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DPC0318 - Provas em Espécie - Prof Ricardo Leonel

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Provas em EspécieProvas em EspécieProvas em EspécieProvas em Espécie 
00005555/08/2011/08/2011/08/2011/08/2011 
Data da primeira prova: 30/09/2011. Seminário na 
semana anterior (23/09/2011). O seminário é com questões 
práticas, que serve como preparatório para a prova. As questões 
são passadas com antecedência, e são discutidas no seminário. 
Livros: Novos e antigos: Cursos e livros-textos, 
Instituições de Cândido Dinamarco, i dos tomos trata das provas 
em espécie. Curso do professor Humberto Teodoro Júnior, o 1 
volume, e Curso do Cássio Scarpinella Bueno. Antigo: Moacyr 
Amaral Santos sobre provas, e Comentários ao Código de 
Processo Civil, de Antônio Carlos de Araújo Cintra 
Temas das aulas: provas típicas e atípicas, confissão, 
prova testemunhal, pericial, teoria das cargas dinâmicas e 
provas ilícitas. Eventualmente se aborda alguns aspectos da 
teoria geral da prova. 
Observações iniciais: a importância do tema: Frase do 
Jeremias Bentham: há mais de 200 anos: “Processo nada mais é 
de que a arte de administrar provas”. Carnellutti: “O problema do 
juiz pode ser comparado à situação de alguém que examina 1 
questão sob 1 luz intensa e, dentro daquele círculo de luz está a 
prova e, além daquele círculo, tudo é escuro, nada se sabe nem 
importa”. 
No processo, poder-se-ia pensar em buscar a verdade, 
mas ela está no plano dos fatos. O que se procura no processo, 
tanto civil quanto penal, é a investigação para produzir provas 
suficientemente convincentes para levar o juiz a convicção ou 
quase certeza, para decidir com a possibilidade mínima de 
cometer injustiça. Tanto é assim, que o objeto da prova não é os 
fatos, mas as alegações das partes, porque o que se busca no 
processo é tirar o juiz da ignorância e fazer ele ultrapassar o 
estado de dúvida, e leva-lo à certeza processual ou convicção 
forte que o permita decidir com mínima possibilidade de erro. 3 
estados de consciência do ser humano, por Malatesta: 
ignorância, dúvida e certeza (no caso do juiz, certeza íntima ou 
convicção). 
Se a prova, nada mais é que ensaio, verificação, exame, 
argumentação (probatio), su finalidade é convencer o juiz. A 
rigor, prova se faz com relação a fato e, excepcionalmente, em 
relação a direito, no caso de direito local. 
O processo evolui junto com a evolução social. E é com a 
realidade social que o juiz vai trabalhar. E, assim também a 
prova evolui. 
Agora o professor Ricardo fala do velho. 
Antigamente, a religião interferia no processo e na prova. 
(evolução social). Falava-se nos juízos de Deus, havia as 
hordálias do juramento e do duelo. Não só no Direito Romano, 
como no dos povos bárbaros e no direito medieval. Nestas 
provas prevalecia, não o elemento racional, mas o elemento 
místico, religioso. 
Prova do fogo → o cabra passava pelo fogo com a roupa 
encerada, ou tocar a língua ou carregar 1 barra de ferro em 
brasa, ou caminhar sobre ferro ou carvão quente. Se o cabra 
passasse por essa prova, estava provada sua inocência. Só pela 
intervenção divina mesmo! 
Prova da água → por a mão do cabra na água fervenrte e, 
depois ver se houve lesões. Se não, ele era absolvido. 
Água fria → arremessar o cabra na água fria amarrado → 
se afundasse era inocente. 
Prova das serpentes (não tem nada a ver com a sogra) → 
o cabra era colocado num local cheio de serpentes. Se ele fosse 
picado era culpado. 
Prova pelo juramento dos conspurgadores → o cabra 
jurava e trazia tantas outras pessoas para jurarem junto com ele 
e, conforme a gravidade, ele tinha que trazer mais gente para 
jurar com ele. 
Prova pelo duelo → quem tinha razão ganhava o duelo, e 
o processo. 
Tudo isso é para dizer que o processo e a prova evoluem 
com a sociedade. 
Se antigamente havia o sistema das provvaas legais, que 
o juiz não raciocinava, mas aplicava às provas os efeitos já 
previstos na lei. O sistema oposto é o sistema livre e irrestrita 
convicção. Hoje, na maioria dos povos democráticos adotam o 
sistema do livre convencimento motivado, em que o juiz pode 
atribuir á prova o peso que aprouver, e motivar sua convicção, 
isso decorre da evolução atual da sociedade. 
Os professores analisarão as provas na sequência do 
Código Civil e trarão notícia das novas tendências. 
Agora o professor Poli falar do novo. 
Tendo em vista que o programa trata em paralelo a teoria 
geral da prova e as provas em espécie, ele trará noções que 
serão detalhadas na teoria geral. 
No início da demanda, o juiz é ignorante, e depende das 
partes para coletar informação. Inicialmente pelas alegações das 
partes. A parte tem que contar sua história para o juiz. Esta irá 
ajudar o juiz a compreender o pedido. O réu, indo em 
contraposição ao autor, conta a sua versão da história. O juiz 
coteja as alegações e chega à ideia de fatos controvertidos. O 
que não é controverso, o autor fala e o réu concorda, não há 
necessidade de investigar nada. No âmbito da contrariedade, 
trabalha-se com a segunda atividade das partes. Agora elas têm 
o ônus de provar que estão com a verdade. Na medida em que 
se demonstra que os fatos existiram na prática, o juiz faz a 
subsunção dos fatos provados nos autos à norma, e decide 
quem tem razão. 
Como posso provar minha razão? Fontes de informação. 
O que é 1 fonte de prova? Qualquer coisa ou pessoa portadora 
de informações sobre os fatos relevantes e controvertidos no 
processo. Se o réu alegue que não emprestou, o autor tem que 
provar que existe o crédito. Se o réu concorda com a existência 
do empréstimo, mas alega que pagou ele mesmo tem que provar 
o pagamento. Situação verbalmente constituída, só pode se 
provar como testemunha. 
Relacionamento mais detalhado → contrato prova. 
Conforme o tipo de fato a ser provado, pensa-se em diferentes 
tipos de provas. E circunstâncias que envolvam necessidade de 
conhecimento técnico? Recorre-se a 1 perito que tenha o 
conhecimento específico. "For example": o operado entende que 
houve 1 erro médico. O juiz depende de informações técnicas 
para poder decidir. 
Conforme a fonte de informação, há diferentes meios de 
prova. O que é isso? Diferentes técnicas desenvolvidas e 
assimiladas pelo Direito para extrair das fontes as informações 
necessárias. "For example": testemunha. Como se tira dela as 
informações? Não é por meio de tortura, mas por 
questionamentos, perguntas. Ss a prova fo técnica, recorresse 
ao perito, que deverá redigir 1 laudo interpretando tecnicamente 
os conhecimentos havidos. 
Nosso momento é de evolução social muito rica: de 
provas basicamente orais, documentos e perícias, migra-se para 
o ambiente virtual. Torna-se corriqueiro que, por meio das redes 
sociais, sejam produzidas informações que possam ser 
utilizadas como prova. Como trazer isso para os autos? As 
tuitadas são levadas para os autos, às vezes pedindo ao tabelião 
que lavre 1 certidão com fé pública, dizendo que, ao dia tal, 
acessou página tal, e viu conteúdo tal, garantindo que o tuitador 
não apague a sua tuitada, fazendo-a se perder. 
Assistência judiciária gratuita: o cabra alegava que não 
podia se manter pagando o processo, e a parte contrária 
imprimia o facebook do cabra, que relatava as viagens diversas 
e festas que o cabra participava, e com isso o juiz revogou a 
justiça gratuita. 
Consideração breve do âmbito da teoria geral: roa prova 
passa por 4 momentos lógicos: 
1. Requuerimento → a parte requer qual a prova que quer 
ver produzida. 
2. Se a parte pediu, o próximo passo é a análise desse 
pedido pelo juiz. Por que isso é importante? Porque muitos 
pedem provas não relevantes ou desnecessárias, por acreditar 
que ela é relevante, ou só para protelar o processo. Então, o juiz 
fará 1 filtro, para evitar protelação. 
3. A produção da prova. 
4. Avaliação da prova → a prova, já nos autos, é verificada 
pelo juiz, que faz a subsunção. 
Nesta matéria isso será passado por alto, porque é 
matéria da teoria geral, e porque varia conforme o tipo da prova. 
"For example": provadocumental, é juntada junto com a inicial, 
ou com a contestação, caso os litigantes já a possuam. Pula 
etapas, portanto. 
Será discutido em que circunstância cabe pedir cada 
prova, quando o juiz deverá deferir e como será essa produção. 
12/08/201112/08/201112/08/201112/08/2011 ---- Promotor Promotor Promotor Promotor 
Provas tíProvas tíProvas tíProvas típicas e atípicaspicas e atípicaspicas e atípicaspicas e atípicas 
A prática é o maior banco de provas. O processo, antes 
de tudo, é pensar constitucionalmente. Antes, pensava-se 
apenas legalmente. Isso se aplica também ao processo, por isso 
se fala em modelo constitucional do processo. Precisamos 
pensar no processo a partir da Constituição Federal. E no que 
tange ao direito à prova, temos que, pelo menos, 4 dispositivos 
que são premissas do direito à prova. 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito; 
O que esse princípio da inafastabilidade da jurisdição ou 
garantia da tutela jurisdicional tem a ver com a prova? Tudo → se 
a Constituição Federal assegura a tutela jurisdicional, o direito de 
ação, etc, é necessário que tudo isso tenha substância, e parte 
disso se materializa através do direito à prova. A tutela 
jurisdicional não valeria muito se não fosse garantido o direito à 
prova. 
Artigo 5º LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o 
devido processo legal; 
O devido processo legal tem, na sua origem na common 
law, a garantia de serem julgados e processados pelo direito de 
sua terra. Hoje, o devido processo legal é 1 princípio e garantia 
constitucional que se concretiza nas normas infraconstitucionais 
processuais. O que isso tem a ver com a prova? As normas que 
regulam o processo ou o procedimento, se elas proibissem o uso 
de qualquer espécie probatória? Esse prooc violaria a garantia 
do devido processo legal, porque ele não asseguraria esse valor 
posto na Constituição Federal, que fornece não só a diretriz, mas 
limites à atuação do legislador. Processo sem direito a prova não 
é processo. De acordo com boa parte da doutrina, a garantia do 
devido processo legal é 1 garantia síntese, as outras garantias 
decorrem dela, bastaria apenas esta na Constituição Federal. 
Artigo 5º LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os 
meios e recursos a ela inerentes; 
Fonte mais direta do direito à prova, embutida no 
contraditório e ampla defesa assegurados. A bilateralidade 
embutida no contraditório quer dizer oportunidade de ciência, de 
manifestação e de atuação processual em prol do seu interesse, 
tanto o autor quanto o réu. Dentro desse espaço se encaixa o 
direito à prova. 
Artigo 5º LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios 
ilícitos; 
Fazendo 1 leitura invertida: são admitidas todas as provas 
lícitas. 
Pelo menos esses 4 fundamentos do direito à prova, sem 
prejuízo de outros que porventura houverem. 
Mas não se encerra por aí. Há os fundamentos 
normativos infraconstitucionais, que são inúmeros a respeito dos 
meios de prova específicos. Mas vamos ver apenas alguns 
genéricos, só no Código Civil por enquanto. 
CAPÍTULO VI 
DAS PROVAS 
Seção I 
Das Disposições Gerais 
 Art. 332. Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, 
ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade 
dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa. 
Sinaliza a abertura do direito probatório. 
 Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e 
circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; 
mas deverá indicar, na sentença, os motivos que Ihe formaram o 
convencimento. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973) 
Outro fundamento infraconstitucional do direito à prova. 
Tudo isso não é chover no molhado porque é relevante 
saber para poder raciocinar para admitir a maior amplitude 
possível no direito probatório. 
Provas típicas → são as provas nominadas. As 
expressamente tipificadas na lei processual como prova 
admitida. 
Provas atípicas → ou inominadas, ou assistemáticas, não 
estão tipificadas na lei processual, mas o sistema as admite. 
Toda amplitude que os fundamentos constitucionais e infra 
também permitem legitima o raciocínio que, já sofreu resistência, 
mas hoje é aceitável, que no processo são admissíveis não 
apenas as provas típicas, mas também as atípicas. Não se 
precisaria falar disso? Isso é óbvio? Nem sempre as coisas 
foram assim. Hoje vivemos no sistema do livre convencimento 
motivado, em que o juiz pode aceitar qualquer proiva lícita e dar 
o valor que quiser a cada prova produzida. Mas antes havia o 
sistema de provas legais e tarifadas. Só eram admitidas as 
previstas em lei e cada 1 tinha 1 valor específico. Ainda existe 
esse sistema no atual direito canônico. No direito das 
Ordenações do Reino que vigorou no "nosso Brésil" há pouco 
mais de 150 anos, era assim também. AS coisas nem sempre 
foram como são. As composições dos tribunais, principalmente 
os superiores, mudam, e tudo pode mudar e o quadrado virar 
redondo, por isso não custa valorizar as boas coisas que existem 
e assentar os seus fundamentos. 
Podemos dizer: 1. Que o direito probatório é basicamente 
amplo. 2. Que as provas típicas previstas no Código de 
Processo Civil são listadas em rol exemplificativo. E, por 1 razão 
de ordem prática → evolução da tecnologia, da ciência. Mas 
nunca na história deste País foi possível o legislador prever na 
lei todos os meios probatórios existentes no futuro. "For 
example": exame de DNA. Mesmo sendo conhecido de velho, 
ainda provoca imensa dificuldade, a ponto de forçar 1 ginástica 
argumentativa para justificar a revisão de decisões transitadas 
em julgado e que já havia passado o tempo da ação rescisória, 
para contornar a coisa julgada antiga e permitir o 
reconhecimento à filiação baseado no novo exame de DNA. 
Exemplos de provas típicas → há 1 disposição específica 
no Código de Processo Civil de meios de prova. "For example": 
depoimento pessoal, confissão, documentos, testemunhas, 
perícia, etc. 
Provas atípicas → decorrem da evolução da ciência e da 
criatividade humana, além de eventual omissão legislativa. 
É preciso pensar 1º na admissão da prova atípica, ela tem 
que ser aceita pelo juiz. Depois se preocupa com a valorização. 
"For example": declaração dada fora do processo, declarada no 
cartório de registro. Seria 1 espécie de prova atípica. 
Possibilidade de se admitir essa prova. Na admissão das provas 
atípicas há alguns limites. Outro exemplo: declaração feita por 
peritos no processo, que de certo modo poderíamos indicar, em 
certa medida, como prova atípica. Outro → comportamento das 
partes dentro ou fora do processo. Para parte da doutrina não 
seria propriamente prova, mas elementos de formação que 
poderiam contribuir na avaliação da prova, mas em última 
análise é 1 elemento probatório. "For example"; comportamento 
das partes na audiência interfere na convicção do juiz. Audiência 
cinematográfica violenta de divórcio litigioso. O comportamento é 
ou não capaz de interferir na convicção do juiz? O Código de 
Processo Civil não prevê esse meio de prova, portanto, é tipo 1 
prova atípica. Outro → Prova emprestada → feita em outro 
processo. Também é atípica, ou inominada. 
Exemplos do processo penal → as interceptações 
telefônicas e provas por meio de videoconferência. Precisamos 
saber se são admissíveis e sua valoração. São válidas, com 1 
observação: não é possível admitir como prova atípica a prova não é possível admitir como prova atípica a prova não é possível admitir como prova atípica a prova não é possível admitir como prova atípica a prova 
típica que foi irregularmente produzidatípica que foi irregularmente produzidatípica que foi irregularmente produzidatípica que foi irregularmente produzida. "For example": a perícia 
feita por quemnão tinha a formação para fazê-la. É possível 
aproveitar a prova, não como perícia, mas como 1 prova atípica? 
Nem a pau. 
"For example"; declaração prestada em cartório → não 
serve como prova atípica. Porque inquirição de testemunha tem 
que ser feita em juízo, no contraditório, na audiência de 
instrução, no momento próprio, previamente arrolado, etc. etc. 
Seria 1 forma de admitir como prova atípica, 1 prova típica. 
Maaaas, se a pessoa estiver viva, ela pode ser arrolada como 
testemunha. Aí será produzida 1 prova típica regularmente. 
Maaaas, se aquela testemunha que prestou aquela declaração 
por qualquer outro motivo, que não é confissão de dívida, que é 
outra história, morreu, está em coma, etc., há que ser 
relativizada essa regra. Depende. Mas o professor não descarta 
que, numa situação muito específica (a pessoa morreu, v.g.) que 
aquela declaração seja acolhida, porque é absolutamente 
impossível reproduzir a prova pelo meio adequado, salvo com 
ajuda do Chico Xavier, ou 1 precatória para o céu. Nesses 
casos extremos, haveria que se fazer 1 ponderação de valores, 
etc. para a prova ser admitida. Maaaaaas, a valoração é outra 
história. Tudo isso por causa do devido processo legal. 
Prova emprestada → exemplo muito comum de prova 
atípica. Requisitos para admitir a prova emprestada (valoração 
só depois). 1. Só é admissível se não for possível reproduzi-la. 2. 
Se na sua produção no processo de origem foi respeitado o 
contraditório. Ou, pelo menos se ela foi produzida em face da 
parte contra quem ela será utilizada no outro processo. O cabra 
contra quem a prova será utilizada necessariamente tem que ter 
sido parte no processo de origem. 3. Não se pode, a título de 
prova emprestada, burlar a produção de prova típica (à maneira 
do item 1). "For example": o motorista foi condenado 
criminalmente pela morte do pedestre. Se a ação civil ex delictu 
for movida contra a empresa, a prova não poderá ser utilizada. O 
servidor foi condenado por corrupção, e depois o poder público 
pode usar a prova para pedir ressarcimento ao erário. Provas no 
processo administrativo → pode ser usada em processo judicial? 
O requisito do contraditório estando preenchido, será necessário 
verificar a impossibilidade de reproduzir a prova. 
Exemplo de prova atípica emprestada → prova por 
interceptação telefônica e por videoconferência → previstos só no 
processo penal. Podem ser aproveitadas no processo cível? 
Para o professor sim, mas para outros não pode. Se a prova foi 
produzida no processo penal, houve contraditório em face do 
réu, que é o mesmo réu na ação civil, e não é possível 
reproduzi-la no processo civil por vedação legal, por que não 
utilizá-la como emprestada? 
Será que a anulação do processo de origem impede a 
utilização da prova emprestada como prova atípica? O processo 
de origem foi anulado ou extinto sem julgamento do mérito. 
Pode? 
Processo anulado → depende. Se a anulação do processo 
alcançou a prova produzida que se pretende usar como prova 
emprestada, não pode usá-la, ela não será admitida. Mas se o 
processo de origem foi anulado após a produção da prova, "for 
example": anulou a partir da sentença, a prova não foi afetada. 
Processo extinto sem julgamento do mérito → depende do 
motivo da extinção. Se a extinção se julgamento do mérito não 
contaminou a prova, pode ser utilizada. "For example"; o autor 
desistiu e o réu concordou com a desistência. 
A economia processual não poderia justificar o 
aproveitamento de 1 prova mesmo que possa ser reproduzida, 
porque é 1 valor importante, mas não é o único. 
Não é apenas o contraditório judicial. O processo 
administrativo também tem contraditório, mas não há que se 
confundir processo administrativo com procedimento. A 
sindicância, "for example", não tem contraditório, portanto, suas 
provas não podem ser aproveitadas no processo, judicial. "For 
example": prova produzida numa Comissão Parlamentar de 
Inquérito pode ser usada como prova emprestada? Só se for na 
URSS. Porque Comissão Parlamentar de Inquérito não é 
processo, mas mero procedimento investigatório. Inquérito 
Policial também não é processo. O que esses procedimentos 
recolhem podem ser analisados talvez como indícios, mas nunca 
como prova. 
19/08/201119/08/201119/08/201119/08/2011 ---- Puoli Puoli Puoli Puoli 
Confissão não é meio de prova. Meio de prova é 1 técnica 
para extrair informações que sejam relevantes para a resolução 
da demanda. Extrair de onde? De 1 fonte, A confissão pode ser 
1 fonte de prova. A confissão não envolve técnica nenhuma, mas 
é 1 afirmação de conhecimento ou reconhecimento que a própria 
parte faz. Mas o legislador disciplinou a confissão junto com os 
meios de prova. 
Confissão é negócio jurídico? Há 1 manifestação de 
vontade. É unilateral. Mas o negócio jurídico tem a finalidade de 
produzir efeitos determinados, o que a confissão não tem. A 
confissão então, Constituição Federal Dinamarco, é 1 declaração 
de conhecimento, apenas. Não há a busca de determinados 
efeitos jurídicos pela declaração da vontade. 
Havendo a confissão, pode-se afirmar que a causa está 
devidamente resolvida? Basicamente, o que se tem é 1 
incontrovérsia a respeito do fato conversado. E por que a 
incontrovérsia é importante no processo civil? O processo tem 4 
fases: a fase postulatória, a fase de saneamento, a fase de 
instrução e a fase de julgamento. A incontrovérsia provocada 
pela confissão acaba por limitar a fase de instrução. 
Controvérsia → só se precisa provar os fatos controvertidos. No 
caso de as 2 versões serem coincidentes, entre autor e réu, não 
haveria necessidade de investigação. A confissão, a rigor, 
produz incontrovérsia a respeito do fato confessado. Dessa 
forma, todo fato objeto de confissão, ressalvados alguns casos, 
não enseja investigação. Assim, já se tem 1 direção na qual 
caminhar para sentenciar. Mas essa incontrovérsia não 
necessariamente vincula o juiz, devido ao livre convencimento 
motivado (Artigo 131 do Código de Processo Civil). 
Na maioria dos casos há diversas alegações feitas pelo 
autor e réu, e, às vezes, a confissão não abraça todas as 
situações relacionadas à demanda. E o juiz, ao decidir, ele terá 
que fazer avaliação do todo, de todas as alegações realizadas, 
das provas produzidas, e, ao formar sua convicção, já tem 
condições de sentenciar. 
Não se tem no sistema brasileiro nenhum tipo de prova 
plena, aquela irrefutável, que traz a certeza da solução da 
demanda naquele sentido. Na prática acontece, que aquele que 
confessou acaba perdendo e aquele beneficiado acaba 
ganhando. Mas não necessariamente assim será, porque há 
outras circunstâncias fáticas e legais a serem levadas em conta 
pelo juiz. 
 Art. 348. Há confissão, quando a parte admite a verdade de um fato, 
contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. A confissão é judicial ou 
extrajudicial. 
Classificação quanto ao lugar da confissão → judicial e 
extrajudicial. Judicial → produzida no âmbito de 1 processo 
judicial. A extrajudicial é aquela que não envolve atos praticados 
em uma demanda judicial. 
Na mediação ou conciliação não entra em conta a 
confissão em razão do propósito destas, de os conflitos serem 
decididos sem a imposição da vontade estatal. Na arbitragem, 
por outro lado, a confissão é relevante, e pode até ser 
classificada como confissão jurisdicional ou até judicial. 
A confissão extrajudicial é típica ou atípica? A confissão 
sequer é 1 meio de prova, mas 1 mera declaração de 
conhecimento. Mas, como ela está devidamente prevista no 
âmbito do Código de Processo Civil, ela é típica. Mas o que 
interessa é a força probante. Nas provas típicas, já está na lei a 
força probante, basta verificar se as etapas previstas pelo 
legislador foram cumpridas. Nas atípicas, é necessário exercício 
racional para descobrir a força probante. 
A confissão poderá ser provocada ou espontânea. A 
principal maneira de se provocar a confissão é por meio dodepoimento pessoal, que será dado mais adiante. É a situação 
na qual o autor pede que seja ouvido o réu, ou vice-versa. Olho 
no olho, face to face do juiz. E por que com isso se provoca a 
confissão? Porque se, a parte provocada para depor não 
comparece, surge a confissão ficta, ou seja, presumem-se como 
existentes os fatos afirmados. Por outro lado, a pessoa 
comparece e fala algo que a compromete sem querer, 
escorregando. 
Confissão espontânea → o cabra comparece 
espontaneamente nos autos e confessa. 
 Art. 349. A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada. Da 
confissão espontânea, tanto que requerida pela parte, se lavrará o respectivo 
termo nos autos; a confissão provocada constará do depoimento pessoal 
prestado pela parte. 
 Parágrafo único. A confissão espontânea pode ser feita pela própria 
parte, ou por mandatário com poderes especiais. 
Confissão por mandatário → o cabra outorga 1 procuração 
para que outro confesse em seu nome. Nuance → para que a 
confissão feita por representante tenha validade, o instrumento 
de mandato tem que ter poderes específicos. Isso na prática 
acontece, principalmente em demandas de pessoas jurídicas, 
em que, em vez de ir o diretor, o CEO, da grande multinacional, 
ele passa 1 procuração ao André, com poderes específicos para 
confessar. 
 Art. 334. Não dependem de prova os fatos: 
 (...) 
 II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; 
Incontrovérsia sobre os fatos confessados. 
Ela não é garantia de vitória, mas simplifica a fase de 
instrução. 
Confissão de dívida → não tem nada a ver com o objeto 
desta aula! Isso é 1 tipo de contrato por meio do qual se 
reconhece a existência de 1 dívida. É instituto de direito material. 
Por vezes se dá no âmbito do processo. Mas não tem naa a ver 
com a confissão ora tratada. 
 Art. 353. A confissão extrajudicial, feita por escrito à parte ou a quem a 
represente, tem a mesma eficácia probatória da judicial; feita a terceiro, ou 
contida em testamento, será livremente apreciada pelo juiz. 
O direito vai se acoplando à realidade. Não é 1 ato de 
submissão o professor comparecer à casa da parte contrária e 
declarar que reconhece que ela tem razão? Por isso o legislador 
a equipara à força prov=bante da confissão judicial. 
E se a confissão tiver sido feita a 1 3º, e este venha a 
testemunhar que ouviu a confissão? O juiz vai apreciar 
livremente. 
 Art. 350. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não 
prejudicando, todavia, os litisconsortes. 
 Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou 
direitos sobre imóveis alheios, a confissão de um cônjuge não valerá sem a 
do outro. 
A confissão só prejudica quem confessou. Em razão do 
princípio da autonomia dos litisconsortes. Salvo exceções, a 
conduta de cada litisconsorte é avaliada de forma autônoma. 
Mitigação → litisconsórcio unitário, ou seja, quando a decisão do 
juiz tiver que, necessariamente, de ser uniforme, ou seja, quando 
o objeto não é decomponível. Mas mesmo assim, a confissão é 
autônoma. 
Causa relativa a bem imóvel → o confitente não escapa da 
necessidade da companhia do cônjuge. 
 Art. 351. Não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos 
relativos a direitos indisponíveis. 
Limitação da confissão → direitos indisponíveis não são 
prejudicados pela confissão. 
Formalidades postas pelo Código Civil → para confessar a 
pessoa tem que ser plenamente capaz. 
 Art. 352. A confissão, quando emanar de erro, dolo ou coação, pode ser 
revogada: 
 I - por ação anulatória, se pendente o processo em que foi feita; 
 II - por ação rescisória, depois de transitada em julgado a sentença, da 
qual constituir o único fundamento. 
Parágrafo único. Cabe ao confitente o direito de propor a ação, nos casos de 
que trata este artigo; mas, uma vez iniciada, passa aos seus herdeiros. 
Crítica à irrevogabilidade → ela não pode ser revogada, 
mas pode ser anulada em caso de erro, dolo ou coação. Mas a 
confissão, em si só não gera necessariamente 1 resultado 
desfavorável. Mas, se isso vale para o ato da confissão, o ato de 
retratação deveria ter o mesmo efeito. Essa retratação também 
deveria ser avaliada pelo juiz no contexto das provas. 
Mas, como o cabra deve fazer para anular sua confissão? 
Por meio de 1 demanda própria em conexão com a demanda 
principal. Porque tem relação de prejudicialidade com a 
originária, porque é necessário verificar se a confissão é válida 
ou não para decidir a outra. Portanto, se possível, e se ainda 
der tempo, deve ser feita a reunião dos feitos. 
Também pode ser feita a retirada dos efeitos da confissão 
em sede de rescisória, só no caso em que a sentença se fundou 
exclusivamente na confissão, se ela tiver os vícios acima. 
 Art. 354. A confissão é, de regra, indivisível, não podendo a parte, que a 
quiser invocar como prova, aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no 
que Ihe for desfavorável. Cindir-se-á, todavia, quando o confitente Ihe aduzir 
fatos novos, suscetíveis de constituir fundamento de defesa de direito material 
ou de reconvenção. 
A indivisibilidade é do ato de confessar, não do conteúdo. 
Porque as causas envolvem diversos fatos, e às vezes se 
confessa 1 fato favorável à parte contrária, mas se fala vários 
fatos favoráveis ao confitente que, caso a outra parte invoque a 
confissão como prova, não poderá negá—los, tendo em vista 
que o ato é indivisível. 
A confissão pode ser simples (simplesmente admite os 
fatos), ou qualificada (admite o fato, mas acrescenta 1 outro, "for 
example": confessa o recebimento, mas esclarece que não era 1 
empréstimo, mas o pagamento de outra dívida), 
A confissão pode também ser complexa → reconhece o 
fato que é contrário ao confitente, mas agrega 1 fato novo 
impeditivo, modificativo, ou extintivo do direito da parte contrária. 
(confessa o empréstimo, mas também confessa que já pagou). 
26/08/201126/08/201126/08/201126/08/2011 ---- Puo Puo Puo Puolililili 
Prova testemunhalProva testemunhalProva testemunhalProva testemunhal 
Qual a melhor técnica para obter informações relevantes 
para o processo pela prova testemunhal? A pergunta,. Feita, a 
testemunha tenderá a responder. Quando se pensa em 
testemunha se pensa em pessoa estranha ao litígio. Por quê? 
Porque do contrário seria confissão ou depoimento pessoal do 
autor ou réu. Se testemunha não é parte. Quando que, 
genericamente, terá cabimento a produção de prova 
testemunhal? 
Art. 400. A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de 
modo diverso. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos: 
 I - já provados por documento ou confissão da parte; 
 II - que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados. 
Para provar propriedade de imóveis, nem com toda a 
torcida do flamengo testemunhando isso é provado. Porque a lei 
já indica a prova específica. Ou prova para a qual necessite de 
conhecimento técnico de 1 perito. 
Que tipo de fato, a rigor, poderá ser provado pela prova 
testemunhal? Qualquer fato da vida. Como a testemunha pode 
colaborar para afirmar a existência dessas coisas e fatos da 
vida? Ela usa aquilo que ela teve de conhecimento por meio de 
seus sentidos, ou por 1 observação direta ou desde que ela 
esteja passando informação que obteve de 3º. Mas essa 
testemunha que ouviu dizer não é frágil? É claro que não é das 
provas mais robustas, mas pode servir para ajudar o juiz a 
formar a sua convicção. 
A testemunha não serve para estabelecer 1 relação de 
causa e efeito de fenômenos técnicos, mas isso só pode ser feito 
por alguém que detenha o conhecimento técnico. 
Que tipo de circunstância que é bastante comum e que 
pode trazer vícios ou dificuldades para que o testemunho seja 
suficiente para estabelecer a verdade do fato? A proximidade 
com as partes pode alterar o juízo da testemunho. O 
compromisso de verdadepode mitigar isso, mas pode trazer 
dificuldade. E, em alguns casos, se houver o compromisso de 
vínculo, dispensa-se ela do compromisso e a ouve apenas como 
informante, que tem força probante menor. 
Quando o professor estava na sala em 1989 aconteceu 1 
fato. Em 2011 ele se lembrará de tudo o que ocorreu? E se o 
professor estivesse sem óculos na hora do evento? Como será o 
seu testemunho. Ele pode achar que viu determinada coisa mas 
não viu. Ele pode ter perdido determinados detalhes. Portanto, a 
testemunha pode ter falhas de percepção ("for example"; 
problemas de visão) ou falhas de memória ("for example": por 
causa do tempo), ou pode haver falha de capacidade para 
reproduzir o que viu, por motivos culturais ou emocionais. A falha 
mais perigosa da testemunha → mentir. 
Por isso se tem hoje a prova testemunhal como 1 prova 
que, no conjunto probatório, e desde que se tenha outros 
elementos de provas nos autos, o seu peso relativo se torna 
menor que os outros meios de prova. 
Além do livre convencimento, existem outros sistemas → o 
sistema da prova legal, ou tarifação legal em que os meios de 
prova são hierarquicamente graduadas. 
 Art. 401. A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos 
contratos cujo valor não exceda o décuplo do maior salário mínimo vigente no 
país, ao tempo em que foram celebrados. 
 Art. 402. Qualquer que seja o valor do contrato, é admissível a prova 
testemunhal, quando: 
 I - houver começo de prova por escrito, reputando-se tal o documento 
emanado da parte contra quem se pretende utilizar o documento como prova; 
 II - o credor não pode ou não podia, moral ou materialmente, obter a 
prova escrita da obrigação, em casos como o de parentesco, depósito 
necessário ou hospedagem em hotel. 
Esses Artigos são resquício da prova legal. Acima desse 
valor os testemunhos só podem ser avalidos se associados a 
outros elementos probantes, ainda que mínimos. 
Para outras situações, é preciso haver mitigação desses 
artigos. O Superior Tribunal de Justiça, v.g., em casos de 
corretagem, serviços de táxi e sociedades maritais de fato, 
acaba aceitando a prova exclusivamente testemunhal mesmo 
que acima de 10 salários mínimos. Porque é natural, nesses 
casos, que não haja documentos que registrem essa 
negociação. 
O Artigo 402 fala de situações em que, pela natureza da 
ação, possa até mesmo haver empecilhos morais à existência de 
documentos. "For example": empréstimos pedidos em família. 
A prova exclusivamente testemunhal, embora não sirva 
para provar a existência do contrato (Artigo 401), pode ser usada 
para fazer a prova do inadimplemento. 
Também a prova exclusivamente testemunhal pode ser 
suficiente à prova de vícios de manifestação de vontade: 
 Art. 404. É lícito à parte inocente provar com testemunhas: 
 I - nos contratos simulados, a divergência entre a vontade real e a 
vontade declarada; 
 II - nos contratos em geral, os vícios do consentimento. 
Conceito de TestemunhaConceito de TestemunhaConceito de TestemunhaConceito de Testemunha 
Para Dinamarco → é quem, pelos seus sentidos, (salvo 
paladar), toma conhecimento a respeito daquele fato que se quer 
provar. E, além dos sentidos, pode-se ter a reprodução de 
informação de 3ºs. 
Definição do código: 
 Art. 341. Compete ao terceiro, em relação a qualquer pleito: 
 I - informar ao juiz os fatos e as circunstâncias, de que tenha 
conhecimento; 
A testemunha esgota o seu papel ao narrar os fatos a 
respeito dos quais ela presenciou ou teve conhecimento. Ela 
esgota seu papel na narrativa. Seu juízo de valor sobre os fatos 
não tem a menor relevância. Não podem ser admitidos 
comentários valorativos, apenas descritivos, porque a valoração 
será feita pelo juiz. Mas ela pode trazer fatos adicionais não 
perguntados. Mas não é função da testemunha ficar arrumando 
desculpas ou querendo dar explicações sobre o que aconteceu. 
Excepcionalmente existem algumas situações em que a 
testemunha vai trazer aspectos técnicos. 
 Art. 421. (...) 
 § 2o Quando a natureza do fato o permitir, a perícia poderá consistir 
apenas na inquirição pelo juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da 
audiência de instrução e julgamento a respeito das coisas que houverem 
informalmente examinado ou avaliado. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 
1992). 
O assistente técnico faz as vezes do advogado na sua 
especialidade técnica. 
No âmbito dos juizados especiais, por conta da 
informalidade, não há prova pericial, em regra. Quando muito, 
eventualmente, o juiz poderá chamar 1 técnico da sua confiança 
para dar explicações. 
Quem pode ser testemunha?Quem pode ser testemunha?Quem pode ser testemunha?Quem pode ser testemunha? 
A parte já sabemos que não pode. 
 Art. 405. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as 
incapazes, impedidas ou suspeitas. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 
1973) 
 § 1o São incapazes: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973) 
 I - o interdito por demência; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973) 
 II - o que, acometido por enfermidade, ou debilidade mental, ao tempo 
em que ocorreram os fatos, não podia discerni-los; ou, ao tempo em que deve 
depor, não está habilitado a transmitir as percepções; (Redação dada pela Lei 
nº 5.925, de 1973) 
 III - o menor de 16 (dezesseis) anos; (Incluído pela Lei nº 5.925, de 
1973) 
 IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos 
que Ihes faltam. (Incluído pela Lei nº 5.925, de 1973) 
 § 2o São impedidos: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973) 
 I - o cônjuge, bem como o ascendente e o descendente em qualquer 
grau, ou colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por 
consangüinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público, ou, 
tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de 
outro modo a prova, que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito; 
(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973) 
 II - o que é parte na causa; (Incluído pela Lei nº 5.925, de 1973) 
 III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor na causa do 
menor, o representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros, 
que assistam ou tenham assistido as partes. (Incluído pela Lei nº 5.925, de 
1973) 
 § 3o São suspeitos: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973) 
 I - o condenado por crime de falso testemunho, havendo transitado em 
julgado a sentença; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973) 
 II - o que, por seus costumes, não for digno de fé; (Redação dada pela 
Lei nº 5.925, de 1973) 
 III - o inimigo capital da parte, ou o seu amigo íntimo; (Redação dada 
pela Lei nº 5.925, de 1973) 
 IV - o que tiver interesse no litígio. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 
1973) 
 § 4o Sendo estritamente necessário, o juiz ouvirá testemunhas 
impedidas ou suspeitas; mas os seus depoimentos serão prestados 
independentemente de compromisso (art. 415) e o juiz Ihes atribuirá o valor 
que possam merecer. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973) 
 
A incapacidade para testemunhar não necessariamente 
coincide com a incapacidade civil. "For example"; os pródigos 
podem testemunhar. 
Os impedidos → efetivo e objetivo elemento que afasta de 
plano a imparcialidade daquela pessoa. 
Por que o juiz não pode ser testemunha? Porque ele não 
pode ser fonte de prova e ao mesmo tempo valorar as provas. 
Mas se o juiz presencia o fato, tem que se declarar impedido, ou 
sua sentença será nula. E, com relação aos atos decisórios, 
também poderão ser anulados, porque o motivo de seu 
impedimento pode ter influenciado, mas é necessária a 
demonstração do prejuízo. 
Suspeitos → amigos íntimos, inimigos capitais, ou com 
vida pregressa complicada, que não terão credibilidade. A 
incapacidade é relevante? "For example"; deficiente visual que 
precisatestemunhar sobre algo que ela ouviu. 
Mitigação do impedimento/suspeição → caso haja 1 
pessoa nessa situação, e o juiz entenda que seu depoimento 
possa ser relevante, ele a ouve sem compromisso, como 
informante, e valora o peso de sua prova correspondentemente. 
A testemunha tem compromisso com a verdade. Ela está 
lá para informar a verdade. O juiz precisa adverti-la desse dever, 
que ela tem o compromisso de falar a verdade, sob pena de 
responder processo por crime de falso testemunho. Mas, 
conforme o juiz, a coisa é feita de determinado modo. Tem juízes 
que são amigáveis, e outros que põem o dedo na cara da 
testemunha, o que é dispensável. 
Mas para saber se há hipóteses de impedimento ou 
suspeição, é necessário a qualificação completa da testemunha. 
 Art. 414. Antes de depor, a testemunha será qualificada, declarando o 
nome por inteiro, a profissão, a residência e o estado civil, bem como se tem 
relações de parentesco com a parte, ou interesse no objeto do processo. 
 § 1o É lícito à parte contraditar a testemunha, argüindo-lhe a 
incapacidade, o impedimento ou a suspeição. Se a testemunha negar os fatos 
que Ihe são imputados, a parte poderá provar a contradita com documentos 
ou com testemunhas, até três, apresentada no ato e inquiridas em separado. 
Sendo provados ou confessados os fatos, o juiz dispensará a testemunha, ou 
Ihe tomará o depoimento, observando o disposto no art. 405, § 4o. 
A parte contrária pode contraditar, e se a contradita for 
aceita, ele poderá depor como informante, mas não como 
testemunha. 
Erros de percepção ou de interpretação não intencionais 
não levam ao crime de falso testemunho. 
Além do dever de falar a verdade, a testemunha tem o 
dever de depor. E outro dever: ele tem que comparecer e, 
eventualmente, se ele não comparecer, pode sofrer condução 
coercitiva. 
A parte e seu advogado não estão proibidos de conversar 
com a testemunha antes. Até para saber se o depoimento será 
útil, o que pode fazer a parte desistir da testemunha ou não 
convoca-la. O que não pode é instruir a testemunha sobre o que 
ela tem que dizer. 
Numa demanda de direito de família, o professor 
convocou a empregada doméstica para depor. 1 advogado 
experiente perguntou a ela: “você tá aqui para falar a verdade, 
se você gosta da pessoa, não queira inventar. Conte apenas o 
que você viu.” O juiz , na audiência passou a fazer as 
reperguntas (a parte pergunta ao juiz, que repergunta à 
testemunha). E quando a testemunha passou a responder, 
acenava toda hora para a advogada. E o juiz, incomodado, 
perguntou e ela falou o que a advogada disse, e ele disse: 
“escapou, hein, doutora?”. 
Direitos das testemunhas: 
 Art. 419. A testemunha pode requerer ao juiz o pagamento da despesa 
que efetuou para comparecimento à audiência, devendo a parte pagá-la logo 
que arbitrada, ou depositá-la em cartório dentro de 3 (três) dias. 
 Parágrafo único. O depoimento prestado em juízo é considerado serviço 
público. A testemunha, quando sujeita ao regime da legislação trabalhista, 
não sofre, por comparecer à audiência, perda de salário nem desconto no 
tempo de serviço. 
Em caso de “lucro cessante”, a lei não fala disso, mas 
deve haver o princípio de razoabilidade. E, como todas as 
despesas, a regra de adiantamento é que, quem quis a despesa 
adianta o pagamento. 
Outro direito: pedir dispensa nos casos de escusa. 
 Art. 406. A testemunha não é obrigada a depor de fatos: 
 I - que Ihe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge e aos seus 
parentes consangüíneos ou afins, em linha reta, ou na colateral em segundo 
grau; 
 II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo. 
 Art. 416. (...) 
 § 1o As partes devem tratar as testemunhas com urbanidade, não Ihes 
fazendo perguntas ou considerações impertinentes, capciosas ou vexatórias. 
 
 Art. 411. São inquiridos em sua residência, ou onde exercem a sua 
função: 
 I - o Presidente e o Vice-Presidente da República; 
 II - o presidente do Senado e o da Câmara dos Deputados; 
 III - os ministros de Estado; 
 IV - os ministros do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de 
Justiça, do Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior Eleitoral, do Tribunal 
Superior do Trabalho e do Tribunal de Contas da União; (Redação dada pela 
Lei nº 11.382, de 2006). 
 V - o procurador-geral da República; 
 Vl - os senadores e deputados federais; 
 Vll - os governadores dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal; 
 Vlll - os deputados estaduais; 
 IX - os desembargadores dos Tribunais de Justiça, os juízes dos 
Tribunais de Alçada, os juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho e dos 
Tribunais Regionais Eleitorais e os conselheiros dos Tribunais de Contas dos 
Estados e do Distrito Federal; 
 X - o embaixador de país que, por lei ou tratado, concede idêntica 
prerrogativa ao agente diplomático do Brasil. 
Limites à quantidade de testemunhas: Para cada fato 
relevante, até 3 testemunhas por parte, e o máximo de 10 para 
cada parte. 
 Art. 407. Incumbe às partes, no prazo que o juiz fixará ao designar a 
data da audiência, depositar em cartório o rol de testemunhas, precisando-
lhes o nome, profissão, residência e o local de trabalho; omitindo-se o juiz, o 
rol será apresentado até 10 (dez) dias antes da audiência. (Redação dada 
pela Lei nº 10.358, de 2001) 
 Parágrafo único. É lícito a cada parte oferecer, no máximo, dez 
testemunhas; quando qualquer das partes oferecer mais de três testemunhas 
para a prova de cada fato, o juiz poderá dispensar as restantes. 
Essa antecedência mínima é para a parte contrária 
verificar a qualificação da testemunha e contraditar, ou mesmo 
para preparar as perguntas. 
E, se a parte não apresentar o rol no prazo, preclui o seu 
direito. Esse prazo é daqueles que se conta para trás, ou seja, 
se terminar num sábado vence na sexta. Não apresentando a 
parte a qualificação da testemunha, considera-se preclusa a 
prova. 
A parte que arrola a testemunha pode dizer que ela 
comparecerá espontaneamente. Neste caso, ela não será 
intimada, mas, se ficar gripada e não comparecer, é como se a 
parte houvesse desistido dela. Tudo depende das 
circunstâncias. 
 Art. 408. Depois de apresentado o rol, de que trata o artigo antecedente, 
a parte só pode substituir a testemunha: 
 I - que falecer; 
 II - que, por enfermidade, não estiver em condições de depor; 
 III - que, tendo mudado de residência, não for encontrada pelo oficial de 
justiça. 
Testemunha referida → a testemunha menciona outra no 
seu depoimento, e pode ser convocada pelo juiz, ou sua 
convocação tem que ser avaliada pelo juiz. 
 Art. 418. O juiz pode ordenar, de ofício ou a requerimento da parte: 
 I - a inquirição de testemunhas referidas nas declarações da parte ou 
das testemunhas; 
 II - a acareação de duas ou mais testemunhas ou de alguma delas com 
a parte, quando, sobre fato determinado, que possa influir na decisão da 
causa, divergirem as suas declarações. 
O momento da oitiva é, no geral, a audiência de instrução 
e julgamento. Se for requerida oitiva por carta precatória antes 
do despacho saneador, suspende o prédio. Se necessário, o juiz 
pode se deslocar até onde está a testemunha. 
 Art. 410. As testemunhas depõem, na audiência de instrução, perante o 
juiz da causa, exceto: 
 I - as que prestam depoimento antecipadamente; 
 II - as que são inquiridas por carta; 
 III - as que, por doença, ou outro motivo relevante, estão impossibilitadas 
de comparecer em juízo (art. 336, parágrafo único); 
 IV - as designadas no artigo seguinte. 
 Art. 411. São inquiridos em sua residência, ou onde exercem a sua 
função: 
Oralidade: 
 Art. 416. O juiz interrogará a testemunha sobre os fatos articulados, 
cabendo, primeiro à parte,que a arrolou, e depois à parte contrária, formular 
perguntas tendentes a esclarecer ou completar o depoimento. 
 § 1o As partes devem tratar as testemunhas com urbanidade, não Ihes 
fazendo perguntas ou considerações impertinentes, capciosas ou vexatórias. 
 § 2o As perguntas que o juiz indeferir serão obrigatoriamente transcritas 
no termo, se a parte o requerer. (Redação dada pela Lei nº 7.005, de 1982) 
O juiz pode indeferir perguntas impertinentes ou 
repetitivas. Ele pode levar em conta também a reação física da 
testemunha às perguntas. O Artigo 523 § 3º diz que poderá ser 
interposto agravo oralmente das perguntas indeferidas. 
Última questão: 
 Art. 413. O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente; 
primeiro as do autor e depois as do réu, providenciando de modo que uma 
não ouça o depoimento das outras. 
Para que as testemunhas não influenciem as outras. 
02/09/2011 02/09/2011 02/09/2011 02/09/2011 –––– Promotor Promotor Promotor Promotor 
Depoimento pessoal e audiência de instrução e Depoimento pessoal e audiência de instrução e Depoimento pessoal e audiência de instrução e Depoimento pessoal e audiência de instrução e 
julgamentojulgamentojulgamentojulgamento 
Nas disposições abaixo há, na verdade, 2 institutos: o 
depoimento pessoal e o que a doutrina chama de interrogatório 
simples. E as disposições não são claras a respeito de cada 1 
dos institutos. 
Seção II 
Do Depoimento Pessoal 
 Art. 342. O juiz pode, de ofício, em qualquer estado do processo, 
determinar o comparecimento pessoal das partes, a fim de interrogá-las sobre 
os fatos da causa. 
 Art. 343. Quando o juiz não o determinar de ofício, compete a cada 
parte requerer o depoimento pessoal da outra, a fim de interrogá-la na 
audiência de instrução e julgamento. 
Na verdade o 342 trata do interrogatório simples e o 343 
do depoimento pessoal. Mas isso não é algo meramente 
conceitualista? Essa diferenciação tem aplicação prática? 
Interrogatório simples → é o ato instrutório do juiz, para 
que ele colha elementos de esclarecimento dos fatos e dados da 
causa e da tramitação do processo, é 1 ato de gerenciamento do do do do 
juizjuizjuizjuiz, para que ele colha os fatos da causa, embora não seja bem 
1 meio probatório, mas no interrogatório podem surgir provas. É 
realizado de ofício pelo juiz. Não tem a finalidade de obter a 
confissão, e não pode provocar a confissão, em termos, porque 
no depoimento pessoal a parte é intimada a comparecer sob 
pena de confissão, mas, no interrogatório simples ela é intimada 
para comparecer, sofrendo outra sanção processual, menos a 
confissão. Pode ser colhido a qualquer tempo, não 
necessariamente na audiência de instrução, porque é ato de 
ofício do juiz e não tem finalidade probatória. Por isso pode ser 
feito até na fase de cumprimento de sentença. 
Instrução no processo não é necessariamente instrução 
probatória. Instruir é preparar o processo para seu desfecho, o 
que envolve instrução probatória, mas não apenas isso. 
Depoimento pessoal → é efetivamente 1 meio de prova, 
porque nele a parte contrária procura provocar 1 confissão do 
depoente. Por isso sua realização depende de provocação da 
parte. É colhido na audiência de instrução, ou de instrução e 
julgamento. 
Mas tem gente que diz que no interrogatório simples, se o 
juiz cominar pena de confissão irá ocorrer a confissão. Mas a 
maioria dos autores respeitáveis diz o contrário. O modo de fazer 
a oitiva é idêntico, mas são institutos diferentes. 
Depoimento pessoalDepoimento pessoalDepoimento pessoalDepoimento pessoal 
Há 4 momentos probatórios → o momento de 
requerimento, o momento de deferimento, o momento de 
produção e o momento de avaliação da prova. Se se pretende 
tentar obter da parte a confissão, é preciso pedir o depoimento 
pessoal, e o momento é no requerimento das provas. No 
procedimento ordinário é após o despacho de especificação de 
provas, que nem precisaria, se já foram pedidas especificamente 
na inicial. E, no procedimento sumário ou sumaríssimo, já 
sabemos que tem regra específica que manda colocar na 
petição inicial e na contestação se diga especificamente quais 
provas produzirá. É importante saber porque, não o fazendo, 
preclui a oportunidade de provocar a confissão da parte. Mas, 
caso se perca a oportunidade, e o juiz peça 1 interrogatório 
simples, não há a oportunidade de provocar a confissão. 
§ 1o A parte será intimada pessoalmente, constando do mandado 
que se presumirão confessados os fatos contra ela alegados, caso não 
compareça ou, comparecendo, se recuse a depor. 
Para que o depoimento pessoal possa provocar a 
confissão, o mandado de intimação tem que ser expedido com a 
advertência de que o não comparecimento ou a recusa 
implicarão confissão. Deve constar pelo princípio da segurança 
jurídica, da boa-fé, do contraditório, etc. Se, no mesmo modo 
que no mandado de citação há a necessidade de constar 
expressamente a consequência da omissão, se o mandado de 
intimação do depoimento pessoal não houver a expressa 
advertência, não será possível aplicar a consequência da 
confissão. E para checar isso é que servem os escraviários, já 
que os advogados têm que monitorar inúmeros processos. 
E a intimação tem que ser pessoal, não serve pelo 
advogado. Por quê? Porque a ausência da parte acarreta 1 
sanção processual que é a confissão ficta. Por isso o sistema 
não aceita a intimação pela imprensa ao advogado. E, caso isso 
ocorra não se pode aplicar os efeitos da confissão ficta. 
§ 2o Se a parte intimada não comparecer, ou comparecendo, se recusar a 
depor, o juiz Ihe aplicará a pena de confissão. 
Se a parte não comparece ou comparece e responde 
evasivamente, o juiz é obrigado a aplicar a confissão? Não, 
assim como na citação não respondida não é obrigatória a 
aplicação da pena de confissão, porque o sistema que vige não 
é o da tarifação da prova, mas o de livre convencimento 
motivado. A presunção de veracidade dos fatos alegados pelo 
autor é relativa, porque o juiz, pelas outras provas produzidas, 
analisando todo o quadro probatório, pode chegar a conclusão 
diversa. 
Resposta evasiva → criar 1 discurso para evitar responder 
diretamente às perguntas. Tem gente que é muito criativa, fala, 
fala e não responde o que o juiz pergunta, embora o juiz possa 
perguntar a mesma coisa várias vezes. 
O comparecimento da parte é 1 dever, ainda que para 
interrogatório simples. 
 Art. 340. Além dos deveres enumerados no art. 14, compete à parte: 
 I - comparecer em juízo, respondendo ao que Ihe for interrogado; 
Aplica-se a sanção prevista para descumprimento de 
devver processual: 
 Art. 14. 
 Parágrafo único. Ressalvados os advogados que se sujeitam 
exclusivamente aos estatutos da OAB, a violação do disposto no inciso V 
deste artigo constitui ato atentatório ao exercício da jurisdição, podendo o juiz, 
sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao 
responsável multa em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da 
conduta e não superior a vinte por cento do valor da causa; não sendo paga 
no prazo estabelecido, contado do trânsito em julgado da decisão final da 
causa, a multa será inscrita sempre como dívida ativa da União ou do Estado. 
(Incluído pela Lei nº 10.358, de 2001) 
É possível pedir o depoimento pessoal, não da parte 
contrária, mas do litisconsorte? No processo acontece de tudo, 
principalmente em vara de família. Quanto a essa possibilidade o 
Código de Processo Civil não fala nada. 
O depoimento pessoal serve para provocar a confissão. É 
útil ao autor provocar a confissão da parte contrária, apenas. Por 
isso, boa parte da doutrina entende não ser cabível o 
depoimento pessoal do litisconsorte, porque sua confissão 
beneficiará a parte contrária, apenas. Maaaaaaas, não se pode 
descartar hipóteses em que a complexidade da configuração da 
relação processual e do objeto litigiosodo processo, em que, 
v.g., a cumulação de pedidos e pluralidade de partes, levam, ao 
menos, a refletir sobre a possibilidade de pedir o depoimento 
pessoal do litisconsorte. "For example"; denunciação à lide. Nem 
sempre ocorre só por provocação do réu, mas também do autor, 
às vezes. Outra hipótese, mais refratária à doutrina: 
reconvenção subjetivamente ampliativa, ou seja, quando o réu 
reconvém ao autor incluindo no pólo passivo alguém que ainda 
não é parte no processo, mas pode integrá-la depois. 
"For example" → Evicção → fulano comprou veículo usado. 
Descobriram que ele era de origem de outro país vizinho ao 
"nosso Brésil", no qual é muito fácil legalizar veículos roubados, 
comprados na fera del ruelo, mas cujo nome do país não se 
pode falar, sob pena de discriminação. Maaaas o proprietário 
anterior, ou a seguradora, que é mais comum, descobre o 
veículo e ajuíza 1 ação para restituição do bem. O réu, que 
comprou o veículo numa concessionária bem conceituada dos 
Jardins que vende carros luxuosos a preço de bagatela, 
denuncia o vendedor à lide. Nesse caso, o denunciante e o 
denunciado, relativamente à parte contrária, são tratados como 
litisconsortes pelo Código de Processo Civil. Mas, e aí? Pode-se 
pedir o depoimento pessoal do litisdenunciado? Sob certa 
perspectiva, o litisdenunciado é litisconsorte, mas seu 
depoimento pessoal e possível confissão é altamente útil ao 
litisdenunciante. 
 Art. 344. A parte será interrogada na forma prescrita para a 
inquirição de testemunhas. 
O Código de Processo Civil diz que o depoimento pessoal 
é tomado seguindo—se o mesmo procedimento para a inquirição 
de testemunhas. (Testemunha é inquirida, presta informações; 
parte é interrogada, presta depoimento pessoal). Também é 
colhido pessoalmente, também é colhido na audiência de 
instrução e julgamento, também é reduzido a termo, também é 
colhido pelo juiz, que faz as indagações. (2 sistemas tradicionais 
postos pela doutrina: o presidencial, que quem faz as 
indagações é o juiz, ou de exame cruzado, ou cross 
examination, em que quem faz as indagações é a própria parte, 
e no "nosso Brésil" é o 1º sistema que se usa em processo civil). 
Diferença que decorre da especificidade do ato → na oitiva de 
testemunha 1º pergunta o juiz, depois a parte que a arrolou, e 
depois a parte contrária. Enquanto no depoimento pessoal não 
há reperguntas da própria parte depoente, apenas do juiz e da 
parte que requereu o depoimento pessoal. 
 Parágrafo único. É defeso, a quem ainda não depôs, assistir ao 
interrogatório da outra parte. 
Também as partes que vão prestar depoimento pessoal 
tem que se manter incomunicáveis entrew si antes do 
depoimento. Mas em muitos fóruns do interior não tem estrutura 
para manter as testemunhas incomunicáveis, inclusive em 
processo penal. E também é proibido assistir ao depoimento da 
parte anterior, para que o próximo depoente não tenha a chance 
de preparar seu depoimento. 
Art. 345. Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao que 
Ihe for perguntado, ou empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais 
circunstâncias e elementos de prova, declarará, na sentença, se houve 
recusa de depor. 
Este Artigo trata da avaliação do depoimento pessoal. 
Será que é só na sentença que o juiz pode avaliar o depoimento 
pessoal? Há quem entenda que o juiz, de imediato, pode chegar 
à conclusão que houve recusas ou evasivas que ensejam 
confissão ficta, e há quem diga que só na sentença. O professor 
acredita que é só na sentença, porque é o momento de 
avaliação de todo o conjunto probatório, o que não pode ser feito 
parcialmente antes com relação ao depoimento. Se o juiz faz 
isso antecipadamente, o professor acha que ele revela, antes do 
tempo, a sua convicção, o que pode acarretar a arguição de 
suspeição por parte de 1 das partes (frase do professor). 
Dúvida prática → é possível depoimento pessoal por 
procurador com poderes especiais? Não faz sentido algum, Se 
não for pessoalmente não é depoimento pessoal. Mas existe 
essa discussão, e existem julgados e doutrinadores respeitáveis 
que dizem que é possível o depoimento pessoal por procurador. 
Mas por quê? Porque os cabra gostam de inventar teses? Não, 
mas porque pode haver 1 impossibilidade física de 
comparecimento, ou outra situação → quando a pessoa jurídica é 
ré, como ela pode prestar depoimento pessoal? Quanto à 
pessoa física, o professor acredita que não faça sentido o 
depoimento pessoal, mas é possível a confissão praticada por 
procurador com poderes especiais para confessar. Então, numa 
hipótese de impossibilidade física (v.g., a parte está internada), 
ou o juiz adia a providência, ou vai até onde está a parte. Pode 
ser feita audiência fora do fórum? Sim, mas não é comum 
porque o juiz tem mais 15.000 processos para julgar. No interior 
se vê essas coisas acontecerem. 
Maaaaas, a pessoa jurídica, há quem diga que não faz 
sentido depoimento pessoal. Mas há quem diga que é possível, 
desde que o comparecente tenha poderes para confessar. O 
professor crê nisso, porque, se a pessoa jurídica não puder ter 
depoimento pessoal, é 1 tratamento anti-isonômico. 
Art. 347. A parte não é obrigada a depor de fatos: 
 I - criminosos ou torpes, que Ihe forem imputados; 
 II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo. 
 Parágrafo único. Esta disposição não se aplica às ações de filiação, de 
desquite e de anulação de casamento. 
Isso vale tanto para depoimento pessoal quanto para 
interrogatório simples. A parte não está dispensada de 
comparecer, apenas de responder a perguntas enquadradas nos 
incisos. 
Audiência de instrução e julgamentoAudiência de instrução e julgamentoAudiência de instrução e julgamentoAudiência de instrução e julgamento 
Numa expressão poética, mas verdadeira, a audiência é o 
“palco da oralidade”. E, em que pese o fracasso do princípio da 
oralidade (Franz Klein, século XIX, e experiência realizada em 
Stuttgart, na década de 60), a prova oral ainda é importante. 
CAPÍTULO VII 
DA AUDIÊNCIA 
Seção I 
Das Disposições Gerais 
 Art. 444. A audiência será pública; nos casos de que trata o art. 155, 
realizar-se-á a portas fechadas. 
O princípio da publicidade é relativa, nas ações sob 
segredo de justiça é restrita às partes. 
 Art. 445. O juiz exerce o poder de polícia, competindo-lhe: 
 I - manter a ordem e o decoro na audiência; 
 II - ordenar que se retirem da sala da audiência os que se comportarem 
inconvenientemente; 
 III - requisitar, quando necessário, a força policial. 
O juiz age com poder de polícia na audiência. Isso é 
princípio do direito administrativo. Tem o atributo da auto-
executoriedade. Ele não pede, ele manda, inclusive quando a 
audiência é pública, ele pede que a pessoa seja retirada da sala 
de audiência. 
 Art. 447. Quando o litígio versar sobre direitos patrimoniais de caráter 
privado, o juiz, de ofício, determinará o comparecimento das partes ao início 
da audiência de instrução e julgamento. 
 Parágrafo único. Em causas relativas à família, terá lugar igualmente a 
conciliação, nos casos e para os fins em que a lei consente a transação. 
 Art. 449. O termo de conciliação, assinado pelas partes e homologado 
pelo juiz, terá valor de sentença. 
O juiz deve tentar a conciliação, não só na audiência de 
tentativa de conciliação, mas em qualquer tempo do processo. 
A audiência começa pelo pregão. O pregoeiro, vulgo 
oficial de justiça, escrevente ou até escraviário, chama os 
participantes para a audiência. 
 Art. 452. As provas serão produzidas na audiência nesta ordem: 
 I - o perito e os assistentes técnicos responderão aos quesitos de 
esclarecimentos, requeridos no prazo e na forma do art. 435; 
 II - o juiz tomará os depoimentos pessoais, primeiro do autor e depois do 
réu; 
 III - finalmente, serão inquiridas as testemunhas arroladas peloautor e 
pelo réu. 
Peritos → as partes podem pedir que eles prestem 
esclarecimentos na audiência, com o cuidado de indicar os 
pontos omissos que exigem esclarecimentos, sob pena do juiz 
indeferir. 
Se o juiz determinar a inquirição de testemunhas 
referidas, elas são ouvidas depois de todos os demais. 
A audiência é una → isso é 1 norma poética, o ideal. Mas 
geralmente não dá. Por isso se fala em audiência em 
continuação, ainda que demore 2 anos para ocorrer, porque a 
ideia é que a audiência seja una. 
 Art. 453. A audiência poderá ser adiada: 
 I - por convenção das partes, caso em que só será admissível uma vez; 
 Il - se não puderem comparecer, por motivo justificado, o perito, as 
partes, as testemunhas ou os advogados. 
 § 1o Incumbe ao advogado provar o impedimento até a abertura da 
audiência; não o fazendo, o juiz procederá à instrução. 
 § 2o Pode ser dispensada pelo juiz a produção das provas requeridas 
pela parte cujo advogado não compareceu à audiência. 
 § 3o Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas 
acrescidas. 
Art. 455. A audiência é una e contínua. Não sendo possível concluir, num só 
dia, a instrução, o debate e o julgamento, o juiz marcará o seu 
prosseguimento para dia próximo. 
Última palavrinha → o Código de Processo Civil fala ainda 
de 2 outros atos a serem realizados. Além do pregão, da 
tentativa de conciliação, da audiência propriamente dita para fim 
de produção das provas e, depois disso há o debate das partes 
e depois a sentença. 
Art. 454. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e ao 
do réu, bem como ao órgão do Ministério Público, sucessivamente, pelo prazo 
de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez), a critério do 
juiz. 
 § 1o Havendo litisconsorte ou terceiro, o prazo, que formará com o da 
prorrogação um só todo, dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não 
convencionarem de modo diverso. 
 § 2o No caso previsto no art. 56, o opoente sustentará as suas razões 
em primeiro lugar, seguindo-se-lhe os opostos, cada qual pelo prazo de 20 
(vinte) minutos. 
 § 3o Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de 
direito, o debate oral poderá ser substituído por memoriais, caso em que o 
juiz designará dia e hora para o seu oferecimento. 
Quando o Ministério Público for parte ele fala na ordem 
respectiva. O Ministério Público também pode ser réu em ação. 
"For example"; ação anulatória de Termo de Ajustamento de 
Conduta. 
16/09/201116/09/201116/09/201116/09/2011 ---- Puoli Puoli Puoli Puoli 
Prova pericialProva pericialProva pericialProva pericial 
O objeto dessa prova é qualquer fato que necessite de 1 
conhecimento técnico específico para ser provada. 
Quando se trata de provas sai-se da área jurídica. A 
respeito dos fatos alegados, há a ignorância do magistrado 
quanto ao que ocorreu na vida das partes. Isso deve ser levado 
ao seu conhecimento tanto por meio das alegações quanto por 
meio da prova. 
A doutrina diz que a prova reside na própria materialidade 
da coisa ou pessoa a ser periciada. Ou seja, a prova deve ser 
tecnicamente extraída da coisa ou pessoa. "For example": 
alguém ficou com sequelas por causa de 1 cirurgia. Apenas por 
meio de 1 perícia médica pode-se auferir a existência disso ou 
não. Uma casa teria sido construída com vícios que provocaram 
desgaste precoce. O fato está na própria coisa, mas, só com 1 
perícia de engenheiro é que se pode comprovar o nexo causal 
entre o desgaste e vícios na construção. 
Por intermédio da técnica do perito, ele faz a verificação 
de causas e efeitos. E é no seu laudo que se dará a conclusão 
do trabalho do perito. 
O perito, também chamado de expert, tem característica 
de ter habilitação e capacidade de informação na ciência 
específica necessária à análise do fato. 
Pense num juiz que antes de fazer direito tenha feito a 
faculdade de medicina e se formado. Ele trata no processo de 1 
fato do qual conhece dos tempos em que fazia medicina. Ele 
pode dispensar o perito nesse caso? Não, porque é mais 1 
maneira de resguardar a imparcialidade do juiz e sua 
equidistância entre autor e réu. O magistrado é o destinatário 
final da prova, não o seu produtor. Nenhuma ciência mesmo 
exata é absolutamente precisa, portanto mesmo nessas ciências 
exatas há divergência doutrinária. 
O juiz pode até mesmo desconsiderar o laudo pericial e 
basear a sua convicção em outras provas, ou pedir outra perícia 
caso não concorde com a 1º, mas ele nunca antes na história 
deste País pode dispensar a perícia para decidir com base nos 
seus próprios conhecimentos. 
 Art. 335. Em falta de normas jurídicas particulares, o juiz aplicará as 
regras de experiência comum subministradas pela observação do que 
ordinariamente acontece e ainda as regras da experiência técnica, 
ressalvado, quanto a esta, o exame pericial. 
É o único caso que o juiz pode dispensar a perícia 
técnica, v.g., para saber que 1 rio corre para o lado mais baixo, 
etc. 
O perito supre a deficiência técnica do juiz naquele ramo 
específico. Ele funciona, portanto, como auxiliar do juiz, ele 
auxilia para que o juiz possa compreender aquela realidade e as 
alegações cuja compreensão dependa de conhecimentos 
específicos. 
CAPÍTULO V 
DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA 
 Art. 139. São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições são 
determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o oficial de 
justiça, o perito, o depositário, o administrador e o intérprete. 
Ter, num caso que dependa de perícia, de 1 laudo a seu 
favor, é quase certeza da causa ganha. Por isso é exigido 
também do perito a imparcialidade, da mesma forma exigida 
para o juiz. O compromisso do perito judicial é com a busca da 
“verdade” no processo, ele não pode estar comprometido com 
nenhuma das partes. Ele tem o dever de lealdade para o juiz, a 
justiça e o judiciário. 
 Art. 422. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que Ihe foi 
cometido, independentemente de termo de compromisso. Os assistentes 
técnicos são de confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou 
suspeição. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 1992) 
Antigamente se exigia que o perito assinasse 1 termo de 
compromisso semelhante ao das testemunhas. Hoje não é mais 
necessário, o dever de lealdade decorre agora da própria lei. 
Conceito sobre a perícia → consiste no meio pelo qual, no 
processo, especialistas verificam fatos relevantes, necessários 
ou pertinentes para a causa, transmitindo ao juiz o seu parecer. 
Seção II 
Do Perito 
 Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou 
científico, o juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421. 
 § 1o Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível 
universitário, devidamente inscritos no órgão de classe competente, 
respeitado o disposto no Capítulo Vl, seção Vll, deste Código. (Incluído pela 
Lei nº 7.270, de 1984) 
 § 2o Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que 
deverão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem 
inscritos. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 1984) 
 § 3o Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que 
preencham os requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos 
será de livre escolha do juiz. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 1984) 
 Art. 146. O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que Ihe 
assina a lei, empregando toda a sua diligência; pode, todavia, escusar-se do 
encargo alegando motivo legítimo. 
 Parágrafo único. A escusa será apresentada dentro de 5 (cinco) dias, 
contados da intimação ou do impedimento superveniente, sob pena de se 
reputar renunciado o direito a alegá-la (art. 423). (Redação dada pela Lei nº 
8.455, de 1992) 
 Art. 147. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações 
inverídicas, responderá pelosprejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, 
por 2 (dois) anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a 
lei penal estabelecer. 
O importante é que no âmbito da perícia, hhá 2 figuras de 
técnicos que participam da prova técnica. 
Distinção entre o perito e o assistente técnico → o perito é 
o profissional que tem a capacidade técnica para interpretar o 
fato e tem compromisso de lealdade com o juiz, de emitir seu 
parecer de forma isenta sobre o que aconteceu. 
Assistente técnico → faz o mesmo papel que o perito, mas 
o seu compromisso é com a parte. Portanto, o assistente técnico 
não tem exigência de imparcialidade. Ele necessariamente será 
parcial. Mas antes de 1993 o legislador também exigia o 
compromisso formal compra e venda a verdade também do 
assistente técnico. Por isso o legislador percebeu que exigir que 
o cabra preste compromisso, além de ingênuo, contraria a 
tendência natural de que a parte escolha o profissional que 
possa melhor lhe defender, que esteja razoavelmente 
convencido de que a parte tenha razão. 
O advogado é perito na técnica do direito, e está a serviço 
da parte. O assistente técnico realiza a mesma função do 
advogado, mas na ciência que lhe compete. Por isso o legislador 
passou a dispensar o assistente técnico do compromisso com a 
verdade e a justiça. 
Assim como no Direito, nas outras ciências há algumas 
verdades plenamente estabelecidas como dogmas. Esse é o 
compromisso técnico do assistente. Além dos dogmas 
firmemente estabelecidos, tudo o assistente técnico pode usar a 
favor da sua tese, ou da sua parte. E o juiz olha o laudo do 
assistente técnico com certa reserva, porque já sabe que ele 
defenderá a parte que o contratou. Mas o juiz forma a sua 
convicção com base no conjunto de provas, inclusive o laudo do 
assistente técnico. 
O juiz que vai contrariar a maré (que segue o assistente 
técnico em vez do perito judicial) tem que se precaver, 
fundamentando muito bem para que possa ser entendido pelas 
partes e para que não seja revertido na 2ª instância. 
O ping-pong funciona assim: os assistentes técnicos têm 
prazo de 10 dias da entrega do laudo do perito para entregarem 
seu parecer. Esse prazo é para que o assistente técnico possa 
contradizer o perito em suas alegações. Os 3 fazem o exame 
pericial ao mesmo tempo, mas, além de interpretar a própria 
materialidade, o assistente técnico ajuda a parte a interpretar o 
próprio laudo do perito, para que ele possa ser contraditado 
adequadamente. O assistente técnico fará 1 leitura crítica do 
laudo do perito. Se o assistente levanta algo que o perito não 
observou ou faz críticas ao seu trabalho, volta para o perito 
esclarecer. 
Quem pode ser perito nomeado pelo juiz? 
1. Tem que ter plena capacidade para os atos da vida 
civil. 
2. Tem que ter capacidade técnica na área → formação de 
nível superior. (até advogados podem funcionar como peritos, 
v.g., em ação de cobrança de honorários). 
3. Tem que ser verificada a isenção do perito, pelas 
causas de impedimento e suspeição semelhantes às aplicadas 
aos juízes. 
Os assistentes técnicos não estão sujeitos à exigência de 
capacidade técnica com o perito. Mas, visto que o juiz 
geralmente já olha o assistente técnico com 1 pé atrás, se o 
cabra não for qualificado, o juiz terá os 2 pés atrás. 
Em casos de assistência judiciária gratuita, geralmente o 
juiz faz 1 acordo com o perito para que a cada 2 perícias 
remuneradas ele faça 1 sem. Caso não haja, ele pode recorrer a 
universidades ou institutos públicos que já tenha o profissional. 
Os assistentes técnicos não são obrigatórios. Mas na falta deles, 
o advogado pode questionar livremente o laudo, respeitado o 
bom-senso. 
O perito tem o dever de aceitar o encargo, salvo motivo 
justo. Ele também tem o dever de cumprir escrupulosamente a 
tarefa. Ele também tem o dever de respeitar os prazos 
estipulados. E se ele não estiver com essa correta observância,, 
ele poderá ser substituído ou eventualmente será oficiado o seu 
Conselho Regional. O assistente técnico também tem prazo, 
mas para ele o prazo é meramente preclusivo, e toca-se o barco. 
Outro dever do perito → esclarecer os pedidos de 
esclarecimentos pessoalmente na audiência, caso convocado. 
Os esclarecimentos escritos, que são 99% dos casos, não estão 
expressos na lei. O que está previsto é o esclarecimento de 
dúvida em audiência. O advogado está com dúvida (porque o 
laudo não lhe favorece), e ele pode pedir esclarecimentos 
verbais em audiência. Por que isso dificilmente acontece na 
prática? Porque a circunstância é 1 exame de materialidades, 
que depende de conclusões técnicas, portanto é mais razoável 
que se mande as críticas ao perito com 1 prazo para ele analisar 
as críticas e responder por escrito. Isso é tipicamente brasileiro. 
Nos Estados Unidos, v.g., há a figura da testemunha perito, que 
depõe como testemunha perante o júri. Mas isso tem problemas 
também, pela quantidade de perguntas que ficam sem 
respostas. 
O perito pode incidir no crime de falsidade (Artigo 342 do 
Código Penal), mas as coisas geralmente se resolvem como 
equívoco de interpretação, salvo casos cabeludos. 
Direitos do perito → 1. Recusar o encargo por justo motivo. 
"For example": inaptidão técnica, dever de profissão (v.g., o 
perito já atendeu a parte e tem dever de sigilo médico), se o 
cabra for funcionário público, recusar se o superior hierárquico 
não tiver anuído; pedir, pelo menos 1 vez, prorrogação de prazo. 
Outro direito → recorrer a fontes de informação, v.g., num 
processo de usucapião, o perito pode consultar os vizinhos 
sobre quando o usucapiendo mudou para lá, ou ouvir 
testemunhas, ou subcontratar peritos mais específicos ainda, 
etc. 
Outro → ser indenizado ou ressarcido das despesas que 
tiver no exercício do encargo. 
Quem paga? O adiantamento, que é pago na nomeação, 
se o perito apresenta estimativas de cálculo, ou na entrega do 
laudo, quando o perito comprova as despesas, e o juiz arbitra o 
valor dos honorários. O adiantamento, quem solicitou a perícia 
adianta o seu custo. E, aquele que perdeu paga, se não for o 
que adiantou, o que perdeu deverá restituir à parte contrária. 
Espécies de perícia → exame → o perito vai até a coisa ou 
pessoa e a examina, ou traz a pessoa até o consultório. 
Vistoria → exame em imóveis. 
Avaliação → aferição do valor de determinada coisa ou 
situação. 
Classificações → perícia judicial e extrajudicial. Judicial é a 
perícia feita nos autos do processo. Extrajudicial é a perícia feita 
fora dos autos e trazida depois. 
Necessária ou facultativa → necessária é a exigida por lei. 
Quanto ao pedido → de ofício é a pedida pelo juiz, e 
requerida é a pedida pelas partes., 
Ad perpetuam ou rem memoriam → perícia pré-judicial, 
porque se quer resguardar a memória dos fatos para 1 processo 
futuro. 
Só cabe prova pericial quando houver necessidade do 
conhecimento técnico. 
A proposição da prova pericial é, a rigor, na inicial pelo 
autor e na contestação pelo réu. Mas, na prática, os cabras 
protestam por todas as provas admitidas em direito, porque não 
se sabe quais são as controvérsias que serão admitidas. Na 
prática, depois da réplica, o juiz pede especificação de provas e, 
na hora de sanear, o juiz decide quais as perícias que serão ou 
não realizadas. No rito sumário, necessariamente o autor tem 
que pedir a prova na inicial, indicando assistentes técnicos e 
formulando quesitos. 
Quesitos → perguntas que a parte quer ver respondida 
pelo técnico. 
O juiz determina a realização da prova, nomeia o perito e 
fixa o prazo para a realização da prova e o prazo para as partes 
apresentarem quesitos e assistente técnico na mesma decisão. 
Então, as partes já podem verificar impedimentos e suspeições 
do perito, entrando com a competente exceção. 
O juiz, então, abre vistas dos quesitos para as partes 
contrárias, porque as partes contrárias podem questionar os 
quesitos da outra. Mas isso nem sempre

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