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Transtorno de Personalidade

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Larissa Gusmão Guimarães| Tutoria (P6) 1 
 
O termo “personalidade” pode ser definido como a totalidade 
relativamente estável e previsível de traços emocionais e 
comportamentais que caracterizam a pessoa na vida 
cotidiana, sob condições normais. Um transtorno de 
personalidade (TP) é uma variação desses traços de caráter 
que vai além da faixa encontrada na maioria das pessoas. 
São padrões crônicos de comportamento que têm um início 
precoce e insidioso e são evidentes no final da adolescência 
ou início da vida adulta. O diagnóstico preciso só pode ser 
dado após os 18 anos de idade. 
 
Etiopatogenia 
 Fatores genéticos : entre os transtornos de 
personalidade, os que tiveram maior hereditariedade nos 
estudos foram o narcisista, o obsessivo-compulsivo, o 
borderline, o histriônico e o esquizotípico. Para a maioria dos 
transtornos de personalidade, as influências genéticas e 
ambientais são igualmente importantes, e não se pode 
ignorar nenhuma delas. 
 Fatores biológicos : Anormalidades no sistema de 
serotonina, foram encontradas em indivíduos com 
transtornos de personalidade borderline e antissocial. A 
desregulação da serotonina tem sido associada à 
agressividade impulsiva. Há também uma disfunção do eixo 
hipotálamo-hipófise-adrenal, com aumento do cortisol, tanto 
o basal quanto em resposta ao teste de supressão da 
dexametasona, em indivíduos com transtorno de 
personalidade borderline. Uma disfunção no córtex 
orbitofrontal pode contribuir para muitas características do 
transtorno de personalidade borderline. O córtex orbitofrontal 
também está envolvido em comportamentos violentos e 
antissociais. Tem sido encontrada redução da substância 
cinzenta e hipoatividade da amígdala em indivíduos com TP 
antissocial. 
Fatores orgânicos têm sido investigados como complicações 
obstétricas, parto traumático ou prematuridade com baixo 
peso, a história de retardo no desenvolvimento psicomotor 
da infância, até a epilepsia ou a infecção cerebral. Foram 
registrados achados anormais em eletroencefalogramas 
(EEG) de indivíduos com transtorno de personalidade 
antissocial (TPAS) que apresentaram comportamento 
criminoso. 
 Fatores ambientais: o ambiente familiar e a cultura tem 
grande importância na formação da personalidade. 
 Fatores evolutivos : A timidez excessiva ou o 
comportamento submisso observados na criança podem 
persistir por todo o período de desenvolvimento. É possível 
prever que esses padrões persistam até o final da 
adolescência e o início da idade adulta, podendo continuar 
em alguns transtornos de personalidade, como os do tipo 
dependente ou evitativo. 
 
Epidemiologia 
Aproximadamente 15% de todos os adultos americanos têm, 
pelo menos, um transtorno de personalidade. 
A prevalência estimada para os diferentes grupos sugere 
5,7% para o grupo A (paranoide, esquizoide e 
esquizotípico); 1,5% para o grupo B (histriônico, narcisista, 
antissocial e borderline) e 6% para o grupo C (evitativo, 
dependente e obsessivo-compulsivo). 
Aproximadamente metade de todos os pacientes 
psiquiátricos apresenta um transtorno de personalidade, o 
qual é frequentemente comórbido aos transtornos mentais. 
 
Classificação 
Os transtornos de personalidade são divididos em três 
grupos: 
 Grupo A, indivíduos com características estranhas 
ou de afastamento – esquizotípico, esquizoide e 
paranoide; 
 Grupo B, aqueles que apresentam características 
dramáticas, impulsivas ou erráticas – histriônico, 
narcisista, antissocial e borderline; 
 Grupo C, aqueles com características de ansiedade 
e medo – evitativo, dependente, obsessivo-
compulsivo. 
GRUPO A 
Transtorno da personalidade paranoide 
Caracteriza-se por suspeita e desconfiança arraigadas em 
relação a pessoas em geral. Ele recusa a responsabilidade 
por seus próprios sentimentos e a atribui a outros. Costuma 
ser hostil, irritável e irascível. Intolerantes, colecionadores de 
injustiças, cônjuges patologicamente ciumentos e mal-
humorados, litigiosos com frequência têm transtorno da 
personalidade paranoide. 
Epidemiologia 
2 a 4% da população em geral. Indivíduos com o transtorno 
raramente buscam terapia por si mesmos. Parentes de 
pacientes com esquizofrenia demonstram uma incidência 
mais elevada de transtorno da personalidade paranoide do 
que participantes de grupos-controle. 
Larissa Gusmão Guimarães| Tutoria (P6) 2 
 
Mais em homens. Mais elevada entre grupos de minorias 
(exc. Homossexuais), imigrantes e surdos do que na 
população em geral. 
 
Características clínicas 
 Suspeita e desconfiança excessivas em relação 
a outras pessoas expressas como uma 
tendência global de interpretar os atos dos 
outros como deliberadamente aviltantes, 
malévolos, ameaçadores, exploradores ou 
enganadores. 
 Com frequência questionam, sem qualquer 
justificativa, a lealdade ou integridade de caráter de 
amigos ou sócios. 
 Ciumentos patológicos e, sem algum motivo, 
questionam a fidelidade de seus cônjuges ou 
parceiros sexuais. 
 Exteriorizam suas próprias emoções e usam o 
mecanismo de defesa de projeção; atribuem a 
outros os impulsos e pensamentos que não podem 
aceitar em si mesmos. 
 Ideias de referência e ilusões defendidas com 
argumentos lógicos são comuns. 
 Afeto restrito e parecem frias, sem emoção. 
 Orgulham-se de sua racionalidade e 
objetividade, mas isso não corresponde à 
realidade. Demonstram ausência de afeição e 
impressionam-se e prestam bastante atenção a 
poder e nível hierárquico. 
 Expressam desdém em relação a indivíduos que 
percebam como fracos, doentios, debilitados ou 
deficientes de alguma forma. 
 Podem transmitir uma ideia de profissionalismo e 
eficiência, mas costumam gerar medo e conflito em 
outras pessoas. 
Curso e prognóstico 
Em alguns estudos, o transtorno é vitalício; em outros, 
um prenúncio de esquizofrenia. E, ainda em outros, traços 
paranoides cedem espaço para formação reativa, 
preocupação adequada com moralidade e preocupações 
altruísticas quando amadurecem ou quando há redução do 
estresse. 
Tratamento 
 Psicoterapia: é o tratamento recomendado para 
indivíduos com transtorno da personalidade 
paranoide. 
 Farmacoterapia: A farmacoterapia é útil para lidar 
com agitação e ansiedade. Ansiolítico como 
diazepam é o suficiente. Pode ser necessário, usar 
haloperidol. O fármaco antipsicótico pimozida 
também reduziu a ideação paranoide. 
Transtorno da personalidade esquizoide 
Padrão vitalício de retraimento social. Indivíduos com esse 
transtorno costumam ser vistos pelos outros como 
excêntricos, isolados ou solitários. Seu desconforto com a 
interação humana, sua introversão e seu afeto frio e 
constrito são destaques. 
Epidemiologia 
Pode afetar 5% da população em geral. H:M (2:1). 
Larissa Gusmão Guimarães| Tutoria (P6) 3 
 
Características clínicas 
 Parecem frias e indiferentes; exibem um 
retraimento distante e demonstram falta de 
envolvimento com eventos diários e com as 
preocupações de terceiros. 
 Parecem caladas, distantes, isoladas e insociáveis. 
 Podem viver suas vidas com extraordinariamente 
pouca necessidade ou vontade de formar laços 
afetivos. 
 Interesses solitários e sucesso em empregos 
solitários e não competitivos que outras pessoas 
acham difíceis de tolerar. 
 Sua vida sexual pode existir apenas na fantasia, e 
podem adiar indefinidamente o amadurecimento da 
sexualidade. 
 Homens podem não se casar porque são 
incapazes de atingir intimidade; mulheres podem 
concordar de forma passiva a se casar com um 
homem agressivo que deseje o casamento. 
 Incapacidade vitalícia de expressar diretamente a 
raiva. 
 Podem investir quantidades enormes de energia 
afetiva a interesses não humanos, como 
matemática e astronomia, e podem ser muito 
ligados a animais. 
 Modismos de saúde e alimentação, correntes 
filosóficas e esquemasde melhora social, em 
especial os que não exigem envolvimento pessoal, 
costumam absorver sua atenção. 
 Apresentam capacidade normal de reconhecer a 
realidade. 
 Atos agressivos são raros. 
Curso e prognóstico 
O início do transtorno da personalidade esquizoide em geral 
ocorre no começo da infância ou na adolescência. Assim 
como todos os transtornos da personalidade, este tem longa 
duração, mas não é necessariamente vitalício. A proporção 
da incidência de esquizofrenia nesses pacientes é 
desconhecida. 
Tratamento 
 Psicoterapia. 
 Farmacoterapia: A farmacoterapia com pequenas 
doses de antipsicóticos, antidepressivos e 
psicoestimulantes beneficia alguns pacientes. 
Agentes serotonérgicos podem deixar o paciente 
menos sensível a rejeição. Benzodiazepínicos 
podem ajudar a diminuir a ansiedade interpessoal. 
Transtorno da personalidade esquizotípica 
Exibem características estranhas ou excêntricas 
impressionantes, mesmo para leigos. Pensamento mágico, 
noções peculiares, ideias de referência, ilusões e 
desrealização são parte do mundo cotidiano de uma pessoa 
com o transtorno. 
 
Epidemiologia 
Ocorre em 3% da população. A proporção entre gêneros é 
desconhecida; no entanto, ele é diagnosticado com 
frequência em mulheres com síndrome do X frágil. O DSM-5 
sugere que o transtorno possa ser ligeiramente mais comum 
no sexo masculino. Maior associação de casos entre 
parentes biológicos de pacientes com esquizofrenia e uma 
incidência maior entre gêmeos monozigóticos do que entre 
dizigóticos. 
Características clínicas 
 Perturbação de pensamento e comunicação 
 Fala pode ser distinta ou peculiar, pode fazer 
sentido apenas para eles mesmos. 
 Pode desconhecer seus próprios sentimentos e 
ainda assim ter extrema sensibilidade e consciência 
a respeito dos sentimentos dos outros, sobretudo 
os negativos, como de raiva. 
 Podem ser supersticiosos ou alegar poderes de 
clarividência e acreditar ser dotados de poderes 
especiais de pensamento e insight. 
 Pode ter relacionamentos imaginários vívidos e 
temores e fantasias infantis. 
 Podem admitir ilusões da percepção ou macropsia 
e confessar que outras pessoas parecem ser feitas 
de madeira e todas iguais. 
 São isolados e têm poucos ou nenhum amigo. 
 O paciente pode exibir características de transtorno 
da personalidade borderline, e, de fato, ambos os 
diagnósticos podem ser estabelecidos. 
 Sob estresse, pacientes com transtorno da 
Larissa Gusmão Guimarães| Tutoria (P6) 4 
 
personalidade esquizotípica podem sofrer 
descompensação e apresentar sintomas psicóticos, 
mas que costumam ser breves. Aqueles com casos 
graves do transtorno podem apresentar anedonia e 
depressão grave. 
Curso e prognóstico 
De acordo com o pensamento clínico atual, a personalidade 
pré-mórbida do paciente com esquizofrenia é a 
esquizotípica. Alguns, no entanto, mantêm uma 
personalidade esquizotípica durante toda a vida e se 
casam e trabalham, apesar de suas excentricidades. 
Tratamento 
 Psicoterapia. 
 Farmacoterapia: Medicamentos antipsicóticos 
podem ser úteis para lidar com ideias de referência, 
ilusões e outros sintomas do transtorno e ser 
usados em conjunto com psicoterapia. 
Antidepressivos são válidos quando houver um 
componente depressivo da personalidade. 
GRUPO B 
Transtorno da personalidade antissocial 
Incapacidade de se adequar às regras sociais que 
normalmente governam diversos aspectos do 
comportamento adolescente e adulto de um indivíduo. 
Embora se caracterize por atos contínuos de natureza 
antissocial ou criminosa, o transtorno não é sinônimo de 
criminalidade. 
Epidemiologia 
Prevalência de 12 meses encontram-se entre 0,2 e 3%. Mais 
comum em áreas urbanas pobres. Mais comum em homens 
do que em mulheres. Meninos com o transtorno vêm de 
famílias maiores do que meninas afetadas. O início do 
transtorno ocorre antes dos 15 anos de idade. Meninas 
normalmente apresentam sintomas antes da puberdade, e 
meninos, ainda mais cedo. Um padrão familiar está 
presente; o transtorno é cinco vezes mais comum entre 
parentes em primeiro grau de homens com o transtorno. 
Características clínicas 
 Podem parecer normais e até mesmo simpáticos e 
lisonjeiro. 
 Histórias revelam perturbação do funcionamento ou 
várias áreas da vida. 
 Mentiras, vadiagem, fuga de casa, roubos, brigas, 
abuso de substância e atividades ilegais são 
experiências típicas. 
 Impressionam clínicos do sexo oposto com os 
aspectos sedutores e pitorescos de sua 
personalidade, mas clínicos do mesmo sexo podem 
vê-los como manipuladores e exigentes. 
 Não exibem ansiedade nem depressão, uma 
ausência que pode parecer amplamente 
incongruente com suas situações, embora 
ameaças de suicídio e preocupações somáticas 
possam ser comuns. 
 Ausência de delírios e de outros sinais de 
pensamento irracional. 
 Senso de realidade aguçado e costumam 
impressionar observadores com sua boa 
inteligência verbal. 
 Não falam a verdade, e não se pode confiar neles 
para executar qualquer tipo de tarefa ou aderir a 
qualquer padrão convencional de moralidade. 
 Promiscuidade, abuso conjugal, abuso infantil e 
condução de veículos em estado de embriaguez 
são eventos comuns. 
 Ausência de remorso por atos. 
Curso e prognóstico 
Segue um curso ininterrupto, sendo que o auge do 
comportamento antissocial normalmente ocorre no fim da 
adolescência. O prognóstico varia. Há relatos que indicam a 
redução dos sintomas com a idade. Muitos pacientes 
apresentam transtorno de sintomas somáticos e diversas 
queixas físicas. Transtornos depressivos, transtornos por 
uso de álcool e abuso de outra substância são comuns. 
Tratamento 
 Psicoterapia: Caso sejam confinados (p. ex., 
internados em um hospital), pacientes com 
transtorno da personalidade antissocial 
Larissa Gusmão Guimarães| Tutoria (P6) 5 
 
frequentemente se tornam receptivos a 
psicoterapia. 
 Farmacoterapia: A farmacoterapia é usada para 
lidar com sintomas incapacitantes como ansiedade, 
raiva e depressão, mas, como os pacientes com 
frequência abusam de substâncias, os fármacos 
devem ser usados de forma criteriosa. Caso um 
mostre evidências de transtorno de déficit de 
atenção/hiperatividade, psicoestimulantes como 
metilfenidato. Foram realizadas tentativas de alterar 
o metabolismo de catecolamina com fármacos e de 
controlar o comportamento impulsivo com 
antiepilépticos, como carbamazepina ou valproato. 
Antagonistas dos receptores β-adrenérgicos foram 
usados para reduzir agressividade. 
Transtorno da personalidade borderline 
Encontram-se no limiar entre neurose e psicose e têm por 
característica afeto, humor, comportamento, relações 
objetais e autoimagem extraordinariamente instáveis. Já foi 
chamado de esquizofrenia ambulatorial e o CID-10 usa a 
denominação de transtorno de personalidade 
emocionalmente instável. 
Epidemiologia 
Acredita-se que seja 1 a 2% da população e seja 2x mais 
comum em mulheres do que em homens. 
Diagnóstico 
Estudos biológicos podem auxiliar o diagnóstico; alguns 
pacientes com transtorno da personalidade borderline 
mostram redução da latência REM e perturbações na 
continuidade do sono, resultados anormais no TSD e no 
teste de hormônio liberador de tireotrofina. 
Características clínicas 
 Parecem estar quase sempre em crise. 
 Mudanças de humor são comuns. 
 A pessoa pode estar inclinada a discussões em um 
momento, deprimida no momento seguinte e, mais 
tarde, se queixar de não ter sentimentos. 
 Pode apresentar episódios psicóticos de curta 
duração (denominados episódios micropsicóticos) 
em vez de crises psicóticas totalmente manifestas, 
e seus sintomas psicóticos quase sempre são 
limitados, fugazes ou questionáveis. 
 Comportamento imprevisivel, e é raro suas 
realizações estarem no mesmo nível de suas 
capacidades. 
 Atos autodestrutivosrepetidos. Esse tipo de 
paciente pode cortar os pulsos e executar outras 
formas de automutilação para obter ajuda dos 
outros, para exprimir raiva ou para se anestesiar do 
afeto que o consome. 
 Relacionamentos interpessoais tumultuosos. 
Podem ser dependentes das pessoas com quem 
têm intimidade e, quando se frustram, expressar 
uma grande raiva dirigida aos amigos mais íntimos. 
 Não conseguem tolerar a ideia de ficar sozinhas e 
preferem uma busca frenética por companhia, sem 
importar o quanto ela lhe seja insatisfatória. 
 Para mitigar a solidão, aceitam um estranho como 
amigo ou se comportam de forma promíscua. 
 Costumam se queixar de sentimentos crônicos de 
vazio e tédio e da falta de um senso de identidade 
coerente 
 Distorcem seus relacionamentos caracterizando 
cada pessoa como totalmente boa ou totalmente 
má. 
Curso e prognóstico 
Razoavelmente estável; o paciente sofre pouca mudança ao 
longo do tempo. Não há progressão para esquizofrenia, 
mas os pacientes têm uma incidência elevada de episódios 
de transtorno depressivo maior. O diagnóstico costuma ser 
estabelecido antes dos 40 anos, quando as pessoas tentam 
fazer escolhas profissionais, conjugais, entre outras, e são 
incapazes de lidar com os estágios normais do ciclo da vida. 
Tratamento 
 Psicoterapia: A psicoterapia é difícil tanto para o 
paciente quanto para o terapeuta. O paciente 
regride com facilidade, age por impulso e 
demonstra transferências positivas ou negativas 
lábeis ou fixas, as quais são difíceis de analisar. 
 Farmacoterapia: Usaram-se antipsicóticos para 
controlar raiva, hostilidade e episódios psicóticos 
breves. Antidepressivos melhoram o humor 
Larissa Gusmão Guimarães| Tutoria (P6) 6 
 
deprimido. Inibidores da MAO (IMAOs) modularam 
com sucesso o comportamento impulsivo em 
alguns pacientes. Benzodiazepínicos, 
especialmente alprazolam, ajudam com ansiedade 
e depressão, mas alguns pacientes exibem 
desinibição com essa classe de fármacos. 
Anticonvulsivantes, como carbamazepina, podem 
melhorar o funcionamento global de algumas 
pessoas. Agentes serotonérgicos, como inibidores 
seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs), 
foram úteis em alguns casos. 
Transtorno da personalidade histriônica 
Excitáveis e emotivas e comportam-se de forma dramática, 
florida e extrovertida. 
Epidemiologia 
Prevalência de cerca de 1 a 3%. Maior frequência em 
mulheres. Alguns estudos revelaram uma associação com 
transtorno de sintomas somáticos e transtornos por uso de 
álcool. 
Características clínicas 
 Exibem um grau elevado de comportamento de 
busca por atenção. 
 Tendem a exagerar seus pensamentos e 
sentimentos e fazem tudo soar mais importante do 
que realmente é. 
 Exibem ataques de raiva, choro e acusações 
quando não são o centro das atenções ou não 
estão recebendo elogios ou aprovação. 
 O comportamento sedutor é comum nos dois 
sexos. Fantasias sexuais envolvendo pessoas com 
as quais o paciente esteja envolvido são comuns. 
 Podem apresentar uma disfunção psicossexual; 
mulheres podem ser anorgásmicas, e homens 
podem ser impotentes. 
 Seus relacionamentos têm propensão a ser 
superficiais, e ele pode ser vaidoso, egocêntrico e 
volúvel. Sua forte necessidade de dependência 
torna-o crédulo e ingênuo. 
Curso e prognóstico 
Com a idade, pessoas com transtorno da personalidade 
histriônica mostram menos sintomas, mas, como não têm a 
energia de anos anteriores, a diferença na quantidade de 
sintomas pode ser mais aparente do que real. Indivíduos 
com esse transtorno buscam sensações e podem ter 
problemas legais, fazer abuso de substâncias e agir de 
forma promíscua. 
Tratamento 
 Psicoterapia: Psicoterapia e orientação 
psicanalítica, em grupo ou individual, 
provavelmente seja o tratamento mais indicado 
para essas pessoas. 
 Farmacoterapia: A farmacoterapia pode funcionar 
como tratamento adjunto quando direcionada aos 
sintomas (p. ex., uso de antidepressivos para 
depressão e queixas somáticas, agentes 
ansiolíticos para ansiedade, e antipsicóticos para 
desrealização e ilusões). 
Transtorno da personalidade narcisista 
Senso aguçado de autoimportância, ausência de empatia e 
sentimentos grandiosos de serem únicas. Contudo, por trás 
dessas características, existe uma autoestima frágil e 
vulnerável às menores críticas. 
Epidemiologia 
Prevalência variam de menos de 1 a 6%. Filhos, de pais 
com essas características podem apresentar um risco acima 
do normal de desenvolver, eles próprios, o transtorno. 
Larissa Gusmão Guimarães| Tutoria (P6) 7 
 
Características clínicas 
 Sentimento de autoimportância grandioso; 
consideram-se especiais e esperam tratamento 
especial. 
 Lidam mal com críticas e podem ficar com raiva 
quando alguém ousa criticá-las, ou podem parecer 
completamente indiferentes a críticas. 
 Querem que as coisas sejam do seu jeito e com 
frequência têm ambição de obter fama e fortuna. 
 Relacionamentos são pouco importantes, e podem 
deixar os outros furiosos por sua recusa em 
obedecer às regras convencionais de 
comportamento. 
 A exploração interpessoal é frequente. 
 Não conseguem demonstrar empatia e fingem 
simpatia apenas para atingir seus próprios objetivos 
egoístas. 
 Devido a sua frágil autoestima, são suscetíveis a 
depressão. 
 Dificuldades interpessoais, problemas profissionais, 
rejeição e perda estão entre os estresses que os 
narcisistas normalmente produzem com seu 
comportamento – estresses com os quais são as 
pessoas menos capazes de lidar. 
 São menos propensos a uma vida caótica e a 
tentativas de suicídio do que os de personalidade 
boderline 
Curso e prognóstico 
O transtorno da personalidade narcisista é crônico e difícil 
de tratar. Lidam mal com o processo de envelhecimento, já 
que valorizam beleza, força e atributos da juventude, à qual 
se apegam de forma inadequada. Podem ser mais 
vulneráveis, portanto, a crises de meia-idade do que outros 
grupos. 
Tratamento 
 Psicoterapia: o tratamento do transtorno da 
personalidade narcisista é difícil. 
 Farmacoterapia: Usou-se lítio em pacientes cujo 
quadro clínico incluía mudanças de humor. Uma 
vez que os pacientes com transtorno da 
personalidade narcisista têm baixa tolerância a 
rejeição e são suscetíveis a depressão, 
antidepressivos, especialmente fármacos 
serotonérgicos, também podem ser úteis. 
 
GRUPO C 
Transtorno da personalidade evitativa 
Sensibilidade extrema a rejeição e podem levar vidas 
socialmente retraídas. Embora sejam tímidos, não são 
associais e demonstram um grande desejo por companhia, 
mas precisam de garantias muito fortes de aceitação não 
crítica. Essas pessoas em geral são descritas com um 
complexo de inferioridade. 
Epidemiologia 
Prevalência entre 2 a 3% da população em geral. Não há 
informações disponíveis sobre a proporção entre sexos 
ou sobre o padrão familiar. Crianças pequenas que foram 
classificadas com um temperamento tímido podem ser mais 
suscetíveis. 
Características clínicas 
 A hipersensibilidade à rejeição por outros. 
 Expressam incerteza, demonstram falta de 
autoconfiança e podem falar de modo discreto. 
 Temem falar em público ou fazer pedidos a outras 
pessoas. 
 Têm inclinação a interpretar mal os comentários 
dos outros como depreciativos ou ridicularizadores. 
 Raramente alcançam muito avanço pessoal ou 
exercem muita autoridade, mas parecem tímidos e 
ansiosos por agradar. 
 Costumam não ter amigos íntimos nem 
confidentes. 
Curso e prognóstico 
Muitas pessoas são capazes de funcionar em um ambiente 
protegido. Algumas se casam, têm filhos e vivem suas vidas 
rodeadas apenas por membros da família. Caso seu sistema 
de apoio falhe, no entanto, ficam sujeitas a depressão, 
ansiedade e raiva. 
Larissa Gusmão Guimarães| Tutoria (P6) 8 
 
Tratamento 
 Psicoterapia: O tratamentopsicoterapêutico 
depende da solidificação de uma aliança com o 
paciente. 
 Farmacoterapia: antagonistas de receptores β-
adrenérgicos, como atenolol, para o manejo de 
hiperatividade do sistema nervoso autônomo. 
Agentes serotonérgicos podem ajudar com a 
sensibilidade a rejeição. Fármacos dopaminérgicos 
podem gerar comportamento de busca por 
novidades. 
Transtorno da personalidade dependente 
Subordinam suas próprias necessidades às necessidades 
de outros, fazem outra pessoas assumir responsabilidade 
por áreas importantes de suas vidas, não têm autoconfiança 
e podem experimentar desconforto intenso ao ficar sozinhas 
por mais do que breves períodos. 
Epidemiologia 
Mais comum em mulheres. Prevalência estimada em 0,6%. 
Cerca de 2,5% de todos os transtornos da personalidade 
como pertencendo a essa categoria. Mais comum em 
crianças pequenas. Pessoas com doenças físicas crônicas 
na infância podem ser mais suscetíveis ao transtorno. 
Características clínicas 
 Padrão global de comportamento dependente e 
submisso. 
 Não conseguem tomar decisões sem uma 
quantidade excessiva de aconselhamento e 
tranquilização dos outros. 
 Evitam posições de responsabilidade e ficam 
ansiosas se precisam assumir um papel de 
liderança. Preferem ser submissas. 
 Buscam outras pessoas de quem possam 
depender. 
 Pessimismo, insegurança, passividade, temor de 
expressar sentimentos sexuais e agressivos. 
 Um cônjuge abusivo, infiel ou alcoolista pode ser 
tolerado durante longos períodos de tempo para 
evitar a perturbação da sensação de apego. 
Curso e prognóstico 
Pouco se sabe sobre o curso do transtorno da personalidade 
dependente. Eles correm risco de desenvolver transtorno 
depressivo se perderem a pessoa de quem dependem, mas, 
com tratamento, o prognóstico é favorável. 
Tratamento 
 Psicoterapia: O tratamento do transtorno da 
personalidade dependente costuma ser bem-
sucedido. 
 Farmacoterapia: Tem-se usado farmacoterapia 
para lidar com sintomas específicos, como 
ansiedade e depressão. Pacientes que 
experimentam ataques de pânico ou que têm níveis 
elevados de ansiedade de separação podem ser 
beneficiados do uso de imipramina. 
Benzodiazepínicos e agentes serotonérgicos 
também foram úteis. Caso a depressão de um 
paciente ou os sintomas de abstinência reajam a 
psicoestimulantes, eles podem ser usados. 
 
 
Larissa Gusmão Guimarães| Tutoria (P6) 9 
 
Transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva 
Constrição emocional, organização, perseverança, teimosia 
e indecisão. Um padrão global de perfeccionismo e 
inflexibilidade. 
Epidemiologia 
Prevalência estimada de 2 a 8%. Mais comum em homens e 
é diagnosticado com maior frequência em irmãos mais 
velhos. Também é mais observado em parentes biológicos 
em primeiro grau. Pacientes costumam ter antecedentes 
caracterizados por disciplina rígida. 
Características clínicas 
 Obcecadas por regras, regulamentos, método, 
limpeza, organização, detalhes e desejo de 
alcançar a perfeição. 
 Não apresentam flexibilidade e são intolerantes. 
 São capazes de trabalhar durante muito tempo, 
contanto que seja um trabalho com rotina e que 
não exija mudanças às quais não possam se 
adaptar. 
 Habilidades interpessoais limitadas. 
 São formais e sérios e costumam não ter senso de 
humor. 
 Isolam pessoas, são incapazes de ceder e insistem 
para que os outros se submetam a suas 
necessidades. Contudo, anseiam por agradar 
pessoas que consideram mais poderosas que eles 
mesmos e executam os desejos dessas pessoas 
de forma autoritária. 
 Como temem cometer erros, são indecisos e 
ruminam as tomadas de decisão. 
 Embora um casamento estável e adequação 
profissional sejam comuns, indivíduos com o 
transtorno têm poucos amigos. 
Curso e prognóstico 
Variável e imprevisível. Alguns adolescentes se tornam 
adultos afetuosos, abertos e simpáticos; em outros, o 
transtorno pode ser o prenúncio tanto de esquizofrenia 
quanto de transtorno depressivo maior. 
Tratamento 
 Psicoterapia: costumam estar cientes de seu 
sofrimento e buscam tratamento sozinhos. O 
tratamento, no entanto, costuma ser prolongado e 
complexo, e problemas de contratransferência são 
frequentes. 
 Farmacoterapia: Clonazepam, um 
benzodiazepínico com uso anticonvulsivante, 
reduziu os sintomas em pacientes com transtorno 
obsessivo-compulsivo. Clomipramina e agentes 
serotonérgicos como fluoxetina podem ser úteis. A 
nefazodona pode beneficiar alguns pacientes.

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