Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES Previsto na CF, em seu art. 155, III: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) III - propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993). - Taxa Rodoviária Única - Em se tratando de impostos é necessária uma lei complementar para disciplinar acerca do fato gerador, da base de cálculo e dos contribuintes. O CTN não disciplina o IPVA e, também, não existe lei complementar específica. Seria inconstitucional, uma vez que nenhuma Lei Complementar regulamenta o IPVA. Contudo, o STF entendeu que os Estados e o Distrito Federal exercem a competência legislativa plena, insculpida nos parágrafos do art. 24, da Constituição. Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...) § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. Características: - Fiscalidade: é um tributo predominantemente fiscal, uma vez que tributa uma manifestação de riqueza do contribuinte com o objetivo de carrear recursos para os cofres públicos estaduais. Há quem defenda a existência de uma extrafiscalidade possível em função do combustível e do cumprimento das normas de trânsito, de acordo com a legislação do Estado. - É um imposto sobre o patrimônio. - Periódico: o fato gerador ocorre periodicamente. Normalmente, define-se uma data de vencimento. Elemento temporal do fato gerador: é anual (1º de janeiro de cada ano) ou data estabelecida em lei estadual. Ressalte-se que o momento do fato gerador poderá ser a data da aquisição para veículo novo e a data do desembaraço aduaneiro para veículo importado. - 50% da arrecadação transferida aos municípios: repasses obrigatórios; não se torna sujeito ativo do IPVA. O município vai receber 50% do que o Estado receber. Fato Gerador - Propriedade de veículos automotores. - É um tributo não vinculado à atividade estatal, como todos os impostos são. Isso significa que não está relacionado com o poder de polícia ou com a prestação de algum serviço público. - Isenções conforme a legislação estadual. Ex: Em Minas Gerais os taxistas são isentos. - Embarcações e aeronaves: grandes debates surgiram acerca da possibilidade de considerar fato gerador do tributo a propriedade de embarcações e aeronaves, dada a expressão genérica utilizada pelo constituinte “veículos automotores”. No julgamento dos Recursos Extraordinários 134.509/AM e 255.111/SP a polêmica foi resolvida no sentido de que o campo de incidência do IPVA não inclui embarcações e aeronaves. Na análise, o relator do acórdão, Ministro Sepúlveda Pertence, transcreveu o parecer do Ministério Público Federal em que se fez uma análise histórica do tributo e verificou que o mesmo foi criado em substituição à extinta Taxa Rodoviária Única, de modo que os seus aspectos conceituais deveriam ser tomados em harmonia com o tributo extinto, inclusive no que concerne à incidência exclusiva sobre veículos terrestres. Base de Cálculo e Alíquotas Base de cálculo: é o valor venal do veículo. Importante lembrar que o IPVA está sujeito à noventena, mas as alterações em sua base de cálculo não estão - exceção à noventena para alteração da base de cálculo, valor venal do veículo – art. 150, §1º da CF. - Outra observação importante em relação à base de cálculo é que, segundo o STF, a simples correção anual da tabela de valores dos veículos não implica em modificação da base de cálculo. Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: (...) § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. Alíquotas: quanto às alíquotas do IPVA existem previsões constitucionais Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: § 6º O imposto previsto no inciso III: I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) - No tocante às alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal, a regra é impositiva, devendo o Órgão legislativo adotar as providências para o cumprimento do mandamento constitucional. O objetivo é evitar a Guerra Fiscal ou, então, diminuir os seus efeitos. - A segunda regra é a previsão de que o IPVA poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização do veículo. Atualmente, podem ser estipuladas alíquotas diferentes para veículos utilitários e de passeio (variação quanto ao tipo). Também podem ser criadas alíquotas menores para veículos de aluguel (táxi) e de transporte escolar, e maiores para veículos particulares (variação quanto à utilização). Não obstante a autorização, dois critérios de diferenciação estão terminantemente proibidos, conforme entendimento do STF: 1) Não se pode tributar diferentemente veículos nacionais e importados – seria uma infração ao princípio da não discriminação com base na procedência ou destino, previsto no art. 152, da Constituição, bem como da Cláusula do Tratamento Nacional (prevê a equivalência de tratamento entre o produto importado, quando este ingressa regularmente no território nacional, e o produto similar nacional). Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. 2) Também não é possível vislumbrar a possibilidade de adoção de alíquotas diferenciadas com base no “tipo do veículo”, como uma autorização para tributar diferentemente veículos terrestres, aquáticos, ou aéreos – frisa-se o STF entende que o IPVA somente pode incidir sobre os veículos terrestres. Contribuinte e sujeição ativa Contribuinte: deve ser o proprietário do veículo automotor, única pessoa que possui relação pessoal e direta com a situação que constitui o fato gerador do IPVA – propriedade de veículo automotor. Sujeição ativa: Estado do domicílio do proprietário ou onde o proprietário está sujeito à inscrição no cadastro de contribuintes. Pode até licenciar em outro Estado com o objetivo de fraudar o valor do IPVA. O pagamento se mantém no domicílio do proprietário. - A Secretaria Executiva de Fazenda poderá instituir, isolada ou conjuntamente, com outro órgão público de âmbito federal, estadual ou municipal, o cadastro de contribuintes proprietários e responsáveis do IPVA, devendo o cadastro de veículos será mantido atualizado pelo DETRAN. Lançamento - Lançamento de Ofício: o contribuinte recebe, tão somente, a notificação para o pagamento. - A autoridade administrativa constitui o crédito tributário relativo ao IPVA utilizando-se das informações que constam no seu banco de dados relativos à propriedade de veículos automotores licenciados no Estado. Até o momento em que é notificado, o sujeito passivo não participa do procedimento de lançamento, pois não elabora declarações, nem antecipa quaisquer valores. Observações: - Transferência do veículo (Documento Único de Transferência – DUT) - Em Minas Gerais: Alíquotas Em Minas Gerais, desde 2004, calcula-se o IPVA aplicando-se sobre a base de cálculo as seguintes alíquotas: 4,0% Automóveis, veículos de uso misto e utilitários. 3,0% Caminhonetes de carga (pick-ups) e furgão. 2,0% Automóveis, veículos de uso misto e utilitários com autorização para transporte público (ex: táxi, escolar) comprovada mediante registro no órgão de trânsito na categoria aluguel.2,0% Motocicletas e similares. 1,0% Veículos de locadoras (pessoa jurídica). 1,0% Ônibus, micro ônibus, caminhão, caminhão trator. Base de cálculo Para veículo novo, a base de cálculo do IPVA é o preço total que consta no respectivo documento fiscal de venda. Nesse caso, se o veículo é de procedência estrangeira, a base de cálculo é o preço que consta no documento de desembaraço aduaneiro, acrescido dos demais tributos e encargos, ainda que não recolhidos pelo importador. Para veículo usado, a base de cálculo do IPVA é o preço médio praticado no mercado, no final do exercício anterior ao da cobrança, divulgado pela Secretaria de Estado de Fazenda (SEF-MG), pesquisados em publicações especializadas e, subsidiariamente, na rede revendedora. Desde o IPVA do exercício 2008, essa cotação é realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) com supervisão dos técnicos da SEF/MG.
Compartilhar