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1 IMSD64, RESUMO, Larissa Alves Fernandes, 2022.1 Professor Kelle | Aula 3 São mecanismos enzimáticos complexos que tem por objetivo inativar compostos endógenos ativos (hormônios, enzimas, neurotransmissores etc.) e eliminar substâncias estranhas ao organismo (xenobióticos). • Várias enzimas principalmente localizadas no fígado que transformam fármacos, carcinógenos, venenos e pesticidas ou em metabólicos inativos ou em metabólicos ativos. LOCAL DE BIOTRANSFORMAÇÃO: Pulmões, rins, adrenais etc. A principal meta é transformar fármacos lipossolúveis em fármacos hidrossolúveis pa ra facilitar a excreção. OBJETIVOS: INATIVAÇÃO | ATIVAÇÃO | POTENCIALIZAÇÃO TRANSFORMAR OS FÁRMACOS LIPOSSOLÚVEIS EM METABÓLITOS HIDROFÍLICOS → EXCREÇÃO RENAL. Reações químicas: a) Oxidação; b) Redução; c) Hidrólise; d) Conjugação I) Término da ação de uma substância: • Detoxificar; • Inativar compostos. II) Facilitar a excreção: • Formar produtos mais polares; • Formar produtos menos lipossolúveis; III) Ativar: • Ativar drogas originalmente inativas; • Alterar perfil farmacocinético; • Formar metabólitos ativos. • Um fármaco pode ser inativo e se tornar ativo; • Uma droga tóxica pode ser transformada em uma droga não tóxica; • Uma droga não tóxica pode ser transformada em uma droga tóxica; • Ou uma droga ativa pode se tornar igualmente ativa, menos ativa ou até mais ativa. 1. Absorção a partir do trato gastrointestinal. 2. O medicamento entra na circulação portal para depois entrar na circulação sistêmica. Se o medicamento for rapidamente biotransformado no fígado ou na parede intestinal durante esta passagem inicial, a biodisponibilidade reduz, ou seja, a quantidade de fármaco inalterado que tem acesso à circulação sistêmica diminui. • Para que o fármaco seja bem absorvido, ele precisa ser levemente hidrofóbico, possuindo alguma solubilidade em soluções aquosas. Fármacos hidrofílicos não atravessam as membranas lipídicas e os fármacos extremamente hidrofóbicos são totalmente insolúveis nos líquidos aquosos do organismo e, portanto, não tem acesso à superfície das células. A) METABÓLICOS ATIVOS Ac. Acetilsalicílico (ativo) → Ac. Salicínico (ativo) • Diazepam (ativo) → nordazepam + oxazepam (ativos) B) METABÓLICOS TÓXICOS Enzima DROGA METABÓLITO Substrato INATIVO: Menos lipossolúvel Maior excreção ATIVO 2 IMSD64, RESUMO, Larissa Alves Fernandes, 2022.1 • Isoniazida (tóxico) → Acetominofen (tõxico) C) Pró-drogas (originalmente inativas) • Cortisona (inativo) → Hidrocortisona (ativo); • Prednisona (inativo) → predinisolona (ativo); • Paration (inativo) → paraoxon (ativo) • O fármaco pode passar pelas fases I, II ou ambas. • Um fármaco pode passar pela fase I sem precisar passar pela fase II, se a primeira fase com a oxidação, redução e hidrolise for suficiente para ele se tornar hidrossolúvel ele poderá ser excretado. • Normalmente na fase I pode ativar o fármaco, pode torná-lo mais hidrossolúvel sem alterar sua ativação e pode torná-lo inativo. • Alguns fármacos passam pela segunda fase, todos que passam pela segunda fase precisam passar pela primeira, as reações dessa fase são de conjugação que inativa o fármaco tornando-os hidrossolúvel. Neste exemplo temos a aspirina, ela vai passar pela fase I ocorrendo uma hidroxilação, quebrando o grupamento acetil e adicionou uma hidroxila, ativando o metabólico ácido salicílico, ele vai para segunda fase que vai sofrer reação de conjugação com o ácido glicurônico (semelhante a glicose), essa hidroxila vai ser um ponto reativo para o ácido glicurônico (suas hidroxilas vão facilitar a eliminação do ácido salicílico). • As reações de fase I: são CATABÓLICAS, ou seja, produzem grupos reativos (OH, COOH e NH2) que as vezes podem ser mais tóxicos. Esses grupos reativos servem de ponto de ataque para as reações de conjugação. • As reações de fase II: são ANABÓLICAS (também conhecidas como reações de síntese), resultam em compostos inativos (exceção: sulfato de Minoxidil). • Não microssomias: são reações que acontecem no citosol ou mitocôndrias; • Microssomias: são reações que acontecem no retículo endoplasmático liso. As principais reações que transformam os fármacos são MICROSSOMIAIS. I) REAÇÕES OXIDATIVAS NÃO MICROSSOMAIS a) Álcool desidrogenase e aldeído desidrogenase. Etanol → Acetaldeído → acetato b) Xantina oxidase Hipoxantina → Xantina → Ac. Úrico c) Monoamino oxidase Metabolismo das catecolaminas e serotonina II) REAÇÕES OXIDATIVAS MICROSSOMAIS Participação de: a) Citocromo P450; (complexo de enzima) b) Ferro; c) NAD (dinucleotídeo nicotiamina adenina); d) FAD (Flavoproteína); e) Oxigênio. • Principal mecanismo para metabolismo de produtos endógenos e xenobióticos. 3 IMSD64, RESUMO, Larissa Alves Fernandes, 2022.1 • Importante fonte de variabilidade interindividual no metabolismo de drogas; Algumas pessoas apresentam variações no metabolismo de drogas e essas variações intercorrem em variações inéditas na capacidade de metabolismo dessas drogas. • Relacionado a efeitos tóxicos de determinados fármacos; • Envolvido no mecanismo de interação entre as drogas. As drogas podem induzir ou podem inibir essas enzimas e eles vão interferir ou influenciar no metabolismo de outras drogas que foram simultaneamente administradas. A) NOMENCLATURA DOS CITOCROMOS P450 EXEMPLO: CYP1A2 CYP1 (FAMÍLIA): Apresenta homologia > 40% na sequência de aminoácidos. Existem 14 famílias descritas em humanos. CYP1A (SUBFAMÍLIA): Apresenta homologia > 55%. Existem 30 subfamílias descritas em humanos. CYP1A2 (ENZIMA ESPECÍFICA). As enzimas (citocromo) possuem seu substrato que é onde elas irão agir e apresentam seus antagonistas, ou seja, moléculas que conseguem se ligar em enzimas, mas impedem que elas ajam sobre seu substrato. Por exemplo, a Ciprofloxacina inibe a ação da CYP1A2, ou seja, elas impedem que substratos como a cafeína, warfarin e teofilina sejam degradados. ACETOMINOFENO ------CYOP2E1------- ACETILBENZOQUINONA • Acetominofen é um fármaco conhecido como hepatotóxico; • A acetilbenzoquinona é uma molécula instável que deve se reduzir para se estabilizar; • Sua redução é obtida pela oxidação de um outro composto (GLUTATIONA); A glutationa é um composto importante que mantém os níveis de radicais livres baixos o suficiente para que não cause mal as células. • Quando a glutationa se esgota (usados na redução da acetilbenzoquinona), lipídios da membrana celular são oxidados (ficam susceptíveis aos radicais livres), causando lise celular, este é o motivo da citotoxicidade da acetominofeno. INDUTORES ENZIMÁTICOS: são considerados compostos que induzem a atividade de enzimas do CYP450, portanto aumentam a velocidade de excreção de xenobióticos. Dessa maneira, a biodisponibilidade é menor. Biodisponibilidade: é definida como a fração da dose administrada que efetivamente é absorvida e chega à corrente sanguínea. Ex. Administramos um medicamento de 100 mg por via oral, apenas 50 mg chega à corrente sanguínea, a biodisponibilidade é de 50%. Na presença de um indutor (reduz a biodisponibilidade do fármaco): a) Aumenta a atividade da enzima CYP; b) Aumenta a velocidade do metabolismo do substrato; c) Aumenta a velocidade de excreção do composto; d) Diminui a concentração do substrato no sangue. Se dois fármacos, um é substrato e o outro é indutor da enzima que vai metabolizar aquele substrato, ele vai favorecer a eliminação daquele substrato, ele vai reduzir a biodisponibilidade do fármaco. Nós observaremos uma redução dos efeitos daquele fármaco. INIBIDORES ENZIMÁTICOS: são compostos que inibem a atividade de enzimas do CYP450,portanto diminuem a excreção de xenobióticos. Dessa maneira, a biodisponibilidade é maior. Na presença de um INIBIDOR: a) Diminui a atividade da enzima; b) Diminui a velocidade do metabolismo do substrato; c) Diminui a velocidade de excreção; d) Aumenta a concentração do substrato no sangue. Na presença de um inibidor o substrato vai aumentar a concentração (e pode atingir níveis tóxicos). Se as concentrações forem superiores as terapêuticas podem gerar uma toxicidade. Se administrarmos um fármaco que é substrato de uma determinada enzima e o seu 4 IMSD64, RESUMO, Larissa Alves Fernandes, 2022.1 inibidor, aquele inibidor poderá favorecer o aumento da concentração do fármaco. EX. ENZIMA: CYP2C19 Substrato: amitriptilina, citalopram, diazepam, imipramina, omeprazol, Inibidores: fluoxetina, fluxozamina, cimetidina, cetoconazol. Indutores: carbamazepina, rifampicina. • Se administrarmos a rifampicina (tratamento da tuberculose) com o omeprazol (substrato); A rifampicina vai aumentar a atividade da CYP2C19, aumentar a velocidade do metabolismo do omeprazol (tratamento de úlcera) e aumentar a velocidade de excreção do omeprazol e diminuir a concentração do omeprazol no sangue. EX. ENZIMA CYP2C9 Substrato: warfarina, ibuprofeno. Inibidores: fluconazol, cetoconazol, metronidazol, itraconazol, fluoxetina, ritonavir. Indutores: fenobarbital, rifampicina. • Se administrarmos o fluconazol (tratamento de fungos) com a Warfarina. O fluconazol vai diminuir a atividade do CYP2C9, diminuir a velocidade do metabolismo da warfarina (anticoagulante), vai diminuir a sua velocidade de excreção e vai aumentar a concentração da warfarina no sangue. E consequentemente diminui o efeito anticoagulante da warfarina. A biotransformação pode ser influenciada por inibidores, e esse fármaco pode atingir concentrações maiores se forem administradas com os inibidores e pode adquirir um caráter tóxico. Com relação a ação dos metabolizadores, em B podemos observar que a maioria das pessoas metabolizam os fármacos em uma velocidade constante, mas existem pessoas que são pobres metabolizadores, ou seja, elas metabolizam os fármacos de forma mais lenta e deficiente, consequentemente a taxa de eliminação é menor. E existem os ultrarrápidos metabolizadores, que metabolizam muito rápidos, ou seja, as posologias dos medicamentos para essas pessoas precisam ser ajustadas, de forma que não sejam tóxicas nem produzam dosagens subterapeuticas (IMPORTANTE ESTUDOS VOLTADOS PARA A FÁRMACO GENÉTICA). Estudos: quais as variações genéticas que influenciam na ação das drogas? É o tempo necessário para a quantidade original da dose seja reduzida à metade. O fármaco foi administrado por via oral, as suas concetrações foram aumentando até atingir o platô (concentração instável), o fármaco sofreu a biotransformação que gerou metabólitos que são hidrossolúveis (facilmente eliminados) a concentração vai começar a diminuir. Quando esse fármaco atingir a metade da sua concentração, nós dizemos que o tempo necessário para a atingir a metade a da concentração máxima é a meia vida plasmática. É um parâmetro importante pois podemos avaliar quanto tempo será necessário para a eliminação completa da droga. • Fármacos que são armazenados em determinados tecidos como por exemplo no tecido adiposo eles possuem um tempo de meia vida maior.