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AULA 4 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E COMPETITIVIDADE Prof. Glavio Leal Paura 2 TEMA 1 – ANÁLISE SWOT A análise SWOT é uma ferramenta muito usada para quem está envolvido em questões estratégicas, principalmente no planejamento estratégico, uma vez que nos permite realizar um mapeamento de fatores internos e externos da organização, auxiliando com uma visualização que não teria sido possível antes. Essa ferramenta permite visualizar, como fatores internos, as forças e fraquezas e, como fatores externos, as oportunidades e as ameaças. Perceba que a matriz formada quando se usa essa ferramenta nos mostra pontos fortes e fracos do ambiente interno e externo, que auxiliarão a pensar em cenários e traçar estratégias para situações que possam surgir no mercado ou mesmo dentro da organização. A análise SWOT, segundo Nogueira et al. (2014), caracteriza-se por comparar seus recursos ou a falta deles com o que acontece no mundo exterior. Isso porque, ao desenvolver o levantamento do ponto citados, você força a empresa a se confrontar com o ambiente. O grande objetivo é gerar informações importantes que as decisões futuras tenham como base possibilidades mais concretas. O termo SWOT vem dos termos que compõem a análise em inglês: • Strenght – Forças; • Weakness – Fraquezas; • Opportunities – Oportunidades; • Threats – Ameaças. Usaremos dados fictícios para mostrar como fica a matriz para que se possa analisar e tomar decisões em cima disso. O primeiro passo é pensar em uma matriz dois por dois, em que a primeira linha representará os fatores internos e a segunda linha os fatores externos. Na primeira coluna, teremos os fatores positivos e, na segunda coluna, os fatores negativos. Dessa forma: 3 Quadro 1 – Análise SWOT (1) No primeiro quadrante, temos, portanto, nossos fatores internos positivos. De acordo com nossa ferramenta, é onde iremos elencar as forças de nossa organização ou sobre o que estamos fazendo a análise. No segundo quadrante, temos nossos fatores internos negativos, ou seja, nossas fraquezas. Seguindo em sentido horário, teremos no terceiro quadrante os fatores externos negativos, que são as ameaças. E, no último quadrante, os fatores externos positivos, as oportunidades. Vamos, então, imaginar alguns pontos fictícios que nos ajudarão a entender o que devemos preencher em cada um desses quadrantes. Quadro 2 – Análise SWOT (2) F a to re s i n te rn o s Fatores positivos Fatores negativos FORÇAS • Preços competitivos • Design Avançado • Tecnologia de última geração • Excelente localização FRAQUEZAS • Instalações obsoletas • Compra de matéria-prima importada F a to re s e x te rn o s OPORTUNIDADES • Concorrência com preço alto • Dólar estável • Expansão do mercado AMEAÇAS • Novos entrantes • Novas Tecnologias • Alto poder de barganha de consumidores Fonte: Paura, 2021. 4 A etapa mais básica é compreender essa matriz e o que significa cada um dos seus quadrantes, além do que devemos colocar em cada um deles para que possamos realizar nossa análise. É importante entender que, quando falamos em forças e fraquezas, estamos olhando para dentro da empresa. Isso porque os fatores são controlados pela organização. Olhando para a tabela 2, que usaremos como exemplo, vejam que as forças estão mostrando fatores positivos de coisas que são perfeitamente gerenciáveis pela organização. Temos questões como preços, tecnologia e localização. No mesmo exemplo, podemos notar que as fraquezas são situações internas também gerenciáveis pela empresa, como instalações e compra de matéria-prima importada. Nessa primeira linha da matriz, é importante elencar os pontos fortes e fraquezas no que diz respeito às questões de dentro da empresa, gerenciáveis pela organização. Quando observamos a segunda linha de nossa matriz exemplo (tabela 2), listando as oportunidades e ameaças, podemos notar que temos fatores que fogem ao controle da empresa. Nas oportunidades, temos situações como concorrência e expansão do mercado; nas ameaças, questões como novos entrantes, novas tecnologias. Elas são fatores externos justamente por não serem gerenciados pela empresa, mas que afetam o negócio como um todo, seja de forma positiva ou negativa. Nogueira et al. (2014) afirmam que, ao compararmos as dimensões interna e externa de uma organização, podemos notas aspectos desejáveis e indesejáveis em relação às possibilidades futuras. Podemos, portanto, desenvolver um comparativo para entender para onde podemos conduzir o negócio. Um dos pontos levantados em nosso exemplo como sendo uma ameaça é o surgimento de nova tecnologia. Por que isso é ruim e como analisar? Se trabalhamos para uma empresa que detém um certo tipo de tecnologia e surge outra, mais moderna obviamente, que a concorrência poderá deter, aí sim teremos uma ameaça. E como tentar contornar isso? É a esse tipo de reflexão, fazendo esse comparativo, que a matriz SWOT se propõe. Esse tipo de análise dará a oportunidade de identificar as limitações em um negócio. TEMA 2 – DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO EXTERNO Toda organização sempre operará dentro de um ambiente que a circunda e a envolve. Para Chiavenato (2020), o ambiente nada mais é do que o conjunto de todas as organizações e os fatores externos que influenciam ou causam algum 5 tipo de influência na empresa. As trocas constantes de informações, dados, negócios e outros entre organização e ambiente faz com que ela funcione como um sistema aberto em contraentes transações com o seu ambiente em constante mudança. Com isso, é um consenso entre os autores atuais, e eu compartilho a mesma perspectiva, que o conhecimento estratégico deve ser construído com bases em duas vertentes: • Diagnóstico estratégico externo; • Diagnóstico estratégico interno. Chiavenato (2020) diz que, quanto à questão de diagnóstico estratégico externo, a empresa deve olhar o mundo ao seu redor, conhecer o contexto e o meio em que está inserida, o macroambiente em geral e o setor de negócios. Para que possamos entender e fazer o diagnóstico externo, precisamos antever os cenários futuros desse contexto externo mutável e até para entender para onde iremos no futuro. No tema anterior, quando falamos de análise SWOT, dei um exemplo do surgimento de novas tecnologias como ameaça. Se me permitem usar esse exemplo, podemos traçar um melhor entendimento da necessidade do diagnóstico externo. Quando no modelo SWOT coloquei a questão “novas tecnologias como ameaça”, pensei no surgimento de algo novo que não estaria em poder da empresa analisada e sim da concorrência. Elaborando um estudo de nossos concorrentes e tendências de tecnologias, conseguimos, por exemplo, antever quais são as novas tecnologias que estão surgindo, o quanto serão acessíveis e quais de nossos concorrentes têm o maior poder para ter esse avanço. Entendendo isso, podemos traçar diversas estratégias possíveis, desde tentar essa nova tecnologia até mesmo lançar um novo produto para, digamos, combater a nova tecnologia do concorrente. Nesse meu simples exemplo, podemos ver o quão importante é estabelecer um diagnóstico externo à empresa. Isso pode te dar um passo adiante no que diz respeito às vantagens competitivas. Focaremos nesse momento em entender mais sobre o diagnóstico estratégico externo, uma vez que o interno será alvo de nosso próximo tema e tem um foco muito claro no ambiente em que a empresa está inserida. Chiavenato (2020) diz que o ambiente é um patrocinador de múltiplas mudanças e transformações. Dessa forma, quando falamos de diagnóstico externo, vocês poderão encontrar facilmente outros autores chamando de análise ambiental ou 6 mesmo auditoria de posições. Caso encontrem esses termos em algumapesquisa, já sabem que são sinônimos. Segundo Chiavenato (2020), a forma como a empresa faz o mapeamento do ambiente externo e das forças competitivas atuantes na organização por meio da captura de informações a respeito do contexto do negócio, e verifica as possíveis ameaças e oportunidades para a organização e a melhor maneira de evitar ou aproveitar essas situações, define um trabalho de diagnóstico externo. Existem duas dimensões do ambiente externo: • Ambiente geral ou macroambiente; • Ambiente competitivo ou microambiente. Chiavenato (2020) mostra como podemos distinguir as duas dimensões do ambiente externo, sendo o macroambiente como um ambiente contextual e o ambiente transacional ou relacional correspondendo ao ambiente competitivo. Para que possamos entender melhor esses pontos, é importante compreender que a dimensão do ambiente sobre a qual a organização tem limitada influência é no ambiente geral ou macroambiente. O ambiente mais próximo e imediato da organização, portanto, é o microambiente. Com isso, Chiavenato (2020) ressalta que, na prática, o diagnóstico estratégico externo corresponde ao estudo dos diversos fatores e forças do ambiente externo, das relações entre eles ao longo do tempo e de seus efeitos reais e potenciais sobre a organização. TEMA 3 – DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO No tema anterior, encerramos refletindo sobre o fato de um diagnóstico estratégico externo, segundo Chiavenato (2020), corresponder ao estudo de diversos fatores e forças do ambiente externo e de como a relação entre esses fatores ao longo do tempo podem influenciar em uma organização. Isso focando nosso diagnóstico em: • Identificar oportunidades ou ameaças reais; • Localizar futuras oportunidades ou ameaças potenciais. Obviamente, quando estamos falando de identificar oportunidades, fala-se sobre aquelas que podem de alguma forma exigir uma decisão estratégica da 7 organização. Quanto a localizar futuras oportunidades e ameaças, refiro-me àquelas que ainda não foram percebidas pela organização. Agora pretendemos fazer uma reflexão. Perceba que estamos tratando do diagnóstico estratégico, ou seja, entendendo o que poderá nos levar a tomar decisões em torno do negócio, e estamos falando praticamente de todos os elementos que tratamos na análise SWOT. Consegue perceber isso? Essa ferramenta pode, em um primeiro momento, parecer, digamos, simples. No entanto, é de grande importância para que possamos enxergar o que vem pela frente, ajudando a nos nortear em tomadas de decisões. Ainda sobre a questão do diagnóstico estratégico externo, é importante entender que começamos pelos aspectos mais contextuais e abrangentes, segundo Chiavenato (2020), que podem interferir em todos os setores com maior ou menor intensidade. O passo seguinte é a identificação dos fatores do ambiente de tarefa e as forças competitivas, que estão dentro de setores específicos, para que tenhamos uma compreensão das oportunidades e ameaças que se apresentam à empresa. Segundo Chiavenato (2020), o ambiente contextual é a situação dentro da qual uma organização está inserida. Sendo a empresa um sistema aberto, ela mantém transações e intercâmbios com o ambiente que a rodeia. Nesse momento, permito-me fazer uma parênteses, entendendo que nem todos têm a compreensão ampla do que venha a ser os ambientes em que a empresa está inserida. Imaginem uma empresa, com todos seus setores e operacionalidade interna, com suas decisões em torno de layout, modelo de estoque, modelo de produção, entre outras decisões no que diz respeito, à parte interna. Aí temos o que chamamos de ambiente interno. Em torno da empresa, orbitando a organização, temos clientes, concorrentes, fornecedores e, em vários casos, as agências reguladoras. Concordam que esses elementos citados afetam de forma direta a organização? Temos, nesse caso, o ambiente relacional ou microambiente, e ainda podemos ter um segundo nível, que são situações como ambientes: econômicos, políticos, recursos naturais, tecnológicos, sociocultural e demográfico que formam o ambiente contextual ou macroambiente. Você concorda que esses ambientes citados agora influenciam as questões como clientes, fornecedores, concorrentes e agências reguladoras? Então, os elementos do macroambiente influenciam o microambiente, que por sinal influenciarão os elementos internos da organização. 8 Ressalta-se que todos os níveis exercem influência na empresa como um todo, pois está tudo de certa forma interligado. Por isso, dizemos que é o ambiente em que a empresa está inserida. Chiavenato (2020) fala que o ambiente contextual deve estar sempre sendo acompanhado por meio do processo de identificação, previsão e avaliação de seus prováveis impactos, sejam eles: ambientais, socioeconômicos, culturais entre outros. O processo, segundo Chiavenato (2020), precisa dar uma base de continuidade e estar em constante evolução, por meio de cinco etapas bem identificadas: • Rastreamento e TRIAGEM; • Monitoramento; • Previsão; • Avaliação e MITIGAÇÃO; • Gestão de impactos e implementação. O rastreamento e triagem (screening) é uma etapa que identifica sinais de mudanças no ambiente contextual e determina os potenciais impactos que possam ter na empresa, sejam esses positivos ou negativos. A etapa de monitoramento (scoping), segundo Chiavenato (2020), estabelece o escopo das análises sistemáticas, seguido de avaliações das observações feitas e descreve as alternativas do projeto. A previsão (forecast) avalia os impactos futuros ao projeto planejado e suas alternativas, identificando as medidas de promoção ou mitigação para aproveitar ou reduzir aqueles impactos. O processo de Gestão de Impactos diz respeito à elaboração do plano necessário para abordar medidas de promoção ou mitigação de riscos do projeto. A implementação (follow-up) assegura que as medidas de prioridades listadas e os planos sejam adequadamente implementados e que lidem com os impactos ao projeto. Podemos perceber que desenvolver um diagnóstico estratégico é primeiro de tudo entender em que condições sua empresa se encontra e em qual ambiente ela se propõe atuar. Dentro disso, cabe ao gestor entender que ambiente é esse e qual impacto ele terá no negócio. Entendendo esses pontos, temos em nossas mãos o cenário para que possamos balizar todas as nossas decisões, conduzindo 9 a organização a traçar aonde deseja chegar, ou seja, traçar seu planejamento estratégico. TEMA 4 – CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS Se você observou bem até o presente momento, tudo que vimos em torno de planejamento ou diagnóstico estratégico passa por análise de situações que podem acontecer. Tentamos a todo instante prever o próximo passo do concorrente ou mesmo o que o macroambiente pode modificar e influenciar em meu negócio. Em outras palavras, a todo instante que se pensa em planejamento estratégico, estamos, além de traçando aonde queremos que a organização chegue, fazendo possíveis cenários dos ambientes que nos rodeiam. Planejamento estratégico, portanto, refere-se ao que ainda está por vir, pois planeja o que poderá acontecer ao longo da trajetória da empresa até atingir seu objetivo. Obviamente, em se tratando de mercado, o que teremos adiante será diferente do que teremos hoje, pois o mundo e as pessoas mudam muito rápido. O que era novidade tecnológica 3 anos atrás hoje pode não representar atrativo algum, por exemplo. Chiavenato (2020) fala que planejar com base em idealização de cenários é definir premissas, ponderar desdobramentos e visualizar possíveis consequências futuras. Obviamente, isso tudo procurando minimizar riscos em torno das decisões que necessitarão ser tomadas. O planejamento estratégico tem como base decisões tomadas hoje que irão ter um impacto no que acontecerá no amanhã da empresa. Essa visão do amanhã,digamos assim, é o que nos permitirá desenvolver atitudes em relação ao futuro projetado. A definição de cenário, segundo Chiavenato (2020), nada mais é do que estudos para se construir diferentes imagens e visões alternativas favoráveis ou não do ambiente futuro de negócios e suas interligações. O cenário é, portanto, derivado de modelos mentais compartilhados a respeito do ambiente externo e são criados de maneira a serem internamente consistentes ao propor descrições do futuro ou ao menos de um possível futuro, isso segundo Chiavenato (2020). Como dito no início deste tema, quando estramos traçando questões estratégicas, temos que entender em qual cenário e para qual cenário essas decisões serão assertivas ou não. Entender o que pode vir pela frente é essencial 10 para que sejam tomadas decisões com maiores possibilidades de acerto. Parece óbvio isso, mas veja que o tema de todo o nosso estudo gira em torno de entender a empresa, desenvolver o cenário futuro, tomar decisões dentro de possíveis cenários e repetir o ciclo com um novo planejamento. A construção de cenário, como podemos imaginar, é um processo no qual possuem etapas e devemos compreender que elas são quase como uma roda girando. Isso porque, depois de fazermos pesquisas, consultas, procura de indicadores e especulando futuras implicações para o trajeto da empresa até o objetivo, quando este é atingido, o processo começa todo novamente. Precisamos compreender o planejamento de cenários como algo que simplificará de forma muito eficiente a infinidade de dados que temos e, segundo Chiavenato (2020), concentrando-os em um limitado número de opções possíveis. Para Schoemaket (citado por Chiavenato, 2020), os cenários são imprescindíveis quando: • A incerteza é alta em relação à capacidade dos gestores de prever ou ajustar; • Muitas surpresas grandes ocorreram no passado da empresa; • A empresa não percebe ou gera novas oportunidades; • A qualidade do pensamento estratégico é baixa; • O setor passou por mudanças significativas; • A empresa quer uma linguagem e estrutura que sejam comuns, sem sufocar a diversidade; • Existem fortes diferenças de opinião, com múltiplas opiniões tendo mérito; • Seus concorrentes estão usando o planejamento de cenários. Os cenários, para uma melhor tomada de decisão, devem ser concebidos simultaneamente, para desenvolver a percepção de diferentes possibilidades. O mais comum quando falamos da questão estratégica é entender um cenário pessimista para que se algo der errado saibamos, um cenário otimista pelo mesmo motivo anterior pois se o mercado estiver muito favorável como aproveitar essa onda, e um cenário dentro de uma normalidade esperada. É preciso refletir sobre as possibilidades que normalmente são descartadas, mas que podem vir a acontecer. Chiavenato (2020) afirma que os cenários descrevem futuros possíveis e não descrevem as estratégias específicas. Isso deve estar a cargo do gestor, que 11 terá sensibilidade para analisar os cenários e entender como deve agir ao longo de um processo. As etapas de construção de cenários, segundo Chiavenato (2020), são: • Identificação e focalização do tema; • Identificação das forças motrizes; • Categorização das forças motrizes; • Consistência das forças motrizes; • Alinhamento das incertezas críticas; • Criação de roteiros plausíveis; • Avaliação das implicações; • Aplicação da metodologia. A primeira etapa corresponde à definição do tema central que dará sentido ao processo. O que pode acontecer? O que está previsto? Quais as tendências que podem ter impactos na organização? O tema a que se refere esse ponto é o que você dará maior foco. Tentarei ser mais claro. Suponhamos que a questão econômica e a variação cambial sejam variáveis críticas de seu negócio. Então, o tema que o cenário que está preparando terá é justamente esse: economia e câmbio. Chiavenato (2020) diz que os cenários são construídos para indicar questões que envolvam possibilidades de sucesso em novos mercados, inovação tecnológica, crescimento econômico e suprimento de energia. A identificação das forças motrizes é a etapa seguinte à focalização do tema, que consiste, segundo Chiavenato (2020), em trabalhar com os eventos identificados com base nos diagnósticos internos e externos, que de forma óbvia esteja relacionado aos temas focais do processo de planejamento estratégico. As forças motrizes ou de mudança geralmente, segundo Chiavenato (2020), são encontradas dentro de quatro contextos predeterminados: • Contexto social; • Contexto econômico; • Contexto político; • Contexto tecnológico. O contexto social são eventos demográficos tanto quantitativos quanto qualitativos. O contexto econômico são eventos macroeconômicos e microeconômicos. O político são eventos relacionados a assuntos eleitorais, 12 regulatórios e legais. O contexto tecnológico são eventos como desenvolvimentos na tecnologia, biotecnologia e distribuição de energia. Voltando às etapas de construção do cenário, temos a categorização das forças motrizes, que consiste em procurar analisar os elementos predeterminados. Para a escolha das forças motrizes, é necessário identificar os eventos que parecem ser os mais importantes sobre o tema trabalhado e mais imprevisíveis quanto ao seu desdobramento futuro. A consistência das forças motrizes vem da tarefa de agrupar as forças selecionadas em torno de seus elementos predeterminados mais relevantes. Chiavenato (2020) diz que não existem regras para os critérios de agrupamentos. Porém, o gestor deve perceber as conexões entre os eventos e procurar reconhecer as variáveis que definem padrões de causa e efeito. A questão das incertezas, críticas referentes aos agrupamentos encontrados na etapa anterior, deve ser avaliada. Chiavenato (2020) diz que o ideal é consistir em duas ou três linhas de incertezas ou do que pode ser o mais oscilante possível entre o que se acha que pode ocorrer e situações além e aquém do esperado. A criação de roteiros proporciona uma ideia de como essas forças vão se comportar com base na forma como tais forças se comportaram no passado. A avaliação das implicações pode ser a parte mais interessante do processo, pois é a que mais apresenta surpresas. Isso porque surgirão interligações que não existiam antes. A aplicação da metodologia é o momento de montagem dos cenários que se apresentam. TEMA 5 – AMBIENTE RELACIONAL Até aqui, demos destaque às questões que envolvem o macroambiente. Porém, segundo Chiavenato (2020), o diagnóstico estratégico externo precisa também mapear o ambiente relacional da organização, até para que possa entender de maneira ampla como e quais serão os impactos positivos e negativos da influência do ambiente externo. O microambiente ou ambiente relacional é de onde a empresa retira seus insumos e coloca seus produtos e serviços. Um dos pontos importantes para que possamos estudar o ambiente relacional é a análise setorial que se refere à investigação, monitoramento e previsões a respeito do setor de negócio da organização. 13 Analisando o setor de atuação da empresa, é necessário ter uma percepção mais definida das oportunidades e ameaças ambientais que podem influenciar seu desempenho competitivo. Chiavenato (2020) diz que a análise setorial deve ser elaborada com base em três dimensões: • Extensão das fronteiras de atuação das empresas do setor; • A dimensão dos grupos estratégicos que pode permitir que uma organização direcione os seus esforços contra concorrentes específicos e não genéricos; • A dimensão da composição de forças competitivas atuantes. As fronteiras de uma empresa estão diretamente relacionadas com as quantidades e variedade de seus bens e serviços. As fronteiras, segundo Chiavenato (2020), diferem muito de um setor para outro, assim comoentre empresas de um mesmo setor. Para que possamos entender essa questão de fronteiras, que muitos autores perceberão como fronteiras horizontais, vamos imaginar uma montadora de veículos que tenha somente carros populares. Eles atingem até um determinado público e têm necessidades específicas se pegarmos uma empresa que possui carros populares e carros de luxo em seu portfólio tem uma fronteira de atuação maior do que a primeira empresa citada. Um grupo estratégico é composto, segundo Chiavenato (2020), de organizações dentro de um setor que segue opções estratégicas semelhantes e orientadas para grupos de clientes similares. Os grupos estratégicos em um setor podem ser identificados pelas barreiras que afetam a mobilidade do setor. A identificação é fundamental para a análise setorial, uma vez que, assim como os setores podem ascender e cair apesar das condições do ambiente geral, também os grupos estratégicos podem desafiar as instabilidades setoriais com suas competências distintivas. Para compreendermos a composição das forças competitivas, devemos recorrer às cinco forças competitivas, considerando a rivalidade entre concorrentes • Ameaça de novos entrantes; • Poder de barganha dos fornecedores; • Poder de barganha dos compradores; • Ameaça de produtos substitutos; • Intensidade da rivalidade entre os concorrentes. 14 Para quem não está habituado com o termo novos entrantes, nada mais é do que uma empresa que entra em um setor de negócios, ou seja, em sua visão organizacional, um novo concorrente com um produto semelhante. Esse novo entrante, segundo Chiavenato (2020), traz ameaça às organizações existentes, pois força sua empresa a ser mais eficaz e aprender a concorrer com novas dimensões. Isso acontece naturalmente, pois quem chega vai tomar parte do mercado que antes era seu. Para que os ganhos continuem no patamar de antes da chegada dessa nova organização, a escala de produção, provavelmente, deverá crescer para atingir um público ainda maior. Chiavenato (2020) afirma que, para barrar o ingresso de novos entrantes, as empresas utilizam barreiras como: economia de escala, diferenciação de produto, requisitos de capital, custos de ameaça e acesso aos canais de distribuição. A economia de escala está diretamente ligada à quantidade de produto fabricado, que aumenta e automaticamente diminui os custos de fabricação de cada item. Com isso, o novo entrante tem o desafio de economia de escala dos concorrentes. A diferenciação de produtos gira em torno da questão de que cada empresa quer dar um toque único ao seu produto, para que o cliente valorize mais. O requisito de capital é a questão de o novo entrante ter condições financeiras para enfrentar quem está consolidado no mercado. O custo de mudança é aquele que envolve o treinamento de pessoal, equipamentos e tudo que precisa para desenvolver uma nova linha de produção. O acesso a canais de distribuição é o relacionamento que o novo entrante terá com os distribuidores. O poder de barganha do fornecedor e compradores está muito perto um do outro e acontece muito quando não se há muitas opções. Com isso, ganham poderes para constituir seus preços e condições. Os produtos substitutos são diferentes de novos entrantes, pois entendemos que na segunda opção teremos um produto semelhante. Já o substituto não é exatamente igual, mas pode substituir. Por exemplo, pote de plástico e pote de vidro não são o mesmo produto. Eles têm características diferentes. No entanto, um pode substituir o outro. A intensidade da rivalidade é algo diretamente relacionado à quantidade de concorrentes, sendo influenciada pelo crescimento lento no setor, por exemplo. É a capacidade que o setor tem de ter grandes concorrentes. Um bom exemplo é o 15 ramo de sabão em pó. Há uma intensidade muito grande de rivalidade pela quantidade de concorrentes no mercado. 16 REFERÊNCIAS CHIAVENATO, I. Planejamento Estratégico: da intenção aos resultados. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2020. NOGUEIRA, C. S. Planejamento estratégico. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.
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