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1. SISTEMA DIGESTÓRIO O sistema digestório é composto por órgãos, glândulas e demais estruturas que funcionam para que ocorra a digestão e absorção de nutrientes a partir do alimento que ingerimos. O sistema é formado por: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. E ainda temos outras estruturas auxiliares ou acessórios: glândulas salivares, dentes, pâncreas, fígado e vesícula biliar. 1. SISTEMA DIGESTÓRIO Todo o processo de digestão começa com a mastigação, que estimula a produção de secreção salivar e inicia a quebra dos alimentos pelos dentes, o bolo alimentar passa pela faringe e esôfago em direção ao estômago, onde com a ação do suco gástrico o bolo alimentar ganha o nome de quimo e vai em direção ao intestino delgado, onde também sofre à ação da bile e do suco pancreático e após esse processo na porção do duodeno, o quimo recebe o nome de quilo. O quilo é o resultado da ação da digestão ocorrida no duodeno e nas porções seguintes do intestino delgado, o jejuno e o íleo, começa o processo de absorção dos nutrientes. 1. SISTEMA DIGESTÓRIO O quilo quando chega ao intestino grosso, onde é absorvido água e sais minerias, sofre com a ação das bactérias presentes no intestino grosso e que fazem a fermentação e decomposição de resíduos alimentares restantes, transformando o quilo em bolo fecal. É no intestino grosso que há a formação de gases (resultado da ação de bactérias) e a formação das fezes. Todo o movimento que l eva o bolo a l imentar até o estômago e consequentemente leva o quimo e o quilo até os intestinos e empurra as fezes para o ânus, é chamado de movimentos peristálticos. Todo o nosso trato digestivo é um tubo muscular que facilita a execução desse movimento. 1.1 Patologias do Sistema Digestório As doenças que você verá nesta aula são: • Gastrite • Úlcera péptica • Esofagite • Refluxo Gástrico • Pancreatite • Colecistite • Peritonite • Apendicite • Diverticulite • Hepatites • Cirrose • Esplenomegalia • Doença de Crohn 2. GASTRITE Consiste na inflamação da mucosa do estômago. Essa inflamação pode ser causada por outras infecções, estresse, má alimentação, alcoolismo, uso de medicamentos e doenças que afetem nossa imunidade. Ela pode ser uma doença considerada aguda ou crônica. Ela também pode ser classificada de acordo com as causas e a gravidade da lesão no estômago. Lembrando, que naturalmente o corpo produz um muco que protege a mucosa estomacal da ação do ácido do suco gástrico. 2. GASTRITE Veja como pode ser a classificação: • A gastrite erosiva: provocada pelo consumo de álcool, por estresse, por uso de substâncias irritantes, como medicamentos, pela doença de Crohn, infecções bacterianas e virais e pela ingestão de substâncias corrosivas. • A gastrite não erosiva ou infecciosa: pode ser causada por infecção por Helicobacter pylori. • A gastrite pós-gastrectomia: manifesta-se em pessoas submetidas à cirurgia de retirada de parte do estômago (procedimento chamado gastrectomia parcial). A inflamação geralmente ocorre no local onde o tecido foi suturado. 2. GASTRITE Ainda pode ocorrer a gastrite em pacientes que passam por radioterapia, onde a radiação pode provocar a irritação da mucosa do estômago. Além disso, há a doença de Ménétrier, um distúrbio raro que provoca o crescimento de pregas na parede do estômago, propensas a acumular o suco gástrico e proliferação de bactérias como a H. pylori. Os sintomas mais comuns da gastrite são: ➢ Dor na região epigástrica (conhecida como boca do estômago). ➢ Azia, náuseas e vômitos ➢ Perda do apetite ➢ Sensação de estômago cheio 2. GASTRITE O diagnóstico é feito por avaliação médica, a partir dos sintomas e relatos do paciente. O médico também pode solicitar um exame de endoscopia, se houver necessidade ou o médico desconfiar de algum problema mais grave, ele pode recomendar uma biópsia do tecido. O tratamento consiste na administração de medicamentos, se houver a comprovação de infecção por bactérias, a administração de antibióticos será necessária, além disso, o médico recomenda uma série de mudanças em hábitos alimentares. Raramente o paciente com gastrite fica internado, entretanto, existe casos em que o paciente apresenta sangramento, percebido no vômito (hematêmese) ou nas fezes. E por isso, precisa ficar monitorado. 3. ÚLCERA PÉPTICA É a ocorrência de uma lesão na parede do estômago ou do duodeno (porção inicial do intestino delgado). Em casos raros pode aparecer no esôfago. Mais de 90% dos casos de úlcera péptica está ligada a bactéria Helicobacter pylori. Mas há outras razões para manifestar a úlcera, são elas: ➢ Histórico familiar: alguns casos está ligado a questões genéticas. ➢ Uso constante de medicamentos: sabe-se que o consumo sem prescrição médica de anti-inflamatórios entre outras medicações, podem provocar a lesão. ➢ Estresse: o estado de estresse do indivíduo pode estimular produção em excesso do ácido estomacal, associado a comportamentos já ditos na gastrite, como o abuso em café, frituras, refrigerantes entre outros. 3. ÚLCERA PÉPTICA Os sintomas da úlcera podem demorar para aparecerem, já que até formar a lesão na parede do estômago pode demorar um certo tempo, entretanto, se a pessoa mantiver hábitos incorretos e mascarar os sintomas com a automedicação, quando realmente procurar um médico, seu estado de saúde já estará debilitado. Os sintomas são: ✓ Dor na região epigástrica, com piora após alimentação. ✓ Azia, queimação e sensação de estômago cheio. ✓ Náuseas e vômitos. ✓ Inapetência ✓ Pode apresentar hematêmese em grande quantidade ou fezes com sangue. 3. ÚLCERA PÉPTICA As imagens demonstram o que é uma úlcera péptica, lembrando que ela pode se manifestar em qualquer parte do estômago, bem como aparecer no esôfago ou duodeno. A segunda imagem mostra uma endoscopia localizando a úlcera. 3. ÚLCERA PÉPTICA O diagnóstico mesmo com avaliação médica e relatos do paciente, será confirmado após a endoscopia digestiva alta. Além disso, o médico também pode solicitar exame de sangue para verificar alguma infecção ou anemia. O tratamento consiste no controle da produção do suco gástrico, se houver a infecção da H. pylori é controlada com antibióticos, e há a recomendação de uma alimentação controlada. Caso apresente uma úlcera com sangramento ativo, pode ser preciso realizar uma cirurgia para conter o sangramento, além da necessidade de internação. 4. REFLUXO GASTROESOFÁGICO Também chamada de doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). Sua característica é o retorno do conteúdo gástrico para o esôfago. Lembrando que o esôfago é um tubo muscular oco, sua mucosa não é preparada para suportar acidez. O refluxo para dentro do esôfago ocorre quando o esfíncter esofágico (ou válvula cárdia) não está funcionando adequadamente. O esfíncter é um anel muscular que mantém a parte inferior do esôfago fechada para evitar o refluxo de alimentos e ácido gástrico para dentro do esôfago. Quando a pessoa engole, a válvula geralmente relaxa para permitir que os alimentos passem para dentro do estômago. 4. REFLUXO GASTROESOFÁGICO Quando uma pessoa está em pé ou sentada, a gravidade ajuda a prevenir o refluxo do conteúdo do estômago para o esôfago, o que explica motivo do refluxo piorar quando a pessoa está deitada. Também pode ter piora do quadro após a alimentação, pois há um aumento no volume do estômago. Alguns fatores podem contribuir para o refluxo, são eles: • Ganho de peso • Alimentos gordurosos • Bebidas com cafeína e com gás • Álcool • Tabagismo • Uso de alguns medicamentos 4. REFLUXO GASTROESOFÁGICO Os sintomas são: ✓ Pirose (sensação de azia e queimação): o paciente localiza essa sensação na região do esterno. ✓ Regurgitação: o conteúdo do estômago chega a cavidade oral. ✓ Dor de garganta: devido a acidez do conteúdo no esôfago, provoca irritação na garganta. ✓ Tosse seca: o paciente começa a tossir para que o conteúdodesça para o estômago. ✓ Rouquidão na voz: as cordas vocais também ficam prejudicadas pela acidez do conteúdo no esôfago ✓ Disfagia (dificuldade para deglutir) ✓ Mal hálito e dentição prejudicada 4. REFLUXO GASTROESOFÁGICO Caso o paciente não procure um médico assim que sentir esses desconfortos de maneira rotineira, o refluxo pode acarretar complicações ao longo do tempo, dentre as complicações estão: esofagite, úlceras no esôfago e estreitamento do esôfago (também chamado de estenose esofágica). Para o diagnóstico é levado em conta a história do paciente, a avaliação médica e confirmado com o exame de endoscopia com biópsia do local. O tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico, o médico deverá avaliar o quadro do paciente para indicar a melhor opção. 5. ESOFAGITE Corresponde a inflamação da mucosa do esôfago. E como já vimos, uma das causas pode ser a DRGE mas, existem outras causas como: distúrbios alimentares como a bulimia, uso de medicamentos ou outras terapias como, a quimioterapia e a radioterapia e outras infecções que podem acometer o esôfago. 5. ESOFAGITE Os sintomas são: • Dor no tórax (retrosternal) ou na garganta, devido à anatomia do corpo humano. • A dor pode ser tipo queimadura ou uma sensação de peso ou facada. A dor da esofagite pode ser constante ou intermitente; • Disfagia • Quando a inflamação está grave, pode surgir hemorragia, observada sob a forma de sangue no vômito (hematêmese) ou nas fezes (melena), que podem apresentar uma cor escura pela presença de sangue digerido. O diagnóstico é por meio de avaliação médica e consequente exame de endoscopia. 5. ESOFAGITE O tratamento consiste em administrar medicamentos para controlar a inflamação, além disso, também é controlado o que causou a inflamação. Por isso, se for desencadeada por infecções, pode ser que o paciente precise de internamento para que as medicações sejam administradas via endovenosa, poupando a ação do estômago. Caso seja decorrente da DRGE, a cirurgia para tratar o refluxo pode ser indicada. 6. PANCREATITE É uma doença causada pela inflamação do pâncreas. O pâncreas fica localizado atrás do estômago, entre o duodeno e o baço. Ele possui funções importantes para o nosso organismo, são elas: • Produção e secreção de enzimas digestivas para o duodeno através de um ducto (ducto pancreático). Estas enzimas ajudam na digestão de proteínas, gorduras e carboidratos; • Produção e secreção de insulina e glucagon na corrente sanguínea para a regulação do uso de glicose pelas células do organismo; 6. PANCREATITE A doença acontece quando as enzimas produzidas pelo pâncreas se tornam ativas ainda no seu interior. Em condições normais as enzimas só se tornam ativas quando saem do pâncreas e atingem o duodeno. A ativação ainda no interior do pâncreas causa a destruição dos tecidos do próprio órgão. Existem dois tipos de pancreatite: • Pancreatite aguda: o paciente apresenta um aumento no tamanho do pâncreas, causado pela inflamação, além de sentir uma dor intensa e súbita. • Pancreatite crônica: acontece quando o paciente apresenta, de tempos em tempos, crises de pancreatite aguda. Essa condição precisa de acompanhamento médico constante, porque o paciente pode ir perdendo as funções do pâncreas, por causa dos danos das constantes crises de pancreatite. 6. PANCREATITE As causas que podem levar o indivíduo a ter pancreatite são: ✓ Presença de cálculos biliares formados na vesícula biliar que podem migrar através dos ductos biliares e atingir a região onde desemboca o ducto pancreático, causando obstrução na saída das enzimas do pâncreas; ✓ Abuso da ingestão de álcool e alimentos gordurosos: pois a glândula fica sobrecarregada para ajudar no metabolismo do álcool e também da digestação de gordura. Os sintomas manifestados são: dor abdominal intensa, na parte superior do abdomên, que pode afetar até mesmo as costas; Náuseas e vômitos; Icterícia (mucosas e pele na cor amarelada); Diarreia; Fezes gordurosas e com forte odor (também pode apresentar cor amarelada); Febre; Suor e perda de peso acelerada. 6. PANCREATITE O diagnóstico ocorre por meio de avaliação médica, associada a exames de sangue e de imagens como, ultrassom, tomografia e colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPRE). O tratamento terá como base medicamentos para diminuir a inflamação, porém, cada caso deve ser avaliado. É comum o médico recomendar jejum por alguns dias para que o pâncreas não seja estimulado com a presença dos alimentos no duodeno. A reintrodução alimentar ocorrerá quando a dor desaparecer e o quadro clínico do paciente melhorar. A colecistectomia (retirada cirúrgica da vesícula) deve ser realizada caso o motivo seja por presença de cálculos biliares. Em casos mais graves além das medicações serem mais fortes, os pacientes podem utilizar a sonda nasoenteral para que o paciente receba alimentação. 7. COLECISTITE É a inflamação da vesícula biliar. Em grande parte dos casos, essa inf lamação é em decorrência da obstrução do ducto cístico por um cálculo biliar. A formação de cálculos na vesícula é chamada de colelitíase. A obstrução provoca a estase biliar que libera enzimas inflamatórias. A vesícula biliar tem a função de armazenar a bile, um líquido produzido pelo fígado para digerir alimentos gordurosos. Depois de comer, a vesícula biliar injeta a bile através do trato biliar para o intestino. 7. COLECISTITE Os sintomas costumam ser: • Dor na parte superior ou superior direita do abdomên • Sudorese • Náuseas e vômitos Os sintomas tendem a piorar quando ingere alimentos gordurosos. Quando há febre pode significar uma infecção bacteriana. As mulheres são mais propensas do que os homens à esta condição e torna- se mais comum com a idade. Outros fatores que aumentam o risco de colecistite são o excesso de peso e ter um membro da família que sofre ou sofreu de colecistite. 7. COLECISTITE O diagnóstico é feito por um médico com base nos sintomas e exame físico. Mas, ele pode solicitar exames de sangue para testar sinais de infecção ou problemas hepáticos. Pode ser necessária uma ecografia ou uma tomografia computadorizada (TC) para examinar a vesícula biliar. O tratamento da colecistite consiste em aliviar a dor e a inflamação, quando comprovada a infecção, o uso de antibióticos se faz necessário. Em casos recorrentes, persistentes ou graves, se recomenda a remoção cirúrgica da vesícula biliar (colecistectomia). Hoje a cirurgia de colecistectomia é feita por vídeolaparoscopia, dificilmente é usada a técnica aberta. 7. COLECISTITE A primeira imagem ilustra como é a técnica cirúrgica de colecistectomia por vídeolaparoscopia e a segunda imagem mostra uma vesícula retirada, percebam a quantidade cálculos na região. 8. PERITONITE É a in f l am ação do pe r i t ôn i o , uma membrana que reveste a cavidade abdominal , cobr indo os órgãos do abdomên. Ela costuma se manifestar a partir de infecções do trato gastrointestinal, em casos das mulheres também pode ser decorrente de infecções do seu aparelho reprodutor. Outras causas estão ligadas à traumas no abdomên e procedimentos cirúrgicos como, a implantação do cateter peritoneal para diálise. 8. PERITONITE Os sintomas manifestados são: ➢ Dor difusa no abdomên que se torna mais intensa ao se movimentar. ➢ Tem hipersensibilidade ao toque na região abdominal. ➢ Pode apresentar distensão abdominal. ➢ Náuseas e vômitos ➢ Febre ➢ Taquicardia Normalmente a inflamação não é localizada com facilidade, já que toda a cavidade abdominal manifesta sinais de infecção, por isso, o maior risco é a evolução do paciente em sepse e consequentemente óbito. 8. PERITONITE O diagnóstico é feito a partir de exames de imagem, são solicitados ultrassom, tomografia e ressonância magnética. Se houver coleção de líquido na cavidade, o médico pode realizar a drenagem e coleta de uma amostra para análise laboratorial. O tratamentodependerá da causa. Se for em decorrência de algum trauma, como ferimentos por arma de fogo, o paciente é encaminhado ao Centro Cirúrgico imediatamente. Já em casos de relação com infecções prévias, o paciente necessita de internação para receber antibióticos específicos, drenagem do líquido na cavidade abdominal e monitoramento constante. 9. APENDICITE É a inflamação do apêndice. Um pequeno órgão linfático parecido com o dedo de uma luva, localizado na primeira porção do intestino grosso. A causa da apendicite não é compreendida totalmente. Porém, em grande parte dos casos, há um bloqueio dentro do apêndice que desencadeia o processo inflamatório. O bloqueio pode ser causado por um pedaço pequeno e duro de fezes (fecaloma), um corpo estranho ou, em casos raros, vermes. 9. APENDICITE A apendicite manifesta com os seguintes sintomas: • Dor do lado inferior direito do abdomên. É uma dor pontual, contínua e localizada, com intensidade moderada à intensa; • Náuseas e vômitos; • Flatulência, indigestão, diarreia ou constipação; • A febre pode aparecer; • Inapetência; • Fraqueza e mal estar geral. Assim que o médico avalia o paciente e suspeita de apendicite, ele pode solicitar exames de sangue e de imagem, para confirmar a inflamação. 9. APENDICITE O único meio de tratamento é o cirúrgico, com retirada do apêndice. Não é possível esperar por dias para que a cirurgia seja realizada, já que por se tratar de uma parte do intestino, a inflamação pode suporar, ou seja, romper o apêndice e o conteúdo infeccionado e cheio de bactérias pode invadir a cavidade abdominal, levando o paciente a um quadro grave de sepse ou até mesmo ao óbito. Associada a cirurgia está a administração de antibióticos. Dependendo da gravidade do quadro do paciente, a cirurgia é considerada de emergência. Assim como na colecistectomia, a apendicectomia pode ser feita por vídeolaparoscopia ou aberta. 9. APENDICITE As imagens acima ilustram a técnica cirúrgica da apendicectomia, por vídeolaparoscopia e a última é uma imagem da cirurgia aberta. A imagem central é o apêndice inflamado. 11. HEPATITES O termo hepatite quer dizer inflamação do fígado. Até hoje, a incidência de hepatites aqui no Brasil é considerado um problema de saúde pública. Ela pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Milhões de pessoas no Brasil são portadoras dos vírus B ou C e não sabem, correndo o risco das doenças evoluírem (tornarem-se crônicas) e causarem danos mais graves ao fígado, como cirrose e câncer. Também existe as hepatites D e E. 11. HEPATITES A forma de contaminação e contágio são as seguintes: • Contágio fecal-oral: condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos (vírus A e E); • Transmissão sanguínea: se praticou sexo desprotegido ou compartilhou seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam (vírus B, C e D); • Transmissão sanguínea: da mãe para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação (vírus B, C e D). 11. HEPATITES A evolução das hepatites varia conforme o tipo de vírus. Os vírus A e E apresentam apenas formas agudas de hepatite (raramente evoluem para formas crônicas). Isso quer dizer que, após uma hepatite A ou E, o indivíduo pode se recuperar completamente, eliminando o vírus de seu organismo. Por outro lado, as hepatites causadas pelos vírus B, C e D podem apresentar tanto formas agudas quanto crônicas e neste caso é diagnosticado quando a doença persiste no organismo por mais de seis meses. São doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas, mas, quando estes aparecem, podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, náuseas, vômitos, dor abdominal, icterícia, colúria e hipocolia fecal. 11. HEPATITES O diagnóstico das hepatites é por meio de exame de sangue, onde se verifica a sorologia para cada vírus. Não existe tratamento específico para as formas agudas das hepatites. São usadas medicações para controle dos sintomas, além disso, é recomendada uma dieta leve e hidratação, além, do repouso por alguns dias. Precisa ter atenção quanto às medicações usadas, já que se deve evitar o uso de remédios que tenham potencial hepatotóxico. Uma parcela dos casos de hepatite crônica necessitará de tratamento, cuja indicação baseia-se no grau de acometimento hepático observado através de biópsia. 11. HEPATITES Os portadores das hepatites crônicas devem receber orientações sobre seu estado de saúde para que executem ações simples que reduzam a chance de evolução para cirrose ou câncer de fígado. Nesse sentido há a orientação para o não consumo de bebidas alcoólicas, prevenção da co-infecção com HIV, controle de distúrbios metabólicos como a hiperlipidemia, obesidade e diabetes. Também é orientado sobre os meios de transmissão, para que mantenha os cuidados de não transmiti- la para ninguém mais. Além é claro, da recomendação de consultas médicas periódicas. 12. CIRROSE A cirrose hepática pode ser definida como um processo difuso de fibrose e formação de nódulos, e consequetemente de necrose do tecido hepático. Apesar das causas variarem, todas resultam nesse mesmo processo. Quando o fígado é lesionado, ele tenta se recuperar formando tecido cicatricial (fibrose). Quando essa fibrose é disseminada de forma grave, o tecido cicatricial forma faixas pelo fígado, destruindo sua estrutura interna e prejudicando a capacidade de regeneração e funcionamento do órgão. Esta cicatrização grave é chamada cirrose. Fígado normal Fígado com cirrose 12. CIRROSE Com a função do fíagado é afetada, o órgão é incapaz de: • Metabolizar medicamentos, toxinas e produtos residuais do organismo. • Processar a bile. • Produzir proteínas que ajudam na coagulação do sangue. • Produzir albumina (uma proteína que ajuda a evitar que o líquido saia dos vasos sanguíneos). À medida que a doença evolui, o fígado tem seu tamanho reduzido. 12. CIRROSE A cirrose hepática tem várias causas. As mais conhecida é pelo alcoolismo e as hepatites crônicas. Porém, há casos em que a causa é devido ao uso de drogas, medicamentos e até mesmo outras infecções. Muitas pessoas com cirrose, nos estágios iniciais da doença, são assintomáticas, ou seja, não apresentam sintomas. Entretanto, com a progressão da fibrose, a função do órgão começa a ser afetada e o indivíduo pode apresentar os seguintes sintomas: ✓ Cansaço e fraqueza ✓ Inapetênca e perda de peso ✓ Náuseas e vômitos ✓ Icterícia generalizada ✓ Prurido na pele ✓ Abdomên ascítico ✓ Manchas na pele 12. CIRROSE À medida que a doença avança, complicações podem aparecer. Em algumas pessoas, elas podem ser os primeiros sinais da doença. O diagnóstico, é feito com exames de sangue, imagem, biópsia e monitoramento. O dano hepático da cirrose geralmente é pouco reversível, mas o tratamento pode retardar a evolução da doença e reduzir suas complicações. O tratamento dependerá da causa da cirrose e do quadro clínico do paciente. 12. CIRROSE O tratamento de cirrose decorrente de hepatites envolve medicamentos usados para o tratamento destas, como antivirais para hepatites por vírus e corticóides para hepatite auto-imune. Ou seja, o tratamento dependerá da causa subjacente. Em todos os casos, independente da causa, seguir uma dieta saudável e evitar o álcool são essenciais, pois o corpo necessita de todos os nutrientes que puder obter, e o álcool levará apenas a mais dano hepático. Quando não se consegue controlar as complicações ou quando o fígado foi danificado a ponto de sua função estar muito comprometida, um transplante de fígado será indicado. No transplante, o fígado doente é removido e substituído por um sadio. 14. DOENÇA DE CROHN A doença de Crohn é uma doença inflamatória que acomete o tratogastrointestinal. Ela afeta predominantemente a parte inferior do intestino delgado (íleo) e intestino grosso (cólon), mas pode afetar qualquer parte do sistema digestivo. Não se sabe ao certo a causa da doença de Crohn, mas muitos pesquisadores acreditam que uma disfunção do sistema imunológico faça com que o intestino reaja em excesso a um agente ambiental, alimentar ou infeccioso, na região dos intestinos. 14. DOENÇA DE CROHN As inflamações causadas pela Doença de Crohn são invasivas e não se restringem à parte superficial dos intestinos. Pelo contrário, a inflamação atinge todas as camadas da parede intestinal. A doença provoca dores abdominais, cólicas intestinais e diarreia, levando à perda de peso, febre e anemia. Alguns paciente podem ter náuseas e vômitos. O Crohn é considerada uma doença sistêmica, ou seja, afeta outras regiões do corpo e pode provocar inchaço em articulações, levando ao surgimento de artrite, crises de afta e erupções cutâneas. Também pode ocorrer inflamação ocular durante as crises. 14. DOENÇA DE CROHN Estes sintomas evoluem de acordo com o quadro da doença. A forma leve pode apresentar pouca dor e diarreia branda, passando despercebida. Já a forma grave pode levar ao surgimento de abcessos ou obstrução ou até perfuração intestinal. O diagnóstico é por meio de exames de sangue e fezes, muitos paciente apresentam fezes com muco e ou sangue. Também é solicitado exames de imagem como tomografia, ressonância, endoscopia e a colonoscopia. 14. DOENÇA DE CROHN O tratamento consistem em reduzir a inflamação e a aliviar os sintomas, por meio de medicamentos para controle da motilidade intestinal, febre e possíveis infecções. Em casos mais graves da doença o médico também pode optar por cirurgias, pode ser retirado uma porção do intestino lesionado ou até mesmo é optado a cirurgia de colostomia. Não há uma cura para a doença de Crohn, seus portadores devem tomar cuidados durante a alimentação e no acompanhamento médico regular. 14.1 Doença de Crohn - cuidados de enfermagem As imagens acima mostram como é a cirurgia e os cuidados com a colostomia.
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