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Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Entender o aleitamento materno, seus tipos, benefícios e contraindicações Tipos de aleitamento materno Exclusivo: Quando o bebê recebe apenas leite materno e mais nada; O recomendado é que seja até 6 meses de vida do lactente; Predominante: Bebê recebe além do leite materno quando o bebê recebe, água, chá ou sucos; Complementado: Bebê recebe além do leite materno alimentos sólidos, como papa de frutas ou papas salgados; Dos 6 meses até 2 anos, por que até os dois anos ainda se tem os benefícios nutricionais e de prevenção das infecções por meio do leite materno; Misto/Parcial: Além do leite materno o bebê recebe outro tipo de leite, seja ele fórmula ou leite de vaca integral; Benefícios do aleitamento para o bebê Evita mortes infantis: Por que ele protege contra infecções; O aleitamento isolado evita 13% das mortes no mundo em menores de 5 anos, isso por que ele evita diarreias, tanto é que os bebês que mama possuem diarreias menos graves; Evita diarreia: Quanto mais novo é o bebê mais protegido contra os problemas de diarreia ele está, se ele mamar exclusivamente no peito; Evita infecções respiratórias: É constante nos dois primeiros anos de vida; Evita: o Pneumonia; o Otite; o Bronquiolite; Diminui risco de alergia: A fórmula infantil é leite de vaca; Exposição precoce a leite de vaca aumenta o risco de APLV; Diminui risco de HAS, dislipidemia e diabetes; Reduz risco de obesidade: Por que o bebê que foi amamentado ele tem uma melhor programação metabólica e um melhor auto regulação na ingestão de alimentos; Melhor nutrição: O aleitamento materno é nutricionalmente completo nos primeiros seis meses de vida; Efeito positivo na inteligência; Melhor desenvolvimento da cavidade bucal: Devido ao exercício de mamar que propicia uma melhor conformação do palato e com isso se tem um melhor alinhamento dos dentes; Benefícios do aleitamento para a mãe Proteção contra câncer de mama: O risco de câncer de mama cai 4,3% a cada 12 meses de amamentação somado; . Essa proteção independe de idade, etnia, paridade e presença ou não de menopausa; Evita nova gravidez: Eficácia de 98%, porém apenas durante os primeiros 6 meses de vida da criança, desde que a mãe esteja amamentando exclusiva ou predominantemente e se a mulher ainda estiver em amenorreia; Estudos comprovam que a ovulação nos primeiros seis meses após o parto está relacionada com o número de mamadas; assim, as mulheres que ovulam antes do sexto mês após o parto em geral amamentam menos vezes por dia que as demais; Reduz o peso mais rapidamente após o parto; Ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, diminuindo risco de hemorragia e de anemia após o parto; Reduz o risco de diabetes: Um trabalho norte-americano mostrou que mulheres que amamentam têm 15% menos incidência de desenvolver diabetes tipo 2 para cada ano de lactação, independente de outros fatores de risco para a doença; Remineralização óssea: Promove melhora da remineralização óssea pós-parto, com redução de fraturas do colo de fêmur no período pós-menopausa; Tutoria 2 – Módulo 1 Alimentação e Imunização da criança Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Melhor qualidade de vida: Bebê fica menos doente; Promoção do vínculo afetivo mãe e filho: Acredita-se que a amamentação traga benefícios psicológicos para a criança e para a mãe. Uma amamentação prazerosa, os olhos nos olhos e o contato contínuo entre mãe e filho certamente fortalecem os laços afetivos entre eles, oportunizando intimidade, troca de afeto e sentimentos de segurança e de proteção na criança e de autoconfiança e de realização na mulher. Amamentação é uma forma muito especial de comunicação entre a mãe e o bebê e uma oportunidade de a criança aprender muito cedo a se comunicar com afeto e confiança; Menor custo financeiro: Mamadeira; Esterelização; Fórmula; Contraindicações do aleitamento Mães infectada pelo HIV, HTLV1 e HTLV2; Uso materno de medicamentos: antineoplásicos e radiofármacos; Recém-nascido com galactosemia: A deficiência de GALT é a mais frequente e cursa com acúmulo de galactose no sangue e tecidos; As principais manifestações clínicas são: baixo ganho ponderal, icterícia colestática, hepatomegalia com evolução para cirrose hepática, retardo mental, catarata e aumento da susceptibilidade a infecções principalmente sepse por E. coli; A criança está impossibilitada de receber leite materno, de vaca e de cabra; Apenas o leite de soja pode ser usado - Qualquer leite cuja fonte de carboidrato seja a lactose não poderá ser usado, pois a doença é caracterizada por uma deficiência em desdobrar a galactose, e consequentemente a lactose (= 1 molécula de galactose + 1 molécula de glicose); É a única doença da criança que contraindica completamente o aleitamento materno; nos outros erros inatos do metabolismo, tem-se permitido a amamentação, sob rígido controle clínico e laboratorial; Temporárias: Citomegalia: o CMV passa através do leite materno e pode infectar o lactente em 2/3 dos casos; o Entretanto, como a infecção é assintomática e não deixa sequelas em RN a termo, não há contraindicação ao aleitamento materno para recém- nascidos a termo saudáveis; o Para RN < 32 semanas, que podem adquirir a doença citomegálica grave pelo leite materno, deve-se proceder ao congelamento a – 20ºC do leite materno para redução da carga viral, seguido de pasteurização (submissão a 62,5ºC por 30 minutos) para que as partículas virais remanescentes sejam inativadas; Tuberculose pulmonar: o O aleitamento materno é liberado, uma vez que o bacilo de Koch não é excretado no leite materno; o No caso de tuberculose pulmonar em atividade (mães não tratadas, ou em tratamento adequado por um período inferior a três semanas), a mãe bacilífera deve amamentar com a utilização de máscara em ambiente arejado. Deve ser administrada medicação profilática e não realizar a vacinação com BCG; o Com três meses de vida, realiza-se o teste tuberculínico, para avaliar a possibilidade de infecção e adoecimento. Se o PPD for não reator, o lactente não foi infectado, logo se interrompe o uso de isoniazida e vacina-se a criança com BCG. Se o PPD for reator (> 5 mm), deve-se procurar por sinais de adoecimento, pois a criança, muito provavelmente, foi infectada. Se assintomática, o uso de isoniazida deve continuar por mais três meses e ser suspenso com seis meses de vida. Não é necessário vacinar com BCG após esse período. Se sintomática, iniciar tratamento. Nas mães não bacilíferas, a amamentação prossegue sem alterações, e a vacinação BCG deve ser administrada ao bebê. A tuberculose extrapulmonar não contraindica o aleitamento Infecção herpética nas mamas; Varicela materna de 5 dias antes do parto até 2 dias após; Doença de chagas aguda ou se tiver sangramento: o O aleitamento será suspenso apenas na fase aguda da doença (alta parasitemia) OU se houver lesões sangrantes na pele Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina do mamilo. Leptospirose, listeriose e brucelose; o As lactantes na fase aguda da doença poderão transmitir estes agentes bacterianos à criança, e, portanto, recomenda-se que neste período o leite seja ordenhado e pasteurizado; Abscesso mamário; Uso de drogas de abuso; Falsas contra-indicações: Tuberculose; Hanseníase: o Apenas em uma situação o aleitamento materno deve ser adiado temporariamente: mães com hanseníase virchowiana (em que a transmissãodo bacilo também pode acontecer pelo leite materno) não tratadas, ou tratadas com tempo inferior a três meses com sulfona (ex.: dapsona ou clofazimina) ou três semanas com rifampicina não devem amamentar seus bebês até que o tratamento tenha completado o período mínimo necessário para controle da infecção. De qualquer forma, lesões em atividade na mama e hanseníase virchowiana são situações em que se deve ponderar com a família o risco/ benefício de manter o aleitamento, pois existe o risco teórico de transmissão da bactéria pelo leite materno; Hepatite A: o Só deve ser preocupante se a mãe estiver na fase aguda; a criança deve ser amamentada, mas deve receber imunoglobulina humana padrão (0,02 a 0,04 ml/kg IM); Hepatite B: o Fazer profilaxia do recém nascido; o Aleitamento materno não é contraindicado se a mãe é HbsAg positiva, uma vez que o maior risco de transmissão é intraparto. A conduta será o banho imediato do recém-nascido para retirada de secreções, vacinação anti-hepatite B e aplicação de imunoglobulina específica nas primeiras 12 horas.; Hepatite C – pode amamentar se tiver sem sangramento; Dengue; Tabagismo; Consumo de álcool – esperar uma hora para amamentação; Curiosidade: Produção do leite materno Lactogênese: Fase 1: durante a gravidez o Estrogênio: ramificação ductos lactíferos; o Progestogênio: formação dos lóbulos; o Lactogênio placentário: inibe secreção de leite; Fase II: após o parto – “descida do leite” o Descida do leite acontece entre o terceiro e quarto dia de vida do bebê, e é independente de sucção, ela acontece por fatores hormonais; o Quando o bebê nasce sai a placenta, com a saída da placenta a quantidade de progestorona cai e com isso tem o estímulo da produção de prolactina pela hipófise anterior e da ocitocina pela hipófise posterior, e ela atua nas células mioepitelias que ficam em volta dos alvéolos mamários e apertam eles; o Prolactina: secreção leite; o Ocitocina: expulsão do leite; Fase III: galactopoiese o Prolactina; o Ocitocina; o Sucção do bebê; o Esvaziamento da mama; Composição do leite materno É semelhante em todas as mulheres, a não ser que a mulher tenha uma desnutrição grave e no seu leite não tenha a quantidade de gorduras ideal Nutriente Colostro Leite maduro A termo Pré-termo A termo Pré-termo Calorias (kcal/dL) 48 58 62 70 Lipídios (g/dL) 1,8 3,0 3,0 4,1 Proteínas (g/dL) 1,9 2,1 1,3 1,4 Leite anterior x Leite posterior O leite do fim da mamada tem mais gordura e por isso mata a fome do bebê e faz com que ele ganhe mais peso; Fatores imunológicos: IgA secretora – anticorpo que atua contra microrganismo em superfícies mucosas, o qual é reflexo das infecções entéricas (gastrointestinais e respiratórias). Diminui depois do primeiro mês de aleitamento materno; Anticorpos IgM e IgG; Lactoferrina; Lisozima; Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Fator bífido – favorece o crescimento dos lactobacilos bífidos, a qual é uma bactéria que acidifica as fezes e dificulta a presença de bactérias gastrointestinais que dão diarreia grave; Compreender as dificuldades da amamentação e suas orientações Dificuldades da amamentação Rachaduras no bico do seio: As rachaduras aparecem quando a criança não está pegando bem no peito da mãe; Se a pega do bebê não estiver correta, procure corrigi-la; Se o peito estiver muito cheio, tornando a mamada difícil, retire um pouco do leite antes, para ajudar o bebê a mamar; Se não houver melhora, procure ajuda num serviço de saúde; Seios empedrados: Quando isso acontece, é preciso esvaziar bem os seios; Não deixe de amamentar, ao contrário, amamente com frequência, sem horários fixos, inclusive à noite; Retire um pouco de leite antes de dar de mamar, para amolecer a mama e facilitar para o bebê pegar o peito; Se houver piora, procure ajuda num serviço de saúde; Pouco leite: Para manter sempre uma boa quantidade de leite, amamente com frequência, deixando o bebê esvaziar bem o peito na mamada. Quanto mais o bebê suga, mais leite a mãe produz; Não precisa oferecer outro alimento (água, chá, suco ou leite); Se o bebê dorme bem e está ganhando peso, o leite não está sendo pouco; Leite fraco: Não existe leite fraco! Todo leite materno é forte e bom. A cor do leite pode variar, mas ele nunca é fraco; Nem todo choro do bebê é de fome. A criança chora quando quer aconchego, quando tem cólicas ou sente algum desconforto; Sabendo disso, não deixe que ideias falsas atrapalhem a amamentação; Orientações da amamentação Sucção é um ato reflexo, mas é necessário ensinar o bebê a mamar de maneira mais eficiente e que não machuque os mamilos; Cada bebê tem seu próprio ritmo de mamar, o que deve ser respeitado. Deixe-o mamar até que fique satisfeito. Espere que ele esvazie bem a mama e então ofereça a outra, se ele quiser; O leite do fim da mamada tem mais gordura e por isso mata a fome do bebê e faz com que ele ganhe mais peso; Na primeira mama, o bebê suga com mais força porque está com mais fome e assim esvazia melhor essa mama. Por isso, sempre comece com aquela que terminou a última mamada, para que o bebê tenha a oportunidade de esvaziar bem as duas mamas, o que é importante para a mãe ter bastante leite; Quando o bebê, após mamar, não solta o bico do peito, você pode ajudar, colocando o dedo mínimo no canto da boca, entre as gengivas, para que ele solte o mamilo sem machucá-lo; Depois da mamada, coloque o bebê em pé, encostado no seu ombro para que ele possa arrotar; Sugar o peito é um excelente exercício para o desenvolvimento da face da criança, ajuda a ter dentes bonitos, a desenvolver a fala e a ter uma boa respiração; Frequência: O esvaziamento gástrico do RN varia de 1-4 horas ao longo do dia. Portanto, as necessidades de mamadas variam também na mesma proporção, obedecendo a este tempo de esvaziamento gástrico. Por isso, o leite materno deve ser oferecido em livre demanda, ou seja, quando ele quiser. O estabelecimento de horários para o aleitamento só gera ansiedade para a mãe; O recém-nascido deve sugar a mama até esvaziá-la. O leite materno posterior, fruto da ejeção láctea, é duas a três vezes mais rico em lipídios que o primeiro leite (anterior), isto permite que o lactente fique mais nutrido, ganhe mais peso e aumente o intervalo das mamadas, chorando menos (mais saciado) e tranquilizando a nutriz; Nos primeiros dias de vida, o colostro não sacia o recém-nascido como o leite maduro, logo mamadas frequentes e de curta duração são ideais, o que evita a sucção ineficaz. Com o crescimento da criança, o intervalo das mamadas aumenta. Ao final da primeira semana, RN saudáveis estarão tomando um volume de leite de 60-90 ml/mamada e terão uma frequência média de 8-12 mamadas/dia; Um bom parâmetro para avaliar uma progressão de mamadas é a baixa perda de Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina peso ao final da primeira semana e ganho de peso ao final da 2ª semana. Outras informações importantes além do ganho de peso, que traduzem boa amamentação são o período de sono de 2 a 4 horas entre as mamadas e a troca frequente de fraldas. O choro intenso não deve ser usado como indício indireto de lactação insuficiente, pois há outras de causas de desconforto para o bebê além da fome, como por exemplo, as cólicas e as fraldas sujas.; Posição adequada: É importante que a mãe esteja confortável, bem apoiada e não curvada para não sentir dor, por que se sentir dor diminui a quantidade de leite produzida; O corpo do bebê deve estar voltado para o corpo da mãe (barriga do bebê – barriga da mãe); O corpo e acabeça do bebê precisam estar alinhados, por que se estiver torcido dificulta a deglutição; A mãe deve apoiar bem o corpo do bebê independentemente da posição que ela escolher; A mãe não deve ofertar a mama em forma de tesoura por que isso bloqueia os ductos lactíferos, então deve ofertar em forma de C; Pega adequada: O bebê precisa abrir bem a boca para abocanhar parte da auréola; O lábio inferior deve ficar virado para fora, o queixo tocando parte da mama e o nariz livre para respirar; Dentro da boquinha a língua fica sobre a gengiva inferior fazendo os movimentos de conseguir sugar e a mandíbula se movimentando; Sinais de técnica inadequada: Bochechas encovadas a cada sucção, pois está fazendo uma força muito grande para sugar; Ruídos de língua; Mama esticada ou deformada na mamada; Dor na amamentação; Mamilos com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas quando o bebê solta; Técnica de amamentação: Aleitamento materno em livre demanda: Não existe “leite fraco”; Esvaziar a mama; Não ofertar água ou chá; Não utilizar mamadeira/chupeta; Lactante tem fome e sede: o Consumo extra de 500 cal/dia; o Dieta variada; o Consumir pelo menos 3 porções de leite/dia; o Moderação no café; Retorno ao trabalho: o Ordenhar e armazenar leite 15 dias antes; o Amamentar enquanto em casa; o Evitar mamadeiras, usar colher ou copinho; o Durante o trabalho: esvaziar as mamas; Compreender os malefícios do leite de vaca introduzido na alimentação precocemente Leite de vaca não é recomendado antes de um ano de idade; A especificidade do leite entre as espécies de mamíferos faz com que a substituição do leite materno por um leite de qualquer outro animal ou mesmo por compostos modificados para se aproximar ao máximo do LH, não atende plenamente as limitações fisiológicas dos primeiros meses de vida; Já foi evidenciado que a introdução precoce de leite de vaca é associada à baixa escolaridade materna e ao baixo nível socioeconômico da família; Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Os resultados desse estudo confirmam a evidência, pois o leite de vaca é frequentemente mais consumido pelas crianças maiores de doze meses, residentes nas regiões Norte e Nordeste. A insegurança alimentar e nutricional é comumente decorrente da escassez de recursos financeiros para a aquisição de alimentos, que no país tem seus maiores índices, também, nas regiões Norte e Nordeste. Assim, em situação de insegurança alimentar, em que existe a restrição quantitativa de alimentos disponíveis no domicílio, o leite materno deve ser priorizado, pois evitará um gasto desnecessário com a compra daqueles artificiais; Além das questões sociais, outros fatores, como a presença das avós maternas, a ausência de apoio do companheiro e a mãe ser adolescente, fazer menos do que seis consultas de pré-natal e usar bicos/chupetas também contribuem para a não continuidade do aleitamento materno e, consequentemente, a introdução de outros alimentos; Estudo realizado no estado de Pernambuco já havia evidenciado que o alimento consumido pela maioria das crianças menores de seis meses era o leite de vaca (69,3%), seguido do leite materno (60%) e do açúcar17 (52,9%). Outro estudo mostrou que 50,3% das crianças menores de seis meses, residentes em Curitiba, São Paulo e Recife, não estavam mais em aleitamento materno, e apenas 12% dessas utilizavam fórmulas infantis em substituição ao leite materno. Além da baixa frequência de uso dessas fórmulas, apenas 23,8% receberam as mesmas diluídas adequadamente, o que se configura em risco para a saúde das crianças; O Ministério da Saúde, de acordo com o Guia Alimentar para crianças menores de 2 anos de 2019, indica: na impossibilidade de aleitamento materno, utilizar fórmula infantil e a partir de 9 meses de idade, utilização do leite de vaca. Para lactentes até 4 meses de idade, nas impossibilidades de aleitamento materno e de condição financeira para aquisição de fórmula infantil, uso do leite de vaca diluído; Malefícios do leite de vaca De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o leite de vaca não é um alimento recomendado para crianças menores de um ano. Este apresenta elevada quantidade de proteínas, inadequada relação entre a caseína e as proteínas do soro, elevados teores de sódio, de cloretos, de potássio e de fósforo, e quantidades insuficientes de carboidratos, de ácidos graxos essenciais, de vitaminas e de minerais para essa faixa etária. Além de não ser nutricionalmente adequado, o leite de vaca é um alimento muito alergênico para crianças, e seu consumo tem sido associado ao desenvolvimento de atopia (tendência hereditária a desenvolver manifestações alérgicas); O consumo de leite de vaca em idades precoces e durante a infância aumenta o risco de as crianças desenvolverem anemia; A introdução precoce de leite de vaca causa impacto negativo nos estoques de ferro das crianças por causa da baixa quantidade e da biodisponibilidade do ferro presentes nesse alimento, além de provocar microenterorragias devido à imaturidade do trato gastrintestinal, provocando perdas sanguíneas; O leite de vaca contém alto teor de ácidos graxos saturados e baixo em monoinsaturados; alto conteúdo de proteína, sódio, cálcio e fósforo e baixo em lactose. Apresenta relação proteínas do soro:caseína muito menor do que a do leite humano, 19:81 versus 65:35, comprometendo a digestibilidade e absorção de nutrientes. Baixos níveis de vitaminas A e C; Por causa da diferença no conteúdo de nutrientes, o lactente alimentado com LV tem que lidar com maior carga de soluto renal. Embora não haja evidência para sugerir sequela clínica adversa associada com o aumento da carga de soluto renal em lactentes saudáveis, o consumo de LV diminuiria a margem de segurança em situações (vômitos, diarreia, alta temperatura do ambiente) que podem levar à desidratação, uma vez que o LV não fornece água livre. Além disso, alto consumo de proteína pode causar hipercalciúria; O leite de vaca possuir baixa biodisponibilidade de ferro, sendo de 19% versus 50% do LH; ser rico em cálcio, 190mg/100kcal versus 44mg/100kcal do LH, que é um dos fatores inibidores da absorção do ferro; Em outro estudo, o consumo do LV também foi associado à alta prevalência de depleção de ferro (baixos valores de ferritina) e não à anemia por deficiência de ferro; Entender a introdução alimentar O Ministério da Saúde, no Brasil, recomenda que as crianças sejam amamentadas de forma exclusiva até o sexto mês de vida, e que a introdução dos alimentos complementares seja feita a partir dessa idade, mantendo o leite materno até os dois anos de idade, ou mais; De acordo com última pesquisa nacional sobre aleitamento materno no Brasil, 41% das crianças menores de seis meses residentes nas capitais Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina do país e no Distrito Federalestavam em aleitamento materno exclusivo, e 58,7% das crianças de nove a 12 meses eram amamentadas; Evidenciou-se o consumo precoce de alimentos e outros líquidos, além do leite materno, antes de as crianças terem completado seis meses de vida em todas as capitais do país; Aproximadamente 50% das crianças brasileiras residentes nas capitais recebiam outro leite que não o materno na idade quatro a seis meses. O leite artificial foi o alimento consumido em maior frequência nas capitais das regiões Nordeste e Sudeste, mas, no entanto, o tipo de leite ofertado não foi especificado; Segundo o pediatra, o ideal é oferecer ao bebê uma alimentação variada e rica em nutrientes, tanto macro (proteínas, carboidratos e gorduras) quanto micro (ferro, zinco e vitaminas). Para tanto, é precisounir representantes dos quatro grupos alimentares principais: hortaliças e frutas, carnes e ovos, cereais e tubérculos e grãos. “A composição de todos esses grupos é que vai permitir que a criança tenha energia, proteínas, sais minerais e as vitaminas necessárias para um crescimento adequado”, explica o dr. Rubens. Ele também alerta que até o oitavo mês é preciso introduzir alimentos como ovos, peixes e glúten para criar tolerância e evitar possíveis alergias; Esquema alimentar: Até o 6º mês: aleitamento materno exclusivo; 6º mês: aleitamento materno + papa de frutas (inicialmente 1x/dia e depois 2x/dia); 6º ao 7º mês: aleitamento materno + papa/ suco de frutas (2x/dia) + uma papa salgada/dia (final da manhã); 7º ao 8º mês: aleitamento materno + papa/ suco de frutas (2x/dia) + duas papas salgadas/dia (uma no final da manhã e outra no final da tarde); 9º ao 11º mês: manter o esquema anterior, tornando a alimentação complementar mais próxima dos hábitos da família; Os primeiros alimentos a serem introduzidos são as frutas, na forma de papas ou sucos. Nenhuma fruta é contraindicada, a menos que a criança desenvolva algum tipo de alergia; Não se deve oferecer um volume de suco de frutas maior que 240 ml/dia para que a ingestão de alimentos mais calóricos não seja prejudicada; As dietas do desmame devem ser constituídas de um alimento básico e um ou mais alimentos do grupo complementar; São considerados alimentos básicos os tubérculos e os cereais, sendo os demais grupos de alimentos; Dez passos para uma alimentação saudável para crianças menores de 2 anos, de acordo com o Ministério da Saúde: PASSO 1 – Dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou quaisquer outros alimentos; PASSO 2 – A partir dos 6 meses, oferecer, de forma lenta e gradual, outros alimentos, mantendo o leite materno até os 2 anos de idade ou mais; PASSO 3 – A partir dos 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) no mínimo três vezes ao dia; PASSO 4 – A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de refeição da família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da criança; PASSO 5 – A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher; começar com consistência pastosa (papas /purês) e, gradativamente, aumentar a sua consistência até chegar à alimentação da família; PASSO 6 – Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida; PASSO 7 – Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições; PASSO 8 – Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação; PASSO 9 – Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir armazenamento e conservação adequados; PASSO 10 – Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação; Não há restrições à introdução concomitante de alimentos diferentes, mas a refeição deve conter pelo menos um alimento de cada um dos seguintes grupos: o Cereais ou tubérculos; o Leguminosas; o Carne (vaca, ave, suína, peixe ou vísceras, em especial o fígado) ou ovo; o Hortaliças (verduras e legumes); Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Alimentos industrializados (ex.: refrigerantes, chás, alimentos embutidos e congelados), aqueles que oferecem risco de broncoaspiração (ex.: pipoca, amendoim, milho cozido), os mais implicados no desenvolvimento de alergias (ex.: frutos do mar) e mel (pela presença de esporos de Clostridium. botulinum) devem ser evitados no primeiro ano; O ovo cozido pode ser introduzido após o sexto mês; É necessário lembrar que a introdução da alimentação complementar deve ser gradual (com todos os nutrientes), sob a forma de papas (alimentação de transição), oferecida com a colher. A colher deverá ter o tamanho adequado ao diâmetro da boca do lactente e ser preferencialmente de plástico ou de metal forrado com Teflon ou emborrachado para evitar o contato metálico direto com a língua; A composição da dieta deve ser equilibrada e variada, fornecendo todos os tipos de nutrientes, desde a primeira papa. A oferta excessiva de carboidratos (especialmente os simples) e de lipídeos predispõe a doenças crônicas como obesidade e diabetes tipo 2.; É importante oferecer água potável a partir da introdução da alimentação complementar porque os alimentos dados ao lactente apresentam maior quantidade de proteínas por grama e maior quantidade de sais, o que causa sobrecarga de solutos para os rins, que deve ser compensada pela maior oferta de água. De acordo com a DRI, dos 0 a 6 meses a quantidade de água recomendada deve ser de 700mL e dos 7 a 12 meses de 800 mL (incluindo leite materno, fórmula e alimentação complementar); A recomendação pela OMS a respeito do período ideal de aleitamento materno exclusivo é de seis meses à livre demanda, uma vez que o leite materno de mães bem nutridas e saudáveis é capaz de satisfazer as necessidades nutricionais do bebê durante esse período inicial, isentando a necessidade da oferta de outros alimentos e bebidas. Ainda, a OMS orienta que qualquer outro alimento ou bebida ofertado nesse período é considerado como alimento complementar, ainda que seja leite de origem animal (OMS, 2004). O desmame precoce, termo esse incentivado pela OMS a ser substituído pelo termo "alimentação complementar" pode ocorrer por falta de informação ou desconhecimento da mãe. Muitas vezes as informações são repassadas de geração para geração, dentro das famílias, perpetuando hábitos nocivos, como se fossem saudáveis (Oliveira et al., 2005; OMS, 2004). Algumas mães e profissionais de saúde consideram o leite materno “fraco, seco ou insuficiente”. Também, o retorno das mães ao mercado de trabalho, oferta de bicos ou chupetas às crianças, atendimento puerperal efetuado no serviço privado, primiparidade, intercorrências/ dificuldades da amamentação e desinteresse materno pela continuidade da prática do aleitamento exclusivo são evidenciados como motivos para o desmame precoce (Salustiano et al, 2012; Azeredo et al; 2008). Os principais motivos que levam à complementação alimentar precoce (antes dos seis primeiros meses) são relacionados a fatores econômicos e culturais, associados à baixa idade materna, uso de fórmula infantil e fumo materno (Fewtrell et al., 2007). É comum a introdução alimentar precoce de inúmeros tipos de alimentos, variando desde água e chá, sendo esses os alimentos ofertados em maior proporção, até a oferta de frutas, leite não materno, açúcar, mel, espessantes, achocolatados, iogurtes, 11 cereais e tubérculos, carne bovina, frango ou peixe, ovos, hortaliça e feijão. Alimentos ultraprocessados também são introduzidos precocemente na dieta dos bebês, pois alguns são culturalmente associados à infância, como achocolatados, farinhas e derivados lácteos (Simon et al., 2009); Apesar do reconhecimento a respeito da importância do aleitamento materno exclusivo até os seis meses vários estudos mostram que o momento e a quantidade de alimentos introduzidos durante a infância também tem sido considerados como aspectos relevante na atenção à saúde da criança, produzindo consequências que podem se perpetuar por toda a vida, como aumento do risco de desenvolver obesidade precocemente e comorbidades a elas associadas (Arenz e Kries, 2009). Também, risco aumentado de pneumonia, diarreia, carências nutricionais, diabetes, alergias problemas renais (Contarato et al., 2016; Simon et al., 2009; Tarini et al., 2006; Oliveira et al., 2005; Vieiraet al., 2004); Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Conhecer o calendário vacinal infantil da PNI, sua importância e efeitos adversos da vacinação Calendário vacinal infantil da PNI Idade Vacina Dose Doenças evitadas Ao nascer Vacina BCG Dose única Formas graves da tuberculose (miliar e meníngea) Vacina hepatite B (recombinante) Dose ao nascer Hepatite B 2 meses Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae b (conjugada) - (Penta) 1ª dose Difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae b Vacina poliomielite 1,2 e 3 (inativada) - VIP 1ª dose Poliomielite Vacina pneumocócia 10 –valente (conjugada) – (Pneumo 10) 1ª dose Infecções invasivas (como meningite e pneumonia) e otite média aguda, causadas pelos 10 sorotipos de Streptococus pneumoniae Vacina rotavírus humano G1P1 [8] (atenuada) – (VRH) 1ª dose Diarreia por rota virus (Gastroenterites) 3 meses Vacina meningocócica C (conjugada) – (Meningo C) 1ª dose Doença invasiva causada pela NEisseria meningitidis do sorogrupo C 4 meses Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae b (conjugada) - (Penta) 2ª dose Difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae b Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) - (VIP) 2ª dose Poliomielite Vacina pneumocócica 10-valente (Conjugada) - (Pneumo 10) 2ª dose Infecções invasivas (como meningite e pneumonia) e otite média aguda, causadas pelos 10 sorotipos de Streptococus pneumoniae Vacina rotavírus humano G1P1 [8] (atenuada) - (VRH) 2ª dose Diarreia por rota virus (Gastroenterites) 5 meses Vacina meningocócica C (conjugada) - (Meningo C) 2 ª dose Doença invasiva causada pela NEisseria meningitidis do sorogrupo C 6 meses Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae b (conjugada) - (Penta) 3ª dose Difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae b Vacina poliomielite 1,2 e 3 (inativada) - VIP 3ª dose Poliomielite Vacina influenza 1 ou 2 doses (anual) Infecções pelo vírus influenza 9 meses Vacina febre amarela (atenuada) – (FA) Dose única Febre amarela 12 meses Vacina pneumocócica 10-valente (Conjugada) - (Pneumo 10) Reforço Infecções invasivas (como meningite e pneumonia) e otite média aguda, causadas pelos 10 sorotipos de Streptococus pneumoniae Vacina meningocócica C (conjugada) - (Meningo C) Reforço Doença invasiva causada pela NEisseria meningitidis do sorogrupo C Vacina sarampo, caxumba, rubéola (Tríplice viral) 1ª dose Sarampo, caxumba e rubéola 15 meses Vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (DTP) 1º reforço Difteria, tétano e coqueluche Vacina poliomielite 1 e 3 (atenuada) -(VOPb) 1º reforço Poliomielite Vacina adsorvida hepatite A4 (inativada) 1ª dose Hepatite A Vacina sarampo, caxumba, rubéola e varicela (Atenuada) - (Tetra viral) 1ª dose Sarampo, caxumba, rubéola e varicela Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina 4 anos Vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (DTP) 2º reforço Difteria, tétano e coqueluche 4 anos Vacina poliomielite 1 e 3 (atenuada) -(VOPb) 2º reforço Poliomielite Vacina varicela (monovalente) - (Varicela) 1ª dose Varicela 5 anos Vacina pneumocócica 23-valente - (Pneumo 23) 1ª dose Para a proteção contra infecções invasivas pelo pneumococo na população indígena Importância da vacinação O Programa Nacional de Imunizações tem avançado ano a ano para proporcionar melhor qualidade de vida à população com a prevenção de doenças. Tal como ocorre nos países desenvolvidos, o Calendário Nacional de Vacinação do Brasil contempla não só as crianças, mas também adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas. Ao todo, são disponibilizadas na rotina de imunização 19 vacinas, cuja proteção inicia nos recém-nascidos, podendo se estender por toda a vida; As vacinas são seguras e estimulam o sistema imunológico a proteger a pessoa contra doenças transmissíveis. Quando adotada como estratégia de saúde pública, elas são consideradas um dos melhores investimentos em saúde, considerando o custo-benefício; O Programa Nacional de Imunizações do Brasil é um dos maiores do mundo, ofertando 45 diferentes imunobiológicos para toda a população. Há vacinas destinadas a todas as faixas etárias e campanhas anuais para atualização da caderneta de vacinação; Ao longo do tempo, a atuação do PNI alcançou consideráveis avanços ao consolidar a estratégia de vacinação nacional. As metas mais recentes contemplam a eliminação do sarampo e do tétano neonatal. A essas, se soma o controle de outras doenças imunopreveníveis como Difteria, Coqueluche e Tétano acidental, Hepatite B, Meningites, Febre Amarela, formas graves da Tuberculose, Rubéola e Caxumba em alguns Estados, bem como, a manutenção da erradicação da Poliomielite; O PNI adquire, distribui e normatiza também o uso dos imunobiológicos especiais, indicados para situações e grupos populacionais específicos que serão atendidos nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE). É também de responsabilidade desta coordenação a implantação do Sistema de Informação e a consolidação dos dados de cobertura vacinal em todo o país; Destacamos que o objetivo principal do Programa é de oferecer todas as vacinas com qualidade a todas as crianças que nascem anualmente em nosso país, tentando alcançar coberturas vacinais de 100% de forma homogênea em todos os municípios e em todos os bairros; O PNI é, hoje, parte integrante do Programa da Organização Mundial da Saúde, com o apoio técnico, operacional e financeiro da UNICEF e contribuições do Rotary Internacional e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD); A vacinação sensibiliza o sistema imunológico do organismo, fazendo com que ele crie defesas, anticorpos especiais contra uma série de doenças que quando ocorrem, podem acarretar a morte ou deixar graves sequelas na pessoa acometida; A importância da vacinação não está somente na proteção individual, mas porque ela evita a propagação em massa de doenças que podem levar à morte ou a sequelas graves, comprometendo a qualidade de vida e saúde das pessoas vitimizadas; Efeitos adversos da vacinação Bcg: um nódulo avermelhado poderá surgir e poderá se tornar uma ferida, que logo será coberta por uma casquinha seca e se tornará uma cicatriz. Se isso acontecer é um bom sinal: a vacina fez efeito. Caso não ocorra, procure o pediatra e seu filho passará por um teste que apontará se o pequeno deverá ou não tomar outra dose. Febre e mal-estar são sintomas comuns neste caso. Lavar a região, normalmente, com água e sabão neutro até cicatrizar são indicações comuns nesse caso; Hepatite B: A primeira dose da vacina contra a doença é aplicada, também, no primeiro dia de vida do bebê. O local escolhido para a aplicação, geralmente, é a coxa. Normalmente não há reação alérgica, somente 3% dos pequenos podem apresentar febre baixa, e ele poderá ficar mais irritado e sensível neste período. Não medique seu pequeno com antitérmicos antes de consultar o médico, que prescreverá a dose correta com base no peso do seu filho; Tríplice DPT: Assim chamada pela obrigatoriedade das doses quando o pequeno completar 2, 4 e 6 meses, a reação mais comum da vacina aplicada para evitar o aparecimento de difteria, tétano e coqueluche é o aparecimento de febre de intensidade variável no primeiro dia após a aplicação, que é feita no bumbum do bebê. A febre pode perdurar até o segundo dia e, se for muito alta, antitérmicos podem ser prescritos, além da Anna Déborah Martins –FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina recomendação de banhos mornos para atenuar a temperatura corpórea do pequeno. As nádegas do seu filho também poderão ficar dolorosas, avermelhadas, inchadas e até mesmo endurecidas. Pequenas compressas de água quente podem aliviar o desconforto e a dor; Hib.: A vacina é aplicada em crianças com idade entre 6 e 12 meses: são 2 injeções com intervalo de 1 ou 2 meses seguidos de um reforço 1 ano após a segunda dose. Poucos bebês apresentam reação febril após a aplicação da Haemophilus influenzae b, utilizada para proteger contra a meningite tipo B. Normalmente, a aplicação é feita junto com a Tríplice DPT, também nas nádegas do pequeno. Entretanto, se o seu filho ficar febril, converse com seu médico sobre a utilização de antitérmicos; Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola): A dose única da vacina é dada quando o pequeno completa um ano de idade. A reação febril pode aparecer no intervalo de cinco a doze dias após a aplicação e pode variar de mínima a alta. Geralmente, os bebês também apresentam manchas vermelhas na região onde foi aplicada ou pelo corpo inteiro, que logo desaparecerão. Especialistas prescrevem o uso de antitérmicos para controlar a temperatura, caso haja febre alta; Influenza: A vacina que imuniza contra os vírus da gripe (H1N1, H3N2 e B) deverá ser aplicada em crianças com a faixa etária de 6 meses a 5 anos de idade e não causam reações por serem produzidas com o vírus morto, o que justifica a impossibilidade da criança desenvolver gripe após a aplicação, apenas uma vermelhidão no local de aplicação; De forma geral: Reações locais: dor, vermelhidão, endurecimento, calor ou arroxeamento no local de aplicação da vacina. O uso de compressas de gelo no local, no dia da aplicação é, normalmente, suficiente. Essas reações podem ter duração de alguns dias, isso ocorrendo não há com o que se preocupar; Em caso de dor intensa, o uso de analgésico, se autorizado por seu médico, é recomendado; A reação local à BCG, com bolhas e ferida com saída de secreção, não deve ser tratada em hipótese nenhuma. Costuma surgir até 1 mês após a aplicação da vacina e desaparece espontaneamente; Febre: Não é rara e pode acontecer depois da dose de diversas vacinas. Em princípio, o antitérmico não deve ser utilizado. Se a febre persistir e for muito alta, é muito importante consultar o pediatra, visto que o antitérmico pode atrapalhar o efeito da vacina; Choro ou irritação leve: podem ocorrer principalmente quando aplicada à vacina tríplice. Ocorre no máximo no dia da vacinação. Não há o que fazer. Quadro de manchas vermelhas na pele: pode ocorrer 10 dias após a aplicação da vacina contra o sarampo ou tríplice viral. De maneira nenhuma significa a presença da doença, é de curta duração e não merece tratamento nem qualquer cuidado especial; Convulsões ou choques alérgicos: são muito raros, nesses casos, ajuda médica deve ser procurada. É importante sempre informar sobre alergias já conhecidas na hora em que você vai se vacinar; Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Referências https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_crianca_menina_2ed.pdf https://www.scielo.br/j/jped/a/HqD3xjrzd5FSNWJ9Dk4Zd8Q/?lang=pt#:~:text=A%20introdu%C3%A7%C3%A3 o%20precoce%20de%20leite,trato%20gastrintestinal%2C%20provocando%20perdas%20sangu%C3%ADneas. http://www.sban.org.br/uploads/DocumentosTecnicos20200318045413.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_crianca_menina_2ed.pdf https://www.scielo.br/j/jped/a/HqD3xjrzd5FSNWJ9Dk4Zd8Q/?lang=pt#:~:text=A%20introdu%C3%A7%C3%A3o%20precoce%20de%20leite,trato%20gastrintestinal%2C%20provocando%20perdas%20sangu%C3%ADneas https://www.scielo.br/j/jped/a/HqD3xjrzd5FSNWJ9Dk4Zd8Q/?lang=pt#:~:text=A%20introdu%C3%A7%C3%A3o%20precoce%20de%20leite,trato%20gastrintestinal%2C%20provocando%20perdas%20sangu%C3%ADneas http://www.sban.org.br/uploads/DocumentosTecnicos20200318045413.pdf
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