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Neurologia I

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JESSICA MOSELLO - QUARTO SEMESTRE  
SISTEMA NERVOSO - RESUMO I 
 
O Sistema Nervoso se relaciona com o meio através de ​Irritabilidade​, ​Condutibilidade e ​Contratilidade​. 
A irritabilidade, ou propriedade de ser sensível a um estímulo, permite a uma célula detectar as 
modificações do meio ambiente. Sabemos que uma célula é sensível a um estímulo quando ela reage a 
este estímulo, por exemplo, dando origem a um impulso que é conduzido através do protoplasma 
(condutibilidade). determinando uma resposta em outra parte da célula. Esta resposta pode se manifestar 
por um encurtamento da célula (contratilidade), visando fugir de um estímulo nocivo. 
 
 
Existem três classes funcionais de neurônios: 
 
1. Neurônios aferentes (sensitivos): ​recebem um estímulos e conduzem este a uma determinada área 
do sistema nervoso​. São pseudounipolar, tem um prolongamento central e periférico, o centro metabólico 
está mais protegido, mas continuam interagindo com o meio e captando informações. 
 
2. Neurônios eferente (motor): conduz o impulso nervoso ao órgão efetuador​, que, nos mamíferos, é um 
músculo ou uma glândula. O impulso eferente determina, assim, uma contração ou uma secreção. São 
multipolar, vários processos dendríticos e um axônio longo, é um neurônio que leva informação do sistema 
nervoso para vários sistemas do corpo para interagir com o meio. Os neurônios eferentes podem ter: 
- Corpo fora do SNC - ​Neurônios pós-ganglionares: têm seus corpos fora do sistema nervoso 
central, em estruturas que são os gânglios viscerais, são os neurônios eferentes que inervam os 
músculos lisos, músculos cardíacos ou glândulas. Estes neurônios pertencem ao sistema nervoso 
autônomo parassimpático. 
- Corpo dentro do SNC: neurônios eferentes que inervam músculos estriados esqueléticos têm seu 
corpo sempre dentro do sistema nervoso central (por exemplo, na coluna anterior da medula) e 
recebem vários nomes, como ​neurônios motores primários, neurônios motores inferiores ou 
via motora final comum de Sherrington. 
 
3. Neurônio de associação (internuncial): 
responsável por toda a expansão do SN, está 
localizado no SNC integra as diferentes áreas. 
Alguns têm axônios longos e fazem conexões 
com neurônios situados em áreas distantes. 
Outros têm axônios curtos e ligam-se apenas 
com neurônios vizinhos. Estes são chamados 
neurônios internunciais ou interneurônios. 
 
 
 
 
Ex.: ​Neurônios cujos corpos estão no cérebro e terminam no cerebelo são eferentes ao cérebro e aferentes 
ao cerebelo. 
 
 
 
DIVISÃO FUNCIONAL 
Pode-se dividir o sistema nervoso em sistema nervoso da vida de relação, ou ​somático e sistema nervoso 
da vida vegetativa, ou ​visceral ​O sistema nervoso da vida de relação é aquele que relaciona o organismo 
com o meio ambiente. Sistema nervoso visceral é aquele que se relaciona com a inervação e controle das 
estruturas viscerais. É muito importante para a integração das diversas vísceras no sentido da manutenção 
da constância do meio interno. 
 
 
DIVISÃO METAMÉRICA 
Pode-se dividir o sistema nervoso em sistema nervoso ​segmentar e sistema nervoso ​supra-segmentar​. A 
segmentação no sistema nervoso é evidenciada pela conexão com os nervos. Pertence, pois, ao sistema 
nervoso segmentar todo o sistema nervoso periférico, mais aquelas partes do sistema nervoso central que 
estão em relação direta com os nervos típicos, ou seja, a medula espinhal e o tronco encefálico. O cérebro 
e o cerebelo pertencem ao sistema nervoso supra-segmentar. 
 
Nos órgãos do sistema nervoso supra-segmentar, a substância cinzenta localiza-se por fora da substância 
branca e forma uma camada fina, o córtex, que reveste toda a superfície do órgão. Já nos órgãos do 
sistema nervoso segmentar não existe córtex, e a substância cinzenta pode localizar-se por dentro da 
branca, como ocorre na medula. 
 
Com base nesta divisão, pode-se classificar os arcos reflexos em supra-segmentares, quando o 
componente aferente se liga ao eferente no sistema nervoso supra-segmentar, e segmentais, quando isto 
se faz no sistema nervoso segmentar. 
 
DIVISÃO ANATÔMICA 
 
Teoricamente, o sistema nervoso central é aquele que se localiza dentro do esqueleto axial (cavidade 
craniana e canal vertebral); sistema nervoso periférico é aquele que se localiza fora deste esqueleto, mas 
existem exceções. Encéfalo é a parte do sistema nervoso central situada dentro do crânio neural; a medula 
localiza-se dentro do canal vertebral. Encéfalo e medula constituem o neuro-eixo. No encéfalo, temos 
cérebro, cerebelo e tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo). 
 
Nervos: ​cordões esbranquiçados que unem o sistema nervoso central aos órgãos periféricos. 
- Espinais: ​31 pares (união se faz com a medula) 
- Cranianos:​ 12 pares (união se faz com o encéfalo) 
 
Gânglios: ​dilatações constituídas principalmente de corpos de neurônios 
- Sensitivos:​ espinais e cranianos 
- Motores viscerais:​ do sistema nervoso autônomo. 
 
Terminações nervosas: 
- Eferente ​(motoras) 
- Aferente​ (sensitivas) 
 
Arco Reflexo 
1. Os neurônios sensitivos, cujos corpos estão nos gânglios sensitivos, conduzem à medula ou ao 
tronco encefálico (sistema nervoso segmentar) impulsos nervosos originados em receptores 
situados na superfície (por exemplo, na pele) ou no interior (vísceras, músculos e tendões) do 
animal. 
 
2. Os prolongamentos centrais destes neurônios ligam-se diretamente (reflexo simples) ou por meio de 
neurônios de associação aos neurônios motores (somáticos ou viscerais), os quais levam o impulso 
a músculo ou a glândulas, formando-se, assim, ​arcos reflexos mono ou polissinápticos​. Por este 
mecanismo podemos rápida e involuntariamente retirar a mão quando tocamos em uma chapa 
quente. 
 
Neste caso, entretanto, é conveniente que o sistema nervoso supra-segmentar seja "informado" do 
ocorrido. Para isto, os neurônios sensitivos ligam-se a neurônios de associação situados no sistema 
nervoso segmentar. Estes levam o impulso ao cérebro, onde o mesmo é interpretado, tornando-se 
consciente e manifestando-se como dor. As fibras que levam ao sistema nervoso supra-segmentar as 
informações recebidas no sistema nervoso segmentar constituem as ​grandes vias ascendentes do 
sistema nervoso​. No exemplo anterior, tornando-se consciente do que ocorreu, o indivíduo poderá tomar 
um série de providências, como, por exemplo, cuidar de sua mão queimada ou desligar a chapa quente. 
Qualquer dessas ações envolverá a execução de um ato motor voluntário. Para isto, os neurônios do seu 
córtex cerebral enviam uma "ordem" por meio de ​fibras descendentes aos neurônios motores situados no 
sistema nervoso segmentar. Estes "retransmitem" a ordem aos músculos estriados, de modo que os 
movimentos necessários ao ato sejam realizados. 
 
 
De um estímulo para uma ação: 
1. Neurônio aferente sensitivo recebe o estímulo do meio externo ou interno. 
2. Nervos periféricos sensitivos levam esta informação para o SNC. 
3. A informação é processada no SNC. 
4. Neurônios eferentes motores levam esta informação para o sistema nervoso somático ou autônomo. 
5. Acontece a resposta ao estímulo recebido. 
 
 
TECIDO NERVOSO 
 
O Sistema nervoso possui dois tipos de células, ​Neurônios e ​Células gliais(glia)​, que são ​astrócitos, 
oligodendrócitos, microgliócitos, e células ependimárias​. 
 
NEURÔNIO 
São células altamente excitáveis, que se comunicam entre si ou com células afetuadoras (músculo, 
glândula, etc), usando basicamente uma linguagem elétrica, modificando potenciais de membrana. 
Responsáveis pelo processamento e transmissão de informações através de sinalização química (sinapses 
/ neurotransmissores) e sinalização elétrica (potencial de ação). A maior parte dos neurônios possui três 
regiões responsáveis por funções especializadas: ​corpo celular, dendritos ​e ​axônio. ​Os diversos tipos de 
neurônios diferenciam-se pelas proteínas que são expressadas. 
 
Corpo Celular 
- Contém o núcleo (centro de informação genética) e o 
citoplasma, com as organelas citoplasmáticas usualmente 
encontradas em outras células. 
- O núcleo pode ser vesiculoso (um ou mais nucléolos) ou 
denso (grânulos do córtex cerebral). 
- O citoplasma do corpo celular recebe o nome de ​pericárdio. 
- O corpo celular é o ​centro metabólico do neurônio​, 
responsável pela síntese de todas as proteínas bem como 
pela maioria dos processos de degradação e renovação de 
constituintes celulares, inclusive de membranas. 
- A forma e tamanho do corpo celular são extremamente 
variáveis. 
- O corpo celular é como os dendritos, local de recepção de 
estímulos, através de contatos sinápticos. 
 
Dendritos 
- Geralmente são curtos, ramificam-se profusamente, e 
apresentam as mesmas organelas do pericárdio (destaque 
para ribossomos). 
- Especializados em ​receber estímulos, traduzindo-os ​em 
alterações do potencial de repouso da membrana que se 
propaga até o corpo do neurônio. 
- Nos dendritos existem as ​espinhas dendríticas que 
constituem expansões da membrana plasmática do neurônio 
com características específicas. Relacionadas com a 
sensibilidade. Podem aumentar ou diminuir (plasticidade do 
SN). 
 
 
Axônio 
- O axônio se origina do corpo ou de um dendrito principal, em região denominada ​cone de 
implantação​. 
- Apresenta comprimento variável dependendo do tipo do neurônio. 
- Longo, único e tubular. Tamanho de 0,1mm a 2 metros. 
- Carrega sinais elétricos (potenciais elétricos) e substâncias até o terminal sináptico: eferência da 
informação. 
- Alguns neurônios especializam-se em secreção, denominados neurossecretores, ocorrem no 
hipotálamo. 
- Podem se comunicar com até mais de 1000 neurônios pós-sinápticos. 
- Zona de gatilho: transição entre corpo e axônio, segmento inicial (Somação de potenciais graduados 
e concentração de canais Na). 
 
Classificação dos neurônios quanto a seus prolongamentos 
 
Unipolar 
- Possuem apenas um processo primário com 
múltiplas ramificações 
- 1 axônio e vários dendritos 
- Comuns em invertebrados 
- Vertebrados: SN autônomo/neurovegetativo 
 
Bipolar 
- Corpo oval de onde se originam 2 processos 
- 1 dendrito 
- 1 axônio 
- Comum em células sensoriais (retina, epitélio 
olfatório) 
 
Pseudounipolar 
- Variantes da bipolar 
- Apenas um prolongamento deixa o corpo celular mas logo divide-se em dois ramos, um que vai em 
direção à periferia (receptores sensitivos) outro para o SNC /medula. 
- Sensibilidade tátil,pressão e dor 
 
Multipolar 
- Predominantes no SNC de vertebrados 
- Múltiplos dendritos e axônio único 
- Variam em forma 
- Neurônio motor inferior: 1000 contatos no corpo e 9000 nos dendritos 
- Células de Purkinje: Até 1.000.000 contatos 
- Células piramidais: Dendritos apical e basal, presente por todo córtex e hipocampo 
 
Terminais pré-sinápticos (botões sinápticos) 
- Sinapse 
- Neurônio pré-sináptico: transmissor 
- Fenda sináptica 
- Neurônio pós-sináptico: Receptor 
 
Quatro regiões funcionais do neurônio 
- Componente receptivo 
- Componente aditivo ou integrador 
- Componente de sinalização de longo alcance 
- Componente secretório 
 
Classificação funcional dos neurônios 
Neurônio sensorial 
- Carregam informações dos receptores periféricos para o SNC (Aferência) 
- Ação: Percepção e coordenação motora 
Neurônio Motor 
- Carregam informações do encéfalo ou medula para músculos e glândulas (Eferência) 
- Interneurônio 
- Mais numerosos, axônios podem ser curtos ou longos. 
- Há 2 tipos, de retransmissão (relés) ou projeção 
Padrões de conexões 
Divergência 
- Um neurônios ativa muitas células-alvo 
- Predomina em sistemas de Aferência 
- Um neurônio exerce influência ampla e diversificada 
Convergência 
- Um neurônio recebe Aferência de várias outras 
- Comum em pontos de eferência do SN 
 
 
Fibras mielinizadas e não mielinizadas 
A mielina isola os axônios tanto de neurônios centrais como de periféricos. No sistema nervoso periférico a 
bainha de mielina é formada por células de Schwann, e no sistema nervoso central por oligodendrócitos. 
Essa bainha interrompe-se em intervalos mais ou menos regulares para cada tipo de fibra. As interrupções 
são chamadas de nódulos de Ranvier e cada segmento de fibra situado entre elas e chamado de 
internódulo. A bainha de mielina serve para aumentar a velocidade da propagação do potencial de ação, 
ela tem caráter isolante fazendo com que à corrente eletrotônica, provocada por cada potencial de ação, 
percorra todo o internódulo sem extinguir-se, fazendo com que ele atue somente nos nódulos de Ranvier. O 
processo de mielinização ocorre em várias etapas, ​1. ​primeiro ocorre a relação inicial entre o axônio e a 
célula de schwann. ​2. ​então ocorre a formação do mesaxônio (estrutura com dupla membrana). ​3. 
alongamento do mesaxônio, onde ele enrola-se diversas vezes ao redor do axônio. ​4. ​mielina formada. O 
processo de mielinização no SNC e SNP é muito similar, a diferença é que no SNC os responsáveis pela 
formação da mielina são os oligodendrócitos e estes conseguem prover internódulos para 20 a 30 axônios 
simultaneamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Citoesqueleto: ​três estruturas filamentosas (1/4 das proteínas totais das células) 
 
Microtúbulos (25 nm) 
- Fundamental para desenvolvimento e manutenção do formato da célula 
- 13 Protofilamentos formados por pares de tubulinas alfa e beta longitudinais 
- Cresce a partir de sua extremidade positiva (periférica) de dímeros de tubulina pela quebra de GTP 
e para de crescer quando esta extremidade é recoberta de tubulina com GDP 
- São instáveis: Sofrem polimerização e despolimerização rápida e necessitam de estabilidade 
- Estabilidade: fornecida pela proteínas associadas aos microtúbulos (MAPs) – diferentes nos axônios 
e dendritos 
- Axônios: Tau e MAP3 
 
Neurofilamentos (10nm) 
- Dímeros: 2 monômeros enroladas umas às outras em espiral 
- Dímeros se juntam: Tetrâmero (protofilamento) 
- Protofibrila: 2 protofilamentos 
- Três protofibrilas: Helicoidalmente enroladas formando os neurofilamentos 
- “Ossos”do citoesqueleto 
- 3 a 10x mais comuns que microtúbulos nos axônios 
- Relacionados aos filamentos intermediários em outras células (citoqueratinas nos pelos,p.ex) 
- Estáveis e polimerizados (diferente dos microtúbulos) 
 
Microfilamentos (7nm) 
- Mais finos 
- Duas fitas de monômeros de actina globular (actina-G) polimerizada em helicoidal que contém ATP 
- São polarizadas 
- Filamentos curtos e concentrados na periferia da célula: função dinâmica (crescimento dos axônios) 
- Tem ciclos de polimerização e despolimerização: controlados por enzimas de ligação 
- Actina: uma das proteínas mais abundantes nas células e preservada na escala evolutiva 
- Nos neurônios a actina predomina em suas formas beta e gama 
 
 
Microtúbulose microfilamentos: FUNÇÕES 
 
- Permitem que neurônio retraia axônios e 
dendritos envelhecidos e estendem novos: 
fundamentais na plasticidade neuronal 
(memória e aprendizado) 
- Transporte 
+ Atuam como “trilhas”, onde organelas e 
proteínas são direcionadas 
+ Medeia mobilidade celular; extensão de 
processos celulares e translocação de 
organelas 
- Divisão celular, participação na mitose 
 
 
 
Fluxo Axoplasmático: ​Por não conter ribossomos, os axônios são incapazes de sintetizar proteínas. 
Portanto, toda proteína necessária à manutenção da integridade axônica, bem como às funções das 
terminações axônicas, deriva do pericárdio. As terminações axônicas também necessitam de organelas, 
como mitocôndrias e retículo endoplasmático agranular. Assim é necessário um fluxo contínuo de 
substâncias solúveis e de organelas, do pericárdio à terminação axônica. Para renovação dos 
componentes das terminações, é imprescindível o fluxo de substâncias e organelas em sentido oposto, ou 
seja, em direção ao pericárdio. 
- Fluxo axoplasmático anterógrado: ​em direção à terminação axônica. 
- Fluxo axoplasmático retrógrado: ​em direção ao pericárdio. 
 
Fluxo axoplasmático Rápido → Organelas 
- Organelas: Transporte axonal rápido e ativo anterógrado e retrógrado (>400 mm/dia) 
+ Precursores de vesículas sinápticas, mitocôndrias, elementos do RE liso e partículas 
proteicas com RNA 
- Transporte com “paradas e começos” por trilhos lineares de microtúbulos 
- Depende do ATP nos axônios (ocorre mesmo se separado do corpo) 
Transporte anterógrado rápido: 
- Moléculas motoras para anterógrado: ​Cinesinas ​(as cinesinas são motores protéicos que têm a 
capacidade de se locomover usando microtúbulos como trilhos, movem estruturas em direção à 
extremidade positiva) 
Cadeia pesada: 
1. Cabeça globular (domínio ATP) – Motor quando ligada a microtúbulos 
2. Haste helicoidal – Dimerização de cadeia pesada 
3. Terminal carboxila - em leque e interage com cadeias leves 
Transporte retrógrado rápido 
- Organelas: endossomos das terminações nervosas, mitocôndrias e elementos do RE (maioria 
degradado nos lisossomos) 
- Fornece sinalização que regula a expressão gênica no núcleo: Fatores de transcrição (condições da 
periferia) – Importantes na regeneração do axônio 
- Toxinas usam esta via 
- Velocidade: metade a 2/3 do anterógrado rápido 
- Molécula motora: ATPase associada ao microtúbulos (​MAP-1C/Dineína) 
+ Duas cabeças e duas hastes globulares: Movem estruturas em direção à extremidade 
negativa 
- RNAm e RNA ribossômico: carregados pelos microtúbulos ligados a partículas de ligação 
específicas: CPEB, do X frágil, Hu, NOVA e Staufen 
+ Mutações críticas (retardo mental,defeitos de medula) 
+ Ribossomos transportados para espinhas dendríticas: traduzidos em resposta à atividade do 
neurônio pré-sinápticos 
+ ligados com formação de memória de longo prazo 
 
Fluxo axoplasmático Lento → Proteínas 
- Proteínas citosólicas e do citoesqueleto: Transporte axonal lento, ​apenas na direção anterógrada. 
+ Há dois componentes cinéticos 
- Mais lento (de 0,2 a 2,5mm/dia): 75% por Proteínas dos elementos fibrilares 
(neurofilamentos e alfa e beta tubulinas dos microtúbulos de 0,2 a 2,5mm/dia 
- Mais rápido (2x velocidade) 
- Microtúbulos polimerizados (Movem-se por mecanismo de deslizamento) 
Transporte axonal: ​https://www.youtube.com/watch?v=RRfH4ixgJwg 
 
https://www.youtube.com/watch?v=RRfH4ixgJwg
Substância Cinzenta Substância Branca 
Corpo dos neurônios, fibras amielínicas e 
neuroglia. 
Fibras nervosas mielínicas e neuroglia. 
 
 
 
NEUROGLIA 
Tanto no SNC como no SNP, os neurônios relacionam-se com células (gliócitos) coletivamente 
denominadas neuroglia ou glia. Ao contrário dos neurônios as células da glia são capazes de se multiplicar 
por mitoses, mesmo em adultos. Elas diferem morfologicamente dos neurônios não contendo dendritos ou 
axônios, e também não são envolvidas diretamente com sinalização elétrica. 
 
Neuroglia do SNC Neuroglia do SNP 
- Macroglia: 
+ Astrócitos 
+ Oligodendrócitos 
- Microglia: microgliócitos 
- Células ependimárias 
- Células de Schwann 
- Células satélites ou anfícitos 
 
Neuroglia do Sistema Nervoso Central 
 
Macroglia - ASTRÓCITOS: ​Seu nome vem da forma semelhante à estrela. São abundantes e 
caracterizados por inúmeros prolongamentos, restando pouca massa citoplasmática ao redor do núcleo. 
Possuem pés (podócitos) que fazem contato com capilares e arteríolas. 
- Tem função de​ sustentação e isolamento de neurônios​. 
- Importante para a função neuronal, uma vez que participam do ​controle dos níveis de K 
extraneuronal, captando esse íon e, assim ajudando na manutenção de sua baixa concentração 
extracelular. 
- Recaptação de neurotransmissores​, em especial o glutamato​. Transforma glutamato em glutamina 
que é reutilizada pelos neurônios. Déficits na captação causam excitotoxicidade 
- Constituem também o ​principal sítio de armazenagem de glicogênio no SNC, havendo evidências 
de que pode liberar glicose pelos neurônios. 
 
- Controle de fluxo sanguíneo. 
- No caso de lesão do tecido, os astrócitos ativados aumentam localmente por mitoses e ocupam 
áreas lesadas à maneira de ​cicatriz​. 
- Em caso de degeneração axônica, adquirem ​função fagocítica nas sinapses​, ou seja, qualquer 
botão sináptico em degeneração é fagocitados por astrócitos. 
- Secretam fatores neurotróficos​ essenciais para a sobrevivência e manutenção de neurônios. 
- Sinalização neurônio-glia ​(auxílio nas sinapses​): Modulação de ação do neurônio 
- Formação da barreira hemato-encefálica​ (BHE) 
São de dois tipos, astrócitos protoplasmáticos e astrócitos fibrosos: 
1. Astrócitos Protoplasmáticos: ​prolongamentos mais espessos e curtos que se ramificam 
profusamente. Presentes na substância cinzenta, circulam células nervosas e sinapses. 
2. Astrócitos Fibrosos: ​prolongamentos finos e longos que se ramificam pouco. Presentes na 
substância branca. Suas terminações fazem contato com os nódulos de Ranvier. 
 
Macroglia - OLIGODENDRÓCITOS: ​São menores que os astrócitos e possuem poucos prolongamentos, 
que também podem formar pés-vesiculares. Tem funções de: 
- Formação da bainha de mielina​ na substância​ branca​ do ​SNC 
- Envolvem e dão suporte aos neurônios na substância cinzenta 
- Participam da regeneração neuronal 
2 proteínas estabilizadoras: 
- Proteína básica de mielina 
- Proteína proteolipídica 
Envolvidas na auto-imunidade da Esclerose múltipla 
Conforme sua localização distinguem-se em oligodendrócito satélite ou perineuronal e oligodendrócito 
fascicular: 
1. Oligodendrócito Satélite: ​situado junto ao pericárdio e dendritos. 
2. Oligodendrócito Fascicular: ​encontrado junto as fibras nervosas, produzem a mielina. 
 
Microglia - MICROGLIÓCITOS: ​São células pequenas e alongadas com núcleo denso também alongado e 
de contorno irregular, possuem poucos prolongamentos, que partem das suas extremidades. Não tem 
origem neuroectodérmica mas sim mesodérmica, já que são derivados da medula óssea. São encontrados 
tanto na substância branca como na cinzenta. 
- É uma célula ​apresentadora de antígenos e fagocitaria (transformam-se em macrófagos), além de 
iniciar a cascata inflamatória ao liberar citocinas (aumento da permeabilidade vascular) e 
quimiocinas. Fagocitam sinapses sem função (plasticidade neuronal), se fagocitam muito pode 
causar Alzheimer e se fagocitam pouco pode causar esquizofrenia e autismo. 
 
Células Ependimárias: ​constituem células cubóides ou prismáticasque forram, como epitélio de revestimento simples, as paredes dos 
ventrículos cerebrais, do aqueduto cerebral e do canal central da 
medula espinhal​. Nos ventrículos cerebrais, um tipo de célula 
ependimária modificada recobre tufos de tecido conjuntivo, rico em 
capilares sanguíneos, que projetam da pia-máter, constituindo os 
plexos corióides​, responsáveis pela formação do líquido 
cérebro-espinhal. 
 
 
 
 
Neuroglia do Sistema Nervoso Periférico 
 
Células de Schwann: ​circundam os axônios formando seu envoltório, seja ​bainha de mielina que 
neurilema. Têm núcleo ovóide ou alongado, com nucléolos evidentes. Em caso de injúria de nervos, as 
células de Schwann desempenham importante papel na regeneração das fibras nervosas, fornecendo 
substrato que permite o apoio e o crescimento dos axônios em regeneração. Possuem duas proteínas 
estabilizadoras: P0 e PMP22 (Envolvida na síndrome de Guillain-Barré, Neuropatias hereditárias). Tem 
ainda capacidade fagocítica e de secretar fatores tróficos. 
 
Células Satélites: envolvem pericários dos neurônios, dos gânglios sensitivos e do sistema nervoso 
autônomo. Geralmente são lamelares ou achatadas, dispostas de encontro aos neurônios. 
 
- Neurônios e neuroglia:​ ​https://www.youtube.com/watch?v=7k5ca2UeLqI&t=8s 
 
 
 
Líquido cefalorraquidiano (LCR): ​o líquor envolve o encéfalo e a medula, 
tem a função de absorver choques mecânicos e transportar nutrientes. O 
LCR é composto por água, íons Na, Cl e HCO3, principalmente. Pode 
também conter aminoácidos, proteínas e outros íons. O LCR forma-se nos 
ventrículos cerebrais pela filtração do plasma sanguíneo realizada pelos 
plexos corióides. Depois de formado circula pelos ventrículos, até atingir o 
espaço subaracnóideo, medula e circulação venosa. 
 
Formação do liquor:​ ​https://www.youtube.com/watch?v=asQo6cmOjd0 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=7k5ca2UeLqI&t=8s
https://www.youtube.com/watch?v=asQo6cmOjd0
Potenciais de Membrana e Potenciais de Ação 
 
Na membrana plasmática dos neurônios existe um ​potencial de repouso ​que quando alterado gera um 
potencial de ação que irá promover a geração de sinais e comunicação entre os neurônios. O potencial de 
repouso das membranas das fibras nervosas mais calibrosas, quando não estão transmitindo sinais 
nervosos, é de cerca - 90 milivolts​. Isto é, o potencial ​dentro da fibra é 90 milivolts mais negativo que o 
potencial no líquido extracelular. Existem três principais fatores que influenciam o potencial de repouso da 
membrana: 
1. Bomba de Na​+​/K​+​: ​Todas as membranas celulares do corpo contêm uma bomba de sódio e 
potássio. Ela transporta 3 Na​+ para fora e 2 K​+ para dentro, ou seja, saem 3 cargas positiva e 
entram somente duas, deixando o interior da membrana com uma carga negativa. Por isso é 
chamada de bomba eletrogênica, porque mais cargas positivas são bombeadas para fora do que 
para dentro. 
2. Canais de vazamento/escoamento: ​é uma proteína de canal na fibra nervosa, por onde o K pode 
vazar mesmo na célula em repouso. Também vazam quantidades mínimas de íons Na. Permitem a 
circulação de íons, uma vez que não dependem de energia. 
3. Gradiente eletroquímico: ​Relaciona o gradiente de 
concentração do soluto e a voltagem da membrana. O K tem 
maior concentração no meio intracelular e o Na, Cl e Ca, tem 
maior concentração no meio extracelular. A permeabilidade da 
membrana ao K é cerca de 100x maior do que a permeabilidade 
ao Na. 
 
Potencial de Ação do Neurônios 
Os sinais nervosos são transmitidos por potenciais de ação, que são rápidas alterações do potencial de 
repouso/normal negativo da membrana para um potencial positivo, terminando com um retorno quase tão 
rápido para o potencial negativo. Para conduzir o sinal nervoso, o potencial de ação se desloca ao longo da 
fibra nervosa até sua extremidade final. O potencial de ação ocorre seguindo os seguintes estágios: 
1. Estágio de Repouso: ​potencial de repouso da membrana, antes do início do potencial de ação. 
Diz-se que a membrana está "polarizada" durante esse estágio (- 90 mv). 
2. Despolarização: ​membrana fica subitamente muito permeável ao íon sódio, abrem-se canais de 
Na, permitindo que grande quantidade desse íon, positivamente carregado, se difunda para dentro 
do axônio. Graças a este influxo de cargas positivas o potencial da membrana passa a ter valor 
positivo. 
3. Repolarização: ​Em milésimos de segundos após a despolarização, canais de Na começam a se 
fechar e canais de K abrem-se mais do que o normal. Então ocorre um rápido efluxo de K da célula, 
provocando a saída de muitas cargas positivas, assim restabelecendo a voltagem negativa do 
potencial de repouso. 
4. Hiperpolarização: aumento de carga negativa, descendo do limiar inicial de voltagem, pelo retardo 
no fechamento dos canais de K. 
 
 
Canal de sódio dependente de voltagem 
- Possuem duas comportas, uma de ativação e outra de inativação. 
- Em repouso (-90 mv) a comporta de ativação encontra-se fechada, não permitindo a entrada de 
íons. 
- Quando o potencial de membrana se torna menos negativo, entre - 90 e + 35 mv, o canal é ativado, 
abrindo a comporta de ativação e promovendo um influxo de íons Na. 
- Logo em seguida que a comporta é ativada ela é inativada pela mesma voltagem da membrana, 
assim fechando a comporta de inativação. O potencial da membrana então começa a voltar para 
seu estado de repouso. 
 
Canal de potássio dependente de voltagem 
- O canal de potássio possui apenas uma comporta que encontra-se fechada durante o potencial de 
repouso, impedindo que os íons K saiam. 
- Com o aumento da voltagem a comporta do canal de k abre-se permitindo o efluxo do íon, e 
levando a queda do potencial da membrana para valores negativos. 
- O canal de potássio é de ativação lenta o que explica sua abertura simultânea aos fechamentos dos 
canais de Na e a hiperpolarização. 
 
→ Limiar do potencial de ação: por volta do ​-55​, é o limiar que deve ser alcançado para acontecer a 
abertura dos canais de sódio dependentes de voltagem para ocorrer o potencial de ação. 
→ ​Princípio do tudo ou nada: ​uma vez em que o potencial de ação foi gerado em algum lugar da 
membrana da fibra normal, o processo de despolarização trafega por toda a membrana, se as condições 
forem adequadas, ou não se propaga de qualquer modo, se as condições não forem adequadas. 
→ ​Período Refratário: ​existe um período refratário após o potencial de ação onde um novo estímulo não 
pode ser evocado, pois os canais de Na e K estão inativados. 
→ A​ intensidade​ do potencial de ação não se altera, mas sim a​ frequência​. 
- Somação espacial: integração de potenciais pós-sinápticos que ocorrem em locais diferentes, mas 
ao mesmo tempo. 
- Somação temporal: ​integração de potenciais pós-sinápticos que ocorrem no mesmo lugar, mas em 
momentos ligeiramente diferentes. 
 
 
Sinapse 
 
O neurônio pré-sináptico vai emitir informações para o neurônio pós-sinápticos. Os tipos de sinapse podem 
ser elétrica ou químicas. 
 
Sinapse Elétrica: ​os citoplasmas das células adjacentes estão conectados por junções comunicantes 
(GAP Junctions) que permitem o movimento livre de íons de uma célula para outra. Transmitesinal em 
ambas as direções. Exclusivamente interneuronais. 
 
Sinapse Química: ​constituem a maioria das sinapse. O primeiro neurônio ou neurônio pré-sináptico 
secreta por seu terminal a substância química chamada neurotransmissor, e esse neurotransmissor, por 
sua vez, vai atuar em proteínas receptoras, presentes na membrana do neurônio pós-sináptico, para 
promover excitação, inibição ou ainda modificar de outro modo a sensibilidade da célula. Transmite sinal 
em apenas uma direção (Princípio da condução unidirecional). Interneurais e neuroefetuadoras. As 
sinapses químicas caracterizam-se por serem polarizadas, ou seja, apenas um dos dois elementos em 
contato, o chamado elemento pré-sináptico, possui o neurotransmissor. Este é armazenado em vesículas 
sinápticas. 
 
Vesículas sinápticas: ​depende do neurotransmisor 
- Vesículas agranulares: ​acetilcolina ou aminoácidos. 
- Vesículas granulares pequenas: ​monoaminas 
- Vesículas granulares grandes: ​monoaminas e/ou peptídeos. 
- Vesículas opacas grandes: ​peptídeos. 
 
Exocitose das Vesículas 
1. Ancoragem das vesículas 
2. Formação do complexo SNARE para aproximar as membranas 
3. Íons cálcio se ligam à sinaptotagmina 
4. Sinaptotagmina ativada catalisa a fusão da membrana 
 
 
+ Snare: ​Soluble N-ethylmaleimide fusion attachment protein receptor 
 
Sinapse química interneuronal: 
1. Unidade pré-sináptica:​ zona ativa. Repleta de vesículas sinápticas. 
2. Fenda sináptica:​ espaço que separa as duas membranas. 
3. Elemento pós-sináptico: nessa membrana inserem-se os receptores específicos pós-sinápticos 
(proteínas transmembranas e no citoplasma). 
 
Sinapse química neuroefetuadora: 
- Envolvem os axônios dos nervos periféricos e uma célula efetuadora não neuronal. 
- Junções neuroefetuadoras somáticas: ​conexão com células musculares estriadas esqueléticas. 
- Junção neuroefetuadoras viscerais: ​conexão com músculo liso, cardíaco ou células glandulares. 
 
PEPS →​ excitatório (potencial excitatório pós-sináptico) 
PIPS →​ inibitório (potencial inibitório pós-sináptico) 
 
 
 
Anatomia da Medula Espinal 
 
 
 
 
A medula espinhal é uma massa cilindróide de tecido nervoso situada dentro do canal vertebral sem, 
entretanto, ocupá-lo completamente. No homem adulto mede aproximadamente 45 centímetros, sendo um 
pouco menor na mulher. Cranialmente a medula limita-se com o bulbo, aproximadamente ao nível do 
forame magno do osso occipital. O limite caudal da medula tem importância clínica e no adulto situa-se 
geralmente na 2​a vertebra lombar (L2). A medula termina afilando-se para formar um cone, o ​cone 
medular​, que continua com um delgado filamento meníngeo, o ​filamento terminal​. O cone medular mais o 
filamento terminal constitui a ​cauda equina. 
- Limite cranial: ​Bulbo. 
- Limite caudal: ​Cone medular - L1 / L2 
 
A medula apresenta forma aproximadamente cilíndrica, sendo ligeiramente achatada no sentido 
ântero-posterior. Seu calibre não é uniforme, pois apresenta duas dilatações denominadas ​intumescência 
cervical ​e ​intumescência lombar​. Essas áreas de intumescência correspondem a origem de grandes 
nervos que formam o plexo braquial na intumescência cervical e o plexo lombossacral na intumescência 
lombar, que suprem os membros superiores e inferiores respectivamente. 
- Intumescência cervical (C4-T1) 
+ comporta plexo cervical e braquial → Inervação dos membros superiores 
- Intumescência lombar (L1-S3) 
+ comporta o plexo lombossacral → Inervação dos membros inferiores 
 
A superfície da medula apresenta os seguintes sulcos longitudinais, que a percorrem em toda a extensão: 
- sulco mediano posterior 
- fissura mediano anterior 
- sulco lateral anterior 
- sulco lateral posterior 
+ Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão, respectivamente, as raízes 
ventrais e dorsais dos nervos espinhais 
Na medula cervical existe ainda: 
- sulco intermédio posterior​, situado entre o mediano posterior e o lateral posterior e que continua 
em um ​septo intermédio posterior no interior do funículo posterior. 
 
Na medula, a substância cinzenta localiza-se por dentro da branca e apresenta a forma de uma borboleta 
ou H. Nela distinguimos de cada lado três colunas que aparecem nos cortes como cornos e que são as 
colunas anterior, posterior e lateral​. A coluna lateral, entretanto, só aparece na medula torácica e parte 
da medula lombar. No centro da substância cinzenta localiza-se o ​canal central da medula (ou ​canal do 
epêndima ), resquício da luz do tubo neural do embrião. A substância branca é formada por fibras, a 
maioria delas mielínicas, que sobem e descem na medula e que podem ser agrupadas de cada lado em 
três funiculus ou cordões: 
- Funículo anterior: situado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior; 
- Funículo lateral: situado entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior; 
- Funículo posterior: entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior, este último ligado à 
substância cinzenta pelo septo mediano posterior. Na parte cervical da medula, o funículo posterior 
é dividido pelo sulco intermédio posterior em ​fascículo grácil e​ fascículo cuneiforme . 
 
 
Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão pequenos filamentos nervosos denominados 
filamentos radiculares, que se unem para formar, respectivamente, as raízes ventral e dorsal dos nervos 
espinhais. As duas raízes, por sua vez, se unem para formar os nervos espinhais, ocorrendo a união em 
um ponto situado distalmente ao gânglio espinhal que existe na raiz dorsal. 
 
Existem ​31 pares de nervos espinhais ​aos quais correspondem 31 segmentos medulares assim 
distribuídos: 
- 8 cervicais 
- 12 torâcicos 
- 5 lombares 
- 5 sacrais 
- 1 coecígeo. 
 
Topografia Vertebromedular 
Para compreender a topografia vertebromedular é preciso entender que no desenvolvimento embrionário 
do SN existe uma diferença no crescimento da medula e coluna vertebral, a partir do quarto mes 
gestacional a coluna começa a crescer mais rapidamente principalmente em sua porção caudal. Por isso 
que a medula não preenche o canal vertebral como um todo. Nesse processo ocorre um afastamento dos 
segmentos medulares das vertebras correspondentes, como as raízes nervosas mantêm suas relações 
com os respectivos forames intervertebrals, há o alongamento das raízes. 
 
 
Existem oito pares de nervos cervicais, mas somente sete vértebras. O primeiro par cervical (C1) emerge 
acima da 1​a vértebra cervical, portanto, entre ela e o osso occipital. Já o 8 par (C8) emerge abaixo da 7​a 
vértebra, o mesmo acontecendo com os nervos espinhais abaixo de C8 , que emergem, de cada lado, 
sempre abaixo da vértebra correspondente, ou seja, segmento medular T1 abaixo da vértebra T1, 
segmento medular T2 abaixo da vértebra T2 e assim por diante. As vértebras T11 e T12 já não estão mais 
relacionadas com segmentos nodulares torácicos mas sim com os cinco segmentos lombares. Já a 
vértebra L1 corresponde aos cinco segmentos sacrais. As vértebras L2 a L5 correlacionam-se com a cauda 
equina. A topografia vertebromedular é importante para compreender as consequências que lesões na 
coluna vertebral podem causar na medula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Envoltório da Medula 
Como todo o sistema nervoso central, a medula é envolvida pormembranas fíbrosas denominadas 
meninges, que são: ​dura-máter , pia-máter ​e ​aracnóide . A duramáter é a mais espessa, razão pela qual é 
também chamada paquimeninge. As outras duas constituem a leptomeninge. 
- Dura-máter: ​mais externa e mais espessa, formada por abundantes fibras colágenas, que a tornam 
muito resistente. A dura-máter espinhal envolve toda a medula e o saco dural. 
- Aracnóide: ​se dispõe entre a dura-máter e a pia-máter. Compreende um folheto justaposto à 
dura-máter e um emaranhado de trabéculas, as trabéculas aracnóideas, que unem este folheto a 
pia-máter. 
- Pia-máter: ​é a meninge mais delicada e mais interna. Ela adere intimamente ao tecido nervoso da 
superfície da medula e penetra na fissura mediana anterior. Quando a medula termina no cone 
medular, a pia-máter continua caudalmente, formando um filamento esbranquiçado denominado 
filamento terminal​. Este filamento perfura o fundo-do-saco dural e continua caudalmente até o 
hiato sacral. Ao atravessar o saco dural, o filamento terminal recebe vários prolongamentos da 
dura-máter e o conjunto passa a ser denominado filamento da dura-máter espinhal. Este, ao 
inserir-se no periósteo da superfície dorsal do cóceix constitui o ​ligamento coccígeo​. A pia-máter 
também forma de cada lado da medula uma prega longitudinal denominada ligamento 
denticulado​. 
 
 
 
 
Espaço entre as meninges 
Em relação com as meninges que envolvem a medula existem três cavidades ou espaços, epidural, 
subdural e subaracnóideo. 
- Epidural: ​espaço epidural, ou extradural situa-se entre a dura-máter e o periósteo do canal 
vertebral. Contém tecido adiposo e um grande número de veias que constituem o plexo venoso 
vertebral interno. 
- Subdural: ​situado entre a dura-máter e a aracnóide, é uma fenda estreita contendo uma pequena 
quantidade de líquido, suficiente apenas para evitar a aderência das paredes. 
- Subaracnóideo: ​é o mais importante e contém uma quantidade razoavelmente grande de líquido 
cérebro-espinhal ou liquor. 
 
 
Espaço Localização Conteúdo 
Epidural 
(extradural) 
Entre a dura máter e o periósteo do canal 
vertebral 
Tecido adiposos e plexo venosos 
vertebral interno 
Subdural Espaço virtual entre a dura máter e a 
aracnóide 
Pequena quantidade de líquido 
Subaracnóide Entre a aracnóide e a pia máter Líquido cerebroespinhal (líquor) 
 
 
Vantagem clínica do espaço subaracnóideo: ​Sabe-se que o saco dural e a aracnóide que o acompanha 
terminam em S2, enquanto a medula termina mais acima, em L2. Entre estes dois níveis, o espaço 
subaracnóideo é maior, contém maior quantidade de liquor e nele se encontram apenas o filamento 
terminal e as raízes que formam a cauda equina. Não havendo perigo de lesão da medula, esta área é 
ideal para a introdução de uma agulha no espaço subaracnóideo. 
 
 
Anatomia do encéfalo supratentorial 
 
 
O encéfalo supratentorial é composto por telencéfalo e 
diencéfalo. O telencéfalo constitui os hemisférios cerebrais 
que são divididos em lobos, já o ​diencéfalo compreende as 
seguintes partes: tálamo, hipotálamo, epitálamo, e 
subtálamo, todos em relação pelo III ventrículo. 
 
 
TELENCÉFALO 
O telencéfalo compreende os dois hemisférios cerebrais, hemisfério direito e hemisfério esquerdo, e uma 
pequena parte mediana situada na porção anterior do III ventrículo Os dois hemisférios cerebrais são 
incompletamente separados pela fissura longitudinal do cérebro, cujo assoalho é formado por uma larga 
faixa de fibras comissurais, o corpo caloso, principal meio de união entre os dois hemisférios. Os 
hemisférios cerebrais possuem cavidades, os ventrículos laterais direito e esquerdo, que comunicam com o 
III ventrículo pelos forames interventriculares. 
 
 
O telencéfalo possui três faces: 
1. Súpero Lateral, convexa 
2. Medial, plana 
3. Inferior, base do cérebro 
 
Os lobos do cérebro são: 
1. Frontal 
2. Parietal 
3. Temporal 
4. Occipital 
5. Insula (profundamente no sulco 
lateral) 
 
 
 
 
 
O telencéfalo possui depressões chamadas de sulco que delimitam os giros ou circunvoluções cerebrais. A 
existência dos sulcos permite considerável aumento de superfície sem grande aumento do volume cerebral. 
Em cada hemisfério cerebral os dois sulcos mais importantes são o sulco lateral e sulco central. De modo 
geral as áreas situadas adiante do sulco central relacionam-se com a motricidade, enquanto as situadas 
atrás deste sulco relacionam-se com a sensibilidade. A divisão em lobos não corresponde a nenhuma 
divisão funcional, exceto pelo lobo occipital, que parece estar todo, direta ou indiretamente, relacionado 
com a visão. 
 
 
* Giro pré-central: principal área motora do cérebro. 
* Giro temporal transverso anterior: centro cortical da audição. 
* Giro pós-central: área somestésica (importante área sensitiva do cérebro) 
 
A face inferior ou base do hemisfério cerebral pode ser dividida em duas partes: uma pertence ao lobo 
frontal e outra ao lobo occipital. Na face inferior do lobo temporal os principais sulcos são o 
occipito-temporal, colateral, rinal, calcarino e sulco do hipocampo. 
 
 
Na face inferior do lobo frontal encontra-se o bulbo olfatório, que é uma dilatação ovoide e achatada de 
substância cinzenta que continua posteriormente com o tracto olfatório, ambos alojados no sulco olfatório. 
O bulbo olfatório recebe os filamentos que constituem o nervo olfatório ( I par craniano). 
 
 
 
Além dos sulcos e giros, o telencéfalo possui outras três estruturas importantes que são o corpo caloso, 
fórnix e septo pelúcido, visíveis na face medial do telencéfalo. 
 
 
 
DIENCÉFALO 
 
Tálamo: duas massas volumosas de substância cinzenta, de forma ovóide, dispostas uma de cada lado, na 
porção látero-dorsal do diencéfalo. A extremidade posterior, maior que a anterior, apresenta uma grande 
eminência, o pulvinar do tálamo que se projeta sobre os corpos geniculados lateral e medial. 
- Metatálamo: ​corpo geniculado lateral (via óptica) + corpo geniculado medial (via auditiva). 
 
Hipotálamo: ​área localizada abaixo do tálamo com importantes funções relacionadas principalmente com o 
controle da atividade visceral. O hipotálamo compreende estruturas como os corpos mamilares, quiasma 
óptico, túber cinéreo (onde prende-se a hipófise por meio do infundíbulo) e infundíbulo. 
 
Epitálamo: ​o epitálamo limita posteriormente o III ventrículo, acima do sulco hipotalâmico, já na transição 
com o mesencéfalo. Seu elemento mais evidente é a glândula pineal, cercada pelos trígonos da habênula. 
 
Subtálamo: ​zona de transição entre o diencéfalo e o tegmento do mesencéfalo. O elemento mais evidente 
do subtálamo é o núcleo subtalâmico. 
 
VENTRÍCULOS CEREBRAIS 
Os ventrículos laterais (direito e esquerdo) se originam da luz do telencéfalo. O III (terceiro) ventrículo 
origina da luz do diencéfalo. Os ventrículos laterais comunicam com o III através do forame interventricular. 
O aqueduto cerebral origina-se da luz estreitada do mesencéfalo, e comunica o III com IV ventrículo. O IV 
(quarto) ventrículo origina da luz do rombencéfalo. Este é continuado pelo canal central da medula e se 
comunica com o espaço subaracnóide. 
 
 
 
Anatomia do encéfalo infratentorial 
 
 
TRONCO ENCEFÁLICO 
O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo,situando-se ventralmente ao cerebelo. Na 
sua constituição entram corpos de neurônios que se agrupam em núcleos e fibras nervosas, que, por sua 
vez, se agrupam em feixes denominados tractos, fascículos ou lemniscos. O tronco encefálico se divide 
em: ​bulbo​, situado caudalmente, ​mesencéfalo​, situado cranialmente, e ​ponte​, situada entre ambos. 
 
O tronco encefálico tem funções de conduto, nervo craniano e integrativas: ​todos os tratos longos 
atravessam o tronco encefálico em seu caminho de/para a medula espinhal, portanto, o tronco encefálico 
tem funções de conduto. Além disso, através de conexões com os nervos cranianos, o tronco encefálico 
atende às mesmas funções sensitivas e motoras básicas para a cabeça que a medula espinal para o corpo, 
e também a alguns sentidos especiais (audição, equilíbrio, gustação). Por fim, o tronco encefálico contém 
uma formação reticular anatomicamente difusa, cuja atividade é fundamental para uma série de funções, 
incluindo a manutenção da consciência e a respiração. 
 
Mesencéfalo: possui neurônios motores somáticos que controlam os movimentos oculares. Esses 
neurônios localizam nos núcleos dos NC III e NC IV. Outros neurônios do mesencéfalo fazem parte de um 
sistema, junto com o cerebelo e córtex, para o controle motor. O mesencéfalo também contém grupos de 
neurônios que estão envolvidos na retransmissão de sinais relacionados com a audição e a visão. 
- Principais estruturas: ​colículos superiores e inferiores, os pedúnculos cerebrais e o aqueduto do 
mesencéfalo. 
 
Ponte: contém os neurônios motores somáticos que controlam a mastigação (núcleo do NC V), o 
movimento ocular (núcleo do NC VI) e os músculos faciais (núcleo do NC VII). A ponte também recebe a 
informação sensorial somática da face, do escalpo, da boca e do nariz (parte do núcleo do NC V). Também 
está envolvida no processamento da informação relacionada com a audição e o equilíbrio (núcleo do NC 
VIII). Neurônios da ponte ventral recebem informações do córtex, e esses neurônios em sequência formam 
uma conexão maciça direta com o cerebelo, o que é crucial para a coordenação dos movimentos motores. 
- Principais estruturas: parte basilar, os pedúnculos cerebelares médios e parte do quarto 
ventrículo. 
 
Bulbo: contém neurônios motores somáticos que inervam os músculos do pescoço (núcleo do NC XI) e a 
língua (núcleo do NC XII). Junto com a ponte, o bulbo está envolvido no controle da pressão sanguínea, do 
batimento cardíaco, da respiração e da digestão (núcleos do NC IX e X). O bulbo é a primeira estação do 
SNC na condução da informação dos sentidos especiais da audição e do equilíbrio. 
- Principais estruturas: ​pirâmides, olivas e parte do quarto ventrículo. 
 
O bulbo também é dotado de três centros importantes: 
- centro respiratório (que controla o ato de respirar); 
- centro do vômito (que controla tal ação); 
- centro vasomotor (que regula os batimentos cardíacos). 
 
 
 
Mesencéfalo 
 
 
 
 
 
 
 
 
CEREBELO 
Funcionalmente e em virtude de suas conexões, o cerebelo pode ser dividido em três partes. 
Filogeneticamente, o vestibulocerebelo (também chamado de arquicerebelo) é a região mais antiga dessas 
três partes, seguida pelo espinocerebelo (também chamado de paleocerebelo) e por fim o cérebro-cerebelo 
(também chamado de neocerebelo). 
Vestibulocerebelo está intimamente relacionado com o sistema vestibular, cujos sensores estão 
localizados na orelha interna, e as estações de relé estão localizadas na ponte e no bulbo. Esta região 
ajuda a manter o equilíbrio do corpo. 
Espinocerebelo ​recebe muita informação dos receptores de estiramento dos músculos através de 
conexões na medula espinhal e no tronco encefálico. Esta região ajuda a regular o tônus muscular. 
 
Cérebro-cerebelo​, a maior parte, recebe um grande número de projeções das porções sensório-motoras 
do córtex cerebral através de conexões com neurônios pontinos. Essa região coordena o comportamento 
motor. Muitas das eferências cerebelares alcançam o córtex motor contralateral através do tálamo. 
 
 
 
Neurotransmissores 
 
Os neurotransmissores podem ser classificados por sua função, ou por sua constituição. Eles podem ter 
função inibitória sobre o neurônio, eles diminuem a probabilidade do neurônio disparar um potencial de 
ação. Alguns dos principais neurotransmissores inibidores incluem a serotonina e o ácido 
gama-aminobutírico (GABA). Já os neurotransmissores excitatórios aumentam a probabilidade de o 
neurônio disparar um potencial de ação. Alguns dos principais neurotransmissores excitatórios incluem 
epinefrina e norepinefrina. Analisando a constituição os neurotransmissores podem se originar de aminas 
ou aminoácidos. 
 
Principais Transmissores Constituídos por Pequenas Moléculas 
Aminas Aminoácidos 
Acetilcolinas 
Serotonina 
Dopamina 
Norepinefrina 
Glutamato 
GABA (ácido-𝜸-aminobutírico) 
 
ACETILCOLINA: ​a acetilcolina é o único neurotransmissor da sua classe. Encontrado nos sistemas 
nervosos central e periférico, é o principal neurotransmissor associado aos neurônios motores. Ela 
desempenha um papel nos movimentos musculares, bem como na memória e na aprendizagem. 
 
Etapas da transmissão de Acetilcolina: 
- Captação do precursor 
- Biosíntese 
- Armazenamento 
- Liberação 
- Ação 
 
1. A ​acetilcolina (Ach) é sintetizada a partir de 
colina e ​acetil CoA​, e posteriormente 
armazenada em vesículas sinápticas. 
2. Na fenda sináptica a Ach é quebrada pela 
enzima ​acetilcolinesterase​. 
3. A colina é transportada de volta para o terminal 
axônico e utilizada para a síntese de mais Ach. 
 
Receptores pós sinápticos: 
- Receptores nicotínicos: ​São encontrados nas junções neuromusculares, gânglios da porção 
autônoma do sistema nervoso e no SNC, onde a acetilcolina atua de maneira excitatória se ligando 
diretamente a esses canais que por meio do aumento da condutância ao sódio ou diminuição da 
condutância ao potássio ou cloreto permitem uma despolarização celular que consequentemente 
propaga o potencial de ação excitatório, levando eventualmente a uma contração muscular 
esquelética. 
- Receptores muscarínicos: ​São classificados como não iônicos, pois através de sua ligação com a 
acetilcolina promovem uma cascata de sinalização intracelular associada à ProteÍna G, que quando 
disparada, tem como objetivo final inibir o potencial de ação propagado. Esse tipo de interação 
neurotransmissor e receptor é muito comum nas fibras musculares cardíacas, onde a acetilcolina 
atua de maneira inibitória reduzindo a frequência dos batimentos cardíacos. 
 
Efeitos: 
- Contração do músculo esquelético 
- Vasodilatação (Aumento da perfusão tecidual) 
- Redução da frequência cardíaca 
- Aumento de secreções (salivação, sudorese e lacrimejamento) 
- Contração do músculo liso (Aumento da motilidade gastrointestinal, broncoconstrição e contração 
da bexiga urinária) 
- Secreção de suco gástrico 
- Secreção de muco 
- Efeitos no sistema nervoso - excitação, ganho de memória e tremores. 
 
SEROTONINA: ​a serotonina desempenha um papel importante na regulação e modulação do humor, sono, 
ansiedade, sexualidade e apetite. Os ​inibidores seletivos da recaptação da serotonina​, geralmente 
referidos como ​ISRSs​, são um tipo de medicação antidepressiva comumente prescritapara tratar 
depressão, ansiedade, transtorno do pânico e ataques de pânico. SSRIs trabalham para equilibrar os níveis 
de serotonina, bloqueando a recaptação de serotonina no cérebro, o que pode ajudar a melhorar o humor e 
reduzir sentimentos de ansiedade. 
 
O primeiro passo para a síntese da serotonina 
no sistema nervoso central (SNC) e em outras 
áreas do corpo, como, por exemplo, nas células 
enterocromafins encontradas na mucosa 
intestinal, plaquetas e mastócitos, é a captação 
do triptofano. O L-triptofano passa por uma ação 
da enzima triptofano-hidroxilase, passando para 
a forma de L-5 hidroxitriptofano. Por 
conseguinte, ocorre a transformação dessa 
última forma em serotonina, pela ação da 
L-amina ácida descarboxilase. 
 
Liberação de Serotonina 
- TVMA: carrega serotonina para as vesículas 
- Potencial de ação 
- Influxo de cálcio 
- Fusão das vesículas 
- Liberação da serotonina 
- Ligação ao receptor 
- A degradação da serotonina é mediada pela MAO 
 
Receptores na membrana pós-sináptica 
- Efeito inotrópico e metabotrópico. 
- Consistem em receptores acoplados à proteína G (exceção: 5-HT3 - canal de cátion regulado por 
ligante) 
- Todos são expressos no SNC 
- 5-HT1: INIBITÓRIO 
- 5-HT2: EXCITATÓRIO 
- 5-HT3: EXCITATÓRIO 
- 5-HT4: EXCITATÓRIO 
 
Recaptação de Serotonina - ANTIDEPRESSIVOS 
- Recaptação é feita pelo transportador TSER 
- Depressão: alteração na concentração da serotonina em diferentes áreas do cérebro 
- Fármacos antidepressivos inibem a ação desse transportador 
- Chamados de inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) 
- Com a recaptação inibida, a serotonina fica mais tempo disponível na fenda sináptica 
- O uso dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina, portanto, aumenta a disponibilidade de 
serotonina e consequentemente reduz os sintomas da depressão. 
 
DOPAMINA: ​a dopamina desempenha um papel importante na coordenação dos movimentos do corpo. A 
dopamina também está envolvida em recompensa, motivação e acréscimos. Vários tipos de drogas 
viciantes aumentam os níveis de dopamina no cérebro. A doença de Parkinson, que é uma doença 
degenerativa que resulta em tremores e prejuízos no movimento motor, é causada pela perda de neurônios 
geradores de dopamina no cérebro. 
 
A dopamina é produzida nos chamados neurônios dopaminérgicos. No citoplasma desses neurônios, a 
dopamina é sintetizada com base na tirosina. Tirosina é convertida em dopa pela ação da 
tirosina-hidroxilase. Dopa é então convertida em dopamina pela ação da Descarboxilase dos Aminoácidos 
L-Aromáticos. 
 
Receptores na membrana pós-sináptica - Metabotrópicos 
Grupo D1 Grupo D2 
D1 e D5 D2 , D3 e D4 
Gs Gi 
Estimulam a enzima adenilciclase e aumentam o 
nível intracelular de AMP cíclico. 
Inibem a enzima adenilato ciclase e diminuem o 
AMP cíclico intracelular. 
 
 
 
Ação excitatória (via direta) sobre receptores tipo D1, liberando o movimento. 
Ação inibitória (via indireta) quando atua em receptores tipo D2, inibindo a estrutura que impede o 
movimento. 
 
NOREPINEFRINA: ​neurotransmissor que desempenha um papel importante no estado de alerta que está 
envolvido na resposta de luta ou fuga do corpo. Seu papel é ajudar a mobilizar o corpo e o cérebro para 
agir em momentos de perigo ou estresse. Níveis deste neurotransmissor são tipicamente mais baixos 
durante o sono e mais altos durante períodos de estresse. 
 
O sistema nervoso simpático utiliza as catecolaminas, que são sintetizadas a partir da tirosina: 
1. Tirosina é convertida em dopa pela 
ação da ​tirosina-hidroxilase 
2. Dopa é convertida em ​dopamina pela 
ação da ​Descarboxilase dos 
Aminoácidos L-Aromáticos 
3. ​Dopamina é transportada para dentro 
das vesículas pelo ​VMAT (Transportador 
vesicular de monoaminas). 
4. Dopamina dentro da vesícula é então 
transformada em ​noradrenalina pela 
ação da ​dopamina β-hidroxilase 
5. Noradrenalina é então liberada na 
fenda sináptica. 
 
- O NET (Transportador de 
norepinefrina) funciona como 
recaptação de NE e é importante 
para a cessação da ação da 
noradrenalina liberada. 
 
 
Degradação metabólica das catecolaminas 
Duas enzimas são responsáveis pela degradação das catecolaminas: a MAO (monoamino-oxidase) 
localizada na membrana externa das mitocôndrias no terminal pré-sináptico e a COMT 
(catecol-O-metiltransferase) localizada em tecidos neuronais e não neuronais (principalmente fígado). 
- MAO-A ​degrada preferencialmente a serotonina, a norepinefrina e dopamina. 
- MAO-B​ degrada a dopamina mais rapidamente do que a serotonina e a norepinefrina. 
- COMT​ também degrada catecolaminas mas mais na periferia (principalmente fígado). 
 
→ ​Efeitos excitatórios no sistema de luta ou fuga, ou seja, vasodilata a periferia, aumenta a frequência 
cardíaca e dilata a pupila, por exemplo. 
→ ​Efeitos inibitórios no sistema colinérgico, portanto faz vasoconstrição do trato gastrointestinal e inibe a 
sudorese. 
 
GABA: ​o ácido gama-aminobutírico (GABA) age como o principal mensageiro químico inibidor do corpo 
(relacionado ao potencial sináptico inibitório - PIPS). O GABA contribui para a visão, controle motor e 
desempenha um papel na regulação da ansiedade. Os benzodiazepínicos, usados ​​para ajudar no 
tratamento da ansiedade, funcionam aumentando a eficiência dos neurotransmissores GABA, o que pode 
aumentar a sensação de relaxamento e calma. O organismo sintetiza o GABA a partir do glutamato, 
utilizando a enzima L-ácido glutâmico descarboxilase e piridoxal fosfato (que é a forma ativa de B6) como 
cofator. Este processo converte o principal neurotransmissor excitatório (glutamato) em um dos principais 
inibitório (GABA). 
 
Receptores na membrana pós-sináptica 
- GABA​A​: são canais iônicos dependentes de ligantes (também conhecidos como receptores 
ionotrópicos), que abrem diretamente o canal de Cl, portanto tem ação inibitória. 
- GABA​B​: são receptores acoplados à proteína G inibitória, também chamados de receptores 
metabotrópicos, que ativam uma cascata de segundos mensageiros ativando indiretamente um 
canal de K+, causando inibição da célula, e a redução da excitabilidade pós-sináptica. 
- GABA​C​:​ é um receptor ionotrópico que está presente na retina. 
 
GLUTAMATO: ​o glutamato é o neurotransmissor mais abundante encontrado no sistema nervoso central, 
agindo como neurotransmissor excitatório. Este aminoácido não atravessa a barreira hematoencefálica, por 
isso deve ser sintetizado no tecido nervoso a partir de glicose e outros precursores. Não sofre nenhuma 
degradação ou conversão química no espaço extracelular, por isso, ela interage até que se difunda ou é 
regulado por EAATs (Transportadores de Aminoácidos Excitatórios). Quantidades excessivas de glutamato 
podem causar excitotoxicidade resultando em morte celular. Essa excitotoxicidade causada pelo acúmulo 
de glutamato está associada a algumas doenças e lesões cerebrais, incluindo a doença de Alzheimer, 
derrame cerebral e convulsões epilépticas. Seu metabolismo cerebral é controlado por receptores 
presentes nos neurônios pré e pós-sinápticos, definindo o tempo em que permanece na fenda sináptica e é 
controlado por enzimas encontradas nas células da glia. 
 
Via de síntese: ​No Ciclo de Krebs, ocorrendo na mitocôndria da célula 
de glia o alfa-cetoglutarato é transaminado, junto com a glutamina, para 
formar o neurotransmissorexcitatório glutamato.Este glutamato, pela 
ação da glutamina sintase, é então reduzido a glutamina. A seguir a 
glutamina é transferida para o neurônio que a converte novamente em 
glutamato através da glutaminase associada as mitocôndrias. O 
glutamato é então liberado para a fenda sináptica. 
 
Receptores na membrana pós-sináptica: 
- O glutamato pode atuar em quatro grandes classes de receptores: uma delas é o receptor 
metabotrópico (mGluRs), e três delas são canais iônicos ou receptores ionotrópicos (iGluRs). 
- Os iGluRs são: NMDA, AMPA e cainato. Eles contém um polo central, formados por suas 
subunidades agrupadas, que tem condutância seletiva para os íons cálcio e sódio. 
 
NEUROTRANSMISSOR SÍNTESE DEGRADAÇÃO RECEPTORES TIPO OBSERVAÇÃO 
ACETILCOLINA Colina + Acetil CoA (acetilcolinesterase) Acetilcolinesterase 
Nicotínicos 
Muscarínicos 
ionotrópico 
Metabotrópico 
JNM e gânglio 
Inervação do SN 
parassimpático 
DOPAMINA Tirosina → Dopa → Dopamina 
MAO e COMT 
(Recaptação) 
D1 e D5 (+) 
D2, D3, D4 (-) Metabotrópico 
Via nigroestriatal: 
movimento 
Via mesocortical: 
cognição 
Via mesolímbica: 
emoção 
Via 
tuber-infundíbulo: 
Da inibe prolactina 
GABA Glutamato GABA transaminase 
GABA A 
GABA B 
ionotrópico 
metabotrópico 
canais de Cl 
canais de K 
GLUTAMATO Glutamina (glicose) Não é degradada só recaptada 
NMDA AMPA 
Cianato 
Metabotrópico 
Ionotrópico 
 
Proteína G 
Aminoácido 
excitatório (PEPS) 
NORADRENALINA Tirosina → Dopa → Dopamina → NA 
MAO e COMT 
(Recaptação) 
𝞪 1 𝞪 2 
𝞫 1 𝞫 2 𝞫 3 metabotrópico 
Perifericamente é 
neurotransmissor 
do SN simpático 
No SNC é 
analgésico 
SEROTONINA Triptofano MAO 5 HT1 a 5HT7 Maior parte metabotrópico 
Perifericamente é 
angiogênica. 
No SNC é 
analgésico 
 
Embriologia do Sistema Nervoso 
 
O sistema nervoso origina-se do folheto embrionário ​ectoderma​. O primeiro indício de formação do sistema 
nervoso consiste em um espessamento do ectoderma, situado acima da notocorda, formando a chamada 
placa neural​. A placa neural cresce progressivamente, torna-se mais espessa e adquire um sulco 
longitudinal denominado sulco neural, que se aprofunda para formar a goteira neural. Os lábios da goteira 
neural se fundem para formar o ​tubo neural​. No ponto em que este ectoderma encontra os lábios da 
goteira neural, desenvolvem-se células que formam de cada lado uma lâmina longitudinal denominada 
crista neural, situada dorsolateralmente ao tubo neural. O tubo neural dá origem a elementos do sistema 
nervoso central, enquanto a crista dá origem a elementos do sistema nervoso periférico, além de elementos 
não pertencentes ao sistema nervoso 
 
Tubo Neural → SN Central 
Crista Neural → SN Periférico 
 
 
 
O crescimento das paredes do tubo neural não é uniforme, dando origem às seguintes formações: 
- duas lâminas alares (sensibilidade - neurônios sensitivos) 
- duas lâminas basais (motricidade - neurônios motores) 
- uma lâmina do assoalho (sulco mediano do assoalho do IV ventrículo) 
- uma lâmina do teto ​(epêndima da tela corióide e dos plexos corióides) 
 
Separando, de cada lado, as lâminas alares das lâminas basais há o chamado sulco limitante. O sulco 
limitante separa formações motoras de formações sensitivas. As áreas situadas próximo ao sulco limitante 
relacionam-se com a inervação das vísceras; as mais afastadas inervam territórios somáticos (músculos 
esqueléticos e formações cutâneas). 
 
 
 
Dilatação do Tubo Neural 
Desde o início de sua formação, o calibre do tubo neural não é uniforme. A parte cranial, que dá origem ao 
encéfalo do adulto, torna-se dilatada e constitui o encéfalo primitivo, ou arquencéfalo; a parte caudal, que 
dá origem à medula do adulto, permanece com calibre uniforme e constitui a medula primitiva do embrião. 
 
 
 
 
No arquencéfalo distinguem-se inicialmente 
três dilatações, que são as vesículas 
encefálicas primordiais denominadas: 
prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. 
Com o subseqüente desenvolvimento do 
embrião, o prosencéfalo dá origem a duas 
vesículas, telencéfalo e diencéfalo. O 
mesencéfalo não se modifica, e o rom- 
bencéfalo origina o metencéfalo (ponte e 
cerebelo) e o mielencéfalo (bulbo). 
 
 
 
 
Cavidade do tubo neural 
A luz do tubo neural permanece no sistema nervoso do adulto, sofrendo, em algumas partes, várias 
modificações. 
- A luz da medula primitiva forma, no adulto, o canal central da medula ou canal do epêndima que no 
homem é muito estreito e parcialmente obliterado. 
- A cavidade dilatada do rombencéfalo forma o IV ventrículo. 
- A cavidade do diencéfalo e a da parte mediana do telencéfalo formam o III ventrículo. 
- A luz do mesencéfalo permanece estreita e constitui o aqueduto cerebral (ou de Sylvius), que une o 
III ao IV ventrículo. 
- O metencéfalo e o mielencéfalo formam a parte superior e inferior do IV ventrículo respectivamente. 
 
 
Anatomia do Sistema Nervoso Autônomo 
 
Relembrando, o sistema nervoso divide-se em SN somático (relação com o meio) e SN visceral. O SN 
visceral relaciona-se com a inervação das estruturas viscerais e é muito importante para a integração da 
atividade das vísceras no sentido da manutenção da constância do meio interno (homeostase). O 
componente aferente do SN visceral conduz os impulsos nervosos originados em receptores das vísceras 
(visceroceptores) a áreas específicas do sistema nervoso central. O componente eferente do SN visceral é 
classificado como sistema nervo autônomo, ele traz impulsos de certos centros nervosos até as estruturas 
viscerais, terminando, pois, em glândulas, músculos lisos ou músculo cardíaco. ​O sistema nervoso 
autônomo divide-se em ​Simpático ​e ​Parassimpático​. 
 
Componente Eferente do SN Visceral = Sistema Nervoso Autônomo 
 
Sistema Nervoso Visceral Aferente 
As fibras viscerais aferentes conduzem impulsos nervosos originados em receptores situados nas vísceras 
(visceroceptores). Em geral, estas fibras integram nervos predominantemente viscerais, juntamente com as 
fibras do sistema nervoso autônomo. Os impulsos nervosos aferentes viscerais, antes de penetrar no 
sistema nervoso central, passam por gânglios sensitivos. No caso dos impulsos que penetram pelos nervos 
espinhais, estes gânglios são os gânglio espinhal. 
 
Impulsos aferentes inconscientes: impulsos que informam sobre a pressão arterial ou teor de O2, sem 
que nós possamos percebê-los. Importantes para a realização de vários reflexos viscerais ou víscero 
somáticos. Existem alguns visceroceptores especializados para detectar este tipo de estímulo, sendo os 
mais conhecidos os do ​seio carotídeo e do ​glomo (ou corpo) carotídeo , situados próximo à bifurcação 
da artéria carótida comum. Os visceroceptores situados no seio carotídeo são sensíveis às variações da 
pressão arterial e os do glomo carotídeo, às variações na taxa de O2 do sangue. Impulsos neles originados 
são levados ao sistema nervoso central pelo ​nervo glossofaríngeo . Contudo, muitos impul- sos viscerais 
tornam-se conscientes manifestando-se sob a forma de sensações de sede, fome, plenitude gástrica ou 
dor. 
 
Dor referida: ​dor referida é a dor sentida pela pessoa num local diferente daquele onde é produzido o 
estímulo que causa a dor. Certos processos inflamatórios ou irritativos de vísceras e órgãos internos dão 
manifestações dolorosas em determinados territórioscutâneos. Assim, processos irritativos do diafragma 
manifestam-se por dores e hipersensibilidade na pele da região do ombro; a apendicite pode causar 
hipersensibilidade cutânea na parede abdominal da fossa ilíaca direita. Quando as fibras nervosas 
começam a transmitir sensações de “dor”, o cérebro tem dificuldade em localizá-la, pois ​os nociceptores 
das vísceras entram na medula pelo mesmo caminho dos exteroceptores e as duas formas de informação 
se misturam, ele então acaba interpretando que a dor está vindo de um lugar que normalmente (com mais 
frequência) emite esta sensação, tal como a pele. 
 
Diferenças entre o SN Somático Eferente e o SN Visceral 
Sistema Nervoso Somático Eferente Visceral Eferente 
Alvo Músculo estriado esquelético M. estriado cardíaco ou liso e glândula 
Ação Voluntário Involuntário 
Nº neurônios ​Um neurônio Dois neurônios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anatomia do Sistema Nervoso Autônomo 
No sistema nervoso autônomo temos dois neurônios unindo o sistema nervoso central ao órgão efetuador. 
Um deles tem o corpo dentro do sistema nervoso central (medula ou tronco encefálico), o outro tem seu 
corpo localizado no sistema nervoso periférico. Corpos de neurônios situados fora do sistema nervoso 
central tendem a se agrupar, formando dilatações denominadas gânglios. Assim, os neurônios do sistema 
nervoso autônomo cujos corpos estão situados fora do sistema nervoso central se localizam em gânglios e 
são denominados neurônios pós-gânglionares. Aqueles que têm seus corpos dentro do sistema nervoso 
central são denominados neurônios pré-ganglionares. 
 
Neurônios pré-ganglionares: 
- Corpos dos neurônios na medula e no tronco encefálico. 
- No tronco encefálico, eles se agrupam formando os núcleos de origem de alguns nervos cranianos, 
como o nervo vago. 
- Na medula eles ocorrem do 1º ao 12º segmentos torácicos (​T1 até ​T12​) nos dois primeiros 
segmentos lombares (​L1​ e​ L2​) e nos segmentos ​S2, S3 ​e ​S4​ da medula sacral. 
- Na porção toracolombar (​T1 a L2​) os neurônios pré-ganglionares se agrupam formando a ​coluna 
lateral​, situada entre as colunas anterior e posterior da substância cinzenta. 
- O axônio do neurônio pré-ganglionar envolvido pela bainha de ​mielina e bainha de neurilema 
constitui a chamada ​fibra pré-ganglionar , assim denominada por estar situada antes de um 
gânglio, onde termina fazendo sinapse com o neurônio pós-ganglionar. 
 
Neurônio pós-ganglionar: 
- Os corpos dos neurônios pós-ganglionares estão situados nos gânglios do sistema nervoso 
autônomo, onde são envolvidos por um tipo especial de células neurogliais denominadas anfícitos. 
- São neurônios multipolares. 
- O axônio do neurônio pós-ganglionar envolvido apenas pela bainha de neurilema constitui a ​fibra 
pós-ganglionar , e difere da fibra pré-ganglionar por ser ​amielínica e terminar em contato com as 
vísceras (glândulas, músculos lisos ou cardíacos). 
 
 
 
Diferenças entre SNA Simpático e Parassimpático 
 
SNA SIMPÁTICO SNA PARASSIMPÁTICO 
Torácico e Lombar (T1 e L2) Crânio - sacral (crânio + S1, S3, S4) 
Fibra pré-ganglionar curta Fibra pré-ganglionar longa 
Fibra pós-ganglionar longa Fibra pós-ganglionar curta 
Fibra pós-ganglionar adrenérgica (NE) na maioria 
 e também colinérgica* 
Fibra pós-ganglionar colinérgica (ACh) 
Neurônios pós-ganglionares localizados longe das 
vísceras e próximos da coluna vertebral (Gânglios 
paravertebrais e pré-vertebrais) → distantes dos 
alvos anatômicos. 
Neurônios pós-ganglionares localizam-se próximo 
ou dentro das vísceras. (Ex: Plexo submucoso de 
Meissner e mioentérico de Auerbach) → próximos 
ou dentro dos alvos anatômicos. 
Vesículas sinápticas granulares pequenas (NE) Vesículas sinápticas agranulares (ACh) 
 
* Exceção: colinérgicas para glândulas sudoríparas e para os vasos sanguíneos dos músculos estriados 
esqueléticos. 
 
 
Anatomia do Sistema Nervoso Simpático 
No SNA Simpático temos duas cadeias de ​gânglios simpáticos paravertebrais (tronco simpático), 
interconectadas com os nervos espinais, ao lado da coluna vertebral, uma de cada lado. A partir de T5 
temos os ​nervos esplâncnicos (maior, menor, e imo) os quais tem trajeto descendente, atravessam o 
diafragma e penetram na cavidade abdominal, onde terminam nos ​gânglios pré-vertebrais (os gânglios 
celíaco, mesentérico superior, aórtico-renal, mesentérico inferior e o hipogástrico). 
- 3 gânglios cervicais: superior, médio, inferior 
+ Fusão do gânglio cervical inferior com o primeiro torácico = ​gânglio estrelado​ (C7) 
- 10 a 12 gânglios torácicos 
- 3 a 5 gânglios lombares 
- 4 a 5 gânglios sacrais 
- 1 coccígeo (gânglio ímpar) 
 
 
Cadeia pré-vertebral: relacionada aos ramos da aorta abdominal 
- Gânglio celíaco (direito e esquerdo): destino do nervo esplâncnico torácico maior 
- Gânglio aórtico-renal (direito e esquerdo): destino do nervo esplâncnico torácico menor 
- Gânglio mesentérico superior: destino dos nervos esplâncnicos lombares maior e menor 
- Gânglio mesentérico inferior: destino dos nervos esplâncnicos lombares maior e menor 
 
Distribuição segmentar das Fibras Nervosas Simpáticas 
As vias simpáticas, que se originam nos diferentes segmentos da medula espinal, não são 
necessariamente distribuídas para as mesmas partes do corpo como as fibras nervosas espinais somáticas 
dos mesmos segmentos. Ao contrário, as fibras simpáticas: 
- T1:​ se projetam para cima da cadeia simpática, para terminar na cabeça. 
- T2: ​terminam no pescoço. 
- T3, T4, T5, T6:​ terminam no tórax. 
- T7, T8, T9, T10 e T11​: terminam no abdomen. 
- T12, L2 e L2:​ vão para as pernas. 
 
Caminho dos neurônios simpáticos: 
 
NEURÔNIO PRÉ​-GANGLIONAR: ​Corno intermediolateral da medula espinhal → Raiz 
ventral/anterior da medula → Ramo comunicante branco → Cadeia simpática 
 
A partir da cadeia simpática as fibras podem seguir um dos três seguintes cursos: 
1. pode fazer sinapse com neurônios simpáticos pós-ganglionares, no gânglio em que entra; 
2. pode se dirigir, para cima ou para baixo na cadeia e fazer sinapse com outro gânglio da cadeia; 
3. pode percorrer distâncias variáveis pela cadeia e, então, por meio de um dos nervos simpáticos, 
dirigir-se para fora da cadeia, fazendo, finalmente, sinapse em gânglio simpático periférico. 
 
NEURÔNIO PÓS​-GANGLIONAR: ​Gânglios da cadeia simpática → Ramo comunicante 
cinzento → alvos anatômicos ​ ou ​Gânglio pré-vertebral → alvos anatômicos. 
 
As fibras pós-ganglionares podem chegar ao 
alvo anatômico por três trajetos: 
1. Por intermédio de um nervo espinhal: as 
fibras voltam ao nervo espinhal pelo ramo 
comunicante cinzento e se distribuem no 
território de inervação deste nervo (Ex: 
glândulas sudoríparas, m. eretores dos 
pelos, vasos cutâneos). 
2. Por intermédio de um nervo 
independente: o nervo liga diretamente o 
gânglio à víscera (Ex: N. cardíacos 
cervicais do simpático). 
3. Por intermédio de uma artéria: as fibras 
pós-ganglionares acoplam-se a artéria e a 
acompanham em seu território de 
vascularização. (Ex: vísceras do abdômen, 
vasos intracranianos, corpo pineal, hipófise, 
e pupila). 
 
Anatomia do Sistema Nervoso Parassimpático 
No sistema nervoso parassimpático as fibras parassimpáticas deixam o sistema nervoso central pelos N. 
Oculomotor III, N. Facial VII, N. Glossofaríngeo IX e N. Vago X nervos cranianos; fibras parassimpáticas 
adicionais deixam a parte mais inferior da medula espinal, pelo segundo e pelo terceiro nervos ​espinais​ 
sacrais

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