Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SEMIOLOGIA NEUROLOGICA: AVALIAÇÃO COGNITIVO: - Consciência; linguagem; memória AVALIAÇÃO SOMÁTICO: - Motricidade: - Sensibilidade: - Coordenação: - Movimentos involuntários: - Sinais meníngeos: NERVOS CRANIANOS: I- Olfatório II - Ótico III, IV, VI – Oculomotor (MOE: motricidade óculo motor) → Controla os músculos reto medial, superior e inferior, oblíquo inferior e elevador da pálpebra. IV- Troclear (movimentação ocular. Inerva o músculo obliquo superior) V- Trigêmeo (sensibilidade facial, controlam músculos da mastigação) VI - Abducente (movimentação ocular. lnerva o músculo reto lateral) VII – Facial (mímica facial) IX, X – Vago, Glossofaríngeo (fala e deglutição) XII – Hipoglosso (inerva a língua) ANAMNESE: -Queixa e Duração - História Clínica direcionada - Dor? Características (intensidad, localização, irradiação, duração, evolução, fatores desencadeantes, fatores de melhora, fatores de piora, caráter, manifestações concomitantes) - Dor na Coluna: controle esfincteriano preservado? Alterações sensitivas em região perineal? Em faixa? Disestesias? - Sintomas Progressivos? Súbitos? Episódios anteriores? - Episódios cíclicos? Relacionados a estações do tempo? - Cefaléia: características da dor, diário, aura (aura exclusiva), sintomas pós-dor, antecedentes familiares, uso de hormônios (yas, yasmin). - Crises Convulsivas: parcial simples? Complexa? Tônica? Clônica? Sensorial? Tônico-clônica generalizada? Parcial complexa com Generalização secundária? Marcha Jacksoniana? Hemiparesia de Todd? - Alterações Cognitivas: habilidades executivas? Memória? Recente? De Fixação? De evocação? - Alterações de Fala: Expressão? Compreensão? Repetição? Somente fala, ou outras esferas da expressão da linguagem? - Doenças sistêmicas associadas: Diabetes? (Hipoglicemia → crises convulsivas, cefaléia, desorientação) Hipertensão? Hipotensão? Hipotiroidismo EXAME FÍSICO NEUROLÓGICO: • Nível de consciência (coma): • Exame do estado mental: MEEM – Mini Exame do Estado Mental: - Avaliação da orientação temporal e especial, cálculo, memória de registro e evocação e linguagem. - Pontuação até 30, alterado se < 24 (depende da escolaridade) - Bom instrumento de triagem para quadros demenciais • Funções corticais superiores: Área da Linguagem: são divididas em 2 áreas 1)A área de Broca, situada no giro frontal inferior, à frente do córtex motor, pólo expressivo, relacionada à dificuldade em expressar-se. A fala é não fluente 2)A área de Wernicke, situada no terço posterior do giro temporal superior, pólo receptivo, relacionada à dificuldade em compreender a linguagem. A fala é fluente. Comprometimento dessa aéreas: A afasia é um distúrbio que afeta a linguagem, mas não um distúrbio de linguagem. O distúrbio é causado por alterações em múltiplos níveis cognitivos e não apenas por défices específicos de linguagem, uma vez que estes são específicos de uma modalidade. - Afasia motora ou de Broca (GFInf): acometimento da área de Broca - Brodman 44 – Não fluente, compreensão adequada, repetição deficiente - Afasia transcortical motora: acometimento da área motora suplementar (cortex pré motor) Não fluente, compreensão adequada, repetição boa. - Afasia de Wernicke: lesão na área de Wernicke (GTSp) - Brodman 22 Fluente, não compreende nem repete. -Afasia de condução: lesão no fascículo longitudinal superior (arqueado) Fluente, compreensão boa, repetição deficiente -Afasia global: lesões extensas de todo território da ACM Não fluente, não compreende, não repete. DOMINANCIA ESQUERDA: 96% Praxia: -Capacidade de realizar, sob solicitação, uma ação motora voluntária e previamente conhecida, apesar de haver vontade e habilidade física para realizá-la. - Quando há alteração, chamamos de apraxia. - Exemplos: apraxia motora, apraxia de marcha, apraxia ideativa - Síndrome de Gerstmann: lesão no giro angular dominante: Agnosia digital, agrafia, acalculia, dificuldade de distinção entre esquerda e direita. • Força muscular (tônus, trofismo, intensidade, sincinesias) • Trofismo: atrofia, hipertrofia, hipotrofia • Tônus: palpação e movimentação passiva dos membros Hipotonia Hipertonia: Extrapiramidal → plástica, em “roda denteada” ; Piramidal → elástica, sinal do canivete - Importante caracterizar o padrão da perda motora, tempo de instalação e evolução, sintomas associados: Proximal x distal Monoparesia, hemiparesia, paraparesia, tetraparesia Neuropatias (mono, múltipla, poli) Manobras para avaliar força muscular: - Manobra de Mingazzini de MMSS e MMII - Manobra de Barré • Sensibilidade (tátil, térmica, superficial, profunda) Sensibilidade tátil, proprioceptiva e vibratória: • Fibras A-beta: grossas e mielinizadas, de transmissão rápida Sensibilidade dolorosa e térmica: • Fibras A-delta: mielinizadas e finas, de transmissão reduzida • Fibras C: fibras amielínicas, de transmissão lenta • Reflexos profundos e superficiais - Reposta muscular involuntária desencadeada por um estímulo - Avaliar a presença, ausência, simetria, amplitude, aumento ou diminuição das respostas musculares aos estímulos. • Reflexos profundos (percussão) mais comumente pesquisados: Bíceps (C5, C6): nervo musculocutâneo Tríceps (C7, C8): nervo radial Quadríceps ou patelar (L3, L4): nervo femoral Aquileu (S1): nervo ciático • Reflexos superficiais (estimulação cutânea) mais comumente pesquisados: Abdominal superior (T7- T10) e inferior (T10-L); cutâneo plantar (L4-S2), nervo tibial; Anal superficial (S2-S5): nervo pudendo. - Manobras auxiliam a pesquisa dos reflexos: - distração (contar, atividade motora em outro grupo muscular, etc) - Aumento na tensão muscular do efetor pesquisado. • Provas cerebelares (metria, coordenação tronco, troncomembros, escrita) • Controle do equilíbrio e movimentação ocular, postura e locomoção, controle e precisão dos movimentos. • Marcha e equilíbrio: • Equilíbrio estático • Equilíbrio dinâmico Avaliação da marcha: tentar andar normal, marcha pé-antepé -Ataxia de marcha: alargamento da base, perda de equilíbrio - Marcha parkinsoniana: rigidez, bradicinesia, passos curtos, tronco inclinado para frente -Marcha apráxica: passos curtos, arrastando os pés. • Sinais meningorradiculares: Avaliar principalmente relacionados com casos de meningite ou hemorragia subaracnóidea: • Rigidez de nuca: resistência à flexão passiva da cabeça, às vezes com dor • Sinal de Kernig: dor e resistência, quando tentativa de extensão dos joelhos no paciente em decúbito dorsal, com as coxas e joelhos fletidos • Sinal de Brudzinski: a flexão passiva da nuca provoca uma flexão involuntária dos quadris e dos joelhos •Sinal de Lasègue: paciente em decúbito dorsal, com flexão da coxa com a perna estendida. Paciente refere dor no trajeto do nervo ciático. • Sinal de Lhermitte: flexão do pescoço causando sensação de choque na coluna • Nervos cranianos Tronco encefálico: I- Olfatório II - Ótico III, IV, VI – Oculomotor (MOE: motricidade óculo motor) → Controla os músculos reto medial, superior e inferior, oblíquo inferior e elevador da pálpebra. IV- Troclear (movimentação ocular. Inerva o músculo obliquo superior) V- Trigêmeo (sensibilidade facial, controlam músculos da mastigação) VI - Abducente (movimentação ocular. lnerva o músculo reto lateral) VII – Facial (mímica facial) IX, X – Vago, Glossofaríngeo (fala e deglutição) XII – Hipoglosso (inerva a língua) *Nervos Cranianos da motricidade extrínseca (MOE): OS IV ReLa VI o resto III: IV (troclear) – obliquo superior - (OS) VI (abducente) – reto lateral - (RELA) III (oculomotor) – restante NEUROANATOMIA: CÓRTEX → É a camada mais superficial do cérebro, uma camada de substânciacinzenta que apresenta numerosas dobras (sulcos e giros), onde se localizam a parte funcional do cérebro (áreas de Brodmann) ESTRUTURAS SUBCORTICAIS → são um grupo de estruturas diversas encontradas no interior do cérebro. Elas incluem o diencéfalo (tálamo, epitálamo, subtálamo e hipotálamo), a glândula pituitária (hipófise), as estruturas límbicas e os núcleos da base. TRONCO CEREBRAL → é a parte mais caudal do encéfalo. É composto pelo mesencéfalo, pela ponte e pelo bulbo. O cerebelo, a ponte e o bulbo são frequentemente agrupados sob o nome de rombencéfalo. A importância do tronco encefálico se repousa em várias de suas características MEDULA ESPINAL → é encontrada na coluna vertebral. É uma continuação do tronco encefálico, estendendo-se desde o forame (buraco) magno do osso occipital até à vértebra L1 / L2. Esta parte caudal do SNC transmite informações para a periferia e vice-versa através da interação com o sistema nervoso periférico. As áreas situadas adiante do sulco central relacionam-se com a MOTRICIDADE, enquanto as situadas atrás deste sulco relacionam-se com a SENSIBILIDADE. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/estruturas-subcorticais https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/diencefalo https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cerebelo-e-tronco-cerebral https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/mesencefalo https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/bulbo https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/tronco-encefalico-2 https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/tronco-encefalico-2 https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/anatomia-da-medula-espinhal ÁREAS DE BRODMANN: LOBO FRONTAL: - Funções do lobo frontal: movimentos voluntários, atenção, memorias de curto prazo, motivação e planejamento. Superfície lateral do córtex; : • ÁREA MOTORA PRIMÁRIA (4): responsável por controlar os movimentos voluntários – exemplo: dançar de qualquer jeito • ÁREA PRÉ MOTORA (6): responsável pelo planejamento voluntário – exemplo: planejar como vai dançar (coreografia) • ÁREA CAMPO OCULAR (8): responsável pelos movimentos dos olhos • ÁREA DE BROCA (44) → responsável pela produção da fala, compreensão da linguagem LOBO PARIETAL: - Funções do lobo parietal: Integração e processamento das informações sensoriais (sensitivas). - O lobo parietal está separado do lobo frontal pelo SULCO CENTRAL e do lobo occipital pelo SULCO PARIETO- OCCIPITAL: Superfície lateral: • ÁREA SOMATOSSENSITIVA PRIMÁRIA (3,1,2) → Está localizado no giro pré central, suas informações são de anterior para posterior, ou seja, das aéreas 3 → 2 → 1 e são responsáveis pelas informações sensoriais: TATO, PROPRIOCEPÇÃO, PERCEPÇÃO DA DOR, TEMPERATURA. • ÁREA DE WERNICKE 39 E 40- no hemisfério dominante): compreensão da linguagem ÁREA 39 – responsável pela leitura, matemática ÁREA 40- responsável pela percepção em processamento da linguagem LOBO OCCIPITAL: - Função do lobo occipital → responsável pelo processamento de informações visuais ÁREA VISUAL PRIMÁRIA (17): Também chamada → CÓRTEX VISUAL PRIMÁRIO = V1 Tem função de processar os estímulos visuais, reconhecimento das cores. Essa área é melhor visualizada pela região interna do cérebro (parte posterior do lobo occipital) LOBO TEMPORAL: • ÁREA AUDITIVA (41, 42): São responsáveis pelo processamento auditivo Fissura Lateral (FISSURA DE SYLVIUS): se divide em ramo anterior ou horizontal, ramo ascendente e ramo posterior. Giros temporais superior, médio e inferior, divididos pelos sulcos temporais superior e inferior – essa fissura divide a parte superior do cérebro da parte inferior. LOBO DA ÍNSULA: É um lobo interno e fica abaixo o lobo parietal/lobo temportal. É o envoltório externo dos gânglios da base. Funções: Sentimento de empatia, sensação de nojo, conhecimento da própria fisionomia, percepção das emoções Dividido em: Giros curtos da ínsula, Sulco central da ínsula, Giros longos da ínsula. SUPERFÍCIE MEDIAL: - Corpo caloso: maior estrutura comissural do cérebro, formado pelo rostro, joelho, corpo e esplênio - Lóbulo parietal: entre o sulco pré central e pars medialis - Sulco da caloso: 100% contínuo - Sulco do cíngulo: passagem do seio sagital inferior, na borda inferior da foice cerebral. Termina na pars medialis - Sulco calcarino: dividido em ramo anterior e posterior pelo sulco parieto-occipital -Abaixo do sulco calcarino: giro lingual (projeção posterior do giro parahipocampal) -Acima do sulco calcarino: cúneo SUPERFÍCIE BASAL: Uncus: parte anterior corresponde à amigdala e a parte posterior à cabeça do hipocampo. Giro parahipocampal: memória Córtex entorrinal: memória Lateral ao nervo olfatório: giros orbitários (anterior, lateral, posterior e medial). O giro orbital lateral continua com a parte orbitária do giro frontal inferior. Medial ao nervo olfatório: giro reto NÚCLEOS DA BASE •Cápsula interna: ramos anterior, joelho e posterior •Joelho: passagem das fibras do trato piramidal • É o envoltório do núcleo lentiforme •Núcleo lentiforme: globo pálido + putamen •Núcleo caudado •Cápsula externa •Claustro VENTRÍCULOS CEREBRAIS: • Cavidades para produção e circulação do líquido cefalorraquidiano ou líquor • VENTRÍCULOS LATERAIS: se dispõe ao redor do tálamo, se dividem em corno frontal, corpo, átrio, corno occipital e temporal • SEPTO PELÚCIDO: membrana entre os dois ventrículos laterais • FORAME DE MONRO: comunicação com o III ventrículo • PLEXO COROIDE: produz o LCR, fica na fissura coroideia, posterior ao forame de Monro • III VENTRICULO: Base: quiasma óptico, haste hipofisária, tuber cinéreo, corpos mamilares • IV VENTRÍCULO: Assoalho Parte superior e inferior do teto TRONCO ENCEFÁLICO: • Mesencéfalo: É dividido em pedúnculo cerebral e tegmento, anteriores ao aqueduto, e teto mesencefálico, posterior ao aqueduto. • Ponte: Sulco da artéria basilar na região anterior → É o assoalho do 4º ventrículo • Bulbo: Continua inferiormente com a medula espinal. HIPERTENSÃO INTRACRANIANA: HIPÓTESE DE MONRO-KELLIE: O crânio contém: sangue, líquor e tecido cerebral PRESSÃO INTRACRANIANA NORMAL: Adultos → 10 – 15 (mmHg) Crianças → 3-7 (mmHg) RN → 1,5 – 6 (mmHg) PRESSÃO DE PERFUSÃO CEREBRAL: Pressão de Perfusão Cerebral (PPC) = Pressão Arterial Média (PAM) – Pressão Intracraniana (PIC) PPC = PAM – PIC Mecanismo: como resultado do aumento da PIC, o corpo tende a aumentar a PA, para manter a perfusão cerebral e evitar isquemia. Porém, o aumento da PA também aumenta o fluxo cerebral, causando hiperemia e aumentando ainda mais a PIC. O cérebro tem mecanismo de autorregulação para controlar o equilíbrio entre as pressões: PAM entre 60-160 mmHg PIC 10 mmHg PPF fica entre 50-150 mmHg • HERNIAÇÃO CEREBRAL: Uma consequência grave e potencialmente fatal que ocorre devido ao aumento da pressão intracraniana são as hérnias cerebrais, algumas de suas localizações anatômicas mais comuns são: - HÉRNIA UNCAL: Piora progressiva do nível de consciência, midríase ipsilateral, hemiplegia contralateral; - HÉRNIA TRANSTENTORIAL CENTRAL: Coma, perda progressiva dos reflexos de tronco, posturas anormais; - HÉRNIA TONSILAR: coma, tetraplegia e parada respiratória. ETIOLOGIA DA HIPERTENSÃO INTRACRANIANA: - Lesões, massa, tumor, infarto, contusões, hematomas, abscessos - Inchaço cerebral difuso em casos de traumatismo cranioencefálico (TCE) - Aumento da pressão venosa por trombose venosa cerebral (TVC) - Hidrocefalia; cranioestenose SINTOMAS: • Cefaleia • Náusea evômitos • Alterações visuais • Papiledema (exame do fundo do olho) • Alterações comportamentais • Diplopia (visão dupla) • Dificuldade de marcha • Sonolência • Anisocoria (pupilas com tamanhos diferentes) • Coma • TRÍADE DE CUSHING: hipertensão, bradicardia e irregularidade respiratória FISIOPATOLOGIA: - Ocorre uma perda na autorregulação do cerebrovascular, ocasionando um aumento da pressão intracraniana (PIC) Pode ser causada por Fluxo sanguíneo cerebral (FSC): - Hipoperfusão focal ou global (por isquemia) - Em casos de TCE, pode causar isquemia → FSC < 15 ml/100g - Mecanismo traumático do vaso, fazendo com que tenha uma falha na autorregulação das pressões → Pressão de Perfusão Cerebral (PPC); Pressão Arterial Média (PAM); Pressão Intracraniana (PIC) - Hiperperfusão (FSC > 55 ml/100g) → com o aumento do fluxo sanguíneo, ocorre uma hiperemia cerebral que interfere diretamente na autorregulação das pressões intracranianas. - Processo inflamatório + Edema ABORDAGEM INICIAL AO PACIENTE COM HIPERTENSÃO INTRACRANIANA: PRESSÃO INTRACRANIANA (PIC) > 22mmHg • GERAIS: elevação da cabeça (ângulo de 30º C), analgesia, sedação, equilíbrio hemodinâmico, hidratação, eletrólitos, nutrição, prevenção de convulsão, monitorização. • ESPECÍFICAS: Drenagem ventricular, bloqueador muscular, solução hiperosmolar, hiperventilação otimizada, hipotermia leve. MONITORIZAÇÃO DE PRESSÃO INTRACRANIANA: Manejo de pacientes com traumatismo cranioencefálico (TCE grave) é recomendado a monitorização da PIC: • INDICAÇÕES DE MONITORIZAÇÃO: - TCE grave com ECG < 9 (Glasgow 3-8 ) - Com tomografia anormal - Tomografia normal, mas com fatores de risco para HIC: Idade > 40 ; Pressão arterial sistólica < 90 mmHg; Postura de descerebração ou decorticação MONITORIZAÇÃO DA PRESSÃO DE PERFUSÃO CEREBRAL: - A perda da autorregulação cerebral no TCE grave é um dos motivos para diminuição da perfusão cerebral. - Pressão de perfusão cerebral (PPC) menor 60 mmHg aumenta em 3x o risco de hipóxia (valor ideal da PPC = é entre 60 e 70 mmHg). SEDAÇÃO: Deve ser avaliado cada caso: - Não é recomendado: Administração profilática de barbitúricos, não melhora PIC - Propofol é recomendado para controle de PIC, mas sem melhora da mortalidade. VENTILAÇÃO: - Manter normoventilação, com PaCO2 entre 35-45 mmHg. Cuidado! aumento da PaCO2 pode levar à hiperemia e aumento da PIC, mas a diminuição excessiva pode levar à isquemia. TERAPIA HIPEROSMOLAR: - O uso do manitol antes da monitorização da PIC deve ser restrito a pacientes com sinais clínicos de herniação cerebral ou piora neurológica progressiva. - Manitol é eficaz no controle de HIC na dose de 0,25 à 1 g/kg. Hipotensão arterial deve ser evitada. CORTICOESTEROIDES • O uso de corticoesteroides não é recomendado para melhora do desfecho neurológico ou redução da PIC. DRENAGEM LIQUÓRICA: Drenagem para abaixar a PIC em pacientes com Glasgow < 6 nas primeiras 12 horas pode ser considerada CRANIECTOMIA DESCOMPRESSIVA: • CD: retirada de uma parte do crânio, permitindo que o inchaço cerebral ocorra, sem aumento da PIC. • Pode ser realizada em um lado do crânio (hemicraniectomia unilateral), em ambos os lados (hemicraniectomia bilateral) ou bifrontal. •Menor mortalidade com CD, porém incidência maior de estado vegetativo. RESUMO: A hipertensão intracraniana é uma emergência médica. O primeiro passo é reconhecer o paciente, o segundo é tratá-lo o mais rápido possível. As metas são claras: PPC 60-70 mmHg e manter PIC < 22 mmHg. Como vimos, há diversas abordagens que podem ser utilizadas para o manejo de uma paciente com HIC aguda: Posicionamento correto e cabeceira elevada, a terapia hiperosmolar, o controle hemodinâmico, a sedação e analgesia até craniectomia descompressiva, mas sempre individualizando a terapêutica. Sem dúvidas, a melhor maneira de controlar a PIC é reverter a causa subjacente. CEFALÉIAS PRIMARIAS: SINAIS DE ALARME DE CEFALEIA: -Dor forte e súbita -Déficit neurológico: alteração fala e sensibilidade -Crise convulsiva -Papiledema – sinal de HIC -Dor com piora progressiva, sem resposta ao uso de analgésicos -Dor nova ou com mudança no padrão prévio -Imunodeficiência congênita ou adquirida -Antecedente oncológico • GRUPO 1: ENXAQUECA OU MIGRÂNEA: CARACTERISTICAS: + frequente em mulheres (35 – 39 anos) - Raro após os 50 anos, melhora com a menopausa - Pode ser genético CRITÉRIOS DIAGNÓSTICO: 5 crises semelhantes caracterizada por: Duração de 4 – 72 horas Dor unilateral, pulsátil Dor de intensidade moderada a forte Piora com atividade física Acompanhada de náusea e/ou vômitos, foto e fonofobia (luz e som) SINTOMAS: - Pode ou não ter Aura (é um sintoma neurológico focal reversível, que se desenvolvem ao longo de 5-60 minutos e costumam acontecer antes a crise de dor). - Sintomas visuais (escotomas, cintilantes) / Sensitiva/ Alteração da fala • Enxaqueca ou Migrânea Crônica: é considerada crônica quando possui mais do que 15 crises/mês por pelo menos 3 meses. FISIOPATOLOGIA: Ativação e sensibilização do sistema trigeminovascular, ocorre uma dilatação dos vasos durais e liberação de peptídeos vasoativos (resposta inflamatória), que causam a dor. TRATAMENTO: O tratamento é dividido em 2 etapas, para as crises e para controle, podendo ser medicamentoso e não medicamentoso: - As não medicamentosas incluem: diminuir o estresse, com repouso, horas de sono adequado, relaxamento físico e mental, massagens e compressas, há também a acupuntura e psicoterapia cognitiva comportamental. - Os medicamentosos incluem: AINH, analgésicos combinados com cafeína e isometepteno podem ser opção em crises moderadas. CLASSIFICAÇÃO DAS CEFALEIAS PRIMÁRIAS: GRUPO 1: Enxaqueca ou migrânea GRUPO 2: Cefaleia do tipo tensional GRUPO 3: Cefaleia em salvas GRUPO 4: Outras cefaleias trigêmino-autonômicas • GRUPO 2: CEFALEIA DO TIPO TENSIONAL: CARACTERISTICAS DE SINTOMAS: - Tipo + comum de cefaleia primaria - Associado ao estresse - Dor bilateralmente, em aperto ou pressão, de intensidade fraca a moderada e não piora com atividade física - Duração de 30 minutos a 7 dias - Ausência de náusea ou vômito - Pode estar associada com dor muscular (sente dor à palpação pericraniana) CRITÉRIOS DIAGNÓSTICO: - Pelo menos 2 sintomas característicos. Pelo menos 10 crises < 1/mês → CEFALEIA TENSIONAL INFREQUENTE > 1/mês → CEFALEIA TENSIONAL FREQUENTE >15/mês → CEFALEIA CRÔNICA’ TRATAMENTO: - Não medicamentoso: Psicoterapia, analgésico simples, AINES -Medicamentoso profilático: Amitriptilina/nortriptilina, Venlafaxina (ISRSN) • GRUPO 3: CEFALEIA EM SALVAS: CARACTERISTICAS: + sexo masculino (20-40anos) - Episódios súbitos de dor unilateral, extremamente intensa, com localização periorbital, associada a sintomas autonômicos, agitação. - Sintomas autonômicos: hiperemia conjuntival, lacrimejamento, congestão nasal, rinorreia, sudorese facial, miose, ptose palpebral, edema palpebral. - Períodos de salvas com crises de dor frequentes, variando de 1 a cada 2 dias até 8 por dia, alternados com períodos de remissão (tempo de duração é variável). Duraçao : 15min - 3 horas TRATAMENTO: Tratamento crise aguda → Oxigenoterapia (melhora muito os sintomas) Tratamento profilático→ utilizar durante todo o período de salvas até pelo menos 2 semanas após: Verapamil / Carbonato de lítio. GRUPO 4: OUTRAS CEFALEIAS TRIGÊMINO-AUTONÔMICAS: HEMICRANIA PAROXÍSTICA CRÔNICA: CARACTERISTICAS: - Predomínio no sexo feminino - Crises mais frequentes e mais curtas- Duração: 2 - 30 min - Sintomas autonômicos: hiperemia conjuntival, lacrimejamento, congestão nasal, rinorreia, sudorese facial, miose, ptose palpebral, edema palpebral. TRATAMENTO: ótima resposta com Indometacina nas crises NEURALGIA DO TRIGÊMIO (TRIGEMINAL): Acomete uma das divisões do nervo trigêmeo, por compressão na saída do tronco encefálico. CARACTERISTICAS: - Dor súbita, unilateral de curta duração, com caráter em choque elétrico e forte intensidade, afetando uma ou mais divisões do nervo trigêmeo. - Duração: poucos segundos – 2 min - Nunca atravessa para o outro lado da face, mesmo nos casos bilaterais (dor é limitada a um lado da face). - Pode provocar espasmo facial ou tique doloroso. - Dor pode ser localizada na região da maxila e mandíbula. - Acomete pacientes acima de 80 anos - Dor pode ser desencadeada por estímulos como lavar o rosto, escovar os dentes, falar, bocejar. - 85% dos casos com compressão do nervo trigêmeo na saída do tronco cerebral por uma artéria ou veia aberrante. TRATAMENTO: - Tratamento medicamentoso: Carbamazepina - Tratamento Cirúrgico: Descompressão microvascular Tratamentos ablativos: compressão por balão, radiofrequência HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA ESPONTANEA (AVC): INTRODUÇÃO: Sangramento que acontece no espaço subaracnóideo devido a qualquer etiologia que não seja o TCE. A principal causa de HSA é a ruptura de aneurismas intracranianos que, além de ser responsável por mais de 50% dos casos, é também, motivo de alta morbidade e mortalidade. - Corresponde a 3% do AVC - Idade média 50-55 anos PRINCIPAIS ETIOLOGIAS: Aneurisma cerebral (principal) Hemorragia Perimesencefálica Malformação Arteriovenosa Angiopatia amiloide Síndrome de Vasoconstrição Reversível Trombose Venosa Vasculites (altera a permeabilidade do vaso) ANEURISMA CEREBRAL É A PRINCIPAL CAUSA DE HEMORRAGIA SUBARACNOIDE: • São dilatações das paredes das artérias cerebrais intracranianas POR QUE OCORREM? Na imensa maioria das vezes, saculares (nos aneurismas seculares existe uma falha na parede arterial. Há deficiência na camada elástica interna. FATORES DE RISCO: História familiar Hipertensão Tabagismo e etilismo → geralmente, paciente terá baixa aderência ao tratamento Sexo feminino Descendência africana, japonesa ou finlandesa. Doenças do tecido conjuntivo: Ehler-Danlos, Marfan, NFI, rinspolicísticos QUADRO CLÍNICO: Cefaleia intensa e súbita: pico de intensidade de até 1 minuto. Pode vir acompanhada de vômitos e verdade de consciência transitória e geralmente está associada a esforços físicos ou a distúrbios emocionais. Cefaleia sentinela: 10-40% dos pacientes, ocorre dias a semanas antes do evento hemorrágico principal, sem sinal de sangramento na tomografia → procede a ruptura em alguns dias. Se deve a uma expansão do aneurisma. É um tipo de cefaleia secundária que vem acompanhada de hemorragia subaracnóideo espontânea. Ela é uma dor intensa e persistente, e pode durar dias ou até mesmo semanas → procede a ruptura em alguns dias. Se deve a uma expansão do aneurisma. Rigidez de nuca: pode demorar 6-24h para aparecer, quanto maior a quantidade de sangue, maior a dor. Sangue é irritante meníngeo potente, que fará contração da musculatura. Paralisia de nervos cranianos: III, VI Perda da consciência Crise convulsiva Hipertensão intracraniana: rebaixamento do nível de consciência, hipertensão arterial, bradicardia Óbito COMPLICAÇÕES: - ressecamento - vasoespasmo - hidrocefalia - distúrbios eletrolíticos HIPÓTESE DIAGNÓSTICA: - Sindrômico → Cefaléia, crise convulsiva - Topográfico → Encefálico difuso, meninges e espaços liquóricos - Etiológico → Vascular, AVCh, HSA DIAGNÓSTICO: - TC: sangramento após 24hrs - RM: sensível nas primeiras 12hrs - Coleta de líquor: indicado nos casos suspeitos com TC normal. Aumento de hemácias no exame laboratorial (3 tubos) - Angiotomografia: confirma o local de sangramento. TOMOGRAFIA DE CRÂNIO: Classificação Modificada de Fisher: preditor do risco de vasoespasmo ESCALA DE HUNT HES: (escala prognóstica, mas tem parâmetros clínicos e tem correlação com a mortalidade) - Se baseia na presença ou ausência de cefaleia e rigidez nuca, no nível de consciência e na resposta motora à dor. 1. Assintomático ou cefaleia minima e/ou rigidez de nuca 2. Cefaleia moderada à grave. Sem deficit neurológico ou apenas de nervo craniano 3. Confusão mental, sonolência, deficit focal leve 4. Hemiparesia moderada/grave, torporoso 5. Coma profundo, descerebração ESCALA WFNS Classificação clínica, com correlação prognóstica com a escala de Glasgow: 1. Glasgow 15, sem deficit motor 2. Glasgow 13-14, sem deficit motor 3. Glasgow 13-14, com deficit focal 4. Glasgow 7-12, com ou sem deficit focal 5. Glasgow < 7, com ou sem deficit focal ANATOMIA VASCULAR: Principal localização dos aneurismas: Circulação anterior: 90% - Artéria carótida interna / complexo comunicante anterior 30-40% - Artéria carótida interna / segmento comunicante posterior 30% - Artéria cerebral média 20-30% Circulação posterior: 10% - Topo da artéria basilar - Artéria cerebelar superior - Artéria cerebelar póstero-inferior (PICA) - Fatores de risco para sangramento: aneurismas > 7mm, aneurismas da circulação posterior A maioria dos aneurismas estão na carótida, artéria anterior TRATAMENTO: • Suporte intensivo → sedar ao ponto que fique sonolento, mas ao ponto que você chama e responde. Paciente em UTI. • Manejo pressórico e de HIC (diminuir a hipertensão intracraniana) • Prevenção do ressangramento: tratamento do aneurisma, preferencialmente em até 24-72h • Prevenção de vasoespasmo: Nimodipino 60mg VO 4/4h, hipertensão arterial (bloqueador de canal de cálcio seletivo para o cérebro) HIDROCEFALIA: - É acúmulo de líquido cefalorraquidiano no encéfalo - LCR é produzido pelos plexos coroídes e nos ventrículos em menor quantidade, 150ml aproximadamente. - No adulto é produzido 450ml - LÍQUOR NORMAL: espera-se 0,5 linfócitos e sem hemácias ou polimorfonucleados. Glicose 60 mg/dL e proteínas 30 mg/dL CAUSAS DA HIDROCEFALIA: A hidrocefalia ocorre ou por déficit na absorção ou circulação do líquor, ou mais raramente, por aumento na produção. - Hidrocefalia obstrutiva: obstrução proximal, mais frequente no aqueduto cerebral ou 4º ventrículo. - Hidrocefalia comunicante: déficit de reabsorção pelas granulações aracnóideas. - Hiperprodução: tumores do plexo coróide (raro). ETIOLOGIAS ESPECÍFICAS: Congênitas: - Malformação de Chiari 2 / mielomeningocele - Malformação de Chiari 1 - Estenose do aqueduto cerebral → problema no desenvolvimento embrionário Adquiridas: - Infecciosa: pós meningite (bacteriana, tuberculose), neurocisticercose / Pós hemorrágica/ Tumores QUADRO CLÍNICO: CRIANÇAS MAIORES E ADULTOS: Sintomas de HIC, cefaleia crônica, papiledema, alteração de marcha TRÍADE HAKIM (tríade para hidrocefalia crônica no adulto) Apresenta: - Alterações da marcha - Incontinência urinária - Alterações cognitivas RN E LACTANTES: - Aumento do perímetro cefálico – Irritabilidade - Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor - Fontanela abaulada - Disjunção de suturas cranianas - Varizes cefálicas CLASSIFICAÇÃO: • ADQUIRIDA → Etiologia definida, secundária à hemorragias, tumores, trauma, infecção etc. - Tratamento depende da etiologia de base. • HIDROCEFALIA DE PRESSÃO NORMAL (HPN) → Tríade de Hakim: caracterizada por déficit cognitivo, incontinência urinária e dificuldadede marcha. - Classicamente tratada com DVP (cateter de derivação ventricular) DIAGNÓSTICO: - RX -TC - RNM → analisa etiologias e estudo de fluxo liquórico CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: - Aumento dos cornos temporais/ Balonamento do 3º ventrículo/ Afilamento do corpo caloso TRATAMENTO: 1- Cateter de derivação ventricular (DVP) → Peritoneal, atrial e pleural -Amplamente disponível -Tratamento de escolha na maioria dos casos, principalmente nas hidrocefalias comunicantes - Complicações: infecção, hiper ou hipodrenagem, obstrução 2- Endoscopia → após a DVP O que é hidrocefalia? Acúmulo de líquido cefalorraquidiano no encéfalo. Por que ocorre hidrocefalia? (fisiopatologia) A hidrocefalia tem vários tipos sendo comum ocorrer após trauma, infecções, tumores e causa da compressão de fibras subcorticais periventriculares, diminuição do fluxo sanguíneo cerebral em áreas de circulação terminal e diminuição do turn-over do líquor Quais os tipos de hidrocefalia? Obstrutiva, comunicante, hiperprodução, congênita e obstrutiva. Qual doença ocorre mais na hidrocefalia do tipo congênita? Estenose do aqueduto cerebral, mielomeningocele Quando pode ocorrer hidrocefalia? Pós meningite, pós infecção, pós trauma. Quais os tipos de tratamento? Cateter de derivação ventricular e endoscopia. Qual o diagnóstico na criança? E no adulto? Na criança através do exame de imagem, sendo mais comum o RX e quando pode ser descoberta através do ultrassom. No entanto, a criança pode fazer os outros exames de imagem, mas depende da idade e do tempo de evolução da doença. Já nos adultos deve sempre fazer exames de imagem como RX, TC, RNM
Compartilhar