: uma análise da produção acadêmica, disponível em <https://www.redalyc.org/pdf/2734/273419420003.pdf>. • Assista ao vídeo O que é gestão de pessoas nas organizações? Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=umCRABTz84Y>. TEMA 2 – GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS As pessoas são os principais elementos impulsionadores da organização. São capazes de conduzi-la à excelência a partir de seus talentos. (BlogRH, 2017) Portanto, não basta gerir pesssoas. É imprescindível que essa gestão assuma o caráter de gestão estratégica de pessoas, que as políticas e práticas de gestão de pessoas, incluindo a retenção de talentos, estejam em alinhamento aos objetivos estratégicos da organização, que estejam a serviço do realização da visão, da consolidação da missão e do propósito da organização. 2.1 Gestão Estratégica empresarial Gestão Estratégica empresarial é uma forma de gerir que assegura o alinhamento de recursos, processos e esforços das diversas áreas da organização com o objetivo de contribuir que os objetivos traçados no planejamento estratégico da organização sejam de fato alcançados, como ilustra a figura a seguir. 5 Figura 2 – Framework de gestão estratégica Fonte: Lotz, 2021. Por meio da gestão estratégica, é possível gerir a empresa como um todo, dado que a organização é um conjunto complexo de áreas e atividades que precisam ser orquestradas para que, de forma sinérgica, possam construir os resultados desejados pela empresa. Outro aspecto que faz da gestão estratégica uma ação essencial para a sobrevivência e saúde do negócio é o fato da atenção intensiva às constantes mudanças do mercado e as fases econômicas. “Crises surgem a todo momento, assim como os períodos de recuperação econômica também se fazem mais frequentes. Assim, as empresas precisam ter flexibilidade e inteligência para aproveitar cada momento com seus prós e contras e dar seguimento às atividades sem perder competitividade” (Siteware, [S.d.]). 2.2 Gestão estratégica de pessoas Mas o que especificamente é e o que faz a Gestão Estratégica de Pessoas? Saiba mais A Gestão Estratégica de Pessoas é a forma de gerir que alinha os objetivos das pessoas aos da organização de modo que ambos possam crescer e desenvolver juntos, tendo em vista os objetivos estratégicos da organização. 6 É uma abordagem sistêmica que alinha objetivos e necessidades e busca caminhos, políticas e práticas para promover ganhos mútuos (Moreira, 2010). A gestão estratégica de pessoas atua a luz dos seguintes propósitos: Figura 3 – Propósitos da gestão estratégica de pessoas A gestão estratégica de pessoas busca por atender as necessidades da empresa assim como as necessidades dos profissionais que nela atuam. Figura 4 – Gestão estratégica de pessoas Fonte: elaborado com base em Chiavenato, 2014. •Contribuir para que organização alcance seus objetivos e realize sua missão e visão •Proporcionar competitividade, rentabilidade e longevidade á organização •Assegurar pessoas certas ocupando o lugar certo •Estimular aprendizados e impulsionar mudanças •Estimular e oportunizar o desenvolvimento das pessoas •Promover a satisfação e o comprometimento no e com o trabalho •Compor de forma assertiva a equipe e promover a produtividade para a organização 7 A gestão estratégica de pessoas rompe com a crença de que o relacionamento entre o profissional e a organização seja considerado antagônico e até mesmo conflitivo. A gestão estratégica de pessoas entende que resultados em que uma parte ganha tudo e a outra perde tudo não promove a sustentabilidade que a organização necessita. Por esse motivo, a gestão estratégica visa promover na medida do possível resultado ganha x ganha, o que significa que as pessoas também atinjam seus resultados individuais. E para chegar a tal resultado é essencial que exista a sinergia de esforços. Por esse motivo, pessoas não podem ser vistas como recursos, e sim como parceiras do negócio. Para que possa manter o equilíbrio na relação entre empresa e parceiros de negócios (profissionais que atuam na organização), a gestão estratégica de pessoas segue as seguintes premissas, elencadas em Chiavenato (2014): • Pessoas são seres humanos: dotados de personalidade própria e profundamente diferentes entre si, com história pessoal peculiar • Pessoas como ativadoras de recursos organizacionais:impulsionadores da organização e capazes de dotá-la do talento indispensável à sua constante renovação e competitividade em um mundo cheio de mudanças e desafios • Pessoas como parceiras da organização: investem energia, dedicação, responsabilidade, comprometimento, riscos e daí o vínculo de reciprocidade • Pessoas como fornecedoras de competências: elementos vivos e portadores de competências essenciais ao sucesso organizacional • Pessoas como capital humano: principal ativo organizacional • Agregam inteligência ao negócio Em síntese, a gestão estratégica de pessoas transcende os aspectos burocráticos da empresa. É orientada para agregar valor, aos parceiros internos, à empresa e aos consumidores finais de forma sinérgica, com ganhos para os atores envolvidos no processo. Ao cuidar do capital humano, a empresa assegura que os objetivos estratégicos sejam alcançados, promove a inovação, fortalece a imagem da marca e a competividade. 8 • Assista ao vídeo intitulado 5 passos para o planejamento estratégico de uma empresa, disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=udE9qbahMKU>. • Quer ir mais longe em relação à gestão estratégica de pessoas? Assista aos vídeos disponíveis em <https://www.youtube.com/watch?v=- VDEOnB509k>; <https://www.youtube.com/watch?v=kWxuS8IC3og>. • Conheça os pilares da gestão estratégica de pessoas, leia o artigo disponível em <https://www.gupy.io/blog/gestao-estrategica-de-pessoas>. • Leia o texto intitulado O que é gestão estratégica empresarial e qual a sua importância, disponível em <https://www.siteware.com.br/blog/gestao- estrategica/gestao-estrategica-nas-empresas/>. TEMA 3 – GESTÃO DE TALENTOS O que é Gestão de Talentos? Embora seja uma expressão que admite uma conceituação plural, quando trazida à luz da gestão estratégica de pessoas, a Gestão de Talentos é a denominação atribuída a um conjunto de políticas e práticas que teme por objetivo de reconhecer e desenvolver um pool de talentos essenciais à construção e manutenção da vantagem competitiva da organização. Mas o que pode ser considerado um talento nas organizações? Créditos: Dim Dimich/Shutterstock. Existem diversos prismas que permitem conceituar o termo talento. Algumas organizações empregam a palavra para designar toda a força de trabalho da empresa, outros utilizam o termo para se referir a indivíduos com competências diferenciadas e como tal devem receber igualmente diferenciação 9 no tratamento. Para efeito didático, tomamos dois olhares para definir talentos, a saber: • “Pessoa que traz em sua bagagem um conjunto privilegiado de competências, isto é, conhecimentos, habilidades e atitudes que a diferencia e outras” (Almeida, 2004, p. 16). • Talento é a soma das habilidades do indivíduo – suas características inatas, habilidades, conhecimento, experiência, inteligência, julgamento, atitude e personalidade. Incluindo a habilidade para aprender e crescer (Handfield- Jones; Axelrod, 2001, p. xii). Agora, quando tomamos a seguinte definição... Talento = Competência X Comprometimento X Contribuição “Talent equals competence times commitment times contribution” (Ulrich, 2007, p. 32). ...compreendemos facilmente que um dos objetivos da gestão de talentos é também fomentar e oportunizar que as pessoas se transformem em talentos, por meio do desenvolvimento contínuo de competências, e que, por meio do engajamento e comprometimento, façam a sua contribuição para a longevidade, a sustentabilidade e a rentabilidade da organização. Tendo em vista a Era do Conhecimento e a crescente, intrincada e dinâmica competitividade das organizações, o mercado passou a exigir elevada capacidade de inovação, agilidade e flexibilidade, tornando o trabalho mais complexo e desafiador. Esse cenário passou a requerer profissionais altamente qualificados, que agregam valor à organização e sustentem a performance competitiva da empresa no mercado. • Leia o artigo científico intitulado O que as organizações entendem sobre gestão de talentos?, disponível em <https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/114778>. • Assista também O que é gestão estratégica de pessoas em 5 minutos, disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=3B2FgJ65VHA>. 10 Créditos: Dean Drobot/Shutterstock. TEMA 4 – EMPLOYEE EXPERIENCE Créditos: Pasuwan/Shutterstock. Você já ouviu falar em employee experience2? Qual a filosofia e práticas que alicerçam o termo? Qual a influência dessa estratégia no processo da retenção de talentos nas organizações? Employee experience, cuja tradução é experiência do empregado, é uma estratégia que tem por objetivo proporcionar a melhor experiência possível ao profissional que atua na organização. Desde o primeiro contato deste com a empresa, seja o mais positivo possível. O EX adota um conjunto de políticas e 2 O employee experience, ou EX, significa ter o colaborador como foco central das decisões tomadas pelos Recursos Humanos. Seu objetivo é promover ações que visam o crescimento e bem-estar das equipes na corporação. Disponível em: <https://www.gupy.io/blog/employee- experience>. Acesso em: 30 jun. 2021. 11 práticas que promovem um ambiente de trabalho propício ao diálogo, colaboração e ao desenvolvimento. Fatores que certamente impactam fortemente na produtividade, sem, no entanto, ameaçar a qualidade de vida e a satisfação dos “parceiros de negócios”, ou seja, os profissionais que atuam na organização. Saiba mais O employee experience, ou EX, significa ter o colaborador como foco central das decisões tomadas pelos Recursos Humanos. Seu objetivo é promover ações que visam o crescimento e bem-estar das equipes na corporação. Disponível em: <https://www.gupy.io/blog/employee- experience#:~:text=O%20employee%20experience%2C%20ou%20EX,Mas%20 aten%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 30 jun. 2021. Há muito, as organizações pensam e se dedicam a criar estratégias cada vez mais sofisticadas tendo em vista o costumer experience. A jornada do cliente é a denominação atribuída a um conjunto de percepções e impressões, que um consumidor possui sobre determinada empresa após interagir com ela. Do ponto de vista da marca, é a imagem que ela passa para os clientes durante todo o processo de interação, antes, durante e após uma conversão, seja ela uma compara ou contratação. (Salesforce, [S.d.]) A jornada do cliente está alicerçada sobre três pilares: effort (esforço); emotion (emoção) e success (sucesso): Fonte: Elaborado pela autora com base em Sales Force, [S.d.]. Créditos das imagens: Dean Drobot/Shutterstock; Mathias Rosenthal/Shutterstock; Celtstudio/Shutterstock. À luz dos pilares do costumer experience, as empresas passaram a desenhar também a employee experience. Cuidar da experiência do profissional, desde os primeiros contatos deste com a organização, tem se mostrado eficiente ESFORÇO Quanto mais leve, fluida, fácil e agradável for a experiência, melhor! EMOÇÃO Ouvir o cliente e entregar uma experiência personalizada é essencial para desenvolver o vínculo emocional com ele, que passa a ser advogado da marca SUCESSO Assegurar que ele tenha os objetivos atingidos durante todo o processo de interação com a marca https://www.gupy.io/blog/indicadores-de-rh-metricas 12 e eficaz para a redução do turnover e por consequência na retenção de talentos. O quadro a seguir apresenta um espelho de estratégias do costume experience e do employee experience. Estratégia Costumer Experience Employee Experience Criar e fortalecer cultura na empresa Alinhar e conectar todos os canais e departamentos da organização ao mesmo objetivo: colocar a satisfação do cliente em primeiro lugar. Desenhar processos, adotar ferramentas, metodologias e plataformas com o objetivo de colocar o profissionale o time no centro dessas escolhas. Entender quem de fato é o cliente. Conhecer quem está atendendo e quais as expectativas (persona); o que é preciso entregar a elas para sustentar os três pilares (emoção, esforço e sucesso). E após a colheita das informações, adotar estratégia que atenda as características desse cliente. Conhecer as características, o perfil comportamental, valores, motivadores, âncora de carreira, expectativas do profissional é essencial para realizar a gestão que promova feedbacks assertivos e oportunidades de desenvolvimento e crescimento que venham ao encontro das aspirações do profissional que é considerado talento para a organização. Investir na criação de laços. Atendimento, qualidade do produto, agilidade, experiência de pós-venda positivas são essenciais para tornar o cliente um embaixador da marca. Investir na gestão do clima organizacional, em programas de fortalecimentos de cultura e valores, programas de endomarketing, estratégias de qualidade de vida, programas de reconhecimento e recompensas e no desenvolvimento de lideranças são algumas das estratégias essenciais estimular o sentimento de pertença e identificação do profissional com a marca empregadora. Oferecer boa experiência pós-venda. Manter canais de relacionamentos abertos, estimulando que o cliente se lembre sempre da marca e possa, assim, gerar novos negócios. Oferecer experiências de desenvolvimento por meio da cultura da aprendizagem, abrir canais que oportunizem análise de resultados e aprimoramento de processos após resultados e finalizações de projetos Fonte: elaborado com base em Salesforce, [S.d.]. Assim, inserido neste contexto de proporcionar a melhor e mais positiva experiência do profissional na interação com a organização é que se consolida não apenas o conceito, mas as práticas do employee experience. Estratégia que têm ganhado notoriedade na gestão estratégica de pessoas do RH 4.03. E quais os ganhos se pode considerar com a aplicação do employee experience? 3 Sincroniza tecnologia, estratégias de gestão de pessoas e adota plataformas integradas que fornecem dados e informações em tempo real, e modelos preditivos para tomada de decisão. 13 Créditos: Flamingo Images/Shutterstock. Entre os ganhos consideráveis que impactam fortemente no processo de retenção de talentos, podemos citar: o fortalecimento da cultura organizacional; saúde do ambiente psicossocial; estímulo ao comprometimento e engajamento; desenvolvimento de profissionais e fortalecimento de times de alta performance; ambiente colaborativo propenso a criatividade e inovação; redução de erros e aprendizagem do time quando estes ocorrem; melhoria da comunicação interna e redução da rotatividade. Por meio do employee experience, a organização pode criar um ecossistema favorável à colaboração, criatividade, inovação e produtividade, sem comprometer a qualidade de vida do profissional e a satisfação deste com o trabalho. • Leia o artigo científico intitulado Atuação do Líder na Gestão Estratégica de Pessoas: Reflexões, Lacunas e Oportunidades, disponível em <https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415- 65552017000100041&script=sci_arttext&tlng=pt>. • Leia o artigo intitulado o que é Employee Experience, disponível em <https://www.gupy.io/blog/employee-experience>. • Entenda o que é o RH 4.0 e por que é importante implementar agora, disponível em <https://blog.convenia.com.br/rh-4-0/>. • Para conhecer a filosofia que sustenta o conceito, leia o texto Costumer Experience, o que é e como usar, disponível em <https://www.salesforce.com/br/atendimento-ao-cliente/customer- experience/>. 14 TEMA 5 – EMPLOYER BRANDING Créditos: Trueffelpix/Shutterstock. As estratégias adotas para promover a jornada mais positiva possível ao profissional acaba por refletir em outro aspecto bastante significativo para as organizações. Eis aí a essência do employer branding. Será que um profissional de destacado desempenho se sentiria confortável em pertencer a uma organização que amarga dezenas de processos de assédio moral, assédio sexual ou dano existencial4? Ou, então, será que ele aceitaria o cargo, sabendo do ambiente tóxico e da “fama” da empresa de ser má pagadora? Agora, pense no fator de atratividade de atuar em uma empresa que tem seus processos de qualidade certificados, políticas de desenvolvimento de pessoas, programas de responsabilidade social, compromisso com a preservação do meio ambiente, destaque em políticas para gestão de pessoas! Créditos: Fizkes/Shutterstock. 4 O dano moral é caracterizado por situações que humilham e constrangem o trabalhador, abalando o seu estado emocional, enquanto o dano existencial resulta de uma conduta do empregador que alcance a perda de vitalidade da pessoa, ou seja, compromete a sua convivência em sociedade (Migalhas, [S.d.]). 15 Então, o que há de comum nos exemplos apresentados? Ambos remetem à imagem da organização. E é aí que entra em cena a relevância do employer branding. Mas o que é e para que serve o employer branding? Employer branding, tradução para “construção da marca empregadora” é uma estratégia de marketing e da área de gestão de pessoas, com protagonismo direto das lideranças, que tem por objetivo elevar o poder de atração da empresa, e que tem sido cada vez mais adotada para conquistar profissionais talentosos no mercado de trabalho. Employer branding “é a construção de uma reputação capaz de tornar a empresa atrativa para o seu mercado de talentos alvo. Envolve um conjunto de valores que a empresa oferece aos seus colaboradores. Esse conjunto de valores atrai, não só a atenção de profissionais, mas também o seu desejo de fazer parte da empresa” (Cohros, [S.d.]). Trata-se de um conjunto de práticas que tem por objetivo construir a marca empregadora e, assim, tornar a empresa atraente aos olhos dos profissionais gabaritados e cuidar da jornada do parceiro de negócio, em termos de bem-estar, desenvolvimento e recompensas. Evidentemente que as recompensas financeiras são relevantes e devem fazer parte da gestão da retenção. Contudo, o employer branding transcende os aspectos apenas voltados às recompensas monetárias e abraça estratégias de cuidado com a saúde psicossocial do ambiente, relacionamento, cultura da aprendizagem e desenvolvimento, progressão de carreira entre outros. É importante ressaltar que toda a liderança, ou seja, o time de gestores também assume papel de protagonista para a construção da marca empregadora. Compete a eles boa parcela da responsabilidade sobre a aplicação e manutenção da marca empregadora. Como estão envolvidos no dia a dia, compete a eles a “hora da verdade” em relação à consolidação da employer branding. É importante considerar que a marca de “boa empregadora” está atrelada a como os profissionais percebem, sentem e disseminam sobre a organização. Ao primeiro olhar, investir na construção do employer branding e criar Employee Value Proposition (EVP)5, pode parecer que é importante apenas para 5 Trata-se da proposta de valor de uma empresa aos seus colaboradores. Envolve um conjunto variado de itens que promovem a satisfação das pessoas. Tais itens incluem: as condições de trabalho, as oportunidades de aprendizagem e evolução de carreira e a qualidade de vida. Envolve 16 aumentar poder de atração de profissionais talentosos, diferenciados e, sobretudo, alinhados e congruentes a cultura organizacional. O conjunto de valores oferecido aos profissionais pelo EVP, promove a satisfação. Pessoas satisfeitas tendem a permanecer na organização elevando o índice de retenção de talentos. Por consequência,tem significativa redução do custo de desligamentos e novas contratações. A seguir, confira algumas das estratégias de employer branding. Figura 4 – Estratégias de employer branding Fonte: elaborado com base em Cohnos, [S.d.]. É importante observar que o employer branding não é uma fachada, é antes de tudo, uma estratégia inteligente que requer planejamento; gestão da estratégia e sobretudo disciplina de aplicação para que tenha continuidade. Muitas iniciativas brilhantes se perdem nas brumas do tempo. Assim, disciplina e continuidade são fatores críticos de sucesso da criação e manutenção do employer branding. Por meio do employer branding, a organização cultiva o “valor intangível que tem cada vez mais peso na força da marca empregadora: a existência de um propósito! Quando o propósito de uma empresa se alinha ao desejo das pessoas em fazer parte do time, a força da marca se multiplica!” (www.cohros.com.br). também o alinhamento dos valores pessoais aos valores organizacionais. Faz parte desse pacote ainda a saúde das relações, principalmente com as lideranças! Além do clima organizacional e tudo o que puder significar valor para os colaboradores. Disponível em: <www.cohros.com.br>. Acesso em: 30 jun. 2021. Programas de comunicação estruturados para disseminar informações e mensagens de estímulo ao engajamento das pessoas Adoção de rituais para fortalecer e consolidar valores e a cultura organizacionais Getão contínua do clima organiacinal Aplicação de programa de onboarding de novos colaboradores Aplicação de programas de mentorias Preparo e desenvolvimento de líderes e acompanhamento das relações líder-liderado Criação, aplicação e acompanhametno das políticas e práticas de gestão esrtatégica de pessoas Inentivo a programas de Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho - GQVT 17 • Leia o artigo intitulado O desafio de atrair e reter talentos em organizações na contemporaneidade, disponível em <https://www.inovarse.org/sites/default/files/T11_0452_2145.pdf>. • Entenda o que é o RH 4.0 e por que é importante implementar agora, disponível em: <https://blog.convenia.com.br/rh-4-0/>. • Para ampliar seus conhecimentos sobre employer branding, leia o texto intitulado O que é Employer Branding e o que ela pode ajudar na sua empresa?, disponível em: <https://www.pipefy.com/pt-br/blog/employer- branding/>. 18 REFERÊNCIAS ALMEIDA, W. Captação e seleção de talentos: repensando a teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2009. CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Barueri: Manole, 2014. ULRICH, D. The Talent Trifecta. Workforce Management, v. 86, n. 15, p. 32, 2007.
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