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Nara Ramos- Medicina 2º/2022.1 APG 08: “Os pares de 12” Descrever a anatomofisiologia dos nervos cranianos. Explicar a anatomia fisiologia e histologia da audição Explicar o que gera a perda da audição, incluindo infecções. Histologia da audição Ouvido externo: É composto por pavilhão da orelha, meato acústico externo e membrana do tímpano. Pavilhão da orelha: constituído por uma placa de cartilagem elástica coberta por uma fina camada de pele, com glândulas sebáceas e sudoríparas. Meato acústico: O terço mais externo desse canal apresenta cartilagem elástica; Os dois terços internos são constituídos por osso temporal. É revestido internamente por pele rica em pelos e glândulas sebáceas e ceruminosas (glândulas sudoríparas modificadas -tubulosas enoveladas, produtoras de cerume) Membrana do tímpano: recoberta externamente por uma delgada camada de pele e internamente por epitélio cúbico simples. Ouvido médio: É revestido por epitélio simples pavimentoso cuja lâmina própria se apresenta aderida ao periósteo. No ouvido médio há dois pequenos músculos estriados esqueléticos: o tensor do tímpano e o tensor do estribo Martelo, bigorna e estribo: são também revestidos por um epitélio pavimentoso simples. Ouvido interno: Sáculo e utrículo: Formados por epitélio simples pavimentoso, recoberto por delgada camada de tecido conjuntivo, do qual partem finas trabéculas para o periósteo que reveste o vestíbulo. Preenchidos por endolinfa e apresentam regiões de epitélio espessado e diferenciado em neuroepitélio, chamados de máculas, onde terminam ramos do nervo vestibular. Máculas: as máculas são formadas basicamente por células de sustentação e células receptoras ou sensoriais. Ductos semicirculares: Formados por epitélio pavimentoso simples e tecido conjuntivo. As áreas receptoras, encontram-se nas ampolas e são constituídas por formações alongadas de neuroepitélio, chamadas cristas ampulares. Sacos e ductos endolinfáticos: Formados por epitélio pavimentoso simples, que se transforma gradualmente, à medida que se aproxima do saco endolinfático, em um epitélio cilíndrico, alto, com microvilos na superfície e grande quantidade de vesículas. Cóclea: Na cóclea, os estímulos mecânicos sofrem transdução em potenciais de ação, que são levados ao SNC via nervo coclear. O som é transformado em vibrações pela membrana timpânica e transmitido através da cadeia de ossículos à janela oval. O tímpano vibra com as ondas sonoras. Os ossículos do ouvido funcionam como alavancas, as quais convertem as vibrações da membrana timpânica em deslocamentos mecânicos, que são exercidos pelo estribo e pela janela oval na perilinfa da escala vestibular. Quando os músculos tensores do tímpano e do estribo se contraem, há tração desses ossículos, com diminuição na transmissão do som. As vibrações que alcançam a perilinfa da escala vestibular transmitem-se à escala média, passam à escala timpânica e dissipam-se na janela redonda. A lâmina espiral membranosa permite com que toda a cóclea membranosa vibre quando há passagem do som da escala vestibular para a escala timpânica. Na cóclea, a sensibilidade aos sons varia de acordo com a região. Os sons agudos são captados pela base da cóclea, enquanto os sons graves são captados pelo seu ápice. O som excessivamente forte promove a contração dos músculos tensores do tímpano e do estribo, atenuando a transmissão sonora e protegendo os neurônios do gânglio espiral, que são muito Nara Ramos- Medicina 2º/2022.1 sensíveis e poderiam ser lesionados por sons muito fortes. Anatomia e Fisiologia da audição A ouvido é formada por três partes: ouvido externo, médio e interno. Ouvido externo: pavilhão até a membrana timpânica; ouvido médio: membrana timpânica e os ossículos; ouvido interno: estrutura medial à janela oval. Primeiros estágios da via auditiva seguem basicamente a sequência a seguir: 1. A onda sonora move a membrana timpânica; 2. A membrana timpânica move os ossículos; 3. Os ossículos movem a membrana da janela oval; 4. O movimento da janela oval move o fluido da cóclea; 5. O movimento do fluido da cóclea causa uma resposta nos neurônios sensoriais; Ouvido médio: Cavidade preenchida com ar. As variações na pressão do ar são convertidas em movimentos dos ossículos. Suas estruturas internas são: membrana timpânica, os ossículos e dois pequenos músculos que se ligam aos ossículos. Os ossículos são denominados de acordo com a estrutura que assemelham. São eles: martelo, bigorna e estribo. Amplificação da força do som pelos ossículos: As ondas sonoras movem a membrana timpânica, e os ossículos movem a membrana da janela oval. A cóclea é preenchida com fluido e não com ar. O fluido no ouvido interno resiste muito mais ao movimento do que o ar, de modo que é necessária uma pressão maior para vibrar o fluido do que vibrar o ar. Os ossículos fornecem essa indispensável amplificação da pressão. A força da jenela oval é maios porque os ossículos atuam como alavancas. O som causa grandes movimentos na membrana timpânica, os quais são transformados em vibrações menores, porem mais fortes, da janela oval. O reflexo de atenuação: Os dois músculos ligados aos ossículos têm um efeito significativo sobre a transmissão do som ao ouvido interno: O musculo tensor do tímpano está ancorado por uma extremidade ao osso da cavidade do ouvido médio e, pela outra extremidade, está ligado ao martelo. O músculo estapédio também se estende desde o ponto de sua fixação no osso até onde se liga ao estribo. Quando há um som muito alto o musculo estapédio vai contrair, e faz com que os ossículos não Nara Ramos- Medicina 2º/2022.1 consigam se mover entre si, a alavanca não funciona. Isso vai levar à diminuição da vibração da janela oval transmitida pelo estribo. Qual a importância desse reflexo? Quando tem um som muito alto ocorre a possibilidade de matar as células ciliadas. Existe uma latência para que isso aconteça (não funcionaria em explosão, por exemplo, pois não daria tempo de realizar a contração). Ouvido interno: Nem todo o ouvido interno está relacionado com a audição. Composto pela cóclea, que é a parte do sistema auditivo e o labirinto, parte importante do sistema vestibular, que está relacionado com o equilíbrio. O fluido na escala vestibular e na escala timpânica, chamado de perilinfa, tem uma concentração iônica similar à do fluido cefalorraquidiano. Concentrações relativamente baixas de K+ e altas de Na+. A escala média está preenchida pela endolinfa, que é um fluido extracelular incomum, por possuir concentrações iônicas similares às do fluido intracelular. Alta concentração de K+ e baixa de Na+. As CELUALAS RECEPTORAS AUDITIVAS (mecanorreceptores) as quais convertem a energia mecânica em uma alteração na polarização da membrana, estão localizadas no órgão de Corti, e é constituído por células ciliadas, pelos pilares de Corti e por várias células de sustentação. Os receptores auditivos são chamados de células ciliadas, uma vez que cada uma possui aproximadamente 100 estereocílios (microvilosidades rígidas que lembram cílios) A transdução pelas células ciliada: Quando a membrana basilar se move em resposta a um movimento do estribo, toda a estrutura que sustenta as células ciliadas se movimenta, pois a membrana basilar, os pilares de Corti, a lâmina reticular e as células ciliadas estão rigidamente conectadas entre si. Essas estruturas se movem como uma unidade, como um pivotante, em direção a membrana tectorial ou afastando-se dela. Quando a membranabasilar se move para cima, a lâmina reticular move-se para cima, na direção do modiolo. De modo inverso, o movimento para baixo da membrana basilar faz a lâmina Nara Ramos- Medicina 2º/2022.1 reticular mover-se para baixo, afastando-se do modiolo. A inervação das células ciliadas: O nervo auditivo consiste em axônios de neurônios cujos corpos celulares estão localizados no gânglio espiral. Assim, os neurônios do gânglio espiral, que são os primeiros na via auditiva a disparar potenciais de ação, fornecem toda a informação auditiva enviada ao encéfalo. Um axônio do gânglio espiral recebe aferência de somente uma celula ciliada interna, ao passo que cada célula ciliada supre aproximadamente 10 axônios do gânglio espiral; A célula ciliada externa tem a função de amplificar o sinal. Via auditiva: A via auditiva transmite informações auditivas dos receptores sensitivos (órgão espiral ou órgão da corti) em direção ao córtex auditivo primário num encadeamento de fibras nervosa especializadas. 1. Os impulsos passam pelo nervo coclear para os núcleos cocleares no bulbo. 2. Alguns neurônios projetam-se para os núcleos olivares superiores, que se situam na junção do bulbo e da ponte. 3. os axônios sobem no lemnisco lateral (um trato de fibras) para o colículo inferior (o centro reflexo auditivo no mesencéfalo), 4. projeta para o núcleo geniculado medial do tálamo. 5. Os axônios dos neurônios talâmicos projetam- se para o córtex auditivo primário, que proporciona a percepção consciente do som A via auditiva e incomum pelo fato de que nem todas as suas fibras cruzam para o outro lado do encéfalo. Portanto, cada córtex auditivo primário recebe impulsos de ambas as orelhas. Clinicamente, esse fenômeno dificulta a identificação da lesão no córtex auditivo primário, pois esse dano produz apenas uma perda de audição mínima. Os núcleos olivares superiores e o coliculo inferior não são apenas estacoes de retransmissão ao longo da via auditiva, mas desempenham suas próprias funções importantes. Por exemplo, essas duas estruturas participam na localização dos sons. Surdez: A surdez é caracterizada como a redução ou ausência da capacidade de ouvir determinados sons e pode ser classificada em dois tipos: Perda auditiva condutiva, que se dá geralmente por obstruções da orelha externa como, tampões de cera, infecções no canal do ouvido, tímpano com rotura ou perfurado; Perda auditiva neurossensorial, que compreende danos nas células ciliadas da cóclea. Sobre as causas, esta pode ser congênita, causada por rubéola gestacional, medicamento tomados pela gestante, hereditariedade e complicações no parto como a anóxia (fornecimento insuficiente de oxigênio), ou pode ser adquirida por consequência de otites de repetição na infância, mau uso de antibióticos e até viroses. Microrganismos e perda auditiva: Nara Ramos- Medicina 2º/2022.1 • Toxoplasmose – protozoário toxoplasma gondi; • Rubéola – rubella vírus; • Sífilis – treponema pallidum; • Citomegalovirose – citomegalovírus; • Herpes – varicela-zóster, herpes simples tipo I e tipo II. As infecções congênitas (rubéola, sífilis, citomegalovírus, herpes, toxoplasmose e AIDS), mesmo quando assintomáticas, podem causar deficiência auditiva no neonato e podem estar associadas ao aparecimento tardio da perda auditiva e/ou à progressão da perda auditiva já existente ao nascimento (12-14). Antibióticos, principalmente a gentamicina e a amicacina, são amplamente utilizados para tratamento de infecções em recém-nascidos, com objetivo terapêutico e profilático, especialmente naqueles provenientes de UTI (15-16). Estes fármacos são ototóxicos, pois lesam a cóclea, prejudicando o funcionamento coclear e levando à deficiência auditiva (17). Além disso, podem provocar perda auditiva de efeito tardio, assim como as infecções congênitas e perdas auditivas de origem genética (artigo Ocorrência dos indicadores de risco para a deficiência auditiva infantil no decorrer de quatro anos em um programa de triagem auditiva neonatal de um hospital público. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia) Nara Ramos- Medicina 2º/2022.1 Referências: NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (10ª edição). Grupo GEN, 2021. MARIEB, Elaine N.; Wilhelm, Patricia Brady; Mallatt, Jon. Anatomia humana. 7. ed. SÃO PAULO: Pearson Education, 2014 MACHADO, A.B.M. Neuroanatomia Funcional. 3 ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2014. BEAR, Mark F.; PARADISO, Michael A.; CONNORS, Barry W.. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 3 ed. JUNQUEIRA E CARNEIRO, histologia básica, 12 ed.
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